MESTRADO ECONOMIA INTERNACIONAL E ESTUDOS EUROPEUS TRABALHO FINAL DE MESTRADO DISSERTAÇÃO ALEMANHA E CHINA: ESTUDO COMPARATIVO DA EVOLUÇÃO ECONÓMICA (1980-2011) E ANÁLISE DAS RELAÇÕES BILATERAIS DE COMÉRCIO E IDE POR: ANA CRISTINA BARBOSA GOMES DA SILVA ORIENTAÇÃO: PROFESSOR DOUTOR HORÁCIO CRESPO PEDROSA FAUSTINO NOVEMBRO - 2013 Estrutura da apresentação 1. Apresentação do tema da dissertação 2. Revisão da literatura teórica 3. Metodologia utilizada na análise empírica 4. Resultados e conclusões 5. Limitações e sugestões de investigação futura 2 1. Apresentação do tema da dissertação Título, objetivos e questões de investigação Título: Alemanha e China: Estudo Comparativo da Evolução Económica (1980-2011) e Análise das Relações Bilaterais de Comércio e IDE Objetivos: 1. Comparar os desempenhos económicos da Alemanha e da China. 2. Analisar as relações económicas sino-alemãs. Questões de investigação: 1. Qual a evolução económica da Alemanha e da China no período 1980-2011? 3. Quais as dinâmicas de integração na globalização económica? 2. Quais as caraterísticas económicas prevalecentes nesse período? 4. Qual o perfil de relações bilaterais de comércio e IDE sino-alemãs? 3 1. Apresentação do tema da dissertação A pertinência do tema 1. Porquê Alemanha e China? Pela relevância económica mundial da Chermany (Wolf, 2010); Pelo destacado papel que desempenham nos respetivos blocos regionais (Europa e Ásia); Pelos indícios de intensificação das relações económicas bilaterais. 2. Qual a relevância do estudo? Redescobrimento dos conceitos de crescimento económico, convergência, globalização económica, relações económicas internacionais e competitividade; Comprovação da mutação das geometrias económicas mundiais; Reduzida panóplia de estudos comparativos e relacionais integrados entre as economias alemã e chinesa; Utilidade das lições da experiência que se podem retirar para outras economias. 4 2. Revisão da literatura teórica Pertinência da revisão da literatura teórica 1. Revisão Teoria Conceitos Variáveis da literatura teórica como ponto de partida para o desenvolvimento do estudo; 2. Compreensão da teoria e conceitos pertinentes para o desenvolvimento do estudo (crescimento económico e convergência; globalização económica; relações económicas internacionais e competitividade); 3. Identificação de variáveis relevantes e ponderação de indicadores a analisar; Indicadores Metodologia Análise empírica 4. Sistematização inicial da metodologia a adotar na análise empírica; 5. Aprofundamento da revisão da literatura teórica e ajuste na metodologia de acordo com a evolução da análise empírica (lógica circular). 5 2. Revisão da literatura teórica Crescimento económico e convergência Crescimento económico: capacidade de um país aumentar, a longo prazo, a produção de diversos bens económicos, com base no avanço da tecnologia e em melhorias institucionais e ideológicas (Kuznets, 1973). Rostow (1960) prevê cinco etapas de desenvolvimento económico: sociedade tradicional; pré-condições para a descolagem; descolagem; percurso para a maturidade; era do consumo de massas. Crescimento e convergência: compreensão da razão pela qual uns países são ricos e outros pobres e porque experienciam certos países níveis elevados e sustentáveis de crescimento que os permitem alcançar e mesmo ultrapassar os desempenhos económicos dos países mais desenvolvidos (Grier, 2008). Medição: evolução do PIB ou PNB (real ou nominal) e/ou PIB ou PNB pc em PPC (Figueiredo et al., 2005) e Índice de Desenvolvimento Humano (Sem & Haq, 1990). Neoclássicos: modelo Solow-Swan (1956); modelo Ramsey-CassKoopmans (1965). Crescimento endógeno: modelo AK (Frankel, 1962); modelo baseado nos spillovers (Arrow, 1962; Uzawa, 1965; Romer, 1986; Lucas, 1988); modelos assentes na inovação (Schumpeter, 1944); papel das infraestruturas sociais (Romer 2001; Matos & Faustino, 2012). Convergência (Steady state) Teorias neoConvergência