DIFICULDADES DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DA QUALIDADE EM PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS ALIMENTICIAS Alexandre Adriano Ferreira1, Renata Jerônymo Jorvino2, Rodrigo Arouca Santos3, Thais Ravazzi Pires Silva4. Orientador: Profº. Eng. Me. Sandro da Silva Pinto5. 1,2,3,4 Acadêmicos do Curso Pós-Graduação Lato Sensu em Qualidade e Produtividade Empresarial do Centro Universitário de Lins-Unilins, Lins-SP, Brasil. 5 Docente do Curso Pós-Graduação Lato Sensu em Qualidade e Produtividade Empresarial do Centro Universitário de Lins-Unilins, Lins-SP, Brasil. Resumo A alimentação da população, principalmente a partir de meados do século XX, está relacionada ao fenômeno da concentração demográfica nas áreas urbanas e ao distanciamento crescente entre as zonas produtoras de alimento e as consumidoras. Entre as alterações no estilo de vida, incluiuse o incremento considerável no número de refeições realizadas fora de casa e aumento da demanda por alimentos prontos ou préprontos. Nesse contexto, a proteção da saúde humana contra danos causados por alimentos contaminados por agentes químicos, físicos ou biológicos, ganha destaque. A segurança alimentar qualitativa pode ser entendida como a aquisição pelo consumidor de alimentos de boa qualidade, livres de contaminação de natureza química (resíduos de produtos), biológica (organismos patogênicos), físicas (vidros, pedras e outros), ou de outras substâncias que possa ocasionar problemas à saúde. A aplicação das Boas Práticas de Fabricação (BPF) é de primordial importância, tendo em vista que se apresenta como um subsídio do sistema de garantia a qualidade, que versa em instituir normas que padronizem e determinem processos e metodologias que regulamentam todas as atividades de fabricação de um produto e/ou cumprimento de um serviço. Portanto, este artigo tem por objetivo através da revisão bibliográfica, mostrar a importância da qualidade dos serviços de alimentação nas MPE. Palavras chaves: Administração, Qualidade, Micro e Pequenas Empresas Alimentícias. 1 Introdução As enfermidades alimentares, que antigamente representavam um número reduzido de casos, geralmente limitados ao âmbito familiar, saíram dos limites domiciliares para atingir um número maior de indivíduos. A qualidade higiênico-sanitária como fator de segurança alimentar tem sido vastamente analisada e discutida, uma vez que as doenças conduzidas por alimentos são um dos fundamentais fatores que cooperam para os índices de morbidade nos países da América Latina e do Caribe. De acordo com o Comitê World Health Organization / Food and Agriculture Organization admite que doenças oriundas de alimentos contaminados são, provavelmente, o maior problema de saúde no mundo contemporâneo. As principais causas são consequências do reaquecimento e refrigeração inadequados e da preparação com muita antecedência, aumentando o tempo de espera para consumo. (AKUTSU et al., 2005). Para afiançar que sejam preparados de modo a garantir a segurança do consumidor devem ser tomadas medidas de prevenção e controle em todas as fases da cadeia produtiva. Por razões pautadas com a amostragem, metodologia e distribuição de microrganismos, a análise microbiológica, por si só, não avaliza a segurança de um produto final analisado. Este aspecto é garantido pela implementação de medidas preventivas, tais como o cumprimento de Boas Práticas para Serviços de Alimentação e a aplicação do Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), constituindo as análises microbiológicas uma parte do sistema. O número de pessoas que buscam uma alimentação mais saudável e equilibrada aumenta a cada dia. Uma maior ingestão de frutas, verduras e legumes vem substituindo os elevados teores calóricos de dietas ricas em carboidratos e gorduras. Essa preocupação com a saúde se deve à estreita relação entre alimentação e doenças crônicas. É preocupante que apesar de toda a evolução observada nas várias fases das cadeias produtivas dos diversos alimentos, existe uma tendência de aumento de doenças transmitidas pelos alimentos, que sejam causadas por contaminação proveniente do local de produção, ou na fase de processamento, comercialização, manipulação do consumidor, entre outras. Um problema enfrentado pelas empresas de menor porte é a carência de informação, ou também, a não adesão às novas tendências. Nas empresas alimentícias isso pode acontecer em razão dos seus diretores não reconhecerem as necessidades ou não alcançarem, de forma administrativa, conservar sistemas, que desencadeariam modificações, de forma a aperfeiçoar a qualidade e a segurança dos produtos para o consumidor. Nesse contexto, o este artigo tem por objetivo através da revisão bibliográfica, mostrar a importância da qualidade dos serviços de alimentação nas MPE. Informações produzidas através dos dados coletados no presente estudo buscam esclarecer que a implantação dos Sistemas de gestão de segurança seria lucrativa saída para estes problemas. Contudo, a deficiência desta visão para a qualidade pode contribuir na taxa de mortalidade das empresas, sobretudo das Micro e Pequenas Empresas (MPE). 2.1.1 A importância da Micro e Pequena Empresa na economia brasileira e O papel das micro e das pequenas empresas na economia brasileira é muito significativo, em função do número de pessoas envolvidas nestas organizações como também pela representatividade percentual delas em relação ao total de empresas existentes. Em pesquisa realizada por Ramiro; Carvalho (2002), foi constatado que o povo brasileiro é um dos maiores empreendedores do mundo, pois 25% das pessoas economicamente ativas são donos de empresas, representando um total de 18 milhões de pessoas. Já nas ultimas décadas, o crescimento do número de micro e pequenas empresas no Brasil, segue em um ritmo bastante acentuado. Segundo o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2008), no período de 1990 a 1999 foram constituídas no Brasil 4,9 milhões de empresas, das quais 2,7 milhões eram micro e pequena empresas, representando 55% do total. Nos anos de 2003, 2004 e 2005, foram constituídas 486.616 micro e pequenas empresas no Brasil. Zavislak (2004, p. 185) afirma que: Desde a abertura da economia, processos de decisão estratégica cada vez mais delicados e complexos passaram a ser vividos pelas empresas nacionais, e em especial pelas Micro e Pequenas Empresas. Deste modo, a cooperação entre Micro e Pequenas Empresas, seja por meio de franquias, fortalecimento de cadeias produtivas, alianças estratégicas ou fusões, parece ser a estrutura concreta, adequada. Num país dominado por Micro e Pequenas Empresas que tem um baixo nível de competência tecnológica, a construção de verdadeiras redes de empresas é uma alternativa concreta de crescimento, saindo do foco por que cooperar, para atingir o foco como cooperar (ZAVISLAK, 2004, p. 185). 