Farmacologia Aulas iniciais de Farmacologia 19/02 ... E essas estruturas mais complexas podem ser obtidas de plantas... Nós temos a Heparina que é extraída de tecidos de animais (tecido suíno, tecido bovino), temos até heparina humana , através da técnica do DNA recombinante. Temos drogas extraídas de microorganismo, até hoje, como a penicilina que é produzida através da técnica de fermentação em grande escala, em que você produz o fungo. A oxinase(nome duvidoso) que é um fibrinolítico extraído de células humanas, a insulina humana produzida através de biotecnologia também pela técnica do DNA recombinante. São estruturas mais difíceis de sintetizar, porém podemos obtê-las através de plantas, animais e tecidos humanos. Se eu quero um outro fármaco pra atuar no receptor Beta 1 cardíaco eu sei quem produz a catecolteída, então eu vou começar a sintetizar estruturas com esse grupamento, para que se liguem e eu tenha o meu resultado. Agora GENTE, essa história é muito trabalhosa. Cada 10.000 moléculas sintetizadas no mundo, com uma possível afinidade farmacológica, uma chega ao mercado. Vamos supor que eu desenvolvi uma molécula que se ligou perfeitamente no receptor Beta-1 cardíaco, gente nós já temos mais um anti-hipertensivo.( comentário: desenvolver anti-hipertensivo hoje em dia é um pouco perca de tempo ¬¬) Eu sei pelos testes que essa molécula se liga muito bem no receptor Beta 1. Agora precisamos fazer experimentos préclínicos : o que essa molécula pode fazer. Primeiramente, fazem estudos em animais. Fazem experimentos farmacológicos bioquímicos, testando em culturas de células em primeiro lugar, ver a extensão dessa ligação, depois eles vão testar em células isoladas, em órgãos isolados para ver se ela(molécula) tem afinidade, se realmente exerce efeito benéfico que eu quero. Ae eles podem experimentar em um animal comum. Esses experimentos podem ser feitos para testar tanto a atividade farmacológica terapêutica como também a atividade farmacológica toxicológica. Para ver se essa molécula é muito tóxica ou se ela pode ser usada na aplicação terapêutica. Então eles vão detectar efeitos adversos agudos e crônicos no animal, vão ver se tem alguma possibilidade de ser mutagênico, carcinogênico, teratogênico. E vão avaliar os parâmetros farmacocinéticos dessa molécula: como que ela é absorvida; como que ela é distribuída no organismo; como que ela metabolizada; como que ela é excretada. Tudo isso é teste pré-clínco e leva pelo menos uns 5 anos. Se por acaso o fármaco que eu desenvolvi passar pelo teste pré-clínico - não é grande sua toxicidade, tem uma boa efetividade, uma boa ligação e é bem absorvido, eu vou para o teste clínico, e então vou para os seres humanos. O teste clínico é divido em quatro fases: A fase I é quando eu utilizo um voluntário sadio, geralmente homens, jovens por volta dos 25 anos, vou testar uma dose deste medicamento que eu estabeleci, se é comprimido ou líquido (que foi definido no teste pré clínico através da estabilidade da molécula). Verificar a dose necessária para produzir o efeito que eu quero, e ainda avaliar parâmetros farmacocinéticos, nesse indivíduo sadio( quanto tempo ela leva para ser absorvida, para ter sua compensação máxima, quanto tempo ela leva para ser excretada ou metabolizada); Teste de Fase II, agora entra um indivíduo que possui a patologia. Por exemplo, se estou desenvolvendo um anti-hipertensivo, eu vou pegar um grupo de hipertensos, e vou testar o meu fármaco, e vou verificar se ele é melhor que o placebo, em primeiro lugar. Vou verificar se realmente tem uma eficácia desejável, ou avaliar a dosagem novamente, as características farmacocinéticas e a tolerância, qual que é a margem de segurança para obter o efeito e não ter toxicidade. Teste de Fase III, agora entra um grande grupo de pacientes hipertensos, vou dividir em dois e vou comparar esse novo anti-hipertensivo com aquele que já existente no mercado e vou verificar se ele tem alguma vantagem. Teoricamente o meu anti-hipertensivo tem que oferecer alguma vantagem daquele existente no mercado, no mínimo sendo mais barato. Vamos supor que ele tenha a mesma eficácia, o mesmo perfil de reação adversa, mas se ele for mais barato já é uma grande vantagem. Agora se nem isso acontecer, eu não estou contribuindo com absolutamente nada para sociedade ao lançar esse medicamento. E o mercado está cheio desses medicamentos. A indústria farmacêutica quer sua fatia no mercado dos anti-hipertensivos que é um medicamento muito comum, muito usado. Outro medicamento muito comum são os anti-gripais, uma medicação que não cura nada, porém quem lança uma nova associação irracional (porque todas são!) de anti-gripais está pegando uma fatia ótima do mercado. São lançados muitos medicamentos para tratar o sintomas da gripe. A maioria dos medicamentos que são lançados hoje,não