e divergência; -schumpeterianos crescimento de longo prazo e evolucionistas 6 2. Revisão da literatura teórica Globalização económica Globalização: fenómeno de cariz multidimensional que tutela as transformações observadas na morfologia mundial (Bergh & Nilson, 2010; Dreher, 2006; Dreher et al., 2008; Heshmati & Lee, 2010; Martell, 2010). Conceito pouco consensual em termos de definição e dimensão dos benefícios. Globalização económica: integração internacional macroeconómica e microeconómica (Boyer & Drache, 1997); domínio das economias nacionais por mercados financeiros cada vez mais interdependentes (Soros, 2003); expansão do comércio internacional, do IDE e da transferência de conhecimento e tecnologia (Strange, 1995; OECD, 1996; The Economist, 1992); incremento de interdependências entre países industrializados e as restantes áreas não industrializadas (Nunes, 2002). Potencial consequência: Agilização dos processos de convergência em resultado da democratização, pelo menos teórica, do acesso a fontes de crescimento e da criação de condições de implementação de uma nova geoeconomia mundial. Medição: comércio internacional; IDE; indicadores de conhecimento; indicadores multidimensionais (Kearney e KOF). transferência de 7 2. Revisão da literatura teórica Relações económicas internacionais e competitividade Relações económicas internacionais analisa as motivações e os perfis de rivalidade e cooperação económica, agudizadas pelo irreversível fenómeno da globalização (Shangquan, 2000). Teorias do Comércio Internacional: vantagens absolutas (Smith, 1776); vantagens comparativas (Ricardo, 1817); abundância relativa de fatores (Heckscher, 1919 & Ohlin, 1933); fatores específicos (Samuelson, 1971; Jones, 1971); gravitacional (Tinbergen, 1962). Teorias de IDE: EMN (Hymer, 1976; Kindleberger, 1969); imperfeições do mercado (Kindleberger, 1969; Caves, 1971; Hymer, 1976); ciclo de vida do produto (Vernon, 1966); paradigma eclético de Dunning (1977). Teoria da competitividade das nações de Porter (1990). Definições: conjunto das instituições, políticas e fatores determinantes do nível de produtividade de um país com impactos no nível de vida (WEF, 2005); capacidade de proporcionar um ambiente que sustente o crescimento e a afirmação competitiva das empresas nacionais (IMD, 2012); críticas de Krugman (1994). Medição: competitividade-preço (taxa de câmbio, custo do trabalho); comércio; IDE; produtividade; GCI; IMD; Kearney; KOF. Porque e como “dialogam” as economias? Globalização (indutor) Potenciação de vantagens competitivas Génese das teorias da competitividade Competitividade (condição base de sucesso) 8 3. Metodologia utilizada na análise empírica Horizonte temporal, variáveis e fontes estatísticas Análise evolutiva, comparativa e relacional de indicadores económicos. Horizonte temporal do estudo comparativo de 1980-2011 (sempre que possível): 1947 Descolagem alemã (Plano Marshall) 1978 1980 Descolagem Ano chinesa de partida (Reformas económicas de Deng Xiaoping) 2011 Ano de fim Cobertura estatística do PIB em PPC (em março de 2013, WB) Horizonte temporal da análise das relações bilaterais: dados cruzados de comércio e IDE, o mais recuados e recentes possíveis, no período de 1980-2011. Fontes estatísticas: fontes internacionais garantindo a comparabilidade (e.g., IFM, ITC, OECD, PNUD, UNCTAD, WB, WEF, WTO) e nacionais (e.g., NBSC, MOFCOM, Deutsche Bundesbank). 9 3. Metodologia utilizada na análise empírica Questões de investigação e análise empírica Questões 1. Qual a evolução económica da Alemanha e da China no período 1980-2011? 2. Quais as caraterísticas económicas prevalecentes nesse período? 3. Quais as dinâmicas de integração na globalização económica? 