CONDIÇÕES MÉDICAS ASSOCIADAS A SINTOMAS OBSESSIVOCOMPULSIVOS Marcelo Basso de Sousa Aristides Volpato Cordioli INTRODUÇÃO Uma variedade de doenças físicas e transtornos mentais pode provocar sintomas como obsessões e/ou compulsões que podem confundir o diagnóstico com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC)(1). Normalmente, nas doenças físicas isso ocorre por lesões em áreas específicas do cérebro, tais como: núcleo caudado, putamen, globo pálido, giro do cíngulo e o lobo frontal. Porém, ainda não se obteve explicação para todos os fenômenos a partir deste modelo estrutural, como por exemplo os decorrentes da epilepsia do lobo temporal e do uso de medicamentos. Freqüentemente, comportamentos repetitivos e involuntários como movimentar um membro, piscar os olhos, tocar repetidamente no solo, sentar e levantar-se da cadeira repetidamente, olhar fixamente um objeto ou dizer várias vezes a mesma frase são classificados como compulsões. No entanto, tais comportamentos muitas vezes são involuntários, e não são precedidos por qualquer obsessão, podendo ser manifestações de problemas neurológicos, como tiques, ou síndrome de Tourette. Em relação às obsessões, pensamentos intrusivos de caráter repetitivo que podem ou não se assemelharem aos observados no TOC e são comuns numa série de transtornos mentais, como nos quadros depressivos, por exemplo. QUANDO SUSPEITAR QUE UMA DOENÇA FÍSICA POSSA ESTAR PROVOCANDO OS SINTOMAS DE TOC O clínico muito raramente necessitará investigar se um adulto com sintomatologia clássica de TOC (medos de contaminação/lavagens; dúvidas obsessivas seguidas de verificação) tem uma doença oculta, já que a própria anamnese e o exame físico evidenciarão uma possível doença de base. Entretanto, uma cuidadosa avaliação deverá sempre ser executada nas seguintes circunstâncias: Início dos sintomas obsessivo-compulsivos (OC) depois dos 40 anos. Início associado a outros sintomas neurológicos. Início dos sintomas associado à introdução de neurolépticos atípicos ou de algum outro medicamento. Sintomas OC atípicos. História de convulsões ou traumatismo crânio-encefálico (TCE) recente acompanhado de perda da consciência. História familiar de tiques ou Síndrome de Tourette. Sintomas OC podem estar presentes numa variedade de doenças médicas, especialmente neurológicas, e inclusive síndromes genéticas mais raras. DOENÇAS GENÉTICAS: Síndrome de Prader-Willi A síndrome de Prader-Willi (SPW) éum transtorno genético complexo caracterizado por retardo mental leve, comportamento incessante de busca por comida, teimosia e explosões de agressividade.Em um estudo realizado com 16 pacientes com esta síndrome evidenciou-se presença significativa de sintomas obsessivo-compulsivos, sendo provavelmente secundários aalterações no cromossomo 15 (2). Tanto obsessões relacionadas ou não com alimentos, como ordenamento,exatidão, compulsões, como, por exemplo, arranjo, preocupações com simetria, contaminação e limpeza,colecionamento, necessidade confessar são comuns entre indivíduos com SPW (3). A terapia de EPR parece ter alguma utilidade na redução das compulsões não relacionadas com alimentação. Síndrome Down A síndrome de Down (SD) é um distúrbio cromossômico caracterizado pela presença total ou parcial de um cromossomo 21 extra. Caracteriza-se por comprometimento da capacidade cognitiva (retardo mental), do crescimento físico, do desenvolvimento e da aparência facial. Indivíduos com SD tem uma prevalência relativamente alta de TOC, quase o dobro da que tem sido descrita na população em geral. Entre os indivíduos com SD e TOC são comuns a lentidão obsessiva, a necessidade de exatidão e compulsões de ordenamento /organização (4). Doença de Wilson A doença de Wilson é uma doença genética neurodegenerativa, que apresenta ampla heterogeneidade de sintomas e geralmente apresentasecom doença hepática e ou manifestações neuropsiquiátricas. Asmanifestações neurológicas mais comuns são disartria, distúrbios da marcha, distonia, rigidez, tremor, disfagia e coreia. As manifestações psiquiátricas mais frequentes são mudanças de personalidade e do humor, depressão, fobias, comprometimento cognitivo, psicose, ansiedade, comportamento compulsivo e impulsivo. Transtorno obsessivo-compulsivo isolado (TOC) é uma apresentação rara da doença de Wilson (5). TIQUES E SÍNDROME DE TOURETTE: Tiques são movimentos motores ou vocalizações, súbitos, rápidos, involuntários, recorrentes, estereotipados e não-rítmicos. Podem ser precedidos por sensações subjetivas de