oferecem nenhuma vantagem daqueles que já temos. É só uma indústria farmacêutica tentando pegar aquela fatia do mercado que ela não tinha. Durante os teste clínicos, várias substâncias viram que eram inúteis. De cada 10.000 moléculas com potencial terapêutico, uma acaba passando. Vamos supor, que minha droga passou pelos testes clíncos, a indústria farmacêutica deu uma maquiada nos seus resultados e mostrou uma vantagem, que apareceu pela sua maquiada, nos testes de Fase III. Por exemplo, meu anti-depressivo não leva 30 dias para iniciar o efeito como a maioria, mas 25 dias. Através dessa vantagem a indústria vai começar a fazer propaganda. Vai mandar o propagandista no seu consultório, mostrar todos os resultados de fase III, aqueles ensaios controlados, “ olha cinco dias a menos você pode ter o resultado”, é uma invenção, e é por ae esse tipo de propaganda que eles fazem. Oferecem amostra grátis, oferecem viagens para congressos... Agora, quando o medicamento foi aprovado pelo ministério da saúde, começa lá no FDA, eles não aprovam nos EUA, mais aprovam no Brasil, como o Viox (prof estava meio revoltada). Foi para o mercado, esse medicamendo recém lançado entra em Teste clínico de Fase IV, quando eu uso de parâmetro a população em geral. Isso porque tem pessoas com diferentes hábitos alimentares, diferentes condições sociais, culturais. E agora sim que meu medicamento está realmente sendo testado, agora eu realmente vou saber a real eficácia e segurança desse novo medicamento. Isso segnifica que todo medicamento com menos de 5 anos no mercado ele está em teste. Quando se prescreve um medicamento novo (menos de 5 anos), o paciente deve saber que ele é um voluntário de pesquisa farmacológica, se você não avisar, você está sendo anti-ético. Somente depois de anos da avaliação risco/benefício admite-se finalmente o valor terapêutico do novo medicamento. Formas Farmacêuticas É a maneira de como os medicamentos são preparados, apresentados e consequentemente comercializados. As formas farmacêuticas podem ser dividas em três grandes classe: líquidas, sólidas e pastosas. Todo medicamento tem na sua composição o fármaco ou a droga mais o excipientes ou veículo. A gente usa o termo excipiente quando o meio em que ele está insirido é um meio sólido. A gente usa o termo veículo quando o fármaco está inserido é um meio líquido. O excipiente ou veículo é um conjunto de substâncias ou uma substância apenas que não possui função terapêutica que tem como função dá forma e volume ao fármaco. Imagine uma pílula de anticoncepcional se não tivesse excipiente. A quantidade que vai de hormônios é em microgramas, seria impossível de administrar sem um excipiente. Outro exemplo o tilenol, comprimido que tem na sua fórmula o paracetamol e tem como excipiente um conjunto de substâncias que tem finalidades da forma, volume a esse paracetamol e permitir a sua desintegração no túbulo intestinal (tem celulose, amido). 1 Vamos ver os tipos de medicamentos que existem no mercado. A forma farmacêutica é que vai defenir a via de administração. Os medicamentos que não precisam de prescrição; os medicamentos que precisam de prescrição; os medicamentos controlados; e os medicamentos não controlados. Os medicamentos não controlados são aqueles que eu apresento minha receita na farmácia, pego o medicamento e recebo a receita de volta. Os medicamentos controlados são aqueles que quando eu apresento a receita, ela ou uma cópia fica retida na fármacia para controle de entrada e saída. Os medicamentos que não precisam de prescrição, VENDA LIVRE, são muito mais comum nos EUA. Todos os medicamentos que precisam de prescrição vão ter uma tarja. Essa tarja ou vai ser vermelha ou vai ser preta. Os medicamentos com tarja vermelha quando precisam de retenção ou cópia da receita, vai está anunciado: COM RETENÇÃO DE RECEITA. Os de tarja preta são medicamentos que o farmacêutico fica com a receita, a forma de tomar ele recebe separado. Os medicamentos de tarja preta podem induzir a dependência, eles são psicotrópicos; alguns medicamentos de tarja vermelha são conhecidos como psicoativos atuam no SNC mas não necessariamente levam a dependência. Definições importantes: Medicamentos psicoativos: são medicamentos que atuam no SNC TARJA VERMELHA com retenção de receita. Ex: Fluxetina. Medicamentos psicotrópicos : atuam no SNC e possuem capacidade de induzir dependência. (propriedade reforçadora). Ex: diazepan, se a pessoa não tomar ela ñ dorme, ela tem desejo de tomar. *Atenção, o cataflan é um medicamento de tarja vermelha, mais não é um psicoativo, portanto não precisa de retenção de receita. Qual a diferença dos medicamentos de venda livre para os medicamentos de tarja vermelha que não precisam de retenção de receita?? É a reação adversa. Por exemplo, o cataflan pode causar hemorragia grave, gastrite, úlcera, então