EMPRESÁRIOS ACREDITAM NA MELHORA DA ECONOMIA COM NOVA EQUIPE ECONÔMICA “Já tivemos um aumento de 35% em nosso faturamento antes mesmo do impeachment e acreditamos que, com um cenário mais favorável, poderemos apresentar um aumento inicial ainda maior”. Há cerca de um mês, no dia 15 de abril, deputados federais iniciavam a discussão de abrirem ou não o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Hoje, com a decisão do Senado de afastar de Dilma por 180 dias da presidência do Brasil decretada na última quintafeira (12/05) – após a ação ter sido aprovado também na Câmara dos Deputados –, as atenções voltam-se para o mandato de Michel Temer. Há pouco tempo, antes mesmo de uma decisão concreta como a de agora, o mercado já apresentava sinais de que não estava satisfeito com o antigo governo, quando, a cada avanço do processo de impeachment, o mercado respondia com baixas do dólar ao mesmo tempo que a bolsa apresentava alta. Agora, com o anúncio do novo ministério do governo Temer e com as novas medidas econômicas que visam reerguer a economia do país, os empresários se animam ainda mais com as expectativas de futuros positivos para suas instituições e para o Brasil. Veja a expectativa de empresários com a nova equipe econômica do governo de Michel Temer: Para João Ferreira, diretor da Nova Futura Corretora, “a expectativa é de ingresso de recursos estrangeiros no mercado e em empresas e melhora do cenário produtivo. Apesar de uma possível queda do dólar prejudicar o setor de exportação, irá abrir espaço para o recuo da inflação e a queda de juros, o que incentivaria novamente os investimentos”. Além disso, o diretor da corretora de valores acredita que, com o novo mandato, a expectativa será de um aumento considerável no faturamento da corretora. “Já tivemos um aumento de 35% em nosso faturamento antes mesmo do impeachment e acreditamos que, com um cenário mais favorável, poderemos apresentar um aumento inicial ainda maior, mesmo com a diminuição da volatilidade. Assim, conseguiremos garantir, como objetivo mínimo, um aumento médio de 35% no ano”, completa Ferreira. O diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo, analisa: “A expectativa é de que, reestabelecido o comando do país, a economia possa ganhar alguma tração e, eventualmente, evitar uma queda do PIB em 2017. Fechamos 2015 com queda e, mesmo estando ainda em abril, já é absolutamente certo que fecharemos com queda forte neste ano. Com a troca de governo, existe alguma chance de revertermos isso e acreditamos que a recuperação da economia tenda a elevar os negócios em todos os segmentos, incluindo o nosso”, relata. Sócio da Karpat Sociedade de Advogados, Rodrigo Karpat acredita em melhora no cenário, mas mantém cautela nas expectativas: “Acredito que o mercado terá uma nova perspectiva com o novo despertar dos investidores com o Brasil, reaquecendo as indústrias, comércios e as prestações de serviço e aumentando o volume de trabalho. Porém, tudo dependerá da evolução do novo governo e da realização das mudanças necessárias em um segundo momento, tais como reforma da previdência, reforma administrativa da máquina pública e reforma fiscal”. “A economia precisa verter o leme, ter uma posição e discurso que tragam a credibilidade de volta. Acredito que somente no final de ano começaremos a sentir algum efeito e motivação do empresariado em abrir postos de trabalho. A alta do desemprego provocou uma corrida nos condomínios de classe média de moradores interessados em voltar a disputar os postos de síndico em troca da isenção ou remuneração inferior à das empresas de sindicância como a nossa. Isso é um retrocesso, propagando a falsa ideia de que a sindicância profissional é um serviço caro e possa ser exercido por qualquer um” – observa Dostoiévscki Vieira, diretor da Implanta Condomínios, cuja crise econômica no país atingiu diretamente seus negócios. 17/05/2016