Procedimento Operacional Padrão POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/07/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 UNIDADE DE REABILITAÇÃO Procedimento Operacional Padrão POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/07/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 ® 2015, Ebserh. Todos os direitos reservados Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ebserh www.Ebserh.gov.br Material produzido pela Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)/Ebserh Permitida a reprodução parcial ou total, desde que indicada a fonte e sem fins comerciais. Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HCUFTM), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBserh) – Ministério da Educação POP: Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto – Unidade de Reabilitação do HC-UFTM – Uberaba, MG, 2016. 16p. Palavras-chaves: 1 – POP; 2 – Fisioterapia; 3 – Pré e pós-operatório; 4 Cirurgia torácica HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO ADMINISTRADO PELA EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES (EBSERH) Avenida Getúlio Guaritá, nº 130 Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG Telefone: (034) 3318-5200 | Sítio: www.ebserh.gov.br/web/hc-uftm ALOIZIO MERCADANTE OLIVA Ministro de Estado da Educação NEWTON LIMA NETO Presidente da Ebserh LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE Superintendente do HC-UFTM AUGUSTO CÉSAR HOYLER Gerente Administrativo do HC-UFTM DALMO CORREIA FILHO Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM MURILO ANTÔNIO ROCHA Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM/ ADRIANO JANDER FERREIRA Responsável pela Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico do HC-UFTM RENATA DE MELO BATISTA Chefe da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM EXPEDIENTE Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro Produção HISTÓRICO DE REVISÕES Data 27/10/2015 Versã o Descrição Gestor do POP Autor/responsável por alterações 1.0 Trata da padronização da assistência fisioterapêutica ao paciente adulto no pré e pós-operatório de Cirurgia Torácica Renata de Melo Batista Izabella Barberato Silva Antonelli SUMÁRIO OBJETIVO ............................................................................................................................................ 6 GLOSSÁRIO ......................................................................................................................................... 6 LISTA DE QUADROS.......................................................................................................................... 7 APLICAÇÃO ......................................................................................................................................... 7 I INFORMAÇÕES GERAIS ................................................................................................................. 7 I.I Introdução ...................................................................................................................................... 7 I.II Objetivos ...................................................................................................................................... 7 I.II.I Objetivos gerais: ................................................................................................................... 7 I.II.II Objetivos específicos ........................................................................................................... 8 II VIAS DE ACESSO ............................................................................................................................ 8 II. I Tipos De Cirurgias ...................................................................................................................... 9 III. FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES ....................................................................... 10 III.I Fatores de risco ......................................................................................................................... 10 IV- Descrição das tarefas ..................................................................................................................... 11 IV.I Conduta fisioterapêutica respiratória no pré- operatório: ......................................................... 11 IV.II Conduta Fisioterapêutica respiratória no pós- operatório: ...................................................... 