2 Desenvolvimento 2.1 A Micro e Pequena Empresa Esta situação, segundo Zavislak (2004), permitirá que haja real geração de novos valores e verdadeiro ganho competitivo. Entretanto, segundo Tafner (1995) se existe um consenso de que as micro e pequenas empresas são importantes para a economia dos países, que precisam de uma legislação diferenciada e que funcionam como elemento estabilizador da economia, de outra parte não existe um critério único aceito nacional ou internacionalmente para a classificação do porte das empresas. Tafner (1995) observa que entre diferentes países existem regras não iguais ou mesmo pouco semelhantes, e mesmo dentro do Brasil, dependendo do órgão governamental ou da sociedade civil, também existem critérios muito diferentes para classificar as organizações em função do seu porte. Os critérios diferentes entre países são fruto de diferenças nas estruturas produtivas, nos padrões de integração, e na inserção social de cada programa de apoio. Cada país tem suas próprias razões para apoiar os pequenos, e por isso, seus próprios critérios, conforme Tafner (2005). Segundo Tafner (1995), no Brasil, cada agente define seus critérios específicos, buscando melhor ajustar o seu público-alvo a seus programas de apoio. Para o melhor entendimento, é importante apresentar uma forma reconhecida de classificação do porte das empresas, e os critérios para se considerar uma empresa como de pequeno porte ou micro empresa. interpretativas e algumas aplicações subjetivas, ao invés de variáveis numéricas. Algumas mais comuns consideram alguns itens como: não possuem administração especializada; usam trabalho próprio ou dos familiares; não pertencem a grupos financeiros; não tem produção em escala; são organizações rudimentares; apresentam menor complexidade do equipamento; campos de treinamento de mão de obra especializada e de formação do empresário; c) Mistos - envolvem os dois anteriores de forma mesclada. Os métodos quantitativos classificam as empresas basicamente através de duas formas. Uma delas é o modelo utilizado pelo Sebrae e outra pela legislação tributária do país. A Tabela 1 mostra o critério de classificação das empresas, utilizado pelo Sebrae, em função do número de funcionários. Tabela 1: Classificação do porte das empresas segundo o número de funcionários Porte/Setores Indústria Micro Até 19 Pequena Até 99 Média Até 499 Grande Acima de 500 Fonte: Sebrae (2008) Comércio/Serviços Até 9 Até 499 Até 199 Acima de 200 2.1.2 Classificação do porte das empresas As empresas podem ser classificadas como micro, pequenas, médias e grandes empresas através de diversos critérios, que podem ser basicamente divididos em três grupos, segundo Tafner (1995): a) Quantitativos - algumas variáveis numéricas são utilizadas para caracterizar as empresas. Algumas destas variáveis são o número de funcionários; a receita ou o faturamento anual; o patrimônio líquido; capital social; ativo imobilizado; valor do passivo; b) Qualitativos - são análises ambientais ou organizacionais A pesquisa à legislação tributária do país remete ao Estatuto da Micro e Pequena Empresa, de 1999, que é adotado para conceituar micro e pequena empresa através da receita bruta anual, cujos valores foram atualizados pelo Decreto nº 5.028/2004, de 31 de março de 2004, e que são os seguintes: a) Microempresa - receita bruta anual igual ou inferior a R$ 433.755,14 (quatrocentos e trinta e três mil, setecentos e cinquenta e cinco reais e quatorze centavos); b) Empresa de Pequeno Porte receita bruta anual superior a R$ 433.755,14 e igual ou inferior a R$ 2.133.222,00 (dois milhões, cento e trinta e três mil, duzentos e vinte e dois reais) (BRASIL, 2004). Estes critérios são adotados em vários programas de apoio às Micro e Pequenas Empresas do governo federal. De outra parte, deve-se ressaltar também a existência do regime simplificado de tributação - simples, e do super simples que são leis de cunho estritamente tributário e que adotam critérios diferentes para enquadrar micro e pequena empresa. Os limites, conforme disposto na Medida Provisória 275/05 e na lei complementar 123 de 15 de dezembro de 2006, são: a) Microempresa - receita bruta anual igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais); b) Empresa de Pequeno Porte receita bruta anual superior a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais). Como resultado da complexidade da legislação tributária brasileira, cada estado brasileiro possui diversos conceitos e critérios para classificar as micro e pequenas empresas, de acordo com a sua situação econômica e fiscal própria. A classificação de pequeno negócio é meramente uma consideração financeira, contábil, uma forma de definição, pois na verdade os pequenos negócios são grandes geradores de empregos no Brasil (BOHN, 2006). Do total de estabelecimentos comerciais e industriais do país, as micro e pequenas empresas representam 99,3%. No conjunto, empregam cerca de 8,5 milhões de um total de 23,7 milhões de trabalhadores registrados, tanto na iniciativa privada como em estatais (RAMIRO; CARVALHO, 2002). Cunha (2002), afirma que de acordo com os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), que reúne o total de empresas formais no Brasil, de 1995 a 2000, as empresas de 100 ou mais funcionários criaram apenas 88100 empregos. Neste mesmo período, as empresas de até 99 funcionários, consideradas pequenas, criaram 1,9 milhão de empregos. No campo de alimentos, as MPE’s representam um número significativo no Brasil, somando 98,4 % do total de indústrias formais. Entretanto, são notados valores inquietantes nas taxas de mortalidade. A implantação de sistemas que procurem valorar segurança e garantia da qualidade é de imensa valia para as MPE’s deste setor, instituindo um diferencial de caráter prático em relação às empresas concorrentes. Proporcionar um produto de qualidade e com segurança sanitária ao consumidor é fundamental para maior presença das empresas, por um longo tempo. Programas como Boas Práticas de Fabricação são características que personalizam as MPE’s, 2.2 Segurança alimentar 2.2.1 Sistemas de Gestão da Qualidade A evolução dos sistemas de gestão da qualidade que deu origem às normas ISO 9000 foi o resultado da evolução de normas instituídas especialmente na área militar. Normas surgiram na década de 50 devido às preocupações com os aspectos de segurança das instalações nucleares e confiabilidade de artefatos militares. O objetivo das normas era garantir a qualidade dos produtos adquiridos através do estabelecimento de requisitos para o sistema da qualidade dos fornecedores em complemento aos requisitos dos produtos. Para tal, foram identificados os processos dos fornecedores que mais influenciavam a qualidade dos produtos adquiridos e estabelecidas exigências mínimas para a condução dessas atividades, sem, no entanto, definir a forma de atendê-las. No ano de 1987, as normas ISO 9000 são aprovadas e publicadas. A ISO 9000 foi baseada na última versão da Norma BS 5750, sendo aceita rapidamente como um padrão mundial para Sistemas da Qualidade. No Brasil, as normas foram traduzidas pela Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT) e rapidamente alcançaram um grande destaque devido a alguns fatores, como o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade (PBQP), e às exigências de empresas estatais e governamentais pela certificação (PAULA, 2004). Para melhor refletir as novas abordagens de gestão da qualidade e aperfeiçoar as práticas organizacionais, a versão de 1994 sofreu uma revisão em 2000. Com a revisão, o sistema normativo adotado pela ISO pressupõe a atualização periódica das normas, principalmente por se tratar de uma norma não técnica, que envolve questões de gestão organizacional em contínuo processo de mudança. Assim, no dia 15 de dezembro de 2000, foi publicada a nova revisão da série ISO 9000 (ISO, 2008). Com a versão 2000 da série ISO 9000, o foco, que antes estava em assegurar a qualidade do produto, incluiu a necessidade de demonstrar sua capacidade de atingir a satisfação do cliente, com a aplicação da melhoria contínua de seus processos e da prevenção de não conformidades. Em vez de um sistema de garantia da qualidade, a norma passa a ser caracterizada como um sistema de gestão da qualidade. O sistema da qualidade estabelecido pela ISO 9001:2000 se destina às empresas interessadas em implementar um sistema de gestão da qualidade. A implantação dos sistemas de qualidade pode ser motivada por fatores externos, como a exigência do cliente, ou por fatores internos, como a necessidade da própria organização em melhorar as operações internas da empresa (BHUIYAN; ALAM, 2004). Uma característica importante do sistema ISO 9001:2000 é que ele é genérico, o que significa que a mesma norma pode ser aplicada a todo tipo de organização, grande ou pequena, seja qual for seu produto ou serviço, em qualquer setor de atividade, e seja qual for seu meio de negócios (NBR ISO, 2000). A serie ISO 9000:2000 é composta