eu não posso tomar por conta própria. Então ele tem um perfil diferente, ele pode fazer interação medicamentosa, não se pode vender simplesmente sem ter uma orientação médica. Os de venda livre não tem um perfil de reação adversa importante, pode tomar sem uma prescrição médica, porém, você tem que ter uma orientação na fármacia de como tomar. A maioria dos medicamentos de venda livre são os analgésicos e antitérmicos que não tem efeito antinflamatório. Ex: paracetamol, possui um perfil muito baixo interação medicamentosa. No Brasil, medicamento não pode ser vendido fora da farmácia, portanto estamos na frente do primeiro mundo. Ex: nos EUA um frasco de aspira vem com 350 comprimidos, sendo vendidos no supermercado, a professora disse que vai morrer e não terá tomado todas as aspirinas que ela comprou lá. O medicamento possui: o nome comercial, o nome empírico ou nome do fármaco ou o nome da drogra, a dose, a forma farmacêutica(comprimido) e a apresentação (20 cp de 50 mg), nome do fabricante. Isso tem nos medicamentos de referência ou similares, nos genéricos não. Os genéricos tem o nome empírico que tem que vir grandão, não tem nome comercial e tem que ter a tarja- medicamento genérico. Se você for um médico pelo SUS, você não pode prescrever nenhum medicamento pelo nome comercial, você tem que prescrever pela DCB denominação comum brasileira que é o nome químico de todos os fármacos. CLASSES DE MEDICAMENTOS Medicamento de Referêcia: é aquele que a indústria farmacêutica investiu muito dinheiro para lançá-lo no mercado. Ela começou desde do desenvolvimento da molécula, passou pelos testes pré clínicos, foi para os teste clínicos, foi para o mercado, investiu em propaganda, patenteou o medicamento e é um produto inovador. Primeiro que foi lançado, e teve sua eficácia e segurança comprovada. São, geralmente, medicamentos que estão a bastante tempo no mercado, tem uma marca comercial conhecida. Ex: Novalgina, Cataflan. Similares: Infelizmente o balconista ou farmacêutico quase sempre indica esse tipo de medicamento, pois a maioria dos balconistas tem comissão, e também porque nesse medicamento eles tem mais lucro. São medicamentos que possuem o mesmo fármaco, a mesma drogra, o mesmo princípio ativo, a mesma dose em forma farmacêutica, via de admistração, mesma posologia, mesma indicação terapêutica que o medicamento de referência, mas não passou pelos testes de bioequivalência. Portanto, não possui sua bioequivalência comprovada. *Bioequivalência: é um teste para determinar se uma nova formulação possui a mesma biodisponibilidade que uma formulação de referência. Não sei se os veículos ou excipiente são iguais,não sei se vai ser desintegrado ou liberado ou absorvido ou então se vai atingir a mesma concentração plasmática no mesmo tempo que o de referência. Existem siliares consagrados, como o anador. O anador possivelmente é mais conhecido que a novalgina. Dependendo do similar a indústria nem tem interesse que vire genérico. Os medicamentos genéricos: eles possuem tudo igualzinho de referência como o similar, porém o ministério da saúde através da Anvisa, avalia os teste de bioequivalência entre o genérico e o seu medicamento de referência, que são apresentados pelos fabricantes para comprovação. Eu só posso fabricar o genérico depois que venceu a patente do medicamento de referência, a não ser que é um medicamento tão essencial a saúde que eu não posso usar a patente. Farmacocinética x Farmacodinâmica (com muitas definições) Farmacocinética: é o estudo do movimento do fármaco no organismo. Como esse fármaco é absorvido, distribuído no corpo, como que ele é metabolizado e como que é excretado. De uma maneira simplista eu posso dizer o que o meu corpo faz com o fármaco. 2 Farmacodinâmica: estuda a ação do medicamento no meu organismo. O efeito que ele faz, tanto o efeito terapêutico, como o efeito tóxico. O que o fármaco faz com meu corpo. Farmacocinética: é o estudo da concentração das drogas nos fluídos corporais que influenciam a maneira como as concentrações variam com o tempo. É estudo da droga durante sua permanência no corpo. Farmacodinâmica: estudo das interações entre as drogas e as moléculas do corpo. As quais por uma série subsquência de eventos resultam em uma resposta farmacológica. A fase da administração até a desintegração do comprimido, até a interação do fármaco do seu veículo ou do seu excipiente, é chamada de fase FARMACÊUTICA. (não é estudada na medicina) Definição : estuda a liberação do fármaco a partir do produto farmaceutico. É contribuído pelo conjunto de fenômenos comprendidos entre a adminstração do medicamento e sua absorção propriamente dita. Isso vai depender da intensidade e da velocidade que acontece para que a substância entre no organismo. A fase farmacocinética, então, vai determinar todo o caminho do fármaco