14 IV.III Conduta Fisioterapêutica motora no pré e pós-operatório ..................................................... 14 FLUXOGRAMA DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA TORÁCICA ......................................................................................................................................... 15 REFERENCIAIS TEÓRICOS ............................................................................................................. 16 POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 5 de 16 OBJETIVO Padronizar entre a equipe de fisioterapia a assistência ao paciente adulto no pré e pósoperatório de cirurgia torácica. GLOSSÁRIO Bilevel: Dois níveis de pressão nas vias aéreas CNT: Cinesioterapia CPAP: Pressão positiva contínua nas vias aéreas CRF: Capacidade residual funcional DPOC: Doença pulmonar obstrutiva crônica Ebserh:E mpresa Brasileira de Serviços Hospitalares EPAP- Expiratory positive airway pressure HC- UFTM: Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro p. : Página Pe máx: Pressão expiratória máxima PEEP: Pressão positiva nas vias aéreas Pimáx: Pressão inspiratória máxima POP: Potocolo Operacional Padrão SDRA:Síndrome do desconforto respiratório agudo SMI: Sustentação máxima inspiratória TMR: Treinamento muscular respiratório VAA : Via aérea artificial VM: Ventilação mecânica VMNI: Ventilação mecânica não-invasiva POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 6 de 16 LISTA DE QUADROS Quadro 1- Vias de acesso às cirurgias torácicas Quadro 2- Tipos de cirurgias torácicas APLICAÇÃO Em todos os pacientes com prescrição de Fisioterapia motora e respiratória, com idade igual ou superior a dezoito anos, submetidos ao pré e pós-operatório de cirurgia torácica, internados no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM). I INFORMAÇÕES GERAIS I.I Introdução A cirurgia torácica não-cardíaca abrange o tratamento das doenças que afetam os órgãos da cavidade torácica e pode ser utilizada, também, como via de acesso ao abdome. A fisioterapia deve começar no pré-operatório através do conhecimento da história clínica e exame físico, identificando os fatores de risco e o planejamento do pós-operatório, o que reduz significativamente a evolução desfavorável, devido às complicações pulmonares. A reabilitação é um componente essencial antes do transplante pulmonar, cirurgia redutora de volume, ressecção pulmonar e qualquer outra cirurgia torácica eletiva. I.II Objetivos I.II.I Objetivos gerais: • Garantir o acolhimento, acessibilidade e humanização do cuidado ao paciente; POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 7 de 16 • Reabilitar o paciente, de forma parcial ou total, e possibilitar a continuidade do cuidado com intervenções terapêuticas que permitam o reestabelecimento de suas funções e atividades, promovendo autonomia e independência funcional, bem como a recuperação de suas sequelas; • Avaliar, de forma global, por meio de atuação interdisciplinar, as necessidades do paciente, considerando sua situação de dependência e os seus objetivos de funcionalidade e autonomia definidos periodicamente. I.II.II Objetivos específicos • Manter as vias aéreas pérvias e a ventilação pulmonar, favorecendo a eliminação de secreções; • Reexpandir áreas atelectasiadas, reduzir o shunt e melhorar a complacência pulmonar • Melhorar endurance e força dos músculos respiratórios no pré operatório; • Monitorizar e otimizar a ventilação mecânica e a administração de oxigênio; • Evitar complicações da ventilação mecânica e diminuir o tempo de intubação; • Evitar deformidades e contraturas; • Melhorar e/ou manter a função motora; • Posicionar o paciente adequadamente no leito. II VIAS DE ACESSO O quadro 1 apresenta os principais locais de incisão e as intervenções correspondentes: Quadro 1: Vias de Acesso às Cirurgias Torácicas Incisão cirúrgica Local da incisão Procedimento Toracotomia anterior Entre o esterno e a linha axilar Biópsia pulmonar anterior (entre o quarto e o Abordagem simultânea de quinto espaços intercostais) pericárdio e pleura Ressecção de tumores do mediastino de localização lateral ao pericárdio Toracotomia Lateral Entre as linhas axilar anterior Pulmões, pleura, esôfago, POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 8 de 16 Esternotomia mediana e posterior, direcionando-se para o sulco inframamário mediastino posterior, diafragma e parede do tórax. Estende-se a 4 cm da fúrcula esternal até abaixo do apêndice