por quatro normas primárias, sendo que a ISO 9001:2000 refere-se ao Sistema de Gestão de Qualidade – requisitos. A ISO 9000:2000 estabelece oito princípios de gestão que são fundamentais para a implementação dos requisitos de gestão da qualidade estabelecidos pela norma. Esses princípios são fundamentais para a obtenção de um entendimento global e são relacionados entre eles. Um melhor entendimento sobre estes princípios está detalhado a seguir. a) Foco no cliente - para que a organização obtenha êxito, é preciso que atenda às necessidades e à expectativa dos seus clientes. Assim, a norma estabelece a necessidade de ter processos para identificar os requisitos dos clientes e medir sua satisfação; b) Liderança - a alta direção deve estabelecer as metas e diretrizes organizacionais e o comprometimento com a qualidade. Ela deve realizar a avaliação de desempenho para uma melhoria contínua com foco no cliente, fornecendo recursos necessários para implementar e melhorar os processos; c) Envolvimento das pessoas - o envolvimento das pessoas é um dos principais fatores de sucesso para a implementação dos sistemas de qualidade. As pessoas devem ter consciência da importância do seu trabalho para o alcance dos objetivos organizacionais e de qualidade; d) Abordagem por processos - os processos podem ser definidos como uma sequência de atividades pré-definidas executadas para atingir uma saída pré-estabelecida (TALWAR, 1993). Os processos de uma organização são definidos de forma mais genérica como processos de negócio, que consistem em um grupo de atividades logicamente relacionadas que utilizam os recursos de uma organização para prover os resultados esperados por ela. Nesse caso, os processos devem estar direcionados a atingir os objetivos de qualidade e, consequentemente, as necessidades dos consumidores; e) Visão sistêmica - um sistema pode ser definido como um conjunto de elementos que estão relacionados ou que interagem entre si. A ISO 9000 usa essa conceituação para definir um sistema de gestão da qualidade como sendo um conjunto de atividades interrelacionadas e que interagem entre si para gerenciar a qualidade; f) Melhoria contínua - a empresa deve utilizar as informações dos sistemas de qualidade para melhorar seus processos. Para isso, é importante aplicar o conceito anterior da gestão dos processos, visando racionalizar a realização das atividades, especialmente as que interfiram no atendimento aos requisitos, e também sua padronização; g) Decisão baseada em fatos - para tomar uma decisão eficaz, é necessário se basear na análise de dados e informações. Para isso, devem-se analisar as informações decorrentes do diagnóstico da situação atual, os indicadores de desempenho, as auditorias ou outro meio que possibilite uma avaliação objetiva baseada na realidade, isenta de opiniões não fundamentadas por dados e fatos; h) Benefícios mútuos na relação com o fornecedor (relação ganhaganha) - a qualidade e o desempenho de uma empresa dependem da qualidade dos produtos ou serviços de seus fornecedores e do desempenho no fornecimento desses produtos ou serviços. Manual da Qualidade, pelos procedimentos documentados, pelas instruções de trabalho e pelos registros da qualidade. Fonte: Mello et al. (2002) Figura 1: Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade A abrangência da documentação do sistema da qualidade pode variar de uma organização para outra, dependendo de fatores como tamanho, setor de atuação, complexidade dos processos e necessidade de orientações documentadas em função do grau de capacitação dos recursos humanos. De um modo geral, a documentação do sistema da qualidade deve incluir a política e os objetivos da qualidade, o manual da qualidade, os procedimentos requeridos pela ISO 9001:2000, os registros e outros documentos que se façam necessários à organização do sistema. A Figura 2 ilustra a hierarquia e a quantidade de documentos do sistema da qualidade. 2.2.2 Requisitos Entre os itens 4 e 8 da norma ISO 9001:2000, são especificados os requisitos do sistema de Gestão da Qualidade constantes na ISO 2000, como resumido na Figura 1, numa adaptação de Mello et al. (2002). O tópico 4 da norma ISO 9001:2000 define as diretrizes gerais e os requisitos de documentação da norma, que se compõe pelo Fonte: Carpinetti; Miguel; Gerolamo (2007) Figura 2: Tipos e hierarquia de documentos do sistema da qualidade O manual da qualidade é o documento mais importante e mais abrangente, pois apresenta o sistema de gestão da qualidade da organização. Abaixo dele, estão os procedimentos da qualidade, que descrevem as atividades de gestão da qualidade para as diferentes áreas e/ou processos da organização. Esses procedimentos são complementados pelas instruções de trabalho e documentos específicos, que detalham, sempre que necessário, os procedimentos para a gestão da qualidade em atividades específicas. O tópico 5 versa sobre a responsabilidade da direção da organização, a qual deve fornecer evidências de comprometimento com os princípios de gestão da qualidade. Nesse item, estabelece-se que a direção da organização deve: a) Criar uma cultura de foco no cliente, atendendo às suas necessidades; b) Estabelecer e implementar uma política da qualidade da organização; c) Estabelecer ou criar condições para que sejam estabelecidos objetivos para a gestão da qualidade; d) Analisar criticamente o sistema da qualidade para a melhoria contínua de sua gestão; e, finalmente, e) Fornecer os recursos necessários para a gestão da qualidade. No tópico 6, é previsto que a implementação, a manutenção e a melhoria de um sistema de gestão da qualidade dependem de recursos humanos e materiais e, portanto, precisam do comprometimento da alta direção para prover os recursos necessários. A gestão dos recursos humanos é base essencial para que o sistema de gestão da qualidade tenha êxito. A ISO 9001:2000 valoriza a capacitação e a conscientização das pessoas envolvidas com a gestão da qualidade na organização. No item 6.3, a norma faz referência aos recursos de infraestrutura. Nesse tópico, a ISO 9001 estabelece que a organização deve determinar, prover e manter a infraestrutura necessária para o atendimento dos requisitos dos clientes, incluindo três classes de recursos: edifícios e espaços de trabalho; equipamentos, materiais e softwares; e, serviços de apoio, como transporte e logística. O tópico 7 da ISO 9001:2000, realização de produto, compreende as atividades de gestão da qualidade na cadeia interna de realização do produto, estabelecida para garantir o atendimento dos requisitos dos clientes. Esse requisito é desdobrado em seis sub-requisitos: planejamento da realização do produto; relacionamento com o cliente; projeto e desenvolvimento; aquisição; produção; controle de dispositivos de medição. Para assegurar que a análise crítica seja feita, a ISO estabelece que sejam mantidos registros dos resultados da análise crítica e das ações resultantes dessa análise. Além disso, quando o cliente não fornecer uma declaração documentada dos requisitos, a organização deve confirmar os requisitos do cliente antes da aceitação. Finalmente, quando os requisitos de produto forem alterados, a organização deve assegurar que os documentos pertinentes sejam complementados e que o pessoal pertinente seja alertado sobre os requisitos alterados. No item 7.3, está descrito o tópico “projeto e desenvolvimento”. A ISO 9000:2000 define projeto e desenvolvimento como “um conjunto de processos que transformam requisitos em características especificadas ou na especificação de um produto, processo ou sistema” (ABNT, 2000). Em função das características existentes entre as organizações, é possível que a empresa não desenvolva ou desenvolva parcialmente a atividade de projeto e desenvolvimento. Nesses casos, esse requisito é justificadamente excluído ou parcialmente excluído do sistema da qualidade da organização. Por fim, o item 8 da norma refere-se à melhoria contínua, à ação corretiva e à ação preventiva, ou seja, estabelece que a empresa deve medir os resultados em termos de satisfação do cliente, em conformidade com o sistema, com o produto e com os processos, analisando criticamente os dados coletados para promover ações de melhoria contínua, corretivas e preventivas. Esse requisito divide-se em: monitoramento e medição; controle de produtos não conformes; análise de dados; e melhoria. 