desconforto como coceira, tensão ou aperto nas áreas do tique ou ainda por tensão mental interna. Em crianças é mais difícil do que em adultos identificar as sensações premonitórias, que precedem os tiques. Síndrome de Tourette (ST) Na ST além de tiques motores estão presentes vocalizações (tiques vocais).Trata-se de uma doença que apresenta uma influência hereditária, com início na infância, caracterizada pela presença de múltiplos tiques motores e vocais,freqüentemente associada a comportamento obsessivocompulsivo,agressivo e a outras alterações neurológicas e comportamentais (6). DOENÇAS INFECCIOSAS: Encefalite Letárgica São descritos casos pós-encefalíticos com obsessões e/ou compulsões, sendo que alguns com Parkinson pós-encefalite associado, outros com períodos de crises oculogiras. Sintomas no Parkinson pós-encefalítico incluem contagem, palilalia, pensamentos intrusivos e repetitivos também movimentos e repetitivosestereotipados. O conteúdo dos pensamentos intrusivos raramente tem como foco assuntos de contaminação, responsabilidade por dano ou medo de erros que são típicos do TOC.As crises oculogiras são usualmente precedidas por breves períodos de ansiedade e por pensamentos forçados ou padrões de pensamento que a pessoa não consegue modificar. Os ataques podem durar de minutos a dias e podem ser diários ou ocorrem após vários meses. Freqüentemente são acompanhados por intenso afeto ansioso ou depressivo. Desde que o circuito óculo-motor envolve porções do núcleo caudado e globo pálido, o processo patológico induzindo crises oculogiras poderia ter lesionado áreas adjacentes que se sabe da relação com o TOC, particularmente os circuitos orbitofrontal lateral e o cingulado anterior. HIV Há na literatura relato de 2 pacientes com HIV que desenvolveram TOC aproximadamente 5 anos após terem se tornado soro-positivos. Em ambos os casos, o início do TOC foi associado com depressão, sendo que ambos responderam bem à fluoxetina. Se há alguma relação direta de TOC com infecção pelo HIV ainda é desconhecido, mas sabe-se que a encefalopatia do HIV parece afetar principalmente os gânglios da base (7). Febre reumática A febre reumática é uma complicação das infecções pelo estreptococo bhemolítico do grupo A (EBHGA) que se desenvolve em 2-3% das crianças com faringite estreptocócica. É uma doença inflamatória de natureza autoimune, que se caracteriza especialmente por inflamações das grandes articulações podendo envolver ainda a pele, o coração e o cérebro. Se não for tratada pode provocar problemas cardíacos futuros. Supõe-se que a infecção pelo EBHGA produza anticorpos que reagiriam com proteínas neurais (p. ex., do núcleo caudado) em pessoas suscetíveis. Pacientes com febre reumática, com ou sem Coreia de Sydenham, mesmo após a fase aguda, têm um risco aumentado para o surgimento de transtornos do espectro do TOC, tiques e transtorno dismórfico corporal (8). Coreia de Sydenham Aproximadamente 10 a 30% dos pacientes com febre reumática desenvolvem a Coreia de Sydenham (CS) (9). A CS, também chamada de “dança de São Vito”, caracteriza-se principalmente por movimentos anormais repentinos e involuntários da face, dos braços, das mãos e das pernas, pela súbita deterioração da escritae está relacionada a alterações nos gânglios basais. Um estudo verificou que 82% das crianças com CS apresentavam sintomas obsessivo-compulsivos que se iniciaram vários dias antes do início da Coreia, aumentavam e diminuíam juntamente com as anormalidades motoras (10,11).Pesquisadores estabeleceram que SOC estão presentes em mais de 70% dos pacientes com Corea de Sydenham e que esta doença é fator de risco para desenvolvimento posterior de TOC. As obsessões e compulsões associadas com a Corea de Sydenham tendem a surgir subitamente e ter um curso episódico. O desenvolvimento dos sintomas tanto de coreia quanto de TOC tem sido associado à presença de anticorpos direcionados contra o citoplasma de células localizadas no núcleo caudado e subtalâmico, sendo que a severidade dos sintomas correlaciona-se com a titulação de anticorpos antineuronais. DOENÇA EPILÉTICAS: Crises Parciais Complexas Pensamentos obsessivos associados a crises parciais complexas têm ocorrido durante a aura, na crise e no período pós-ictal. Os casos podem-se apresentar como o descrito de uma mulher de 39 anos, que teve início de crises parciais complexas aos 21. Durante a crise, desenvolvia uma irresistível vontade de beber grandes quantidades de água, sem queixas de xerostomia. A lobectomia temporal direita