xifóideo Diagnóstico e tratamento de lesões mediastinais anteriores Ressecções pulmonares Mediastinotomia anterior Incisão paraesternal sobre a Biópsia de massa e linfonodos segunda ou terceira cartilagem localizados em regiões costal periaórticas Minitoracotomia Toracotomias pequenas (10 cm) Remoção de coágulos e tratamento do empiema complicado multissseptado Toracotomia mínima Incisões de 2 a 5 cm Ressecção ou não de segmentos de costela, para colocação de drenos torácicos, biópsias pleurais a céu aberto, etc. Acesso subxifóideo ao pericárdio Incisão abaixo do apêndice xifóideo Diagnóstico e tratamento das pericardites que cursam com derrame e que podem produzir restrição diastólica Fonte: MACHADO, 2008. II. I Tipos de Cirurgias O quadro 2 mostra os tipos de cirurgias torácicas que podem ser realizadas na parede torácica, pleura e pulmões: Quadro 2: Tipos de Cirurgias Torácicas Parede torácica Pleura Pulmão Costectomia Drenagem Torácica Condrectomia Toracostomia drenagem Diafragma Punção transtorácica com Segmentectomia Frenorrafia Frenectomia tubular aberta POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 9 de 16 Toracectomia Pleurostomia Lobectomia Plicatura diafragmática Retalho Miocutâneo Biópsia Pleural Pneumectomia Marca-passo diafragmático Toracoplastia Pleurodese pleurectomia e Descorticação Ressecção pulmonar e diafragmática empiemectomia Pleuroscopia Cirurgia redutora de volume pulmonar Bulectomia Transplante Pulmonar Fonte: MACHADO, 2008. III. FATORES DE RISCO PARA COMPLICAÇÕES III.I Fatores de risco - Pré-operatório: idade, a obesidade, o estado nutricional, o tabagismo, a função pulmonar alterada, a doença pulmonar preexistente, a aspiração e comorbidades. - Peri-operatório: Local e o tipo de cirurgia, a duração da anestesia e a associação dos anestésicos com bloqueadores neuromusculares. - Pós-operatório: • A imobilização, a posição supina e a depressão do nível de consciência comprometem a relação ventilação-perfusão, diminuem o volume pulmonar favorecendo a atelectasia e o risco de pneumonia; • O tratamento inadequado da dor pode resultar em respiração rápida e superficial, dificuldade de realizar inspiração profunda e mudança de decúbito; • A presença da sonda nasogástrica causa desconforto, principalmente com o movimento, comprometendo a motivação do paciente para a deambulação precoce . Além disso, a sonda aumenta o refluxo, a colonização da orofaringe e reduz a efetividade da tosse; POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 10 de 16 • A intubação e a ventilação mecânica prolongada aumentam os fatores de risco, principalmente para a pneumonia; • É importante orientar bem o paciente sobre a recuperação pós-operatória, para que haja cooperação do mesmo visando recuperação efetiva. IV- DESCRIÇÃO DAS TAREFAS IV.I Conduta fisioterapêutica respiratória no pré-operatório: No pré-operatório o paciente é submetido a uma avaliação fisioterapêutica cujo objetivo é identificar os seus limites e as suas necessidades. O foco de atuação do fisioterapeuta será eleito de acordo com o resultado dessa avaliação. Sendo assim, o tratamento proposto será individualizado e poderá conter os seguintes exercícios: • Treinamento muscular respiratório (TMR): É de extrema importância, para condicionamento muscular respiratório, o que previne complicações pós-operatórias. O paciente deve estar consciente e orientado para sua realização. Pode ser realizado através de um sistema de molas (threshold) ou, orifícios ofertado por dispositivos que impõe uma carga resistiva contra a inspiração. Em relação ao Threshold IMT (inspiratório), o treino pode ser iniciado com carga de 15 a 30% da PI máx e evoluir para 60 a 70% de acordo com o objetivo de treinamento. A duração pode variar entre 15 e 30 minutos ou realizar séries de 20-30 respirações, com uma frequência de duas vezes ao dia, durante 5 a 7 dias por semana. Deve ser preconizado um período de treinamento entre 8 a 12 semanas. • Técnicas desobstrutivas: Se o paciente apresentar sinais de secreção pulmonar como tosse produtiva e ausculta pulmonar alterada, será necessário realizar as técnicas desobstrutivas, conforme citado abaixo: Compressão torácica: consiste na compressão dos arcos costais durante a fase expiratória. Realizado na maioria das vezes quando o paciente não colabora. Tosse assistida: consiste na realização do ato tussígeno, com assistência manual do fisioterapeuta no esterno ou abdome, na tentativa de aumentar a pressão e