CEAP - Centro de Ensino Superior do Amapá Disciplina: Economia

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CEAP - Centro de Ensino Superior do Amapá
Disciplina: Economia II
Professor: Ivaldo Dantas
1 – O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO
A bolsa de valores – isto é, mercado de valores – é um bom exemplo de como
funciona a economia capitalista ou economia de mercado. É o local onde se reúnem
muitos indivíduos para realizar operações financeiras (comprar e vender ações e
outros títulos).
1.1 O Funcionamento do Sistema de Economia de Mercado
O Funcionamento de uma economia capitalista ou de mercado, como é o
caso da economia brasileira, está baseado em um conjunto de regras, pelo qual se
compram e vendem bens e serviços, assim como fatores produtivos.

Mercado é toda instituição social nas quais bens e serviços, assim
como os fatores produtivos, são trocados livremente.
Alguns mercados são lugares reais onde as pessoas vão comprar bens, como
por exemplo, o CEAGESP em São Paulo, e os mercados centrais de frutas e
verduras que existem na maioria das cidades.
Em outros casos, como ocorre no mercado de jogadores profissionais de
futebol ou de basquete, ou no caso de títulos da dívida pública, poucas pessoas
realizam, por telefone, a maior parte da atividade. Há ainda mercados menos
organizados, como o de locação de imóveis ou de automóveis antigos.
Todavia, o essencial de todo mercado é que os compradores e vendedores
de qualquer bem ou serviço entram livremente em contato para comercializá-lo.
Sempre que isso ocorre, podemos dizer que estamos diante de um mercado.
1.2 Os mercados e o Dinheiro
Foi graças à existência do dinheiro que o intercâmbio tornou-se indireto: um
bem ou serviço se troca por dinheiro, que se troca depois por outros bens e serviços.
A forma indireta de realizar as trocas nas sociedades capitalistas pode ser esboçada
da seguinte forma: os membros das famílias em idade de trabalhar trocam seu
trabalho por dinheiro, que, posteriormente, trocam por bens de consumo. A empresa
contratante venderá sua produção trocando bens por dinheiro, e parte do dinheiro
que entra destina-se a pagar os empregados, isto é, trocará o dinheiro por trabalho.
Assim, pois, em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem
diferenciados: os compradores e os vendedores.
Texto de Apoio
O livre mercado: fantasia ou realidade
A idéia de um mercado livre, de alguma maneira à margem da lei, é uma
fantasia. O mercado não foi criado por vontade divina. É uma criação humana, é a
totalidade, em constante transformação, do conjunto de critérios sobre os direitos e
as responsabilidades individuais. O que é meu? O que é seu? Como definimos e
combatemos as ações que ameaçam esses critérios: o furto, a força, a fraude ou a
negligência? O que devemos e o que não devemos comercializar (drogas, sexo,
votos, bebês)? Como devemos fazer cumprir essas decisões e que penas devem
ser aplicadas às transgressões? À medida que uma cultura acumula respostas a
essas perguntas, cria a sua versão de mercado.
Essas respostas não se encontram na lógica ou na análise somente.
Diferentes culturas em diversas épocas têm respondido de maneiras distintas. As
respostas dependem dos valores assumidos por uma sociedade: a importância dada
à solidariedade à prosperidade, à tradição, à religiosidade, etc. Nas sociedades
modernas, o Governo é considerado o agente principal, pois define e faz cumprir as
normas que estruturam o mercado. Os juízes e os legisladores, assim como os
executivos e administradores do Governo, alteram e adaptam interminavelmente as
regras do jogo; quase sempre de forma tácita, porém sempre sob a vigilância e, às
vezes, sob a mão de interesses afetados pelos resultados de determinadas
decisões.
1.3 Os mercados e os preços
Os compradores (demandantes) e os vendedores (ofertantes) entram em
acordo sobre o preço de um bem ou serviço, de forma que se fará a troca de
quantidades determinadas do bem por uma quantidade de dinheiro, também
determinada.

