BIOQUÍMICA - CARBOIDRATOS Biomoléculas mais abundantes Funções: Fonte de energia Reserva de energia Estrutural Fórmula geral de muitos carboidratos: [C(H2O)]6 "carboidrato" ou "hidratos de carbono" BIOQUÍMICA - CARBOIDRATOS Os vegetais são auto-suficientes na produção de carboidratos. Os animais não são capazes de sintetizar carboidratos a partir de substratos simples não energéticos, precisando obtê-los através da alimentação, produzindo CO2 (excretado para a atmosfera), água e energia (utilizados nas reações intracelulares). BIOQUÍMICA - CARBOIDRATOS •também chamados sacarídeos, glicídios, oses, hidratos de carbono ou açúcares • são definidos, quimicamente, como poli-hidróxi-cetonas (cetoses) ou poli-hidróxi-aldeídos (aldoses) • compostos orgânicos com, pelo menos três carbonos onde todos os carbonos possuem uma hidroxila, com exceção de um, que possui a carbonila primária (grupamento aldeídico) ou a carbonila secundária (grupamento cetônico). CARBOIDRATOS MONOSSACARÍDEOS: carboidratos mais simples, possuindo pelo menos um átomo de carbono assimétrico que caracteriza a região denominada CENTRO QUIRAL (fornece isômeros ópticos). Possuem de 3 a 8 carbonos, sendo denominados, respectivamente, trioses, tetroses, pentoses, hexoses, heptoses e octoses. OBS.: com exceção da DIHIDROXICETONA, todos os outros monossacarídeos, e portanto, todos os outros Carboidratos, possuem centros de assimetria (ou quirais), e fazem isomeria óptica. CARBOIDRATOS Pentoses mais importantes: Ribose e desoxirribose (ác. nucléicos) Arabinose (glicoproteínas) Xilose (músc. coração) Hexoses mais importantes: Glicose (dextrose) Galactose (galactosemia) Frutose (frutas e mel, 75% mais doce glicose) galactose CARBOIDRATOS Retinopatia Microaneurismas com exsudatos Angiogênese Reabsorção sangüínea Tração e deslocamento da retina Neuropatias – pé diabético CARBOIDRATOS MONOSSACARÍDEOS EM SOLUÇÃO AQUOSA: • Os monossacarídeos em solução aquosa estão presentes na sua forma aberta em uma proporção de apenas 0,02% • O restante das moléculas está ciclizada na forma de um anel hemiacetal de 5 ou de 6 vértices. • O anel de 5 vértices é chamado de ANEL FURANOSÍDICO • O anel de 6 vértices é chamado de ANEL PIRANOSÍDICO CARBOIDRATOS Hemiacetal: resulta da reação intramolecular entre o grupamento funcional (C1 nas aldoses e C2 nas cetoses) e um dos carbonos hidroxilados do restante da molécula (C4 na furanose e C5 na piranose), ocorrendo nas formas isoméricas alfa e beta (cis ou trans), conforme a posição da hidroxila do C2 em relação à hidroxila do C1. Tais formas são interconvertidas através do fenômeno da mutarrotação - Alfa: quando ela fica para baixo do plano do anel - Beta: quando ela fica para cima do plano do anel OH H CARBOIDRATOS: CLASSIFICAÇÃO Dissacarídeos: Maltose: duas moléculas de glicose e estão presentes no malte (maltose) e são subprodutos da digestão do amido e glicogênio (iso-maltose); Sacarose: (glicose + frutose) sendo a forma mais comum de açúcar, obtida da cana-de-açúcar Lactose: (galactose + glicose) é o principal carboidrato do leite CARBOIDRATOS: CLASSIFICAÇÃO POLISSACARÍDEOS • também chamados de glicanas • são polímeros de hexoses • unidos por ligação glicosídicas na forma alfa ou beta • alguns funcionam como reserva de carboidratos • outros atuam na morfologia celular. CARBOIDRATOS-FUNÇÕES ENERGÉTICA • principais produtores de energia sob a forma de ATP, cujas ligações ricas em energia (±10 Kcal) são quebradas sempre que as células precisam de energia para as reações bioquímicas CARBOIDRATOS RESERVA ENERGÉTICA Os polissacarídeos de reserva mais importantes são: amido e glicogênio, ambos de alto peso molecular e polímeros de glicose. • vegetais: glicose) amido (polímero de • amilose: cadeias longas, sem ramificação, ligação (1-4) (15 a 20%) • amilopectina: altamente ramificada (80 a 85%) • apresenta ligações (1-4) e pontos de ramificação, que ocorrem a cada 24 a 30 resíduos de glicose com ligações (1-6). CARBOIDRATOS RESERVA ENERGÉTICA • animais: glicogênio, também polímero de glicose, porém com uma estrutura mais compacta e ramificada • subunidades de glicose unidas através de ligações (1-4) , com ligações (1-6) nas ramificações. • presente no fígado e músculo • a amilopectina e o glicogênio são ramificados para permitir que as enzimas de degradação possam acelerar a conversão do polímero