Boletim 044 - Unifal-MG

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No 44
Março/2016
Centro de Farmacovigilância da UNIFAL-MG
Site: www2.unifal-mg.edu.br/cefal
Email: [email protected]
Tel: (35) 3299-1273
Equipe editorial: prof. Dr. Ricardo Rascado; profa. Drª.
Luciene Marques; Clara Tayt-son, Marcela Forgerini.
Novos horizontes para Esclerose Lateral Amiotrófica
Entenda o que é a doença
É
uma
doença
Causas
infecciosa
e
Um
grupo
de
cientistas
da
transmissível que afeta prioritariamente
Universidade da Carolina do Norte
os pulmões, mas também pode ocorrer
descobriu
em outras partes do corpo, como ossos,
pesquisadores
rins
casos ligados
e
meninges,
causada
pela
a
causa
da
ELA.
estudaram
a
mutações
Os
alguns
em
uma
Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de
proteína chamada SOD1 (superóxido-
Koch (BK).
dismutase).2
A Esclerose Lateral Amiotrófica
(ELA)
é
uma
doença
de
A proteína SOD1 é responsável
caráter
por um mecanismo potente de defesa
degenerativo que ocorre no Sistema
natural no organismo, responsável pela
Nervoso, a qual desencadeia paralisias
detoxificação
motoras progressivas
produzidos
e irreversíveis,
dos
durante
radicais
o
livres,
metabolismo
sendo umas das doenças mais temidas.
normal do corpo. Uma alteração na
Também é conhecida como “Doença de
sequência dos aminoácidos da proteína
Lou Gehrig” e, por enquanto não tem
SOD1 pode modificar sua estrutura e/ou
cura.1
sua função.2
O principal sintoma é a fraqueza
muscular,
e
é
acompanhada
pelo
Observou-se que em mutações,
esta
proteína,
cria
um
aglomerado
endurecimento dos músculos (esclerose),
temporário de três moléculas, chamado
inicialmente num dos lados do corpo
de trímero que é muito tóxico para os
(lateral) e atrofia muscular (amiotrófica).1
neurônios motores, o que leva à morte
dessas células.2
1
Tratamento
Drogas promissoras
O tratamento é multidisciplinar,
Atualmente a melhor abordagem
sob a supervisão de um médico e requer
terapêutica para a ELA é a combinação
acompanhamento
de 2 ou mais drogas que irão atuar
de
fonoaudiólogos,
fisioterapeutas e nutricionistas.1
Até o momento, o tratamento
principalmente
na
neuronal,
tentar
e
morte
da
célula
promover
a
(com antioxidantes, bloqueadores do
sobrevivência e o crescimento rápido dos
canal
neurônios motores existentes.1
de
cálcio,
inibidores
da
agentes
antivirais,
e
Para isso, uma droga promissora
imunossupressores) não pode regredir ou
para o tratamento de pacientes com a
parar a doença, mas com o avanço da
doença é o Tamoxifeno, já presente no
medicina
mercado, indicado para o tratamento de
e
excitotoxicidade
novas
pesquisas,
essa
realidade está mudando.1
câncer de mama, que tem a capacidade de
A terapia celular na ELA já está
em fase de teste, onde as células-tronco
inibir a degradação protéica e lipídica,
atuando como neuroprotetor celular.1
vêm sendo uma alternativa para a doença,
Alguns
outros
atuam
medicamentos
pois promove a reparação de tecidos
também
com
a
lesados, devido às características de
neuroprotetora celular, como:
função
multiplicação celular e capacidade de
 Riluzol;
substituir outras células.1
 Vitamina D: pesquisas apontam
Entretanto,
devido
à
potencial
tratamento
para
complexidade dos neurônios motores (seu
interromper a progressão da ELA;
tamanho, a interação com o sistema
 Anti-inflamatórios não hormonais
muscular e seu metabolismo específico),
(Indocid™ ou Celebra®).1
a estratégia terapêutica utilizada reside na
Para aumentar a força muscular
substituição das células que promovem a
do
sobrevivência dos neurônios motores.
também são utilizados no tratamento:
Com isso espera-se que as células
paciente,
 Creatina:
alguns
um
medicamentos
composto
de
injetadas produzam fatores que melhorem
aminoácidos presente nas fibras
as condições dos neurônios motores, ou
musculares e no cérebro;
que pelo menos, retardem a morte dos
mesmos.1
 Clembuterol: atua principalmente
em receptores beta-adrenérgicos e
2
possui
potente
ação
broncoReferências
dilatadora;
 Oxandrolona.1
Algumas
outras
drogas
são
utilizadas como paliativas, na redução
dos efeitos que podem ser provocados
1. Associação Brasileira de
Esclerose Lateral AmiotróficaELA. Disponível em:
<http://www.abrela.org.br/default.
php?p=texto.php&c=ela>.
Acesso em 27 de fevereiro de 2016.
pela doença, como para ansiedade,
câimbra, espasticidade (aumento do tônus
muscular, com aumento da resistência ao
–
movimento
contraído)
e
músculo
fasciculação
fica
mais
(contração
muscular pequena e involuntária).1
2. Cura à vista: Cientistas
descobrem a causa da Esclerose
Lateral Amiotrófica.
Disponível em:
<http://super.abril.com.br/ciencia/
cura-a-vista-cientistas-descobrema-causa-da-esclerose-lateralamiotrofica> Acesso em 27 de
fevereiro de 2016.
Conclusão
A
ELA
proporciona
fortes
desafios para o paciente, familiares e
profissionais da saúde. É válido discutir
sobre a terapia e as possíveis medicações
que podem ser utilizadas para garantir
uma maior qualidade de vida aos
Caso queira notificar reação adversa a
algum medicamento, desvio de
qualidade ou erro de medicação,
acesse o portal do CEFAL
(http://www.unifal-mg.edu.br/cefal) e
encha o formulário.
pacientes portadores da doença. Até
então, era uma doença com causa
desconhecida e hoje estudos eficientes já
mostram a verdadeira causa da mesma, o
https://www.facebook.com/cefal.unifal
que nos leva a esperança de tratamentos
mais específicos e eficazes aos pacientes.
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