O preço de um bem e sua relação de troca pelo dinheiro, isto é, a
quantidade de reais necessários para obter em troca uma unidade do bem.
Fixando preços para todos os bens e serviços (o mesmo ocorre no caso dos
fatores), o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores e,
portanto, assegura a viabilidade de um sistema capitalista de mercado.
O livre jogo de oferta e demanda é uma peça-chave no funcionamento de
toda a economia de mercado.
Por isso, vamos analisar como funciona o mecanismo de oferta e demanda de
bens ou serviços individuais, em um mercado no qual existem muitos demandantes
e ofertantes. Esse tipo de mercado será denominado mercado competitivo ou de
concorrência perfeita.
2 – A DEMANDA
A simples análise da realidade nos diz que a quantidade que um indivíduo
demandará de um bem, num momento determinado do tempo, dependerá de seu
preço.
Quanto maior o preço de um bem, menor será a quantidade que cada
indivíduo estará disposto a comprar. Alternativamente, quanto menor o preço, maior
será o número de unidades demandadas.
Logicamente para cada indivíduo, a demanda de qualquer bem – digamos,
por exemplo, o número de laranjas na semana – não dependerá apenas do preço
das laranjas, e sim de uma série de fatores, dentre os quais se destacam os gostos
ou preferências, a renda disponível e o preço de outros bens relacionados com as
laranjas, como, por exemplo, as maçãs.
Para simplificar a exposição, suponhamos que todos esses fatores,
excetuando o preço das laranjas, permanecem constantes. Nesse caso, obtemos o
que se denomina em economia de Curva de Demanda Individual, isto é, a relação
existente entre o preço das laranjas e sua quantidade demandada, por parte de um
indivíduo, durante um período de tempo determinado.
Se somarmos para cada preço as quantidades de laranjas que cada um dos
indivíduos estaria disposto a comprar, obtemos a Curva de Demanda de Mercado
de laranjas.

A curva de demanda de mercado mostra a relação entre a quantidade
demandada de um bem para todos os indivíduos e seu preço, mantendo constantes
outros fatores (gosto, renda, preço de bens relacionados).
Tabela de demanda de laranjas:
Preço por quilo
Quantidade demandada
(R$)
(milhares de quilos por semana)
A
10,00
20
B
7,00
50
C
4,00
80
D
2,00
110
E
1,00
130
Assim, se o preço for R$ 10,00, serão demandados 20 kg na semana; se o
preço for R$ 7,00, o número de quilos de laranjas demandada na semana será 50.
A tabela de demanda e, em termos gráficos, a curva de demanda oferecem
informação sobre a quantidade de laranjas que poderiam adquirir os consumidores a
diferentes preços.

A tabela e a curva decrescente de demanda mostram que quanto
maior o preço de um bem, menor a quantidade desse bem que os consumidores
estariam dispostos a comprar. Paralelamente, quanto mais baixo o preço do bem,
mais unidades serão demandadas.
Existem duas razões que explicam o aumento do preço das laranjas e a
diminuição da quantidade demandada por todos os consumidores. Por um lado,
quando aumenta o preço das laranjas, alguns consumidores deixam de comprá-las,
substituindo por outros bens – por exemplo, as maçãs. Outros consumidores
reduzem a quantidade do produto, porque, no caso, as laranjas encareceram em
relação a outros bens e porque a elevação do preço reduziu o poder aquisitivo de
sua renda. Isso fará com o consumidor compre menos de todos os outros bens e,
em particular, daquele que estamos considerando.
A Curva de demanda de laranjas
Para cada preço há uma quantidade de laranjas que os indivíduos estão
dispostos a comprar, uma vez que compram mais à medida que se reduz o preço. A
curva de demanda é decrescente, tem inclinação negativa.
3 – A OFERTA
Do mesmo modo que a demanda, a oferta de um bem real depende de um
conjunto de fatores. São eles: a tecnologia, os preços de fatores produtivos (terra,
trabalho, capital, etc.) e o preço do bem que se deseja oferecer. Se permanecerem
constantes todos os fatores citados, menos o preço do bem que se oferece,
obteremos a relação existente entre o preço de um bem, por exemplo, as laranjas, e
a quantidade de laranjas que um agricultor desejaria oferecer por preço, por unidade
de tempo.