pelo corpo, todo seu processo de movimentação, até o momento que ele é administrado, até que ele seja excretado. A farmacodinâmica vai começar estudar o fármaco quando ele se liga a alguma coisa, para produzir um efeito. Todo fármaco precisa se ligar em alguma coisa no corpo para produzir efeito ? Não.Existe algumas exceções. Existem fármacos que não se ligam a nada. Porém, eles alteram o pH fisiológico, como os antiácidos. Mas, a maioria dos fármacos vão te que se ligar. Ex: Eu tomei um comprimido de Cataflan, imediatamente vai entrar na fase farmacêutica, vai se desintegrar no estômago, vai liberar o diclofenato de potássio, esse vai para a primeira porção do intistino e vai se absorvido. Pronto, ele entrou na fase farmacocinética. Então vai ser distribuido pela corrente sanguínea, vai para o corpo todo, e vai lá para o dedão do pé que está inflamado¬¬. Lá no dedão do pé, ele vai inibir uma enzima, a ciclooxigenase (COX), que produz as prostoglandinas, que estão fazendo meu dedão ficar inchado, dolorido. A inibição da produção das prostoglandinas entrou na fase farmacodinâmica, é o que ele está fazendo para o meu organismo. Então o meu dedão começa a desinchar, e esse diclofenato de potássio começa a ser transformado quimicamente lá no fígado e conjugado perde sua atividade, então agora nós estamos de volta na fase farmacocinética, e vai ser secretado no rim, como um conjugado e ae vai embora pela minha urina. A verdade é que todos esses eventos não acontecem em uma reta, mais sim, tudo ao mesmo tempo. Formas Farmacêuticas Líquidas -soluções: são misturas homogêneas de um fármaco no solvente qualquer, preferencialmente água, mas pode ser álcool, pode ser hidroalcolico, em que o soluto está completamente dissolvido no solvente. Essas soluções são usadas, na maioria das vezes, em injetáveis -suspensões: são misturas heterogêneas em que um soluto muitas vezes se deposita no fundo e no momento de utilisação do medicamento é necessário que ocorra uma difração, agitação.Ex: Amoxicilina. -emulsões: são substâncias oleosas dispersas em meio aquoso, muitas vezes, apresentando separação de fármacos, assim, na hora de utilizar precisa de agitação. Então são substâncias que geralmente o soluto só solúvel em meio oleoso, e eu preciso ele se disperse no meio aquoso. Ex: Scabin. -xaropes: é forma de administração oral mais comum, em que o soluto é dissolvido em uma solução aquosa, onde o açúcar em alta concentração é utilizado como corretivo para o sabor. -elixires: são soluções de água e álcool, então são soluções hidrocólicas, para o uso oral, pode ser açucaradas, contendo substâncias arrómaticas. -loções: são formas alcoolicas ou aquosas para o uso tópico, para o uso estérril. -Linimentos: similares as loções só que com veículo oleoso. *As mais comuns são as soluções, as suspensões e os xaropes. Formas Farmacêuticas sólidas -Comprimidos:formato variável (comum discóide) obtida por compressão. Fármaco (s) associados a aglutinantes e excipientes, obtidos por compressão. Geralmente aglutinado com amido, com vários tipos de pó que tenha a capacidade de aglutinação. - Drágeas: comprimidos com revestimento gelatinoso, que impedem a desintegração na porções superiores do trato gastro intestinal.Porque muitas vezes o fármaco é instável em pH ácido, e pode perda a característica farmacológica do fármaco. O revestimento protetor apresenta várias camadas com substâncias inertes ou não. Costumam ser coloridas e polidas com cera de carnaúba. - Cápsulas:um ou mais fármacos são prensados com excipientes e colocados dentro de cápsulas gelatinosas ou amiláceas. Nós temos microesferas de fármacos com amido ou excipientes que façam aglutinação, esses pequenos grânulos são colocados em cápsulas, se eju não quero fazer compressão, eu posso fazer pequenos grânulos e aposicionar dentro de cápsulas. - Pílulas:associação de princípio ativo com aglutinante viscoso. São comprimidos menores, como os anticoncepcionais. - Supositórios:apresentações semi-sólidas para uso retal que fundem a temperatura corporal, pela presença de manteiga de cacau, glicerina ou polietilenoglicol. São homogenizadas em substâncias serosas, para ser usados na temperatura corporal. - Óvulos: apresentação semi-sólida para uso ginecológico (diferente do supositório na forma). 