EMPRESÁRIOS ACREDITAM EM MELHORA DA ECONOMIA COM IMPEACHMENT DE DILMA “Já tivemos um aumento de 35% em nosso faturamento e acreditamos que, com um cenário mais favorável, possamos apresentar um aumento inicial de 50%” Embora o desfecho da crise política no Brasil não tenha tido um termo, ainda, os ambientes que precedem a decisão do Senado no prosseguimento do processo de impeachment de Dilma Roussef alimentam o mercado do país. Com os últimos avanços do impeachment, resultados expressivos como baixas do dólar – amenizadas pelas intervenções do Banco Central – juntamente com as altas da bolsa comprovaram que o mercado não está satisfeito com o governo vigente e espera mudanças para melhora na economia. Com a queda da presidente Dilma cada vez mais próxima de se concretizar, muitos empresários se animam com a expectativa de novos planos econômicos que venham a melhorar não só a economia do país, mas, também, o aumento do lucro de suas empresas. Veja a expectativa de empresários em um cenário pós-impeachment do governo Dilma: Para João Ferreira, diretor da Nova Futura Corretora, “a expectativa é de ingresso de recursos estrangeiros no mercado e em empresas e melhora do cenário produtivo. Apesar de uma possível queda do dólar prejudicar o setor de exportação, irá abrir espaço para o recuo da inflação e a queda de juros, o que incentivaria novamente os investimentos”. Além disso, o diretor da corretora de valores acredita que, com o impeachment, a expectativa será de aumento de quase 40% no faturamento da corretora. “Já tivemos um aumento de 35% em nosso faturamento e acreditamos que, com um cenário mais favorável, possamos apresentar um aumento inicial de 50%. Com uma possível queda devido à diminuição da volatilidade, nosso objetivo passa a ser um aumento médio de 35% no ano”, completa João. O diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, analisa: “A expectativa é de que, reestabelecido o comando do país, a economia possa ganhar alguma tração e, eventualmente, evitar uma queda do PIB em 2017. Fechamos 2015 com queda e, mesmo estando ainda em abril, já é absolutamente certo que fecharemos com queda forte neste ano. Com a troca de governo, existe alguma chance de revertermos isso e acreditamos que a recuperação da economia tenda a elevar os negócios em todos os segmentos, incluindo o nosso”, relata. Sócio da Karpat Sociedade de Advogados, Rodrigo Karpat acredita em melhora no cenário, mas mantém cautela nas expectativas: “Acredito que o mercado terá uma nova perspectiva com o novo despertar dos investidores com o Brasil, reaquecendo as indústrias, comércios e as prestações de serviço e aumentando o volume de trabalho. Porém, tudo dependerá da evolução do novo governo e da realização das mudanças necessárias em um segundo momento, tais como reforma da previdência, reforma administrativa da máquina pública e reforma fiscal”. “A economia precisa verter o leme, ter uma posição e discurso que tragam a credibilidade de volta. Acredito que somente no final de ano começaremos a sentir algum efeito e motivação do empresariado em abrir postos de trabalho. A alta do desemprego provocou uma corrida nos condomínios de classe média de moradores interessados em voltar a disputar os postos de síndico em troca da isenção ou remuneração inferior à das empresas de sindicância como a nossa. Isso é um retrocesso, propagando a falsa ideia de que a sindicância profissional é um serviço caro e possa ser exercido por qualquer um” – observa Dostoiévscki Vieira, diretor da Implanta Condomínios, cujo impacto da crise econômica no país atingiu seus negócios.