2.2.3 Segurança do alimento X segurança alimentar Ainda hoje o termo segurança do alimento poderá ser encontrado na literatura como sinônimo de segurança alimentar, principalmente quando proveniente de autores localizados nos centros brasileiros mais especializados nas questões tecnológicas dos alimentos e alimentação, e, neste caso, ambos identificados, sem distinção, nas discussões de processos, técnicas e fatores que interferem na inocuidade dos alimentos. Outra forma de abordagem largamente utilizada, apesar da distinção bem elaborada para os dois conceitos partindo dos termos em inglês food safety e food security no qual definem o primeiro como segurança do alimento entendida como a oferta de alimentos isentos de riscos a saúde do consumidor, e o segundo, segurança alimentar, como a garantia do abastecimento adequado de uma determinada população; também têm limitado o enfoque quando localizam na dimensão qualitativa a segurança do alimento, mas apenas quantitativa a segurança alimentar (SPERS, 2003; TALAMANI, PEDROZO; SILVA, 2005). Ou seja, para esses autores, a segurança alimentar ainda se apresenta relacionada à capacidade de um país em disponibilizar quantidade suficiente de alimentos, o que é uma visão considerada superada para os dias atuais. Como evidenciado por Maluf; Menezes (2001) e Silva; Amaral (2004), o termo segurança alimentar teve sua origem ao final da Primeira Guerra Mundial (1914-18), como consequência da identificação da possibilidade de dominação de um país por outro, caso se obtivesse o controle do fornecimento de alimentos. A questão alimentar assumia assim, a conotação de segurança nacional e nesse sentido, apontava para a exigência de formação de estoques estratégicos de alimentos de maneira que os países se tornassem menos vulneráveis em situações de restrições à comercialização / abastecimento. Estabelece-se então uma vinculação entre a questão alimentar e a capacidade de produção. Essa idéia de segurança alimentar relacionada à visão quantitativa, ou seja, centrada na disponibilidade segura e adequada do alimento (em temos de produção, armazenamento e oferta) permaneceu até o fim da década de setenta em detrimento da idéia do direito humano ao alimento. A década de setenta, portanto, constituiu-se um marco na reafirmação desse enfoque, mas também propiciou uma base para a incorporação de novos elementos à discussão para sua superação. Nesta década, o impacto da constatação da escassez de alimentos em várias partes do mundo fez validar a segurança alimentar vinculada à disponibilidade de alimentos e à capacidade de produção agrícola, o que dominou os debates da I Conferência de Mundial de Alimentação realizada pela FAO em 1974. E, nesse contexto, é que emerge a chamada Revolução Verde, a qual encontra espaço para o convencimento de que o problema da fome e da desnutrição poderia ser solucionado com um aumento significativo da produção de alimentos por meio de um modelo agrícola com emprego de insumos químicos (fertilizantes e agrotóxicos) (FAO, 2003). A questão é que mesmo com a recuperação da produção agrícola e pecuária já nos anos setenta, permaneceram os problemas relacionados ao acesso ao alimento atingindo gravemente centenas de milhares de pessoas em todo o mundo, fazendo com que os argumentos centrados na produção e disponibilidade de alimentos (visão puramente quantitativa) perdessem a força. Constatava-se que a problemática a ser enfrentada referia-se não mais a autosuficiência até então perseguida, mas no acesso aos alimentos. Verificava-se que a existência de alimentos não queria dizer necessariamente a garantia de uma ração alimentar para a população. É necessário entender que, embora a segurança do alimento seja um atributo da qualidade, sua emergência seja do ponto de vista da saúde humana ou dos aspectos econômicos relacionados, elevou-o a um status de especificidade de enfoque (nos espaços de pesquisa, produção, regulatórios entre outros). O que não quer dizer que a discussão da qualidade tenha sido diminuída em sua importância, ao contrário, foi exatamente a evolução das abordagens desse tema que conseguiu ajudar a dar respostas mais consistentes ao desafio de buscar resgatar a confiança do consumidor frente aos impactos cumulativos de crises em matéria de saúde relacionadas com os alimentos. No entanto, entende-se que a qualidade é um termo mais amplo, definido como uma reunião de requerimentos, atributos, conformidades, nos quais se incluem os atributos da segurança do alimento1, os relacionados à nutrição2, aos valores culturais3, entre outros. Portanto, qualidade geralmente é um termo utilizado de forma composta: qualidade do produto, qualidade nutricional, qualidade sensorial, qualidade do processo e outros (PROENÇA et al., 2005). Deve-se considerar que os aspectos relacionados à atributos de segurança em gêneros alimentícios podem ser difíceis de identificar, ou seja, as substâncias com potencial para acarretar perigo à saúde humana nem sempre são observadas externamente, como a presença de altas doses de pesticidas e aditivos, de microorganismos patogênicos, entre outras, que necessitam de testes de laboratório para serem detectadas. Além disso, ressalta-se a idéia de assimetria de informações no mercado, na qual o vendedor / produtor costuma deter mais informações sobre o produto que o consumidor / comprador; e, apresenta-se a necessidade de intervenção de agentes regulatórios e fiscalizadores que possam assegurar ao comprador / consumidor as condições sob as quais um determinado alimento foi produzido. Desta forma, as práticas dos processos produtivos no que se refere a segurança do alimento, estão sendo progressivamente auxiliadas por normas e programas que visam garantir padrões de 1 Drogas veterinárias, microorganismos patogênicos, resíduos de pesticidas e outros. 2 Teor de gorduras saturadas e insaturadas, teor de fibras, de vitaminas e outros. 3 Aparência, sabor, conveniência, porção e outros. segurança sanitária (TALAMANI et al., 2005; SPERS, 2003). Nesse sentido, observa-se a evolução da abordagem do controle de qualidade de produtos alimentares que veio se desenvolvendo ao longo do século XX e em cuja dinâmica resultou as metodologias atuais da segurança do alimento. Note-se que a detecção de problemas ou contaminações a partir de inspeções em produtos acabados, tipo aceita-rejeita, foi superada pela incorporação de análises durante todo o processo de fabricação, as quais passaram a permitir monitoramento e correções, quando necessárias, ao longo da linha de produção, de forma preventiva. E então, deslocou-se para a abordagem sistêmica, que defende o empenho e a cooperação de todas as etapas e agentes envolvidos no sistema agroindustrial como imprescindível para a obtenção de um alimento seguro ao término da cadeia agroalimentar. 