3 *O comprimido só pode ser partido, se ele tiver um sulco que o separa em duas partes, porque nesses comprimidos há uma distribuição igual de fármaco. *Nunca posso partir um comprimido revestido, porque se ele recebe um revestimento, ele precisa de uma proteção, e se partir no meio eu retiro essa proteção, podendo sofrer hidrólise na saliva, no esôfago, estômago. A biodisponibilidade não está garantida. Formas Farmacêuticas Pastosas Preparações semi-sólidas, destinadas ao uso tópico: geléias, cremes, pomadas, ungüentos e pastas. Diferem nos veículos que são gelatinosos nas geléias, oleosos nas pomadas e aquosos nos demais. São, geralmente, para uso tópico. Existem algumas formas para uso oral. A forma farmacêutica vai definir a via de administração. O que determina que via usar? - O tipo de ação que quero: uma ação pequena, sistêmica. -A rapidez de ação: imidiata ou posso esperar um mês. -A natureza do medicamento Nem sempre, mas na maioria das vezes eu quero que o fármaco atinja a corrente sanguínea. Com exceção das vias intravenosas, as outras eu preciso que o fármaco atravesse barreiras. Em cada via vai ter um menor ou um maior número de barreiras, e isso vai determinar a velocidade de ação desse fármaco e também a biodisponibilidade. CLASSIFICAÇÃO • ENTERAIS (oral, sublingual, retal)- todas as vias que vão entrar em contato com o trato gastrointestinal. • PARENTERAIS (injetáveis) • TÓPICAS(cremes, pomadas, colírios) • INALATÓRIA Via Oral O fármaco é absorvido PRINCIPALMENTE pelo intestino, porque é o grande ógão absorvidor do nosso corpo. Por exemplo, se eu tomar um anticoncepcional injetável eu posso passar um mês passando mal. Se eu tomar um oral, tem a vantagem de ser interrompido. - VANTAGENS • Auto-administração, econômica, fácil • Confortável, Indolor • Possibilidade de remover o medicamento • Efeitos locais e sistêmicos Formas farmacêuticas: cápsulas, comprimidos,xaropes, soluções etc... ORAL - DESVANTAGENS • absorção variável (ineficiente) • período de latência médio a longo – Propaganda inganosa: tomou doril a dor sumiu. Em 15 min o cp não foi nem desintegrado. No mínimo 1 hra. • ação dos sucos digestivos – importância da proteção • Interação com alimentos • pacientes não colaboradores (inconscientes)- idoso, crianças • sabor • Metabolismo de primeira passagem -PRINCIPAL DESVANTAGEM- 100% dos medicamentos administrados por via oral, pelo sistema porta, todo medicamento absorvido pelo intestino, vai passar pelo fígado, antes de atingir a circulação sitêmica. O fármaco quando passa pelo fígado pela primeira vez, vai sofrer ação enzimática. E isso pode acarretar em uma molécula sem atividade ou com atividade menor, parte desse fármaco vai ser perdido. • pH do trato gastrintestinal LINGUAL - VANTAGENS (mucosa oral e sub-lingual) • Fácil acesso e aplicação • Alta vascularização, rápido acesso a circulação sistêmica • Não sofre MPP. • Latência curta • Emergência Formas farmacêuticas: comprimidos, pastilhas, soluções, aerossois, etc... LINGUAL - DESVANTAGENS • Pacientes inconscientes • Irritação da mucosa • Sabor desagradável • Dificuldade em pediatria VIA RETAL - VANTAGENS • Alta vascularização, rápido acesso a circulação sistêmica. Sofre pouco metabolismo de primeira 4 passagem. • Pacientes não colaboradores (semi-conscientes, vômitos) • Impossibilidade da via oral • Impossibilidade da via parenteral Formas farmacêuticas: supositórios e enemas RETAL - DESVANTAGENS • Lesão da mucosa • Incômodo • Expulsão • Absorção irregular e incompleta Via parenteral • Fármacos injetáveis INTRA-MUSCULAR - VANTAGENS • Efeito rápido com segurança • Via de depósito ou efeitos sustentados • Fácil aplicação DESVANTAGENS • Dolorosa • Substâncias irritantes ou com pH diferente • Não suporta grandes volumes • Absorção relacionada com tipo de substância: • sol. aquosa - absorção rápida • sol. oleosa - absorção lenta Formas farmacêuticas: injeções Músculos: deltóide, glúteo. - RECOMENDAÇÕES • Auxílio na absorção: calor/ massagens • Retardamento na absorção: gelo • Locais de aplicação:deltóide, glúteo, ventroglúteo • Posição da agulha: perpendicular ao músculo • Aspirar antes da aplicação • Escolha do bizel • Pessoal treinado • Assepsia local VIA-MUSCULAR - RISCOS • Trauma ou compressão acidental de nervos • Injeção acidental em veia ou artéria • Injeção em músculo contraído • Lesão do músculo por soluções irritantes • Abcessos Via ENDOVENOSA VANTAGENS • Efeito farmacológico imediato • Controle da dose • Admite grandes volumes • Permite substâncias com pH diferente da neutralidade VIA ENDOVENOSA - DESVANTAGENS Material esterilizado • Pessoal competente • Irritação no local da aplicação • Facilidade de intoxicação • Acidente tromboembólico VIA ENDOVENOSA - COMPLICAÇÕES • Flebites, tromboflebites, acidentes embólicos • Infecções • Extravasamento • Necrose • Sobrecarga circulatória • Reações alérgicas VIA SUBCUTÂNEA • Absorção constante e lenta • Implante de Pellets (sobre a pele) • Substâcias não irritantes (terminais nervosos) VIA INTRADÉRMICA • Fácil acesso • Ações locais e sistêmicas • Vacinas e testes alergenos VIA VAGINAL Preparações higiênicas femininas Antifúngicos Contraceptivos Drogas para induzir trabalho de parto Formas farmacêuticas: Supositórios vaginais ou óvulos, gel, pomadas, soluções, emulsões 12/03/09 Fatores que podem alterar o metabolismo dos fármacos Se a enzima que metaboliza o fármaco for polimórfica (menor atividade) pode causar toxicidade. Exemplo: CYP2B6. Variação genética: Exemplo: propanol tem menos eficácia em pessoas negras, por outro lado os chineses têm muita sensibilidade ao propanol, cujo principal efeito adverso é broncoconstrição. Pode aparecer reação adversa não esperada. Determinantes ambientais: fumaça do cigarro, carne grelhada tem efeito indutor enzimático- teofilina-> broncodilatador. Portanto, fumantes precisam de mais teofilina para fazer o efeito. Fatores mórbidos: disfunção hepática (dificuldade de metabolização). Idade e sexo: extremos de vida terão dificuldades em metabolizar os fármacos. Aos 50 anos a pessoa já perdeu 25% da função hepática, aos 75-80 já perdeu 50% da função hepática. Os recém-nascidos não têm atividade enzimática amadurecida. Mulheres são mais sensíveis ao etanol-> o acetaldeído é tóxico para o organismo e a mulher produz menos enzima para metabolizá-lo (acetaldeído-desidrogenase). Álcool-> álcool desidrogenase-> acetaldeído (tóxico)->acetaldeído-desidrogenase->acetato (não tóxico). Não é só o fígado que metaboliza os fármacos, o intestino tem enzimas do CYP450. Portanto, muitos fármacos podem ser metabolizados antes de serem absorvidos, ou seja, ficarão menos biodisponibilizados. Outros: cérebro, rim, placenta, pele. 5 Excreção de drogas: as drogas são principalmente, mas não exclusivamente, excretadas pelos rins. (Hang diz que excreção é a mesma coisa que eliminação, mas isso é incorreto). Processo pelo qual as drogas são transferidas do ambiente interno para o externo, sendo rins, pulmões, sistema biliar e intestino os principais órgãos excretores. O rim é o principal órgão excretor para a maioria das drogas hidrossolúveis e não voláteis. 20% o fluxo sanguíneo que chega ao rim passa pelo glomérulo. Quem consegue atravessar as 3 membranas? A água, as moléculas com peso molecular menor que 20.000 Dáltons. Pts não atravessam: fármacos ligados a pt não passam. A maioria dos fármacos livres atravessa. Exceção: insulina, Heparina, porque as moléculas são muito grandes. Esse é o processo de filtração. A maioria das drogas é lipossolúvel, porém quando metabolizadas se tornam hidrossolúveis. A maioria dos fármacos livres consegue atravessar os túbulos renais pelo processo de filtração, secreção tubular e difusão através do túbulo renal. 80% do fluxo sanguíneo faz contato com os túbulos contorcidos através dos capilares peritubulares, e é transportado ativamente pela membrana para então ser excretado (ativamente, pois é contra um gradiente de concentração, com consumo de energia, pode reduzir a concentração da substancia no plasma a quase zero – muito eficiente; depuração ou secreção de substancias ligadas a pt plasmática). Existem grupos de pts que transportam fármacos ácidos e grupos que transportam fármacos básicos. Uma hora essas pts saturam → interação medicamentosa. Às vezes, uma mesma pt transporta diferentes fármacos (competição) → pode-se aumentar o efeito de um fármaco (interação farmacocinética). Exemplo: fármacos ácidos → Indometacina, Probenecida, e todos os fármacos que se conjugam com o ácido glucurônico e glicina. Exemplo de fármacos básicos: dopamina, estamina, morfina, dizepam (só que o diazepam pode ser conjugado com ácido glucurônico e ficar ácido). A secreção tubular é o mecanismo mais eficiente para eliminar fármacos. A ligação a pt plasmática não impede sua excreção quando se fala nesse processo. Os fármacos ligados a pt plasmática se desligam dela e se ligam as pts transmembranas → secreção. Problemas: são as interações medicamentosas → que podem ser benéficas ou maléficas. Ex: a probenecida, aumenta a excreção renal do ácido úrico – utilizada para gota, faz com que a penicilina não seja excretada → doses menores de penicilina. Os fármacos podem sofrer reabsorção (difusão através do túbulo renal). Os fármacos lipossolúveis podem voltar para a corrente sanguínea (reabsoração) e demorar mais para ser eliminado. 99% da água filtrada é reabsorvida de volta para o sangue e pode acabar levando de volta algum fármaco lipossolúvel. Substancias altamente polares permanecem nos túbulos e são excretadas rapidamente (ex. digoxina), os que não tem essa característica ficam sendo absorvidos (uma hora ele será eliminado). Fármaco ionizado → mais solúvel, mais polar → mais excretado Para acidificar a urina → ácido cítrico, ac. Acético Para alcalinizar a urina → bicarbonato de sódio O sangue tem sistema tampão, mas a urina não. O fígado produz a bile e muitos fármacos acabam sendo secretados do fígado para a bile, como a bile é secretada no intestino esses fármacos seguem esse caminho. A bile é secretada no intestino através de transporte mediado por carreadores. Conjugados glicuronídeos concentramse na bile, são transportados até o intestino, onde podem ser hidrolisados por enzimas produzidas pela flora intestinal tornando-se novamente ativos, podendo ser absorvido pelo intestino e voltar para o sangue. Alguns fármacos possuem circulação entero-hepaticas → etileno estradiol (anticoncepcional), morfina. Por isso a pessoa toma um comprimido de microgramas e só toma outro depois de 24 h (sofre circulação entero-hepática). Quando uma mulher tiver que tomar antibióticos, sempre aconselhar a usar outro tipo de método anticoncepcional. 