A relação numérica entre o preço das laranjas e a quantidade oferecida
é a tabela de oferta. A expressão gráfica dessa relação é conhecida como Curva de
Oferta Individual.
Se somarmos para cada preço a quantidade de laranjas que cada um dos
agricultores estaria disposto a oferecer, obtemos a curva de Oferta de Mercado de
“laranjas”.

A Curva de Oferta de Mercado mostra a relação entre a quantidade
de um bem oferecia por todos os produtores e seu preço, mantendo constantes os
outros fatores (tecnologia, preço dos fatores produtivos, etc.).
A relação numérica e gráfica entre o preço das laranjas e a quantidade
oferecida é mostrada, respectivamente, na tabela e na curva da oferta. Como se
pode observar, ao aumento o preço das laranjas – por exemplo, ao passar de
R$1,00 para R$ 2,00 – a quantidade oferecida incrementa-se, passando de 10 para
40 kg por semana.
Tabela de oferta de laranjas
Preço por quilo
Quantidade ofertada
(R$)
(milhares de quilos por semana)
F
10,00
150
G
7,00
120
H
4,00
80
I
2,00
40
J
1,00
20
A curva de oferta de laranjas
A cada preço os agricultores estão dispostos a oferecer uma quantidade de
laranjas. Conforme aumenta o preço, aumentam oferta de laranjas, pois os lucros
obtidos serão maiores.
Tal como destacamos ao falar da demanda, a oferta não pode ser
considerada uma quantidade fixa, mas apenas uma relação entre a quantidade
oferecida e o preço, o qual dita a quantidade no mercado.

A tabela e a curva decrescente de oferta mostram como a quantidade
oferecida aumenta junto com o preço, refletindo o comportamento dos produtores.
4 – O EQUILÍBRIO DE MERCADO
Quando colocamos em contato os consumidores e produtores com seus
relativos planos de consumo e produção, isto é, com suas respectivas curvas de
demanda e oferta em um mercado particular, podemos analisar como acontece a
interação entre ambos os agentes.
Isoladamente, nem a curva de demanda, nem a curva de oferta poderiam nos
dizer até onde podem chegar os preços ou em que medida os planos dos
consumidores e dos produtos são compatíveis. Para isso, devemos realizar um
estudo conjunto de ambas as curvas e proceder por tentativa e erro, analisando para
cada preço a possível compatibilidade entre a quantidade vendida e a demandada.
O quadro e a figura a seguir mostram como um preço arbitrário não consegue
fazer coincidir os planos de oferta e demanda. Apenas quando o quilo das laranjas é
de R$ 4,00, a quantidade que os consumidores planejam demandar coincide com a
quantidade que os produtores planejam oferecer. Em outras palavras, só no ponto
de interseção das curvas de demanda e oferta coincidem os planos de demandantes
e ofertantes. Ademais, somente a um preço se dá essa coincidência de planos. É o
chamado preço de equilíbrio, e a quantidade oferecida e demandada (comprada e
vendida) denomina-se quantidade de equilíbrio. Costuma-se dizer também que o
preço de equilíbrio zera o mercado.
Na
situação
de
equilíbrio
igualam-se
as
quantidades
oferecidas
e
demandadas. Quando o preço é maior que o de equilíbrio, por exemplo, R$ 7,00, por
quilo de laranja, a quantidade que os produtores desejam oferecer (120 kg), excede
à quantidade que os demandantes desejam adquirir (50 kg), ou seja, provoca um
excesso de oferta. E devido, à pressão da mercadoria excedente, que não é
vendida, a concorrência entre os vendedores fará o preço descer até a situação de
equilíbrio, por exemplo, R$ 2,00 por quilo de laranja, a quantidade que o
demandante deseja adquirir (110 kg) é maior que a oferecida pelos produtores (40
kg), isto é, há excesso de demanda. Nesse caso, os compradores que não
obtiveram a quantidade desejada do produto pressionarão a elevação de preços até
adquirir a quantidade desejada.