removeu completamente a sintomatologia (12). Obsessividade interictal Caracterizada por excessiva atenção aos detalhes e à ordem junto com hipergrafia têm sido descrito em pacientes com epilepsia do lobo temporal de longa duração. Pronunciada escrupulosidade, um comportamento comum no transtorno de personalidade obsessivo compulsiva, é comum em pacientes com epilepsia do lobo temporal causada por lesões no lobo esquerdo. Por último, sabe-se que a epilepsia com foco no cíngulo apresenta-se como crises parciais complexas prolongadas, resistentes ao tratamento e freqüentemente associadas com assimetrias proeminentes e lateralizadas no EEG. Recomenda-se que indivíduos epilépticos com tais características sejam cuidadosamente avaliados para comorbidade com TOC. Crises do Lobo Frontal Há alguns casos relatados de epilepsia do lobo frontal associadas com pensamento intrusivo com conteúdo atípico de TOC. Crises Tônico-Clônicas Uma fixação do olhar é ocasionalmente visto como uma aura tônico-clônica. Pensamentos obsessivos podem surgir raramente durante as auras. TUMORES CEREBRAIS: Alguns casos de tumores cerebrais associados à sintomas OC foram publicados. Em 1993 foi relatado o caso de uma menina de 9 anos que desenvolveu sintomas OC secundários a um astrocitoma de tronco cerebral que se estendia ao cerebelo. Depois da cirurgia e do tratamento radioterápico os sintomas desapareceram por completo, tornando a surgir 5 anos após com a recidiva do tumor. E mesmo após nova intervenção cirúrgica e radioterápica com remissão tumoral não ocorreu esbatimento dos sintomas, a paciente tinha história familiar de TOC (13). Os autores recomendam que ao se avaliar um paciente com TOC de início tardio acompanhado de embotamento afetivo severo e labilidade do humor cogite-se o diagnóstico de meningioma. TRAUMATISMO CRANIANOS: Perda da consciência de minutos a dias tem caracterizado quase todos os casos de trauma craniano com sintomas OC subsequentes. Os sintomas tem surgido de 24 hs após a recuperação da consciência a até 6 meses. Embora quanto maior o tempo, menos provável seja a possibilidade de relação causal (14). Sintomas compulsivos de checagem, contagem e rituais de limpeza são os mais comuns após traumas cranianos, sendo que depressão maior é freqüentemente vista. O insight é usualmente preservado. A resposta aos ISRS é variável, a recuperação sem tratamento ocasionalmente ocorre após vários anos. ACIDENTE CEREBROVASCULAR: Na literatura há o relato de um paciente com 62 anos que sempre foi ansioso e perfeccionista, mas sem TOC que subitamente passou a apresentar compulsões de necessidade-de-saber em escala crescente. Três anos após uma TC de crânio evidenciou um infarto frontal direito antigo. Seus sintomas foram refratários a 35 medicações, inclusive todos os ISRS (15). DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS: Doença de Parkinson e Levodopa Alguns pacientes parkinsonianos tão logo tenham ingerido levodopa para aliviar a acinesia experimentam um período de vários minutos de movimentos estereotipados e involuntários. Já que estes movimentos são involuntários e não são executados como uma resposta às obsessões, sua semelhança com os sintomas do TOC é modesta. Obsessões e compulsões mais típicas foram encontradas em raros casos de Parkinson pós-encefalíticos. Doença de Huntington A doença de Huntington é uma doença autossômica dominante caracterizada por marcada atrofia do núcleo caudado e do putamen associada a movimentos coreiformes e demência progressiva. Poucos casos associados ao TOC foram descritos. Doença de Creutzfeldt-Jakob Apenas um caso foi relatado, mas mesmo assim com semelhança modesta. Doença de Pick e outras doenças degenerativas do lobo frontal Estas doenças têm sido associadas com comportamento repetitivo e compulsivo no contexto do processo demencial. Normalmente, o comportamento ritualístico é limitado à fase inicial da degeneração, enquanto que os atos estereotipados e repetitivos ocorrem mais tarde. Neuroacantocitose Esta é uma doença neurodegenerativa rara originando atrofia do núcleo caudado e caracterizando-se por tics motores e vocais, movimentos coreiformes e mordeduras de lábios e de língua que podem ser confundidos com compulsões. A ausência de sinais típicos de TOC e a presença de outros sinais como convulsões generalizadas, disartria, discinesia orofacial e orobucal, arreflexia ou hiporreflexia, atrofia muscular e deformidade pés cavus auxiliam a evitar a confusão com o diagnóstico de TOC. Esclerose Múltipla Há