Revisitando a Pedagogia do Oprimido Profª Dra. Cláudia MayorgaA psicologia social na América Latina, surge a partir dos anos 60/70, de uma inconformidade com uma certa psicologia social que estava vinculada predominantemente ao individualismo e que era incapaz de dar resposta aos problemas sociais que os países enfrentavam.Não vislumbrava-se preocupação com formas de ação para intervir nessas realidades. Dessa forma nasce uma psicologia social comunitária resultado de dupla insatisfação: -o modelo teórico e metodológico da época, que colocava o pesquisador em uma posição falsamente objetiva e neutra. -as péssimas condições de vida de vários setores da população, seus sofrimentos e experiências de subalternidade e exploração, problemas e a necessidade urgente de promover mudança social. É inegável que o pensamento de Paulo Freire tem como referência o seu livro Pedagogia do Oprimido, reunindo reformulações dialéticas sempre em torno do binômio educação e política. Essas influências se uniram aos momentos políticos e sociais do contexto brasileiro e latinoamericano, organizando pensamentos e ações voltadas à ideologia nacional de que alfabetizar as massas, educá-las para a participação crítica significava a adoção de um projeto que daria uma identidade ao povo brasileiro, vinculado ao processo de modernização, capaz de dar um valor positivo à identidade nacional. Essas iniciativa geral a criação de centenas de círculos de leituras e do Movimento Brasileiro de Alfabetização- MOBRAL,. O pensamento de Freire acompanhou as ideias de John Dewey(aprender fazendo), onde educar é reconstruir, todas as significações coletivas só ocorrem por meio da experiência pessoal de cada indivíduo.Segundo essa concepção, a educação não deveria buscar justificativas e fins externos, pois uma educação pautada em um modelo de democracia já seria um fim em si mesma. Há aí uma farta crítica com relação à finalidade social do trabalho, pois as ações dos trabalhadores estão relacionadas com os objetivos dos seus superiores e não com seus próprios objetivos. Assim como Heidegger, Freire considera o homem um ser-no-mundo, porém, Freire agrega a ideia de que a existência social do homem somente pode ser reconhecida a partir do momento em que o homem capta sua realidade social e pensa sobre ela. Para Freire, a consciência da opressão pelo oprimido , marca o princípio dessa emancipação.Assim, os educandos não são meros recipientes preenchidos pelos conteúdos dos educadores. Todo o conhecimento deve ser analisado, contextualizado e repensado de forma a gerar uma ação que move o ser humano em busca de novos conhecimentos e possibilidades. Pedagogia do Oprimido hoje: questões e desafios A inegável tensão entre igualdade e diferença está no centro de todos os movimentos sociais e lutas por emancipação contra a redução da experiência humana, cidadania e justiça. Afinal hoje, quem é o oprimido? Cabe-nos perguntar, se, em nossas ações, provocamos, como diria Paulo Freire, silêncios silenciosos, impedindo que os sujeitos se manifestem e, portanto, repetindo relações de subalternidade e o cinismo do liberalismo(para quem o silêncio é uma escolha livre!)ou silêncio reflexivos e capazes de possibilitar uma compreensão sobre si mesmo no mundo, sem abrir mão de um trabalho para um bem estar produtivo. REFLITAM NO GRUPO: ESCREVER A RESPOSTA E APRESENTAR PARA A TURMA. COLOCAR NA RESPOSTA O NOME DOS COMPONENTES DO GRUPO COMO VOCES SE VEEM NO MUNDO DE HOJE? QUEM É O OPRIMIDO? FAZEMOS SILENCIOS SILENCIADOS OU SILENCIOS REFLEXIVOS?