6 Rifampicina (tuberculose) → o anticoncepcional não fará efeito. Dependendo do antibiótico, pode-se ter efeito teratogênico Reações de fase 1 OXIDAÇÃO, REDUÇÃO E HIDRÓLISE Metabólitos → podem perder atividade farmacológica Manter atividade farmacológica Tornar mais tóxicos Ficar ativos (como nos pró-fármacos) Reações de fase 2 CONJUGAÇÃO Fármaco mais polar, mais hidrossolúvel (mais facilmente excretado) As enzimas que fazem as reações, principalmente as de oxidação são classificadas de CYP 450 → se diferem pelo tipo de fármaco que elas metabolizam, pela seqüência de aa, pela capacidade de serem induzidas ou inibidas por diferentes substancias. Essas enzimas podem ser induzidas por um grupo de fármaco e quando estou tomando um outro grupo de fármaco, o metabolismo deste pode ser alterado → perder o efeito (se gerar metabólito inativo); aumentar o efeito (se a metabolização gerar metabólito tóxico). Outras vias de excreção: via pulmonar (muito importante para anestésicos locais voláteis), leite materno (concentra compostos básicos), suor, saliva e cabelo (esses três últimos têm maior importância na medicina forense; usuários de drogas → 3 meses no cabelo). Parâmetros Farmacocinéticos Cmax Tmax AUC ou ASC (área sobre a curva) Depuração Cinética de eliminação ordem zero Cinética de eliminação primeira ordem T ½ vida IT → índice terapêutico (é determinado nos testes pré-clínicos - com animais). IT = DL50 (dose letal para 50% dos animais) DE50 (dose efetiva para 50% dos animais) IT = 100 mg/Kg = 5 20 mg/Kg Dose efetiva está bem longe da letal → isso dá uma idéia muito abrangente de que o fármaco parece ter uma janela terapêutica boa. Esses parâmetros são importantes para os fármacos que tem um IT pequeno. 7 Janela terapêutica (também conhecida como margem de segurança) → testes clínicos - seres humanos. O conceito de IT tem muitos pontos limitantes – para o ser humano existem várias doses tóxicas antes da letal; dose efetiva para quê? Tem fármacos que tem vários efeitos farmacológicos → AAS é um antiinflamatório na dose de 500 mg/8 em 8 h, portanto 1,5 g/dia; dose antiplaquetária → 100 mg/dia. O IT do AAS é completamente diferente para cada aplicação. IT antiplaquetário é muito maior que para a ação antiinflamatória. Outra falha é a dose efetiva → para que eficácia se está falando? AAS 500 mg a cada 8h → 1,5 g/dia → efeito antiinflamatório Dose antiplaquetária → 100 mg/dia Muito mais importante que saber o IT é saber a janela terapêutica. Os parâmetros farmacocinéticos são muito importantes para os fármacos que apresentam janela terapêutica pequena. Grandes variações no sangue podem levar a perda da eficácia ou a produção de toxicidade. Portanto, é muito importante definir o Cmax e o Tmax quando for definir uma dose. Qualquer via que não seja endovenosa (Tmax = zero) tem-se o gráfico (ver desenho no caderno, o meu desenho não diz nada, ficou só uma linha). De maneira geral: quanto mais lipossolúvel for o fármaco menor será o Tmax e provavelmente maior será o Cmax (absorvido mais rápido e em maior quantidade → se não for administrado por via endovenosa). Medicamento genérico pode ter no máximo 10% de variação de Cmax e Tmax. O Cmax tem que estar dentro da janela terapêutica. Outro parâmetro determinado é a ASC (área sobre a curva) que avalia a exposição global de um organismo a uma dose de fármaco. Quanto tempo o paciente ficou exposto a esse fármaco. O genérico tem que ser 90% semelhante ao de referência. B – demora mais tempo para absorver, quantidade menor e mais tempo para excretar. Exposição Global do fármaco é semelhante para o paciente. Desta forma, pode usar a mesma dosagem (quem trabalha com isso são os médicos de UTI e os farmacêuticos clínicos). Pode ser útil quando estou tratando um paciente que tem um problema fisiológico. Para um paciente que tem um Cmax e um Tmax totalmente diferente a ASC pode ser semelhante. Essa curva serve para genéricos e para pacientes com características fisiológicas e patológicas diferentes. Posso dar essa dose? Vai produzir eficácia? T ½ vida: tempo necessário para que a concentração plasmática de um fármaco caia pela metade. Concentração plasmática 100 ug/ml Tempo 0 – 5h Concentração plasmática 50 ug/ml 8 50 ug/ml 25 ug/ml 5 – 10h 10 15h 25 ug/ml 12,5 ug/ml Eu sei que a cada 5 h eu reduzo a concentração em 50%. É preciso 4 ou 5 T ½ vida para que 97% seja eliminado. Importante: Posologia Interação medicamentosa que não pode ocorrer. Isso só serve para fármacos com cinética de eliminação de primeira ordem Se o T ½ vida for de 8 h, provavelmente, ele será ministrado de 8 em 8 h. A maioria dos fármacos é tomada em múltiplas doses. Primeira ordem – será 4 ou 5 T ½ vida Se o tempo de ½ vida for 2 h → só daqui a 8 – 10 h é que o medicamento começara a fazer efeito, ou seja, que ele atingirá a CSS (constante de equilíbrio dinâmico). Se não puder esperar → dose de ataque → dose maior (máximo em cada medicamento). A dose de ataque pode ser dividida em dois. A CSS demorará o mesmo tempo (não vai alcançar a CSS mais rápido). Vantagem: primeira dose já conseguiu o efeito, já está na janela terapêutica. 