AULA EXPERIMENTAL DE PRODUÇÃO DE MODELOS DE DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO XVI INIC / XII EPG - UNIVAP 2012 Naiara Machado Neves1, Aurélia Milene Sales de Brito1, Jheniffer Abeldt1, Érika Aparecida Silva de Freitas2, Carolina Demetrio Ferreira3 ¹ Graduando em Ciências Biológicas Licenciatura, Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP:29500-000 Alegre-ES, Brasil [email protected] 2 Secretaria Estadual da Educação / EEEFM “Aristeu Aguiar”/R. Dr. Wanderley, s/n - Centro – Alegre/ES, Brasil, [email protected] 3 Universidade Federal do Espírito Santo, Departamento de Biologia, Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP:29500-000 Alegre-ES, Brasil, [email protected] Resumo- A vivência no âmbito escolar permite afirmar que as aulas práticas são pouco frequentes no diadia dos estudantes de ensino fundamental e ensino médio. A explicação desse fato é o tempo reduzido para ministrar as aulas, falta de materiais e local adequado para tais aulas experimentais. Assim, este trabalho teve objetivo construir modelos de desenvolvimento embrionário, onde com a produção desses modelos poderão diferenciar e reconhecer, os deferentes estágios de segmentação relacionados com cada tipo de ovo (oligolécito, telolécito, heterolécito e centrolécito), demonstrando maior interesse, atenção e participação, consequentemente assimilaram de forma prazerosa o conteúdo de embriologia, diferenciando e reconhecendo os estágios de segmentação. Dessa forma, tal atividade prática proporcionou aos alunos maior interesse e participação na sala de aula, ao produzir os modelos embrionários, assim apontando as possibilidades de melhor compreensão da matéria, sendo ativos no próprio processo de aprendizagem, tendo melhor assimilação da matéria e melhor ensino, demonstrando assim, a importância das aulas práticas para o ensino dos alunos. Palavras-chave: Desenvolvimento embrionário, Ensino Médio, Produção Material, PIBID/CAPES. Área do Conhecimento: Biologia Introdução O modelo tradicional de ensino é ainda amplamente utilizado por muitos educadores nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Segundo Carraher (1986), tal modelo de educação trata o conhecimento como um conjunto de informações que são transmitidas pelos professores e assim passada para os alunos, o que nem sempre resulta em aprendizado efetivo. Os alunos são apenas meros ouvintes e na maioria das vezes, os conteúdos passados pelos professores não são realmente absorvidos e compreendidos por eles, são apenas decorados por um curto período de tempo e, geralmente, esquecidos em poucas semanas, comprovando dessa maneira a não ocorrência de um verdadeiro aprendizado. Entretanto, ultimamente é aplicado um modelo alternativo, denominado modelo do desenvolvimento cognitivo, que é baseado na teoria de Jean Piaget, no qual os educadores levantam questões reais para que os alunos busquem as soluções e sejam mais participativos dentro da sala de aula. Diante de novas informações, a mente humana tende ter um desequilíbrio, porém acontece consequente reestruturação, a fim de assimilar e atingir novo equilíbrio e garanta um aprendizado. Dessa forma, ensinar significa, pois, provocar o desequilíbrio no organismo (mente) do aluno para que ela, procurando o reequilíbrio se reestruture cognitivamente e aprenda (MOREIRA, 1999). Nos dias atuais, outras estratégias de ensino estão sendo trabalhadas para alcançar resultados semelhantes ao do modelo cognitivo, na qual o "aprender a pensar" assume maior importância que o simples "decorar informações". Assim propõe-se ao ensino das ciências a substituição ou complementação das aulas expositivas, e da grande maioria dos livros didáticos, por atividades experimentais, cujo, os alunos possam atuar ativamente e deixam de serem apenas ouvintes (MOREIRA, 1999). A prática de aulas experimentais pode funcionar como um contraponto das aulas teóricas do ensino, como um poderoso catalisador no processo de adquirir novos conhecimentos, pois o desenvolvimento de experiências facilita a fixação XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 1 do conteúdo a ela relacionado e pode ser confirmada na prática a verdade daquilo que lhes foi ensinado, fazendo assim, com que o aluno possa compreender e absorver melhor o conteúdo (CAPELETTO, 1992). O Objetivo desta atividade foi propiciar aos alunos reconhecer cada estagio do desenvolvimento embrionário, estudar as formas e as relações de tamanho entre o zigoto e os macrômeros e micrômeros a partir da construção de modelos dos estágios das segmentações de um zigoto até o estágio de mórula contribuindo no entendimento sobre o assunto. Figura 2: Imagem do roteiro para elaboração da produção de material referente segmentação meroblástica desigual pelos alunos do 2° ano do Ensino Fundamental. (Ser Protagonista pag 255.SM Edições, ,SANTOS.F.S et al, 2010). Metodologia Essa atividade foi realizada na escola “Aristeu Aguiar”, localizada na cidade de Alegre-ES, em que em os alunos do 2° ano de ensino médio foram divididos em grupos, dentro do laboratório. Os materiais necessários para essa atividade foram massa de biscuit para modelar, anilina, espátulas plásticas pequenas, para esculpir massa de modelar, cartolina ou isopor, caneta hidrográfica e palito de dente. Para a massa de biscuit foram necessárias 2 xícaras de amido de milho, 1 xícara de cola branca, 1 colher de óleo de cozinha e uma colher de creme para as mãos. Os alunos foram divididos em quatro grupos: dois fizeram modelos da segmentação subigual e dois fizeram modelos da segmentação desigual. Em seguida foi distribuído roteiro para o cada grupo. Os grupos observaram atentamente as imagens do roteiro (Figs. 1, 2, 3 e 4) e em seguida