4. Qual o perfil de relações bilaterais de comércio e IDE sino-alemãs? Capítulos 4. Estudo comparativo da evolução económica alemã e chinesa (1980-2011) 5. Relações económicas bilaterais sino-alemãs Seções 4.1. Trajetórias de crescimento e caraterísticas económicas 4.2. Dinâmicas de integração na globalização económica 5.1. Comércio bilateral 5.2. Relações de IDE 10 3. Metodologia utilizada na análise empírica Estudo comparativo da evolução económica (1980-2011) Indicadores analisados no estudo comparativo: Dimensão e crescimento económico: peso no PIB mundial; variações anuais do PIB; evolução do PIB pc; contributos para a variação total do PIB mundial; produtividade; Demografia: representatividades na população mundial; ritmos crescimento populacional; estrutura etária; grau de urbanização; de Estrutura económica: VAB a três setores; composição da procura interna; Macroeconomia: inflação; emprego; taxas de câmbio; Desigualdade: índice de GINI; Comércio internacional: orientação exportadora; taxa de abertura comercial; saldo da balança comercial e de transações correntes; termos de troca; exportações pc; peso das exportações industriais de alta-tecnologia; índices de comércio internacional (concentração; diversificação; complementaridade); Investimento: taxas de poupança e de investimento; PLIDE; IDE no PIB; quota mundial de IDE; custo do trabalho; Indicadores compósitos: de crescimento (IDH); globalização (KOF); competitividade (GCI). 11 3. Metodologia utilizada na análise empírica Relações bilaterais de comércio e IDE Indicadores da análise do perfil das relações bilaterais: Análise restrita a domínios consensuais, objetivos, estatisticamente acessíveis: comércio e IDE. quantificáveis e Estatísticas cruzadas (e regionais) de comércio internacional: grau de regionalização do comércio total; saldo da balança comercial regional de bens no PIB; taxas de câmbio cruzadas; exportações e importações pc; saldo da balança comercial mútua; grau de cobertura do comércio total; comércio bilateral por intensidade tecnológica; índices cruzados de comércio internacional (concentração bilateral; diversificação comparada; complementaridade comercial; correlação); índice de vantagens comparativas reveladas. Estatísticas cruzadas de IDE: principais parceiros de IDE (stock e fluxo); IDE por setores de destino; rentabilidade das multinacionais (turnover por empresa); PLIDE aplicado entre países. 12 4. Resultados e conclusões Tendências fortes e similitudes Evidências Convergência e agigantamento chinês traduzido num crescimento “explosivo” (TMCA 1980-2011 – PIB a 10%/ano; PIB pc a 8,9%/ano ) Amadurecimento económico alemão traduzido num crescimento estável e maduro (TMCA 1980-2011 – PIB a 1,8%/ano; PIB pc a 1,5%/ano) Duas economias, dois continentes, duas maturidades económicas e duas estratégias de sucesso, num contexto de reposicionamentos económicos mundiais Fortes fatores competitivos nacionais e uma grande capacidade de adaptação às exigências globais Tendências Constatações Similitudes Estabilidade macroeconómica (emprego, preços, equilíbrio externo) Apologia histórica da industrialização Macroeconomia Setorial Crescente abertura ao exterior Grande diversidade de produtos introduzidos nas rotas comerciais internacionais Tendência de diversificação de mercados de comércio e IDE Comércio internacional Economias persistentemente superavitárias face ao mundo Envelhecimento populacional Demografia 13 4. Resultados e conclusões Principais diferenças Alemanha “gigante histórico” 1% da população mundial, predominantemente urbana (70%, em 2011) Supremacia alemã nos indicadores per capita vs China “gigante emergente” 1/5 da população mundial, crescentemente urbana (50%, em 2011) Supremacia chinesa nos indicadores “absolutos” Demografia Per capita vs absoluto Produtividade elevada Custo do trabalho baixo Economia em transição da indústria para os serviços Reforço da indústria e dos serviços Setor industrial tecnológico-intensivo Setor industrial trabalho-intensivo Procura interna consolidada e alicerçada no consumo das famílias Taxa de investimento sempre abaixo dos 25% Procura interna alicerçada no