Diagonalização Operador linear Se T: V → V for uma transformação linear definida no espaço vectorial V, então T designa-se por operador linear. A representação matricial de um operador linear depende da base escolhida para essa representação. B = Q −1AQ onde A = [T ]β B = [T ]β' Problema Encontrar a forma mais simples para a representação matricial do operador linear T → matriz diagonal ÁLGEBRA Diagonalização - 1 Operador diagonalizável Questões • Será que existe uma base β na qual a representação de T seja uma matriz diagonal? • Se essa base existe, como pode ser calculada? Operador diagonalizável Um operador linear é diagonalizável se existe uma base β para V tal que [T]β é uma matriz diagonal ÁLGEBRA Diagonalização - 2 Valores e vectores próprios Teorema Um operador linear é diagonalizável se e só se existe uma base β = {x1, x2, ..., xn} e n escalares λ1, λ2, ... λn (não necessariamente distintos) tais que T(xj) = λjxj. Nestas condições λ1 0 " 0 0 λ " 0 2 [T]β = # % # # 0 " λ n 0 xj é um vector próprio associado ao valor próprio λj ÁLGEBRA Diagonalização - 3 Valores e vectores próprios Determinante de um operador linear é o determinante de [T]β, det([T]β), para qualquer base β. Teorema Um escalar λ é valor próprio de um operador linear T se e só se det(T - λI) = 0 (ou det([T]β - λI))= 0. O polinómio na variável t, det([T]β - tI), é designado polinómio característico do operador linear T. ÁLGEBRA Diagonalização - 4 Valores e vectores próprios Cálculo de valores próprios Os valores próprios são os zeros do polinómio característico f(t) = det(A - λI) = |A - λI|, onde A = [T]β . Teorema O polinómio característico de A = [T]β é um polinómio de grau n com coeficiente (-1)n no termo de maior grau. Corolário Seja A = [T]β uma matriz n×n e f(t) o seu polinómio característico. a) um escalar λ é valor próprio de A se e só se f(λ) = 0; b) A tem no máximo n valores próprios distintos. ÁLGEBRA Diagonalização - 5 Valores e vectores próprios Cálculo dos vectores próprios Conhecidos os valores próprios, λ1, λ2, ..., λn, o cálculo do vector próprio associado ao valor próprio λi faz-se substituindo λi na equação (A - λiI)[x]β = 0 e resolvendo-a em ordem a [x]β. Teorema O vector x ∈ V é vector próprio de T se e só se x ≠ O e x ∈ N(T - λiI) onde λi é um dos valores próprios do operador linear T. ÁLGEBRA Diagonalização - 6 Diagonalizabilidade Condição necessária e suficiente para que um operador seja diagonalizável Existência de uma base de vectores próprios Teorema Vectores próprios associados a valores próprios distintos são linearmente independentes. Corolário Se um operador definido num espaço de dimensão n tiver n valores próprios distintos, então o operador é diagonalizável. ÁLGEBRA Diagonalização - 7 Espaços próprios Espaço próprio de T Seja T um operador linear definido num espaço vectorial V e λ um valor próprio de T. Define-se espaço próprio de T associado ao valor próprio λ como Eλ = { x ∈ V: T(x) = λx } = N(T-λI) A dimensão de Eλ é chamada multiplicidade geométrica do valor próprio. A multiplicidade algébrica (m) do valor próprio λ é a respectiva multiplicidade como zero do polinómio característico. 1 ≤ dim(Eλ) ≤ m ÁLGEBRA Diagonalização - 8 Diagonalizabilidade Teorema Seja T um operador linear num espaço vectorial de dimensão finita cujo polinómio característico é factorizável. Sejam λ1, λ2, ..., λk os valores próprios distintos de T. Então (a) T é diagonalizável se e só se a multiplicidade algébrica de λi é igual a dim(Eλi) para todo o i: (b) Se T é diagonalizável e Si é uma base para Eλi para todo o i, então β = S1 ∪ S2 ∪ ... ∪ Sk é uma base para V constituída por vectores próprios de T. ÁLGEBRA Diagonalização - 9 Diagonalizabilidade Teste de diagonalizabilidade Seja T um operador linear definido em V (dimensão finita) T é diagonalizável se e só se: 1. O polinómio característico de T é factorizável; 2. A multiplicidade algébrica do valor próprio λi é igual a n - caract(T - λI) para cada valor próprio λ de T. ÁLGEBRA Diagonalização - 10 Subespaços invariantes Subespaços invariantes Seja T um operador linear definido em V. Um subespaço W de V é dito invariante sob T se T(W) ⊆ W, ou seja, se T(x) ∈ W para todo o x ∈ W. Subespaços invariantes sob T: • {O} • V • N(T) • R(T) • Eλ, para qualquer valor próprio λ ÁLGEBRA Diagonalização - 11 Subespaços invariantes Subespaços invariantes A existência de um subespaço invariante permite definir um novo operador cujo domínio é o subespaço. T: V → V, W for um subespaço invariante sob T TW: W → W , a restrição de T a W é um operador linear O operador TW herda algumas da propriedades do operador T que lhe dá origem. ÁLGEBRA Diagonalização - 12 Teorema de Cayley-Hamilton Teorema Seja T: V → V, um operador linear num espaço vectorial V de dimensão finita e seja f(t) o polinómio característico de T. Então f(T) = T0 (transformação zero), isto é, T satisfaz o seu polinómio característico. Este teorema permanece válido qualquer que seja a representação para T. ÁLGEBRA Diagonalização - 13