2.2.4 Boas Práticas de Fabricação (BPF) Nas últimas décadas, a preocupação com a qualidade das refeições servidas ao consumidor, tem sido objeto de constante atenção por parte dos governos nacionais e internacionais, uma vez que, as DTA vêm aumentando independente de toda tecnologia existente (RÊGO et al., 2001). É de fundamental importância proceder à avaliação das condições microbiológicas nos estabelecimentos produtores de alimentos por meio de um monitoramento correto, com especificações ou recomendações apropriadas, determinando o nível de higiene, efetuando as correções necessárias e mantendo o processo sob controle (BENEVIDES; LOVATTI, 2004). Uma das formas para se atingir um alto padrão de qualidade dos alimentos é a implantação das BPF. Estas são compostas por um conjunto de princípios e regras para o correto manuseio de alimentos, que abrangem desde a recepção das matérias-primas até o produto final, o seu principal objetivo é garantir a integridade do alimento e a saúde do consumidor (NASCIMENTO; BARBOSA, 2007). Boas Práticas são definidas por Silva Junior (2001) como: Normas de procedimentos para atingir um determinado padrão de identidade e qualidade de um produto e/ou serviços na área de alimentos, cuja eficácia e efetividade deve ser avaliada através de inspeção e/ou investigação (SILVA JUNIOR, 2001, p. 2). A implantação desse sistema preconiza a aplicação de medidas corretivas e o envolvimento da equipe para seu êxito, exigindo a obediência de uma série de etapas que devem ser desenvolvidas e constantemente reavaliadas (LOVATTI, 2004). As BPF são obrigatórias pela legislação brasileira, para todas as indústrias e estabelecimentos de alimentos. De acordo com a Portaria nº. 326 do Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS/MS), as Boas Práticas de Fabricação são constituídas por critérios higênico-sanitários essenciais para manutenção do alimento em condições adequadas para o consumo humano. Essa mesma portaria exige para estabelecimentos produtores / indutrializadores de alimentos, o manual de BPF e sugere os Procedimentos Padrão de Higiene Operacional (PPHO) para que estes facilitem e padronizem a montagem do manual de BPF (BRASIL, 1997, apud RIBEIRO-FURTINI; ABREU, 2006). A mesma exigência é feita na Portaria nº. 368 (BRASIL, 1997) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo publicou a Portaria CVS-6 de 10/03/1999 (SÃO PAULO, 1999), com o regulamento de parâmetros e critérios para melhor orientar as ações da Vigilância Sanitária e as operações de controle para os estabelecimentos produtores e prestadores de serviços de alimentação (GERMANO; GERMANO, 2003). A legislação brasileira, segundo a Portaria nº. 1428/93 do Ministério da Saúde (BRASIL, 1993), apresenta um roteiro com algumas sugestões para a elaboração do manual, o qual serve como orientação tanto da inspeção sanitária como para consulta por parte dos colaboradores do estabelecimento produtor. Segundo essa legislação o manual deve conter: apresentação; definição; objetivos; campo de aplicação; denominações; responsabilidade técnica; requisitos legais para o funcionamento; clientela a ser atendida; fluxograma do processo de produção; aspectos administrativos e organizacionais; físicos e ambientais; recursos humanos; educativos; de funcionamento; higiene dos alimentos, dos manipuladores / colaboradores, procedimentos de limpeza e desinfecção; higiene dos equipamentos e utensílios; aspectos financeiros e controle integrado de pragas. A rotatividade, polivalência e a falta de assiduidade dos recursos humanos no setor de produção de refeições, também são considerados problemáticos, pois não permitem a evolução no processo de treinamentos e padronização, para adoção de inovações tecnológicas e de sistemas de qualidade. Essas questões são reforçadas pela falta de formação e qualificação profissional dos manipuladores de alimentos. Com relação a garantia da segurança dos alimentos há questões referentes à contratação, à manutenção e à carência de pessoal especializado no setor (PROENÇA, 1999). A Resolução RDC nº 216 (BRASIL, 2004) que dispõe do Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Serviços de Alimentação estabelece os requisitos de instalações, higienização, controle integrado de vetores, abastecimento de água, manejo dos resíduos, manipuladores, matérias-primas, ingredientes e embalagens, preparação, transporte e exposição ao consumo do alimento preparado e documentação e registro, também preconiza que todos os responsáveis pelas atividades de manipulação dos alimentos devem ser submetidos a curso de capacitação abordando, no mínimo os seguintes temas: contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos, manipulação higiênica dos alimentos e boas práticas. Esta resolução aplica-se em cantinas, bufês, comissárias, confeitarias, cozinhas industriais, institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisseries e congêneres. Uma das ferramentas utilizadas para se atingir as Boas Práticas, é a ficha de inspeção ou check-list para a área de alimentos. Esta nos permite fazer uma avaliação preliminar das condições higiênico sanitárias de um estabelecimento produtor de alimentos. Os requisitos avaliados são relativos a recursos humanos; condições ambientais; instalações, edificações e saneamento; equipamentos; sanitização; produção; embalagem e rotulagem; controle de qualidade e no mercado (SENAC, 2001). Esta avaliação inicial permite levantar itens não conformes e, a partir dos dados coletados, traçar ações corretivas para adequação de instalações, procedimentos e processos produtivos, buscando eliminar ou reduzir riscos físicos, químicos e biológicos, que possam comprometer os alimentos e a saúde do consumidor (GENTA; MAURICIO; MATIOLI, 2005). A ficha de inspeção de estabelecimentos na área de alimentos é determinada pela Resolução RDC nº 275 de 21 de outubro de 2002 (BRASIL, 2002) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), sendo aquela a fornecedora de todos os parâmetros a serem observados nos estabelecimentos produtores/ industrializadores de alimentos (NASCIMENTO; BARBOSA, 2007). 2.2.5 Manipuladores de alimentos Um alimento pode tornar-se de risco pela manipulação inadequada realizada pelo homem. Serviços de alimentação onde há pessoas despreparadas são os que apresentam dificuldades na conservação de alimentos, podendo defrontar com problemas relacionados à saúde do comensal (SILVEIRA et al., 2003). A presença de microrganismos patogênicos nas mãos de manipuladores de alimentos apresenta grande importância epidemiológica devido à possibilidade de transferência destes para o alimento que está sendo preparado. Quando este é inadequadamente conservado criam-se condições satisfatórias para a multiplicação de microrganismos, podendo se tornar uma fonte de intoxicação (SILVA; NETTO, 2003). A Resolução RDC nº. 216 (BRASIL, 2004) define manipuladores de alimentos como qualquer pessoa do serviço de alimentação que entra em contato direto ou indireto com o alimento. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os manipuladores são responsáveis direta ou indiretamente por até 26,0% dos surtos de enfermidades transmitidas por alimentos. Em várias pesquisas tem-se mostrado a relação existente entre manipulador e doenças bacterianas de origem alimentar. Podem ser manipuladores doentes, ou portadores assintomáticos, ou que apresentem hábitos inadequados de higiene pessoal, ou ainda que usem métodos antihigiênicos na preparação de alimentos. Mesmo os manipuladores sadios abrigam bactérias que podem contaminar os alimentos pela boca, nariz, garganta e trato intestinal (ANDRADE; SILVA; BRABES, 2003). Silva; Couto; Tórtora (2006) avaliaram a qualidade microbiológica das mãos e cavidades nasais de 32 manipuladores de alimentos em um restaurante localizado na cidade do Rio de Janeiro. Os resultados revelaram 25,0% de manipuladores com estafilococos nas mãos e/ou cavidades nasais e 12,5% com enterococcus nas mãos. A higienização frequente das mãos e de maneira correta somado a higiene pessoal adequada e sistemática é fundamental para a manutenção da qualidade dos alimentos (LOVATTI, 2004). A desqualificação da mão de obra utilizada nos restaurantes e similares colabora para o elevado risco à qualidade do alimento (BEVENIDES; LOVATTI, 2004). 