Especialistas comentam impacto do impeachment sobre o mercado financeiro Especialistas do mercado acreditam que a troca de governo e a adoção de novas medidas econômicas estabilizarão a economia brasileira É impossível falar sobre a economia brasileira sem mencionar a atual crise política que o país sofre, já que são interligadas umas com as outras. Crise na economia, movimentos pró-impeachment, contra o governo Dilma, fortes oscilações do dólar e investigações da Operação Lava Jato são alguns dos cenários que figuram no atual panorama econômico-político. Dado isto, nota-se que o mercado aguarda a resolução da crise política para tomar decisões mais concretas e, à medida que as investigações sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avançam e o impeachment da presidente Dilma se torna cada vez mais iminente, o mercado responde positivamente, causando queda do dólar e aumento da bolsa. Analisando essa movimentação do mercado que reage de maneira favorável à queda do vigente governo, surge a seguinte questão: Por que o impeachment deve ser positivo para o mercado financeiro? Veja as declarações de especialistas da área: “O governo atual não defende as premissas indispensáveis para a sustentabilidade da matriz econômica atual, que são: meta de inflação e superávit primário. Sem isto, nenhuma economia pode sobreviver, hoje em dia, e o mercado internacional sabe disto. Espera-se que qualquer outro governo possa romper com essa matriz expansionista e pouco ortodoxa e trazer novamente a economia para o caminho correto”, declara Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. Para Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital, “o mercado financeiro vê com bons olhos a troca do governo porque toda a política econômica adotada pela atual equipe se mostrou equivocada. Há uma expectativa que, com a confirmação do impeachment e a troca do executivo, a equipe econômica será totalmente reformulada e adotará medidas que vão mais de encontro com o que o mercado entende como correto a se fazer no atual cenário. Apesar de não ser uma certeza, em um primeiro momento, a saída do atual governo causaria uma euforia no mercado, afetando a bolsa, o câmbio e a curva de juros”. “Devido à série de problemas com empresas estatais e com a cúpula do governo, que impactaram diretamente na condução da política econômica como visto, até mesmo, no descontrole fiscal dos últimos tempos, já não inspira a menor confiança no mercado financeiro. A única maneira de a economia entrar novamente no eixo é com um governo austero e capaz de conduzir as medidas de maneira transparente sem envolvimento em escândalos e manobras fiscais. Por isso, a aclamação por mudança que traga uma nova politica econômica conduzida por governantes responsáveis”, afirma Pedro Paulo Coelho Afonso, Head comercial da Gradual Corretora. 01/04/2016