investimento (FBCF) Taxa de poupança em crescimento superior a 50% (2011) Taxa de investimento em crescimento e de 50% (2011) Desigualdade moderada Crescente desigualdade Emissor líquido de IDE Recetor líquido de IDE Relação de troca estável e neutra Deterioração dos termos de troca Complementaridade das exportações face ao mundo Menor complementaridade comercial face ao mundo Superavit comercial no contexto regional Défice comercial no contexto regional Moeda valorizada face ao dólar Moeda desvalorizada face ao dólar Política cambial Aproximação informal e principalmente bilateral Em ascensão na globalização e a consolidar fatores de competitividade avançados Integração económica Globalização e competitividade Poupança sempre abaixo dos 30% PIB Integração europeia Economia global e competitiva Melhoria IDH, muito elevado (5.º em 2011) Melhoria do IDH, médio (101.º em 2011) Trabalho Setorial Procura interna Poupança e investimento Desigualdade IDE Comércio internacional Crescimento 14 4. Resultados e conclusões Um contexto de reposicionamentos económicos mundiais 1980 2011 1980 CHN CHN EUA EUA EUA EUA HK 2 2 2 3 2 2 3 2 3 EUA EUA CHE CAN BEL 6 6 EUA EUA 3 3 3 5 2010 2011 EUA 1980 1980 EUA 2011 2011 EUA 2005 1980 EUA Índice de Globalização (KOF) 2011 2011 EUA 1980 1980 EUA Índice de Stock de IDE do Competitividade país no exterior Global (WEF) 2011 2011 População 1980 Importações 2011 Exportações Stock de IDE no país do exterior 1980 PIB Fluxos de entrada Fluxos de saída de IDE de IDE 5 6 7 9 10 11 11 12 13 14 15 16 18 19 22 27 1º ALE CHN 46 48 57 ~0 ~0 149 Notas: 1. ALE: Alemanha; BEL: Bélgica; CAN: Canadá; CHE: Suíça; CHN: China; EUA: Estados Unidos da América; 2. Dimensão das amostras (n.º de países), por ordem de representação no gráfico: 132, 173, 93, 112, 93, 112, 210, 214, 172, 212, 141, 183, 167, 205, 108, 157, 117, 139, 160 e 187. Fonte: Elaborado com base em dados do WDI; UNCTAD; WEF; Swiss Economic Institute - ETH Zürich 73 15 4. Resultados e conclusões Duas estratégias económicas de sucesso Peso no PIB mundial (%) das 5 maiores economias (referência: ano de 2011) | 1980 2011 EUA China Japão Alemanha Índia Contributos para a variação do PIB mundial (%) | 1980-2011 2011 PIB (2011) PIB em 2011 Outros 2,6% 2,9% 5,8% 5,7% 2,3% 5,7% 3,4% 3,8% 4,4% 5,5% 5,7% 5,2% 4,5% 4,1% 4,0% 5,8% 5,6% 6,2% EUA 7,6% 6,8% 7,0% 9,4% 8,8% 8,5% 2,0% 17% Reino Unido 2% Japão 4% 9,1% 7,9% 2,8% 38% 3,5% 5,5% Indonésia 13,5% 14,2% 2% +167% Índia 8% França 22,1% 1980 22,6% 1985 22,1% 1990 22,5% 1995 23,2% 2000 22,0% 2005 19,2% 2010 18,8% 2011 2% China 22% Brasil 3% Alemanha 3% PIB (1980) 2011 PIB em 1980 Fonte: Elaborado com base em dados do WDI 16 4. Resultados e conclusões Chermany, megapotência exportadora Saldo da balança corrente e de bens e serviços em % do PIB (%) | 1980 e 2011 Contributos para a variação das exportações mundiais (%) | 1980-2011 12% 10% China (BTC) Alemanha (BTC) Exportaçõ… 2011 China (BEBS) Alemanha (BEBS) Outros 8% EUA 6% Reino Unido 4% Japão Indonésia 2% 0% 5% 1% +470% 3% 13% Brasil 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 4% França -4% Índices de comércio internacional (comércio com o mundo) 11% 2% China Fonte: Elaborado com base em dados do WDI e IFM 52% Índia -2% -6% Exportações em 2011 Alemanha 2011 Exportaçõ… Alemanha 1% 8% Fonte: Elaborado com base em dados da WTO Exportações em 1980 China Índice de concentração (0. máxima diversidade de produtos comercializados; 1. máxima concentração do comércio em determinados produtos no comércio mundial) Índice de diversificação comercial (0. estrutura comercial semelhante à média mundial; 1. estrutura comercial dissemelhante da média mundial) Índice de complementaridade (0. ausência de complementaridade; 1. perfeita complementaridade) Grande diversidade de produtos nas rotas comerciais (<0,2) Maior proximidade da estrutura de comércio mundial (<0,3) PIB em 2011 Maior complementaridade das exportações