2.2.6 Vigilância Sanitária de alimentos A higiene dos alimentos corresponde ao conjunto de medidas necessárias para garantir a segurança, salubridade e sanidade do alimento em todos os estágios do seu crescimento, produção ou manufatura até o consumo final. Deste contexto, os serviços de Vigilância Sanitária se apoiam para exercer suas atividades, visando minimizar os riscos das DTA na população (VALEJO et al., 2003). Desde os primórdios da organização social, observa-se a edição de leis destinadas a proteger as populações contra a adulteração e fraudes de alimentos, bem como reduzir o risco de contrair doenças que possam ser transmitidas pelos alimentos. Para implementar e fazer cumprir tais legislações, é reconhecido o poder de polícia do Estado, responsável pela manutenção da salubridade pública. No Brasil, a implementação da legislação de proteção à saúde, relacionada à segurança alimentar, é designada pela expressão “Vigilância Sanitária de Alimentos” (DALLARI, 2000). Cabe aos serviços de Vigilância Sanitária prevenir e minimizar os riscos de transmissão de doenças causadas pelo consumo de produtos alimentícios de má qualidade higiênico-sanitária (SOUZA; PELICIONI; PEREIRA, 2003). A inspeção ou fiscalização sanitária pode ser compreendida como a ação verificadora do cumprimento de uma norma de caráter sanitário, que se realiza mediante a inspeção do estabelecimento, das atividades desenvolvidas e do ambiente, ou seja, sobre os serviços e produtos, podendo ser de rotina, no atendimento de denúncia, na investigação epidemiológica de DTA, ou outro agravo à saúde e ainda para a liberação de documentos pertinentes á Vigilância Sanitária (TANCREDI; MORAES; MARIN, 2005). Germano; Germano (2003) definem Vigilância Sanitária como: Conjunto de medidas que visam a elaboração, a aplicação, o controle e a fiscalização, respeitada a legislação pertinente, de normas e padrões de interesse da saúde individual e coletiva, relativas ao ambiente, produtos, serviços e trabalho (GERMANO; GERMANO, 2003, p. 35). Além das atividades normatizadoras de controle e de fiscalização, cabe aos órgãos de vigilância, o papel de orientar o profissional que trabalha no preparo de alimentos quanto à pertinência e aplicabilidade das normas vigentes, por meio de programas educativos. Com o propósito de difundir a legislação, deve sensibilizar o profissional para a adoção de boas práticas operacionais e na manipulação, preparo e comércio de alimentos, visando produtos mais seguros (SOUZA; PELICIONI; PEREIRA, 2003). Rêgo et al. (2001) apresentaram propostas de um programa de BPF em unidades de alimentação e nutrição (UANs) produtoras de refeições coletivas, considerando como aspectos importantes para a implantação: a sensibilização, conscientização e comprometimento da direção com as mudanças, visto que esse tipo de programa exige quase sempre mudanças estruturais e comportamentais; capacitação do pessoal por meio de educação e treinamento em relação às DTA e BPF; a avaliação inicial do estabelecimento realizada por meio de auditorias e aplicação de check-list; implantação do programa; a avaliação por meio de: controle de pontos críticos de controle (PCC), auditorias técnicas em intervalos regulares, fiscalização pelo órgão sanitário competente e análises microbiológicas. Um dos maiores desafios das Vigilâncias Sanitárias, na sua atividade fiscalizadora no setor privado, é o da fiscalização mantendo um caráter educativo, direcionando ao cumprimento da legislação vigente relativa à condição higiênico-sanitária do estabelecimento. As dificuldades enfrentadas relacionam-se, segundo Soto et al. (2006), com: a) O desconhecimento da legislação para que possa ser cumprida; b) A frequente alegação, por parte do empresário, de que as exigências oneram seu orçamento, sem interferirem positivamente no negócio, quando não consideradas como prejuízos. 2.2.7 Método de melhoria e redução dos custos da qualidade em pequenas empresas Existem diversas maneiras para se implementar os requisitos exigidos pela norma ISO 9001:2000 de forma a incentivar a melhoria e a redução dos custos da qualidade. Para atender este objetivo, este artigo considera que a criação de um sistema simplificado de qualidade, tal como, o Comitê Técnico TC 176 apresenta um método de implementação em pequenas empresas, que afirmam não ser o único e nem o melhor. Esse possui três estágios: desenvolvimento, implementação e manutenção, desdobrados em oito passos. Na fase de desenvolvimento a proposta é seguir os seguintes passos: a) Considerar qual a principal atividade de negócio da empresa e b) Listas as atividades do negócio. A segunda fase, a implementação, envolve os seguintes passos: a) Envolver as pessoas fazendo com que elas descrevam as atividades de trabalho; b) Organizar essas atividades de acordo com a relevância para as atividades de negócio da empresa; c) Fazer uma relação entre a norma e a lista de atividades do negócio da empresa; d) Aplicar a norma e o sistema de gestão da qualidade; e) Manter o sistema de qualidade simples, funcional e relevante para as operações da empresa. Por fim, a fase de manutenção envolve: a) Levar em consideração o feedback com as informação do sistema de gestão da qualidade para transformá-las em idéias e ações de melhoria; b) Monitorar e medir as mudanças e assim conhecer o que a empresa ganhou (ISO, 2004). Aldowaisan; Youssef (2004) propõem uma estrutura para implementação de um sistema de gestão da qualidade ISO 9001:2000 em pequenas empresas, baseada na abordagem incremental (Figura 3). Estes são constituídos de três fases. Na primeira fase, o objetivo é o desenvolvimento de um SGQ de um único processo de realização do produto a partir da identificação de um produto/processo chave. Para esta identificação recomenda-se que a documentação tenha a forma de um mapa de processo. A próxima fase, chamada de Sistema de Gestão da Qualidade Básico objetiva desenvolver de forma completa os processos do sistema de gestão da qualidade ISO 9001, ou seja, documentos de controle, manutenção de registros, ações corretivas e preventivas, controle de não conformidades de produto e auditoria interna. Também, ressalta-se que esta fase deve ser implementada, somente se existir um benefício potencial em fazê-lo. Por fim, é proposta a fase de um Sistema de Gestão da Qualidade de múltiplos processos, onde o gestor pode optar por implementá-la após ter concluído a fase de implantação do SGQ único ou do SGQ Básico. O objetivo desta fase é a inclusão de mais processos de realização do produto e gestão de processos. Recomenda-se que a empresa busque a certificação somente se for economicamente viável. SGQ SGQ SGQ Único Processo Básico Múltiplos processos Identificar processos curtos de realização do produto Projetar requisitos dos processos do Sistema Melhoria e produto Identificar curtos processos de realização do produto Melhoria e Projeto Automatizar Implementar Manter e Melhorar Fonte: Adaptado de Aldowaisan; Youssef (2004) Figura 3: Abordagem incremental implementação da ISO 9001 para A implantação do sistema, ou seja, colocar os procedimentos em prática. Nessa etapa de implantação, as seguintes atividades devem ser desenvolvidas: a) Treinamento nos procedimentos e instruções de trabalho; b) Implantação dos procedimentos e instruções; c) Revisão dos procedimentos, instruções e documentos; d) Treinamento de auditores internos; e) Auditoria interna; f) Análise de auditorias e definição de planos de ações. Acompanhamento de ações de melhoria (análise crítica). Com a implantação do Sistema de Gestão da Qualidade, algumas empresas podem optar pela realização de uma auditoria e certificação de terceira parte, que é realizada por um organismo independente. Conforme comentado anteriormente, isso ocorre principalmente quando o cliente exige o certificado como uma comprovação do nível de organização e controle dos processos mantido pelo fornecedor. No caso de auditoria com o objetivo de certificação, essa é realizada por Organismos Certificadores credenciados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). A auditoria de certificação com base na ISO 9001 é composta basicamente por duas etapas: Análise da documentação (manuais e procedimentos elaborados pela empresa); Verificação in loco (processos implantados). 