na literatura muito poucos casos de associação de TOC e esclerose múltipla, tornando a conexão causal improvável. DOENÇAS ENDÓCRINAS E METABÓLICAS: Doenças da Paratireóide Recomenda-se cuidadosa avaliação para TOC em pacientes que apresentem mineralizações nos gânglios da base. Isto devido à comprovada relação destas estruturas com o TOC e também pela tendência destes pacientes muitas vezes esconderem os seus sintomas. Porfiria Intermitente aguda Há relatos de piora da sintomatologia do TOC durante as crises de porfiria aguda, respondendo bem aos ISRS (16). Diabetes insipidus Não há até o presente momento uma relação significativa entre o Diabete insipidus e o TOC. Vasopressina e Oxitocina Em um estudo aberto não se obteve nenhuma melhora dos sintomas do TOC utilizando estes hormônios (17). TOXINAS: Há casos relatados em que a intoxicação por Monóxido de Carbono levou a enfartamento do globo pálido e do putamen (núcleo lentiforme), ocasionando sintomas obsessivo-compulsivos após. Também existem relatos de lesão no núcleo lentiforme por anóxia ou por veneno de vespa, ocasionando sintomatologia OC. O envenenamento por manganês caracteriza-se na sua fase inicial por comportamentos compulsivos freqüentemente acompanhados porirritabilidade e depressão. Após um mês do início dos sintomas obsessivos, os pacientes desenvolvem sinais neurológicos irreversíveis, como fraqueza muscular, marcha atáxica, aumento do tônus motor, redução do discurso e das expressões faciais. FÁRMACOS: Sintomas obsessivo-compulsivos podem surgir por efeito fisiológico direto do uso de substancias e é sempre prudente fazer esse diagnóstico diferencial. O DSM-V estabelece alguns critérios: São necessárias evidências a partir dos achados da história, exame físico, ou de exames laboratoriais de que os SOCpredominem no quadro clínico e desenvolveram-se durante ou dentro de 1 mês após uso persistente, intoxicação ou abstinência de substância (APADSMV). Estes sintomas manifestam-se predominantemente sob a forma atos compulsivos repetitivos, geralmente não precedidos de obsessões, executados sem uma finalidade ou sem um foco, parecendo movimentos robóticos. O surgimento de sintomas OC tem sido relatado durante o uso de risperidona, clozapina, o aripiprazol, quetiapina, topiramato no tratamento de pacientes esquizofrênicos ou bipolares.O tratamento com clozapina, por exemplo, pode desencadear sintomas OC em mais de 10% dos pacientes esquizofrênicos que utilizam esse medicamento. Em um estudo de coorte retrospectivo com 121 pacientes com esquizofrenia recém diagnosticada evidenciou-se o surgimento de obsessões em mais de 20% dos sujeitos que receberam clozapina contra 1,3% dos que foram tratados com outros antipsicóticos (18). Há relatos também do surgimento destes sintomas durante a terapia com interferon - um medicamento utilizado no tratamento de hepatite C, esclerose múltipla, câncer sistêmico e leucemia, assim comono uso abusivo de ecstasy e na retirada da metadona. Abuso de drogas estimulantes pode induzir comportamentos estereotipados e repetitivos. São raros os casos de crianças que desenvolveram obsessões e compulsões típicas durante o uso de estimulantes no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Nestes casos, os sintomas iniciaram de 6 dias a 6 meses após o início do tratamento e persistiram de um a três meses após a interrupção do tratamento. CONCLUSÕES Com este texto, procurou-se evidenciar de uma maneira pragmática as principais doenças e substâncias que podem dar origem a sintomas obsessivos e compulsivos. Essa possibilidade deve estar sempre presente na avaliação inicial do paciente com sintomas OC, particularmente quando a apresentação é atípica, as compulsões parecem movimentos robóticos e não são executadas em resposta a uma obsessão. Referências Bibliográficas 1) Koran, L.M. Obsessive-compulsive and related disorder in adults- A comprehensive clinical guide. Cambridge. Cambridge University Press (1999). 2) State, M.W., Dykens, E.M., Rosner, B., et al. Obsessive-compulsive symptoms in Prader-Willi and "Prader-Willi- Like" patients. J Am Acad Child Adolesc Psychiatry. 38 (3) (1999). 3) Dykens EM, Leckman JF, Cassidy SB. Obsessions and compulsions in Prader-Willi syndrome.J Child Psychol Psychiatry. 1996 Nov;37(8):995-1002. 4)Charlot L, Fox S, Friedlander R. Obsessional slowness in Down's syndrome. J Intellect Disabil Res. 2002 Sep;46(Pt 6):517-24. 5) Kumawat BL, Sharma CM, Tripathi G, Ralot T, Dixit S. 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