face às importações mundiais (≈0,7) Maior diferenciação face à estrutura de comércio mundial (>0,35) Menor complementaridade das exportações face às importações mundiais (≈0,5) Fonte: Elaborado com base em dados da UNCTAD 17 4. Resultados e conclusões Duas economias em transição setorial Estrutura setorial do VAB (%) | 1980-2011 Agricultura Indústria 35% Serviços 50% 80% 30% 70% 45% China 25% Alemanha 60% China 40% 20% 50% Alemanha 15% 35% 40% China 10% 30% 30% 5% Alemanha 0% 25% 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 20% 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Fonte: Elaborado com base em dados do WDI 18 2011 4. Resultados e conclusões As (in)capacidades per capita da China e da Alemanha PIB pc 35.000 dólares em PPC, preços constantes de 2005 Exportações pc 15.000 dólares, preços constantes de 2000 Alemanha (TMCA 1980-2011=1,6%) 30.000 Produtividade 50.000 dólares em PPC, preços constantes de 1990 Países de alto rendimento (TMCA 1991-2011=1,5%) 12.500 40.000 25.000 Países de alto rendimento (TMCA 1980-2011=1,8%) 10.000 Alemanha (TMCA 1991-2011=1%) Alemanha (TMCA 1980-2010=5,5%) 30.000 20.000 7.500 15.000 20.000 5.000 10.000 China (TMCA 1980-2011=8,9%) 2.500 5.000 Países de alto rendimento (TMCA 1980-2010=4,7%) 10.000 China (TMCA 1991-2011=8,7%) China (TMCA 1980-2010=10,8%) 0 0 0 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 1991 1995 1999 2003 2007 2011 Fonte: Elaborado com base em dados do WDI 19 4. Resultados e conclusões Consumo das famílias vs FBCF (e poupança) Decomposição da procura interna por componentes (%) | 1980-2011 FBCF e poupança em % do PIB | 1980-2011 55% 100% Poupança em % do PIB Consumo das famílias em % procura interna FBCF em % do PIB 50% 80% 42% 51% 49% 48% 36% 47% 55% 57% 56% 45% 57% 60% China 59% 60% 40% 35% 40% 29% 29% 31% 34% 42% 47% 23% 21% 23% 21% 18% 19% 20% 20% FBCF em % procura interna 20% 20% 15% 14% 30% 15% 15% 14% 20% 19% 19% 25% 14% Consumo público em % da procura interna 20% Alemanha 0% 1980 1986 1992 1998 2004 2011 1980 1986 1992 1998 2004 2011 China Alemanha Fonte: Elaborado com base em dados da OECD 15% 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 Fonte: Elaborado com base em dados do WDI 20 4. Resultados e conclusões A relevância da competitividade-preço na China Taxa de câmbio (moeda nacional/dólar) | 1980-2011 9 taxa de câmbio, moeda nacional por dólar Custo do trabalho (dólares/hora) | 2000-2008 40 dólares por hora de trabalho 8 Alemanha 35 7 30 6 China (yuan) 25 5 20 4 15 3 10 2 Alemanha (euro) 1 5 China Fonte: Elaborado com base em dados da OECD 2010 2011 2008 2006 2004 2002 2000 1998 1996 1994 1992 1990 1988 1986 1984 1982 1980 0 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: Elaborado com base em dados da US Bureau of Labour Statistics 21 4. Resultados e conclusões Diferentes posições de IDE Posição líquida de investimento direto no estrangeiro | 1981-2011 800.000 milhões de dólares, preços correntes e taxas de câmbio correntes 50% Quota mundial de IDE (entradas e saídas; stock e fluxo) (%) | 1980 e 2011 Stock de IDE em % do PIB | 1980-2011 10% Stock de IDE no exterior (em % do PIB) Stock de IDE no país (em % do PIB) 650.000 1980 (Stock)* 2011 (Stock) 1980 (Fluxo)* 2011 (Fluxo) 7,9% 8% 40% 500.000 6,8% 350.000 30% 6% Alemanha 5,2% 200.000 Alemanha 3,5% 3,5% 20% 50.000 -100.000 4% China 1,7% 2% China 10% 0,2% -250.000 0,0% 0% China Alemanha China Alemanha -400.000 0% 1981 1990 1995 2000 2005 2011 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2011 Entrada em % do total mundial Saídas em % do total mundial Nota:*Os dados para a China do “stock (saídas)” referem-se a 1981 e dos “fluxos (saídas)” referem-se a 1982. Fonte: Elaborado com base em dados da UNCTAD 22 4. Resultados e conclusões Uma parceria estratégica em mudança 23 4. Resultados e conclusões Uma reduzida sobreposição nos produtos e nos mercados Top 10 de produtos ordenados pelo Índice de Vantagem