Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia Curso de Graduação em Engenharia de Produção ENG 1090 – Introdução à Engenharia de Produção Prof. Gustavo Suriani de Campos Meireles. Vamos caracterizar a área de qualidade, no contexto da Engenharia de Produção Os seguintes tópicos serão abordados: Visão histórica Principais conceitos Principais subáreas: Gestão da qualidade Normalização e certificação para qualidade Engenharia da qualidade Organização metrológica da qualidade Confiabilidade de produtos e de processos Qualidade em serviços Inicialmente, qualidade era sinônimo de inspeção, numa abordagem predominantemente corretiva No início do século XX, sob o modelo taylorista, surgiu a função do inspetor (1ª era da qualidade), responsável Taylor e Ford pela avaliação da qualidade dos produtos A intercambialidade das peças (modelo fordista) exigiu um sistema padronizado de medidas, desenvolvendo a área de metrologia: sistemas de Shewhart medidas, especificações e tolerâncias Já na década de 1920, surge a 2ª era da qualidade: o controle da qualidade (com postura mais preventiva) Na década de 1930 ocorre o surgimento das normas de qualidade e, na década seguinte, as 1ªs associações de profissionais da área são fundadas Feigenbaum A 3ª era da qualidade, denominada garantia da qualidade, iniciou-se na década de 1950; propôs um controle de qualidade total, com certificação Deming e Juran voluntária Do período pós-guerra, no Japão, vem a 4ª era da qualidade: a gestão da qualidade, perdurando até os dias atuais; a qualidade passou a ser vista como um critério competitivo para atender a voz do consumidor Principais características: Comprometimento da alta administração Foco no cliente Participação dos trabalhadores Gestão da cadeia de fornecedores Gerenciamento de processos Melhoria contínua Compreende diversos modelos relacionados à gestão da qualidade total – TQM (Total Quality Management): Americano Blocos de Construção Japonês Modelo americano de gestão da qualidade Modelo dos blocos de construção Embora tenham sido elaborados em sua origem por governos e organizações militares, esse tipo de norma rapidamente se difundiu no ambiente corporativo Em 1987 surgiu a 1ª versão das normas ISO 9000 (International Organization for Standardization), denominada sistemas de garantia da qualidade A série ISO 9000 é composta por 4 normas principais ISO 9000:2000 – define os fundamentos e o vocabulário ISO 9001:2000 – define os requisitos para a qualidade ISO 9004:2000 – diretrizes para melhoria de desempenho ISO 9011:2002 – define as diretrizes para auditorias Evolução das normas ISO no mundo Evolução do nº de certificados no Brasil Pode ser vista como um conjunto de atividades operacionais, gerenciais e de engenharia que uma organização utiliza para garantir que as características de qualidade de um produto estejam no nível nominal ou requerido Seu foco é o gerenciamento com base em fatos e dados da qualidade; há uso de técnicas matemáticas e estatísticas, cujas principais ferramentas são: Gráficos de controle de processo; trilogia da qualidade (planejamento, controle e melhoria); diagrama de Pareto; diagrama de causa e efeito; histograma; estratificação; lista de verificação; gráficos de controle ... Exemplo de gráfico de controle Diagrama de Pareto simples A engenharia da qualidade utiliza algumas formas de medições dos processos feitas com base em dispositivos específicos e estes precisam ser confiáveis Desta forma, a organização metrológica da qualidade tem como base um sistema de padrões de medição internacionais e nacionais; isto implica na calibração e aferição periódica, sob padrões adequados Uma análise do sistema de medição (R&R) mede a variação do sistema oriunda de 2 fontes: repetibilidade – medições pelo mesmo operador – e reprodutividade – mesmas medições por vários operadores A Engª de Produção lida com sistemas integrados de pessoas, materiais, informação, equipamentos e energia; esses sistemas complexos estão sujeitos a falhas Então, a subárea da qualidade que lida com estas questões é conhecida como confiabilidade Confiabilidade pode ser definida como a probabilidade de um item (produto, serviço, equipamento) desempenhar a função requerida, por um intervalo de tempo estabelecido, sob condições definidas de uso A Curva da banheira ilustra o conceito de confiabilidade Tem apresentado forte crescimento nas últimas décadas, fruto do aumento da participação desse tipo de atividade na economia Nos serviços, o consumidor, além de julgar os resultados, avalia também aspectos de sua produção Assim, a qualidade do serviço pode ser resultante da percepção que o cliente teve do serviço, confrontada com o serviço esperado São os momentos da verdade (ou ciclos de serviço): situações de contato entre cliente e prestador do serviço que interferem na percepção de qualidade Ciclo de prestação de serviços Ciclo de prestação de serviços – exemplo do restaurante Há várias possibilidades de inserção profissional na área de qualidade: Gerenciamento e operação do sistema de qualidade Auditoria de produto, pessoal e sistemas Documentação e métodos da qualidade – manual da qualidade, procedimentos e padrões de operação Rastreabilidade e confiabilidade dos sistemas de medição Elaboração de testes e ensaios para análise da qualidade Tem crescido a necessidade de domínio das ferramentas e técnicas da qualidade e sua integração