em monossacarídeo CARBOIDRATOS • dextrana: polissacarídeo produzido por bactérias quando elas se desenvolvem na sacarose (placa bacteriana) . • uso clínico: extensor sanguíneo, retém água na corrente sanguínea prevenindo perdas de volume sanguíneo e quedas de pressão arterial • dextrina: produzida durante a hidrólise do amido (intermediário entre o amido e a maltose. • é utilizada na preparação de adesivos (selos postais) • utilizada quando a digestão do amido é difícil em crianças e idosos CARBOIDRATOS: FUNÇÃO ESTRUTURAL • CELULOSE •a parede celular dos vegetais é constituída por um carboidrato polimerizado: a celulose • formada por moléculas de glicose unidas por ligações β(1- 4) ex: madeira, algodão e papel •apresenta-se impregnada por outras substâncias poliméricas, não sendo digerida pelos animais que não apresentam enzimas para quebrar as ligações do tipo β, com exceção de animais herbívoros, que possuem bactérias e protozoários simbióticos que digerem a celulose em seus aparelhos digestivos. CARBOIDRATOS: FUNÇÃO ESTRUTURAL • a carapaça dos insetos contém quitina, um polímero que dá resistência extrema ao exoesqueleto; • as células animais possuem uma série de carboidratos circundando a membrana plasmática que dão especificidade celular, estimulando a permanência agregada das células de um tecido: o glicocálix. CARBOIDRATOS: FUNÇÃO ESTRUTURAL POLISSACARÍDEOS • PEPTIDOGLICANAS: paredes porosas e rígidas das bactérias • são polissacarídeos lineares formados por unidades alternadas de ácido N-acetil-murâmico e N-acetil-glicosamina (derivados de carboidratos) interligados por cadeias polipeptídicas curtas. A lisozima presente na lágrima hidrolisa as ligações glicosídicas formadas entre o ácido N-acetilmurâmico e N-acetil-glicosamina, matando as células bacterianas. Funciona como um mecanismo de defesa contra infecções bacterianas. CARBOIDRATOS: FUNÇÃO ESTRUTURAL POLISSACARÍDEOS MUCOPOLISSACÁRIDES ÁCIDOS DO TECIDO CONJUNTIVO DOS ANIMAIS • ex.: o ácido hialurônico • formados por unidades de açúcar alternadas, uma das quais contém o grupamento ácido. • HEPARINA: polissacarídeo ácido • Função: anticoagulante nos vasos sangüíneos • é formada por glicosamina + ácido urônico + os aminoácidos serina ou glicina. CARBOIDRATOS-DIGESTÃO Boca Glândula salivar amilose amilopectina -amilase glicose maltose maltotriose dextrina dextrina limite CARBOIDRATOS: DIGESTÃO Enzimas da borda em escova Isomaltase intestinal -1,6 glicosidase Glicoamilase isomaltase Dissacaridases Maltose maltase Sacarose sacarase Lactose lactase glicose + glicose glicose + frutose glicose + galactose CARBOIDRATOS: DIGESTÃO A digestão dos carboidratos começa na boca A saliva contém a enzima amilase (ptialina) que catalisa a hidrólise do amido a maltose e outros polímeros pequenos de glicose (3 a 9 moléculas). Inativada em valores de pH abaixo de 4,0 – inativa no estômago. Principal função: lubrificar e umedecer o alimento No estômago não ocorre digestão de carboidratos, exceto aquelas catalisada pela amilase salivar. Intestino delgado Local onde ocorre a principal digestão dos carboidratos Suco pancreático: contém amilase pancreática (pH 7,1), que catalisa a hidrólise do amido e dextrinas gerando maltose. A maltose é hidrolisada a glicose, através da enzima maltase (células. da mucosa intestinal). As células da mucosa intestinal também contém sacarase e lactase. CARBOIDRATOS: ABSORÇÃO Praticamente todos os carboidratos dos alimentos são absorvidos na forma de monossacarídeos, principalmente glicose (80%) e em menor quantidade lactose e frutose (20%). A glicose e a galactose são transportadas pelo mecanismo de co-transporte do sódio. Inicialmente o sódio (Na+) é ativamente transportado através das membranas basolaterais das células epiteliais intestinais pela Na+/K+ ATPase para os espaços paracelulares com depleção de sódio no interior das células epiteliais. A diminuição do sódio intracelular causa difusão facilitada de sódio do lúmem intestinal para o interior das células epiteliais. O sódio combina-se com uma proteína transportadora que transportará o sódio quando também estiver combinada com alguma outra substância, como a glicose. A combinação simultânea da glicose e o sódio com a proteína transportadora permite o transporte das duas substâncias juntas para o interior da célula. CARBOIDRATOS: ABSORÇÃO