Comparativa Revelada (IVCR) | 2011 5 principais parceiros comerciais (%) Crescimento (2 dígitos) dos fluxos comerciais; Comércio total Alemanha-China supera 20% o inverso (2011). Em 1995 superava em 36%. Alemanha (4,0%) Coreia (4,4%) Taiwan (7,2%) Japão (7,8%) Alemanha (5,3%) Hong Kong (14,1%) Coreia (9,3%) Japão 11,2% EUA (17,1%) EUA (7,1%) Destinos de exportação da China Origem das importação da China Itália (6,0%) Itália (5,3%) Holanda (6,3%) Holanda (8,2%) França (9,5%) França (7,3%) China (6,1%) China (8,9%) EUA (7,0%) EUA (5,5%) Destinos de Origem das exportação da importações da Alemanha Alemanha 5 maiores parceiros comerciais em 2011 Nota: valores superiores a 1 indicam vantagens comparativas reveladas na produção desse produto; Fonte: Elaborado com base em dados do International Trade Center, nomenclatura Harmonized Commodity Description and Coding Systems (HS) Fonte: Elaborado com base em dados da UNCTAD 24 4. Resultados e conclusões Uma parceria comercial em mudança (1) Índices de comércio internacional (comércio Alemanha-China) Alemanha Índice de concentração bilateral de comércio China Grande diversidade de produtos transacionados (<0,2) (0. máxima diversidade de produtos comercializados; 1. máxima concentração do comércio em determinados produtos) Estrutura comercial mais dissemelhante nas exportações (>0,5) e mais semelhante nas importações (<0,5), com tendências globais de aproximação dos perfis comerciais Índice de diversificação comercial comparada (0. estrutura comercial semelhante; 1. estrutura comercial dissemelhante) Redução das complementaridades das exportações alemãs face às necessidades de importação chinesas (<0,5) Índice de complementaridade entre países (0. ausência de complementaridade; 1. perfeita complementaridade) Índice de correlação Estabilidade das complementaridades das exportações chinesas face às necessidades de importação alemãs (≈0,5) Evolução de parceiros comerciais naturais a competidores no mercado global (valores positivos pela primeira vez em 2011) (valores negativos. parceiros comerciais naturais; valores positivos. economias competidoras no mercado global) Índice de correlação comercial | 1995-2011 Índice de complementaridade | 1995-2011 0,10 0,04 -0,02 -0,08 -0,14 -0,20 -0,26 -0,32 -0,38 -0,44 -0,50 0,56 0,53 0,51 0,46 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 0,43 Complementaridade exportações chinesas face às importações alemãs Complementaridade exportações alemãs face às importações chinesas 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 0,48 Fonte: Elaborado com base em dados da UNCTAD 25 4. Resultados e conclusões Uma parceria comercial em mudança (2) Perfil de comércio sino-alemão por grupo de produtos (%) | 1995-2011 Outros produtos manufaturados Têxtil e vestuário Máquinas e equipamento de transporte Produtos químicos Produtos do setor primário 9% 12% 15% 15% 73% 69% 17% 27% 36% 31% 13% 78% Trabalho-intensivo Média-tecnologia 13% 38% 71% 71% 24% 26% 29% 13% 27% 32% 42% 44% 43% 19% 17% 18% 8% 10% 11% 31% 29% 27% 18% 9% 71% 50% 69% 63% 10% 70% 54% 10% Importações da China oriundas da Alemanha ≈ ≈ Exportações da Alemanha para a China 23% 15% 63% 35% 27% 14% 19% 49% 22% Baixa-tecnologia Alta-tecnologia 25% 11% 10% 5% 4% 8% 4% 4% 3% 8% 6% 6% 5% 5% 4% 4% 3% 3% 1995 1999 2003 2007 2011 1995 1999 2003 2007 2011 6% 6% Perfil de comércio sino-alemão por nível intensidade tecnológica (%) | 1995-2011 Importações da Alemanha oriundas da China ≈ ≈ Exportações da China para a Alemanha 48% 10% 6% 6% 7% 40% 5% 1995 1999 2003 2007 2011 1995 1999 2003 2007 2011 Importações da China oriundas Importações da Alemanha da Alemanha ≈ oriundas da China ≈ ≈ Exportações da Alemanha para ≈ Exportações da China para a a China Alemanha Fonte: Elaborado com base em dados da UNCTAD 26 4. Resultados e conclusões Diferentes posições líquidas e motivações de IDE Posição líquida de investimento direto da Alemanha na China | 2005-2010 