2.2.8 Principais dificuldades implantar SGQ as MPE’s para No momento de implantar a SGQ as MPE’s irão encontrar problemas que dificultarão esta etapa. Os problemas e dificuldades mais evidentes podem ser: a) Ausência de informações e de um profissional técnico qualificado para realizar as tarefas do controle de qualidade e do processamento, uma vez que, a maioria destes colaboradores não é da área alimentícia e nem receberam treinamento específico; b) Desconhecimento sobre as leis e normas alimentícias e que muitos eles não vêem motivos para utilizar; c) Dificuldade de cursos de treinamento e capacitação para os colaboradores, na região em que estão alocadas as MPE’s, geralmente interiores, não existem estes cursos; d) Instalações físicas inadequadas; e) Ausência de laboratórios e realização de análises para controle de qualidade, além de não existir laboratórios nestas indústrias, não existe a preocupação de realizá-las por terceiros; f) Aquisição informal de matériaprima, isto porque, não existem relações formalizadas com os fornecedores; g) Ausência de registros, nenhum registro é realizado dentro das MPE’s, mesmo naquelas que afirmam ter BPF implantadas; e h) Ausência de equipamentos, acessórios e uniformes para os colaboradores, os quais podem prevenir contaminações e até mesmo acidentes. Com isso, no momento de implantar sistemas de segurança alimentar em uma MPE, alguns passos devem ser obedecidos para que as mesmas enquadrem-se nos padrões legais e de segurança sanitária e não estagnem o processo de implantação pelo meio. 2.2.9 Sugestões para a implantação da garantia da segurança de alimentos em MPE’s As medidas que as MPE’s devem tomar para subsidiar a implantação de ISO e BPF estão amparadas em suas leis, e também são baseadas nas necessidades levantadas no diagnóstico atual das MPE’s de alimentos. Para as MPE’s de alimentos superar as dificuldades encontradas no instante da implantação, são indispensáveis algumas fases que devem ser obedecidas. A seguir são apresentadas sugestões dos passos iniciais que devem ser acompanhadas nas MPE’s de alimentos que aspiram materializar a implantação de sistemas de segurança alimentar, de acordo também com o Ministério da Saúde: a) Treinamento / qualificação dos colaboradores; b) Limpeza e sanitização dos equipamentos e utensílios; c) Equipamentos, acessórios e uniformes. O treinamento / qualificação dos colaboradores envolve a capacitação dos contribuintes na empresa de alimentos é o primeiro passo que deve ser desenvolvido. Os colaboradores das indústrias de alimentos precisam ser treinados assim que aceitos. Este treinamento / capacitação deve-se repetir sempre que necessário com o objetivo de mantê-los modernizados e motivados, sendo recomendado no máximo um ano de intervalo. A falta de treinamentos dos colaboradores podem gerar perdas para MPE. Para a limpeza e sanitização dos equipamentos e utensílios deve-se prevenir a contaminação dos alimentos pelos microrganismos e até mesmo pelos produtos utilizados na higienização. Cada estabelecimento deve assegurar a realização e monitoramento da limpeza e sanitização. Não devem ser utilizadas nos procedimentos de higiene, substâncias odorizantes em qualquer das suas formas nas áreas de manipulação dos alimentos, com vistas a evitar. Em relação aos equipamentos, acessórios e uniformes os colaboradores precisam trabalhar usando estes itens, tanto para um melhor controle higiênico-sanitário, como para segurança dos mesmos, para isso, a ação imediata que as MPE’s devem tomar é adquirindo estes aparatos que são básicos na produção de alimentos seguros. Por exemplo: toucas para o cabelo, uniforme e avental brancos e bota de PVC branca. Todas as medidas e ações citadas acima buscam facilitar o entendimento de todo o corpo da MPE sobre as ferramentas de segurança de alimentos, para que no momento da efetiva implantação destes sistemas, a estrutura interna da MPE já esteja mais adequada a estas práticas facilitando esta operação e evitando gastos desnecessários. Considerações Finais O objetivo deste artigo de conclusão de curso de pós-graduação foi o de verificar que na empresa alimentícia estudada que embora tenha iniciado a implantação de sistemas da qualidade anteriormente, desta vez houve um avanço no aperfeiçoamento do conhecimento dos diretores e funcionários através de palestras de conscientização sobre o que, como e porque seria esta implantação, enfatizando a necessidade do trabalho em equipe. O programa 5’S facilita o envolvimento do grupo de funcionários. É imperativo observar que nenhuma forma de controle alimentar é eficaz sem a contribuição da maioria dos interessados e o respaldo de uma opinião pública bem informada. As experiências têm corroborado que a educação deve anteceder a lei, pois esta, por si só, não assegura a segurança dos alimentos. O tema da legislação alimentar não pode ser tratado apenas na dimensão regulamentar sem se preocupar com as questões socioeconômicas envolvidas, pois essas é que devem orientar programas públicos de incentivo à sua adoção. Sabe-se que a segurança dos alimentos é uma necessidade intrínseca do consumidor, e isto é o mínimo que os setores alimentícios devem fornecer, mas, no entanto, terá que implementar métodos que garantam a segurança. A segurança dos alimentos à venda não podem ser abordado como um diferencial do produto, mas como uma responsabilidade desses setores. A ISO 9001:2000 foi consolidada como um sistema de gestão imprescindível para as organizações. Os estudos realizados neste artigo demonstram os diversos benefícios e a grande aceitação da norma como referência de gestão, especialmente com a versão de 2000. Conforme demonstrou a pesquisa realizada pelo Comitê responsável pela ISO 9000 - TC 176, a norma teve aprovação de 80% das empresas. Os estudos recentes têm demonstrado que existe uma tendência de integração da ISO 9001 com outras normas de gestão, como as de gestão ambiental (ISO 14001), as de segurança no trabalho (OHSAS 18001) e as setoriais. Mesmo considerando os benefícios e os impactos positivos que a norma exerce sobre as empresas, não se pode deixar de comentar que uma das principais motivações da obtenção da certificação é a exigência do cliente. Quando essa pressão externa se torna a única razão para a certificação, sem a verdadeira preocupação com a implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade, os benefícios nem sempre poderão ser observados. No entanto, sobre essa questão, existem ainda alguns argumentos positivos. Mesmo que os benefícios não possam ser facilmente identificados, ao atender aos requisitos para certificação da ISO 9001, as organizações precisam fazer algumas mudanças, repensar sobre alguns processos e, automaticamente, realizar algumas melhorias. Uma forma de amenizar as dificuldades das pequenas e médias empresas está em estudar e estruturar ferramentas que atendam não somente a uma empresa individualmente, mas que elas possam ser beneficiadas de forma coletiva pelas vantagens existentes em razão da proximidade geográfica. Este trabalho irá considerar esse fenômeno de aglomerações de pequenas e médias empresas um mesmo setor. Advoga-se, portanto, por uma política de segurança do alimento específica visando as MPE, que ultrapasse o âmbito das regulamentações, das certificações, que deixe de ser apenas um tópico nos abrangentes programas de segurança alimentar, mas que possa conjugar o saber técnico e as questões socioeconômicas ao compor diretrizes e metas, podendo então contribuir para a amplitude do conceito da segurança alimentar. Para que se alcance sucesso na implantação dos sistemas de segurança de alimentos inicialmente as MPE’s devem desenvolver ações e medidas para superar as dificuldades existentes e se adequarem as exigências legais. Como proposta, alguns passos foram sugeridos neste estudo. Seguindo tais passos, as MPE’s vão reparar seus problemas e diminuir as dificuldades no momento da implantação. Esta ocorrendo com menos embaraço, maior rapidez e solidez. Referências Bibliográficas AKUTSU, R. C. Adequação das boas práticas de fabricação em serviços de alimentação Revista Nutrição. Campinas: SBI/CCV, v. 18, n. 3. mai./jun. 2005. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR ISO 9000. Sistemas de gestão de qualidade: fundamentos e vocabulários. Rio de Janeiro, 2000. ANDRADE, J. N.; SILVA, R. M.; BRABES, K. C. S. Avaliação das condições microbiológicas em unidade de alimentação e nutrição. Revista Ciência e Agrotecnologia. Lavras: Universidade Federal de Lavras, v. 27, n. 3, p. 590-596, 2003. ALDOWAISAN, T. A.; YOUSSEF, A. S. An ISO 9001:2000-based framework for realizing quality in small business. Ômega: the international journal of science management. Oxford, v. 34, n. 3, p. 231-235, June, 2004. BENEVIDES, C. M. J.; LOVATTI, R. C. C. Segurança alimentar em estabelecimentos processadores de alimentos. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 18, n. 125, p. 24-27, 2004. BRASIL. Portaria n. 1428, de 26 de novembro de 1993. Dispõe sobre o controle de qualidade na área de alimentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, seção 1, p. 18415-18419, 2 dez. 1993. ______. Portaria n. 368 de 4 de setembro de 1997. Aprova o regulamento técnico sobre as condições higiênico-sanitárias e de boas práticas de fabricação para estabelecimentos elaboradores/industrializadores de alimentos. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, seção 1, p. 19697-19699, 8 de set. 1997. ______. Resolução RDC n. 216, de 15 de setembro de 2004. Dispõe sobre regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 16 de set. de 2004, Seção 1, p. 25. ISO 9001 expected in October-November 2008. Disponível em:<http://www.iso.org>. Acesso em: 2 dez. 2009. LOVATTI, R. C. C. Gestão da qualidade em alimentos: uma abordagem prática. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 18, n. 125, p. 90-93, 2004. BHUIYA, N, N.; ALAM, N. ISO 9001:2000 implementation the North American experience. International Journal of Productivity and Performance Management. Géneve, v. 53, n. 1, p. 10-17, 2004. MALUF, R; MENEZES, F. Caderno Segurança Alimentar. Documentos do curso de políticas e ações públicas de segurança alimentar e nutricional. Rio de Janeiro: REDCAPA, IBASE, CPDA, 2001. CARPINETTI, L. C. R.; MIGUEL, P. A. C.; GEROLAMO, M. C. Gestão da qualidade ISO 9001:2000 - princípios e requisitos de gestão. São Paulo: Atlas, 2007. NASCIMENTO, G. A.; BARBOSA, J. S. Boas Práticas de Fabricação: uma revisão. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 21, n. 148, p. 24-30, 2007. CUNHA, R. V. A migração do emprego. Revista Você S.A. São Paulo: Abril, p. 23-29, abr. 2002. PAULA, A. T. Avaliação do impacto potencial da versão 2000 nas normas ISO 9000 na gestão e certificação da qualidade: o caso das empresas construtoras. 2004. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo. DALLARI, S. G. Vigilância sanitária de alimentos de consumo imediato no município de São Paulo: a importância da informação para o planejamento. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 14, n. 76, p. 24-35, 2000. FAO. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Stratégie de la FAO pour une approche de la sécurité sanitaire et de la qualité des aliments axée sur l.ensemble de la filière alimentaire. 2003. Disponível em: <http://www.fao.org/DOCREP/MEETING/00 6/Y8350f.htm>. Acesso em: 2 dez. 2009. GENTA, T. M. S.; MAURÍCIO, A. A.; MATIOLI, G. Avaliação das Boas Práticas através de check-list aplicado em restaurantes self-service da região central de Maringá, Estado do Paraná. Acta Sci. Health Sci. Maringá: Universidade Estadual de Maringá v. 27, n. 2, p. 151-156, 2005. GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de alimentos. 2. ed. São Paulo: Livraria Varela, 2003. ISO. Internacional Organization for Standardazation. Publication of new edition of PROENÇA, R. P. C. Novas tecnologias para a produção de refeições: recomendações de introdução para a realidade brasileira. Revista de Nutrição. Campinas: SBI/CCV, v. 12, n. 1, p. 43-53, 1999. PROENÇA, R. P. C. et al. Qualidade nutricional e sensorial na produção de refeições. Florianópolis: UFSC, 2005. RAMIRO, D.; CARVALHO, A. Como e porque eles venceram. Revista Veja. São Paulo, p. 88-95, 3 abr. 2002. RÊGO, J. C. et al. Proposta de um programa de boas práticas de manipulação e processamento de alimentos para unidades de alimentação e nutrição. Higiene Alimentar, São Paulo: Científica, v. 15, n. 89, p. 22-27, 2001. RIBEIRO-FURTINI, L. L.; ABREU, L. R. Utilização de APPCC na indústria de alimentos. Revista Ciência e Agrotecnologia. Lavras: Universidade Federal de Lavras, v. 30, n. 2, p. 358-363, 2006. SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Fatores condicionantes e taxa de mortalidade de empresas no Brasil: Relatório de Pesquisa 2005. v. III. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.biblioteca.sebrae.com.br>. Acesso em: 6 jan. 2008. SENAC. Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial. Manual de elementos de apoio para o sistema APPCC. Rio de Janeiro: SENAC/Departamento Nacional, 2001. SILVA JUNIOR, E. A. Controle microbiológico em cozinhas industriais: situação atual e experiência em São Paulo. In: IV SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DE ALIMENTOS. Goiânia, 1991. Anais... Goiânia, GO. SOTO, F. R. M. et al. Resultado da ação da vigilância sanitária de alimentos em um supermercado do Estado de São Paulo. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 20, n. 146, p. 21-25, 2006. SOUZA, S. S.; PELICIONI, M. C. F.; PEREIRA, I. M. T. B. A vigilância sanitária de alimentos como instrumento de promoção à saúde. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica,v. 17, n. 113, p. 33-37, 2003. SPERS, E. E. Segurança do Alimento. In: ZYLBERSZTAJN, D.; SCARE, R.F. (org.) Gestão da qualidade no agribusiness: estudos e casos. São Paulo: Atlas, p. 60-79, 2003. TAFNER, P. Estratificação de empresas: histórico e proposta de classificação. Rio de. Janeiro: IPEA, out. 1995. ______. Brasil: o estado de uma nação. Rio de. Janeiro: IPEA, 2005. SILVA, A. B. P; COUTO, S. M.; TÓRTORA, J. C. O. O controle microbiológico dos manipuladores, como indicativo da necessidade de medidas corretivas higiênicosanitárias, em restaurante comercial. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 20, n. 115, p. 36-39, 2006. SILVA, C. H. P. M.; NETTO, H. T. Presença de coliformes em mãos e unhas de manipuladores de alimentos no município de Vitória-ES. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 17, n. 104/105, p. 141-142, 2003. SILVA, V.; AMARAL, A. M. P. Segurança alimentar, comércio internacional e segurança sanitária. Informações Econômicas, v. 34, n. 6, p. 38-45, 2004. SILVEIRA, I. A. et al. Monitoramento microbiológico das mãos de funcionários de uma cantina universitária na cidade de Lavras – MG. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 17, n. 104/105, p. 141-142, 2003. TALWAR, R. Business re-engineering: a strategy-driven approach. Long Range Planning. v. 26, n. 6, p.22-40, 1993. TALAMANI, E; PEDROZO, E. A.; SILVA, A. L. Gestão da cadeia de suprimentos e a segurança do alimento: uma pesquisa exploratória na cadeia exportadora de carne suína. Gestão e Produção. v. 12, n. 1, p. 107120, 2005. TANCREDI, R. C. P.; MORAES, O. M. G.; MARIN, V. A. Vigilância sanitária do município do Rio de Janeiro: considerações sobre as ações fiscais na área de alimentos. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 19, n. 135, p. 21-27, 2005. VALEJO, F. A. M. et al. Vigilância sanitária: avaliação e controle da qualidade dos alimentos. Higiene Alimentar. São Paulo: Científica, v. 17, n. 106, p. 16-21, 2003. ZAVISLAK, P. Nota Técnica. In: CLEGG, S; HARDY, C; NORD, D. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, v. 3, p.180-185, 2004.