abordagem fisioterapêutica na prevenção e tratamento

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ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE
LINFEDEMA EM PÓS-OPERATÓRIO (PO) DE MASTECTOMIZADAS.
Patrícia Vieira de Souza Rocha¹, Anna Cecília de Freitas Reis¹
¹ Acadêmicas do 10º período do Curso de Fisioterapia da UEG/ESEFFEGO
² Curso de Fisioterapia, Unidade ESEFFEGO, UEG.
RESUMO
O objetivo do presente estudo foi levantar dados bibliográficos acerca da instalação de
linfedema em pacientes mastectomizadas, buscando informações referentes à abordagem
fisioterapêutica nos níveis de prevenção primária e terciária. Para isso foi feita uma busca
bibliográfica nas principais bases de dados (Lilacs, Medline, Pubmed, Adolec), onde se
coletou artigos referentes ao câncer de mama, incidência do linfedema, avaliação clinica e
fisioterapêutica, abordagem fisioterapêutica e qualidade de vida. Foram comparadas todas as
considerações destes artigos e levantaram-se questionamentos, consensos, divergências, bem
como confrontamos idéias acerca do mesmo tópico. O que se observou, em geral, foi há
divergência entre os autores no que tange às mudanças de temperatura, não existem estudos
protocolados quanto a abordagem terapêutica da drenagem linfática, não há consenso quanto
as vantagens da pressuterapia em detrimento a drenagem linfática manual (DLM), bem como
outras considerações que foram detalhadas na revisão bibliográfica.
Introdução:
O câncer de mama configura, no cenário mundial, o tipo de câncer mais comum entre as
mulheres. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 1.050.000 novos casos
são diagnosticados por ano. No Brasil, pesquisas apontam que na década de 90, este foi o
câncer mais freqüente no país e o linfedema aparece como uma das principais complicações.
Segundo Freitas Jr et al (2001), a freqüência de linfedema pós- mastectomia descrita na
literatura varia de 5,5% a 80%, diferença esta que depende de diversos fatores, como o critério
de diagnóstico, tipo de cirurgia, uso de radioterapia e fisioterapia pós-operatória.
Este mesmo autor define neste estudo o linfedema como o acúmulo anormal de
proteínas e líquidos no espaço intersticial, edema e inflamação crônica, estando relacionado
principalmente com as extremidades. Camargo (2000) conceitua o linfedema como sendo uma
patologia crônica, complexa, que se manifesta pelo aumento de volume de uma determinada
região do corpo, causada por distúrbios na circulação linfática.
Após o tratamento cirúrgico do câncer de mama, seja a mastectomia ou a
quadrantectomia, associadas ao esvaziamento dos linfonodos da axila, pode aparecer o
linfedema de membro superior, que geralmente é tardio ao tratamento. O trabalho da
fisioterapia é importante, tanto na prevenção quanto no tratamento desta enfermidade.
A fisioterapia representa um conjunto de possibilidades terapêuticas suscetíveis de
intervir desde a mais precoce recuperação funcional da cintura escapular e membro superior
até a prevenção de complicações como o linfedema, que aparece logo após a cirurgia ou cerca
de 30 anos após.( Medeiros, 2004)
Na avaliação da presença de linfedema, o membro superior do lado mastectomizado é
comparado com o contralateral. Observa-se a consistência e extensão do edema, a amplitude
de movimento, o trofismo, a sensibilidade, a presença ou não de dor, entre outros dados a
serem coletados para uma avaliação completa, que direcione o terapeuta para a definição de
objetivos e condutas adequadas e individualizadas para a paciente.
A fisioterapia tem como principal objetivo prevenir a instalação do linfedema. Munindose de técnicas como posicionamento anti-edematoso, a drenagem linfática manual, a
cinesioterapia, o enfaixamento funcional, orientações em relação às atividades de vida diária
(AVD’s) e profissionais (AVP’s) de cada paciente, o tratamento visa garantir a funcionalidade
e a qualidade de vida para este (Camargo, 2000).
É interessante ressaltar a importância do movimento precoce, não apenas para a
manutenção da amplitude articular, como ainda no favorecimento da reabsorção de edema,
através da bomba muscular. A cinesioterapia deve evoluir à medida que a paciente supera seus
limites, de forma a possibilitar o retorno às suas atividades normais.
Dentro das orientações à paciente, o fisioterapeuta deve informá- la do que se trata o
linfedema e o que a mesma pode fazer para preveni- lo, encorajando-a a retornar as suas
atividades de vida diária, envolvendo-a na terapia, para que garanta um melhor resultado.
Devido o linfedema ser uma complicação prevenivel, torna-se inconcebível que ele
ainda tenha estatísticas tão elevadas quanto à sua instalação. Portanto, o amplo conhecimento
de técnicas para a prevenção, como exercícios precoces, e ainda após sua instalação, a
existência de tratamentos, já descritos anteriormente, com bons resultados devem ser
divulgados pela equipe multidisciplinar e pela própria paciente, favorecendo, desta maneira, o
sucesso do tratamento.
Conclusão:
Em nosso estudo observamos que: há divergência entre o que estudos remontam sobre a
elevação da temperatura do membro superior numa média de 14ºC para 45ºC que geraria
aumento da filtração capilar e estudo de técnicas da fisioterapia com a utilização da
termoterapia para redução do edema crônico com temperaturas medias de 41ºC. As pesquisas
não discorrem sobre protocolos de drenagem linfática que sejam mais ou menos eficazes para
o tratamento do linfedema. Há apenas referencias sobre a pressão máxima utilizada e
freqüência do tratamento.
Quanto a avaliação do linfedema, existe um consenso sobre uma avaliação bilateral, no
entanto não há uma classificação determinante sobre qual referencia numérica deve-se utilizar
como parâmetro para definição do linfedema. Sobre a pressuterapia, existem estudos que
afirmam sua relevância na redução do linfedema tal qual a DLM, mas existem estudos que
revelam uma piora da fibrose, dificultando um bom prognostico. Quanto a efetividade de cada
técnica, percebeu-se que a DLM tem eficácia similar a pressuterapia, contensão elástica
associada com exercícios isometricos e eficácia menor quando comparada com os exercício de
mobilização ativa.
Portanto, a abordagem no linfedema consiste de técnicas fisioterapêuticas diversas que
remontam um índice satisfatório de resultados positivos, entretanto, no que tange ao consenso
cientifico comprobatório há ainda muitas respostas a serem dadas e muitos estudos a serem
desenvolvidos nesta área.
Referências Bibliográficas:
•
CAMARGO, Márcia C; MARX, Angela G. Reabilitação Física no Câncer de
Mama. São Paulo: Roca, 2000.
•
FREITAS Jr,Ruffo et al. Linfedema em Pacientes Submetidas à Mastectomia
Radical Modificada. In: Revista Brasileira de Ginecologia & Obstetrícia. vol. 23, nº
4, 2001. p. 205-208.
•
KISNER,C.,COLBY,L.A.Tratamento
de
disfunções
vasculares
nos
a
membros.In:Exercícios Terapêuticos:fundamentos
e técnicas.3 ed.São Paulo:
Manole,1998.p625-8
•
LEDUC, Albert; LEDUC, Olivier. Drenagem Linfática: teoria e prática. 2ed. São
Paulo: Manole, 2000.
•
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Orientações Fisioterápicas: Mastologia (Orientações
aos pacientes). São Paulo: 2004.
MEDEIROS, Bruna Andrade.Abordagem Fisioterapêutica no Linfedema de
Membro Superior e Secundário à Mastectomia. www.santafisio.com.br, acesso em
outubro, 2004.
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