tornar a tosse mais eficaz; POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 11 de 16 Técnica de expiração forçada (huffing): o paciente deve estar consciente e orientado para realizar esta técnica. Faz-se expirações forçadas a partir de médio volume inspiratório e com a glote aberta, aumentando assim o fluxo expiratório e favorecendo a tosse; Oscilação oral de alta frequência: Flutter, shaker ( dispositivos em forma de cachimbo que durante a expiração geram oscilações pela presença de uma esfera de aço em seu interior e que combinam a ação da pressão positiva nas vias aéreas- PEEP, facilitando a eliminação de secreção), Acapella (deve-se ajustar a resistência girando no sentido antihorário (mínima) até o sentido horário (máxima) conforme tolerância do paciente. O paciente, consciente e orientado, é instruído a inspirar lenta e profundamente, com volumes pulmonares entre a capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total, e a expiração realizada à capacidade residual funcional. EPAP (Expiratory positive airway pressure): A EPAP é uma técnica que consiste na aplicação de pressão positiva somente durante a fase expiratória do ciclo respiratório. Esta pressão positiva é produzida por dispositivos que geram resistência ao fluxo expiratório, como válvulas spring-loaded, com pressões de 5, 10, 15 ou 20 cmH2O, que podem estar conectados a máscaras, bocais ou diretamente à via aérea artificial (VAA) dos pacientes. A pressão positiva expiratória final (positive expiratory end pressure-PEEP) produzida promove aumento dos volumes pulmonares e recrutamento alveolar (podendo também ser considerada como técnica reexpansiva), além de ser uma alternativa efetiva de higiene brônquica. Aspiração traqueal : é um componente complementar da terapia de higiene brônquica, em pacientes que apresentam tosse ineficaz e produtiva, sendo realizada via nasotraqueal, no caso de pacientes sem via aérea artificial; ou endotraqueal, no caso de pacientes intubados ou traqueostomizados. • Técnicas expansivas: Após a realização da terapia de higiene brônquica, é necessário realizar a terapia de expansão pulmonar, conforme avaliação individual de cada paciente. São elas: Espirômetro de incentivo: a fluxo (Respiron ou Triflo) ou a volume (Voldyne 5000 ou Spiro-ball) que utilizam a sustentação máxima inspiratória (SMI) para atingir altos POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 12 de 16 volumes pulmonares. Através de um feedback visual, estimulam os pacientes a atingirem os fluxos ou volumes determinados. Instrui-se nos espirômetros de incentivo à fluxo, acoplar o bocal à boca para que não haja vazamento, inspirar lenta e profundamente e sustentar a mesma em torno de 3 segundos. Fazer em séries. Realizar com o paciente sentado à beira do leito ou em decúbito dorsal com a cabeceira a 30°. É necessário cooperação do paciente. Exercícios respiratórios: A inspiração fracionada consiste em realizar inspirações nasais sucessivas e curtas, com uma pausa (apneia) após cada inspiração curta, até atingir a capacidade pulmonar total, e a seguir, uma expiração bucal. Tem-se também a Inspiração Sustentada Máxima, em que o paciente é orientado a realizar uma inspiração profunda até a capacidade inspiratória máxima, seguida de uma pausa inspiratória, e em seguida, a expiração bucal. Estes exercícios podem ser associados à elevação dos membros superiores. É muito utilizada no âmbito hospitalar. Ventilação mecânica não-invasiva: A CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas) é obtida com gerador de fluxo podendo ser utilizada em pacientes em ventilação espontânea com e sem vias aéreas artificiais e consiste na aplicação de um nível de PEEP associada a um fluxo inspiratório nas vias aéreas. Os benefícios do uso da CPAP estão largamente descritos na literatura e estão diretamente relacionados ao aumento da pressão alveolar e da CRF. Estes benefícios, consequentemente, determinam recrutamento de alvéolos previamente colapsados. O Bilevel é um modo de ventilação não-invasiva que tem como característica a utilização de dois níveis de pressão positiva, que são aplicadas na fase inspiratória e expiratória, gerando aumento do volume pulmonar. A pressão aplicada durante a fase inspiratória é sempre maior que a expiratória, permitindo que mesmo com mínima ou nenhuma colaboração do paciente, ocorra aumento da pressão transpulmonar. Na atualidade, o Bilevel e a CPAP são recursos utilizados para expansão pulmonar, contudo