Turnover por empresa | 1990-2010 Empresas alemãs na China Empresas alemãs no mundo 39.000 Empresas chinesas na Alemanha Empresas chinesas no mundo 120 milhões de dólares mil milhões de euros 100 29.000 80 19.000 60 40 9.000 20 -1.000 0 2005 2006 2007 2008 2009 Fonte: Elaborado com base em dados do Eurostat 2010 1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Fonte: Elaborado com base em dados do Deutsche Bundesbank 27 4. Resultados e conclusões Reflexões acerca da aplicabilidade das teorias revisitadas Economias que comprovam a existência de diferentes combinações de fatores de crescimento e competitividade. Crescimento económico Questões: Será que o steady state neoclássico existe e é aplicável ao caso alemão que revela uma elevada maturidade económica? Haverá um nível “ótimo” de poupança? Etapas de desenvolvimento económico de Rostow aplicável, mas atualização da última (ou sexta) etapa - “economia global”? Convergência Economias que testemunham um processo de convergência (economia emergente que cresce mais rapidamente que a líder). Teorias de comércio e IDE globalmente aderentes ao estudo. Comércio internacional e IDE Globalização Apenas parcial aplicabilidade da teoria gravitacional de comércio, que explica as relações intercontinentais pela relação positiva face à dimensão das economias (efeito mais forte?). Economias que personalizam ganhos decorrentes da inserção na globalização, o que pode não ser generalizado a outros casos. Desafios teóricos face às evidências deste estudo, nomeadamente, aprofundamento das explicações dos processos de “transição” económica…. o 28 4. Resultados e conclusões Grandes desafios Renovação dos fatores competitivos internos, contornando o risco de esgotamento do modelo de desenvolvimento económico atualmente prosseguido; Mitigação das problemáticas demográficas (e.g., envelhecimento populacional) e ambientais (e.g., pressão sobre as matérias-primas); Célere resposta à reorganização económica internacional, nomeadamente, às exigências ditadas pela globalização e inovação nas metodologias de abordagem aos diferentes espaços da economia mundial; Reflexão estruturada acerca da nova fase estratégica chinesa no IDE (de recetor a emissor líquido), no perfil de exportação (de trabalho-intensivo a tecnológico-intensivo), na recomposição da procura interna (aposta no mercado consumidor interno) e na abordagem a outras dimensões relevantes do crescimento económico (ambiente, sociais, institucionais, relacionais); Aprofundamento do modelo económico alemão, pela diversificação de mercados e produtos, pelo reforço das complementaridades comerciais internacionais e por uma maior atenção ao longo prazo (e.g., produtividade; renovação da oferta tecnológica; revisão de “certezas” económicas alemãs); Delineação de novos vetores de relacionamento sino-alemão diante o catching up económico, tecnológico e comercial chinês. 29 5. Limitações e sugestões de investigação futura Limitações 2. 1. As (re)configurações A obtenção de estatísticas harmonizadas e de séries longas comparáveis. geográficas dos países em estudo com implicações estatísticas. 3. A obtenção de estatísticas cruzadas necessárias à análise das relações económicas entre os países em estudo. 4. As insuficiências nas estatísticas nacionais, mais evidentes no caso chinês. 30 5. Limitações e sugestões de investigação futura Sugestões de investigação futura 1. Análise econométrica dos determinantes do crescimento económico destas economias (e.g., modelo VAR). 4. Análise comparativa e justificativa dos enquadramentos comerciais regionais destas economias. 2. Sistematização dos desafios da sustentabilidade destas estratégias no crescimento de longo prazo. 5. Avaliação da durabilidade das relações económicas sino-alemãs. 3. Compreensão das estratégias de resistência à crise. 6. Estudo dos impactos na Europa do aprofundamento da parceria estratégica da Chermany. 31 OBRIGADO PELA ATENÇÃO