identificaram, com base no texto, as fases da segmentação. Figura 1: Imagem do roteiro para elaboração da produção de material referente a segmentação hoblastica igual pelos alunos do 2° ano do Ensino Fundamental (Ser Protagonista pag 255.SM Edições,SANTOS.F.S et al, 2010). Figura 3: Imagem do roteiro para elaboração da produção de material referente segmentação holoblástica desigual pelos alunos do 2° ano do Ensino Fundamental. (Ser Protagonista pag 255.SM Edições, ,SANTOS.F.S et al, 2010). Figura 4: Imagem do roteiro para elaboração da produção de material referente segmentação meroblástica superficial pelos alunos do 2° ano do Ensino Fundamental. (Ser Protagonista pag 255.SM Edições, ,SANTOS.F.S et al, 2010). Após a observação, os grupos produziram a massa de biscuit, misturando todo material necessário para a confecção da massa. Usando a massa de biscuit e anilina, modelaram cada um dos estágios representados nas imagens do roteiro. Após a produção dispuseram os modelos sobre a cartolina branca, XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 2 escrevendo ao lado de cada um o número da clivagem que originou o estágio representado. Os trabalhos, ao serem produzidos, foram expostos, onde os alunos compararam os trabalhos dos grupos para verificar as diferenças entre os dois tipos de segmentação. Resultado Com a atividade proposta, verificou-se que os alunos assimilaram de forma prazerosa o conteúdo de embriologia, diferenciando e reconhecendo os estágios de segmentação, além de demonstrarem maior interesse e atenção durante a aula. Ao expor todos os modelos realizados, os alunos perceberam e visualizaram as diferenças de cada segmentação tais como tamanho, formas tipos de segmentação relacionados com cada tipo de ovo, oligolécito, telolécito, heterolécito e centrolécito conforme Figura 5 e 6. A B Figuras 5: Esquemas realizados pelos alunos do 2° ano do Ensino Médio da Escola “Aristeu Aguiar” referente a segmentação em ovos oligolécitos (A) e centrolecitos (B) respectivamente. mais do que mero conhecimento de fatos, interagindo com as suas próprias dúvidas, chegando a conclusões e à aplicação dos conhecimentos por eles obtidos. No ensino de Biologia a experimentação é de suma importância e praticamente inquestionável (MOREIRA, 2003), na qual possibilita aos alunos interação e melhor entendimento do conteúdo. Desta forma, a experimentação é excelente para o contato direto com material biológico e fenômenos naturais, incentivando o envolvimento, a participação e o trabalho em equipe (LEPIENSKI,2004; et al). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) “...é uma aprendizagem, muitas vezes lúdica, marcada pela interação direta com os fenômenos, os fatos e as coisas” (BRASIL, 2000). O mesmo afirma que aprender Biologia, na escola básica permite ampliar o entendimento sobre o mundo vivo e, especialmente, contribui para que seja percebida a singularidade da vida humana relativamente aos demais seres vivos, em função de sua incomparável capacidade de intervenção no meio (BRASIL, 2000). Os resultados obtidos corroboram com Carvalho (2010), Lepienski (2004) constatou-se na elaboração da produção dos modelos participação efetiva dos alunos e participação ativa do próprio aprendizado ao produzir tais modelos embrionários, onde demonstraram maior interesse e participação na aula ministrada. Com essa prática, os alunos obtiveram como produto, maior assimilação e fixação do conteúdo, onde observaram, com os modelos produzidos, as principais diferenças entre os dois tipos de segmentação (igual e subigual) e o porquê delas acontecerem, compreendendo assim o conteúdo de desenvolvimento embrionário. Conclusão A B Figura 6: Esquema de segmentação do ovos heterolécitos (A) e esquema de tipos de ovos (B). Discussão As aulas experimentais são fundamentais, no ensino de biologia. Segundo Carvalho (2010), o objetivo da aplicação desta metodologia é melhorar o aprendizado do aluno, pois eles têm dificuldade em colocar na prática o conteúdo ensinado, consequentemente, a matéria não é bem assimilada. Afirma que atividades práticas proporcionam grandes espaços para que o aluno seja atuante, tornando-se agente do seu próprio aprendizado, descobrindo assim que aprender é Com essa aula experimental, os alunos, puderam ter maior percepção do assunto, na qual, absorveram de maneira prazerosa as diferentes segmentações, o que proporcionou melhor assimilação e fixação do conteúdo, onde analisaram os tipos de segmentação do ovo até a formação do embrião, participando com maior interesse e atuando ativamente no próprio processo de aprendizagem, deixando de ser apenas ouvintes, permitindo melhor compreensão do conteúdo. Agradecimento Agradecemos a Capes - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – pelo suporte financeiro. XVI Encontro Latino Americano de Iniciação Científica e XII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba 3 Referencias BRASIL. Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências Naturais. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. CAPELETTO, A. Biologia e Educação ambiental: Roteiros de trabalho. Editora Ática, 1992. p. 224. CARVALHO, U. L. R. A importância das aulas práticas de biologia no ensino médio. Disponível em: http://www.sigeventos.com.br/jepex/inscricao/resu mos/0001/r1395-1.pdf. Acesso em: 25 agos. 2012. GALIANZZI, M. C. A natureza pedagógica da experimentação: uma pesquisa na licenciatura em química, 2000. Disponível em: http://www.scientificcircle.com/pt/52550/naturezapedagogica-experimentacao-pesquisa-licenciatura. Acesso em 03 agost. 2012. LEPIENSKI, L.M.; PINHO, K.E.P. Recursos didáticos no ensino de Biologia e Ciências. 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