o Bilevel deve ser o recurso de primeira escolha, devido à vantagem de fornecer dois níveis de pressão separadamente. A CPAP não é capaz de aumentar a ventilação alveolar, motivo pelo qual, na presença de hipercapnia, é dada preferência ao uso da ventilação não-invasiva com dois níveis de pressão. O ideal é manter o Bilevel, com pressões mais baixas (EPAP < 8 e IPAP < 15). POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 13 de 16 Se o paciente evoluir para intubação orotraqueal e ventilação mecânica, o fisioterapeuta deve monitorizar os parâmetros de ventilação mecânica, a pressão do balonete, progredir o desmame e a extubação. O auxílio à equipe é indispensável em situações de emergência. IV.II Conduta Fisioterapêutica respiratória no pós-operatório: No pós-operatório, será realizada nova avaliação geral do paciente e, a partir dela, traçado nova conduta fisioterapêutica. As técnicas a serem utilizadas nessa fase são as mesmas descritas anteriormente, e englobam: - técnicas desobstrutivas: serão utilizadas quando houver alteração do processo de depuração de vias aéreas, o que ocorre na maioria dos pacientes de pós-operatório. Poderá ser empregada compressão torácica (não deve ser realizada sobre o dreno torácico, quando o mesmo estiver presente), tosse assistida, técnica de expiração forçada (huffing), Oscilação Oral de Alta Frequência, EPAP e aspiração traqueal ( conforme necessidade). - técnicas expansivas: devem ser enfatizadas pois são indispensáveis na restauração do processo de ventilação. São elas: espirometria de incentivo, exercícios respiratórios, ventilação mecânica não-invasiva. IV.III Conduta Fisioterapêutica motora no pré e pós-operatório A fisioterapia motora é essencial durante a internação hospitalar, tanto no préoperatório, quanto no pós-operatório, para condicionamento físico global. Em ambas as fases devem ser realizadas mobilização articular passiva, ativo-assistida, ativa e/ou resistida, dependendo da condição física de cada paciente, e também alongamento muscular, prevenindo assim processos tromboembólicos. São realizadas também mudanças de decúbito, transferências, treinos funcionais, incentivo ao decúbito sentado e à deambulação precoce, visando prevenir os efeitos da imobilidade no leito e otimizar a capacidade de trabalho e a independência funcional do paciente. POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 14 de 16 Quando os familiares e/ou os cuidadores estão presentes são realizados treinamentos e passadas orientações complementares ao tratamento do paciente, para que estímulos adequados sejam dados ao longo do dia e não somente durante as sessões de fisioterapia. FLUXOGRAMA DA FISIOTERAPIA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA TORÁCICA Fonte: Autoria própria, 2015. POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 15 de 16 REFERENCIAIS TEÓRICOS AGOSTINI. P. et al. Comparison of recognition tools for postoperative pulmonary complications following thoracotomy. Physiotherapy, 97 (2011) 278–283. AGOSTINI P.; SINGH.S. Incentive spirometry following thoracic surgery:what should we be doing? Physiotherapy 95 (2009) 76–82. CASALI C.C.C.; MATOS C.M.P. Técnicas de fisioterapia respiratória em terapia intensiva. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva. PROFISIO Programa de atualização em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória: Ciclo 1. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2010. p. 75-124 (Sistema de Educação Continuada à Distância, v.2). III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica. J Bras Pneumol. 2007;33(Supl 2):S 54-S 70 FRANÇA, E.E.T. et al.. Fisioterapia em pacientes críticos adultos: recomendações do Departamento de Fisioterapia da Associação de Medicina Intensiva Brasileira. Rev Bras Ter Intensiva. 2012; 24(1):6-22 GAMBAROTO, G. Fisioterapia Paulo:Atheneu,2006. p.79-88. Respiratória em Unidade de Terapia Intensiva. São MACHADO, M.G.R. Bases da fisioterapia respiratória- Terapia Intensiva e Reabilitação. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. p.363-376. ORMAN, J.; ESTERDAHL, E.W. 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POP/Unidade de Reabilitação/007/2016 Fisioterapia no Pré e Pós-Operatório de Cirurgia Torácica no Adulto Versão 1.0 Página 16 de 16 HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO Avenida Getúlio Guaritá, 130 Bairro Abadia | CEP: 38025-440 | Uberaba-MG | Telefone: (34) 3318-5200 | Sítio: www.ebserh.gov.br/web/hc-uftm