O preço de equilíbrio é aquele em que coincidem os planos dos
demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores.
O equilíbrio
Quantidade
Quantidade
Demandada
Ofertada
(R$)
(100/quilo)
(100/quilo)
10,00
20
150
Excedentes ou excesso de oferta
7,00
50
120
Excedentes ou excesso de oferta
4,00
80
80
Equilíbrio de mercado
2,00
110
40
Excesso de demanda
1,00
130
20
Escassez de oferta
Preço por quilo
Situação do Mercado
Este equilíbrio tem lugar para o preço igual a R$ 4,00/quilo. Para um preço
maior, a quantidade oferecida excede a demandada, e os excedentes fazem com
que o preço diminua. Em troca, para qualquer preço inferior ao de equilíbrio a
quantidade demandada supera a oferecida, e os demandantes insatisfeitos fazem
subir o preço até a situação de equilíbrio.
2
– AS FASES DO PROCESSO DE ALOCAÇÃO DE RECURSOS
O processo de alocação de recursos se desenvolve mediante as três fases
seguintes:

Os consumidores revelam suas preferências nos mercados ao comprar
algumas coisas ou não outras. Os “votos” dos consumidores condicionam os
produtos e assim se decide o que se deve produzir.

A Concorrência entre diferentes produtores em busca de lucros decide
como devem se produzir os bens. A concorrência impulsiona as empresas a buscar
combinações de fatores que lhes permitam produzir o bem com um custo mínimo.
Deve-se escolher método de produção mais adequado. Tanto do ponto de vista do
custo como do rendimento, pois o único caminho para faze frente aos preços
concorrentes era reduzir os custos e adotar métodos cada vez mais eficazes.

A oferta e a demanda no mercado de fatores produtivos determinam
para quem se deve produzir. A distribuição resultante dependerá em boa medida da
distribuição inicial na propriedade, das capacidades adquiridas ou herdadas e das
oportunidades dadas pela educação.
Os preços e os mercados ajustam as ofertas e as demandas das empresas e
unidades familiares. O mercado é o ponto de contato. O que decide os votos
monetários dos consumidores. O como define a competição para vender os bens
com o máximo de lucros e para comprar os serviços de fatores com os menores
preços; e o para quem produzir bens. Assim qualquer alteração nas condições da
oferta ou na demanda de fatores modificará a renda dos indivíduos. Essas
mudanças influirão sobre a demanda de produtos e sobre os investimentos.
Os aspetos essenciais do processo de tomada de decisões seguido na
economia de mercado e suas vantagens são mostrados no Esquema abaixo:
Os mercados produtos são os mais importantes para se determinar o que
produzir, e os mercados de fatores incidem de formas mais relevantes sobre como
produzir e para quem. Existem muitas inter-relações entre os mercados e entre as
três perguntas fundamentais.
Num sistema de economia de mercado funcionamento da sociedade, desde
uma perspectiva econômica, repousa nas leis de mercado, na interação do interesse
individual e na concorrência.
A “mão” invisível do mercado não somente designa as tarefas, mas também
dirige as pessoas na escolha da profissão fazendo com que se levem em conta as
necessidades da sociedade. Da mesma maneira, o mercado regula quais são os
bens e serviços a serem produzidos. A essência da economia de mercado é que
nela tudo se converte em bens e serviços com um preço e que sua oferta está
sujeita à mudança de preço.
Nesse contexto, para promover o bem-estar, os melhores meios são o
estímulo do próprio interesse e o desenvolvimento da concorrência.
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