18/03/09 FARMACODINÂMICA (a prof. sugeriu estudar pelo Rang) O que o fármaco faz com o organismo. Paul Ehrlich – Corpora non agunt nisi fixata (uma droga não funciona a menos que esteja ligada). Existem fármacos que não se ligam e fazem efeitos – antiácidos Na maioria das vezes os fármacos se ligam a pts. Exceções: antimicrobianos e antitumorais – interagem diretamente com o DNA. O fármaco ligado a albumina não faz efeito, somente a fração livre é que irá atravessar a membrana e se ligar a pts provocando uma resposta farmacológica. Para que o fármaco possa interagir precisa existir especificidade, tanto da parte do fármaco quanto da pt. Ex.; angiotensina II (polipeptídeo) regula a pressão arterial por vasoconstrição e aumento de liberação de aldosterona. A AII se liga ao receptor AT1. Se houver uma troca de AA, a pt não se liga mais (alta especificidade). Nenhum fármaco tem total especificidade. Ex. Antidepressivos tricíclicos – imipramina se liga a pt que faz a recaptação de neurotransmissores (NA, DA, 5HT) que estão na fenda sináptica para impedir essa recaptação. Entretanto, também reconhece o receptor muscarínico (Ach), o alfa adrenérgico (α1), o receptor para histamina (H1). O que ocasiona os efeitos colaterais, como, boca seca, sono, alteração do apetite, retenção urinária, hipotensão. Um aumento do grau de especificidade não garante o efeito farmacológico específico. Ex.; organofosforados – se liga na enzima acetilcolinesterase (que degrada a Ach em acetil e colina + acetato). Os organofosforados não interagem com outras pts. São altamente específicos, contudo provocam 9 bradicardia, broncoconstrição, salivação, sudorese, lacrimejamento, aumento dos movimentos peristálticos, miose (alta especificidade com diversos efeitos farmacológicos). Quanto menor a potencia → maior a dose e maiores os efeitos colaterais. AÇÃO ≠ EFEITO (importante) Qual a ação do antidepressivo tricíclico: inibir a recaptação de neurotransmissores (antagonista do receptor). Qual o efeito dele? Antidepressivo, boca seca, hipotensão, diminuição do apetite. Qual a ação dos organofosforados? Inibir a AchE Qual o efeito deles? Bradicardia, broncoconstrição, etc. A ação é o que faz para produzir os efeitos Principais alvos ptcos para a ligação dos fármacos: enzima, canal iônico, molécula transportadora e receptores. Exceções: colchicina (antiinflamatório usado no tratamento da gota) se liga a tubulina, pt estrutural dos neutrófilos, impedindo sua chegada ao local da inflamação. VER FIGURA DO FARMACOLOGIA TEXTO E ATLAS – Célula e os quatro alvos ptcos. Canal iônico: o fármaco pode ser ligar obstruindo o canal. Pt de transporte: o fármaco pode ser ligar e impedir o transporte. Enzima: o fármaco pode entrar na célula e se ligar na enzima impedindo que ela trabalhe. Receptor no núcleo da célula: receptor para hormônio → o fármaco pode impedir a ligação do hormônio ou se ligar como se fosse o hormônio. Receptor de membrana: receptor para neurotransmissor → o fármaco pode fazer o papel de neurotransmissor ou se ligar impedindo que o neurotransmissor se ligue. Enzimas: o fármaco pode inativar a enzima. Todos os AINES – diclofenaco, ibuprofeno, aspirina, paracetamol, dipirona – inibem a enzima COX (ciclooxigenase). Pode ser uma inibição reversível ou irreversível. Reversível → ligações fracas (temporariamente) Irreversível → ligações fortes (a enzima não vai mais produzir sua reação metabólica) Ex.; todos os AINES inibem a COX de forma reversível. Somente o AAS inibe de forma irreversível. As drogas podem atuar como substratos falsos. Ex.: fluorouracil – bloqueia a síntese de DNA, substitui a uracila na biossíntese de purinas – antineoplásicos – e a célula não se replica. Ex. do Rang: pró-fármaco – cortisona (nesse caso a enzima não é alvo protéico). O fármaco no receptor farmacológico é um alvo protéico. Canais iônicos: pt de membrana que se arranja de forma oligomérica formando um poro, permitindo a passagem de muitos íons conforme a carga no interior do poro. Canais iônicos regulados por diferentes mecanismos: canais iônicos regulados por voltagem – onde atuam os anestésicos locais (bloqueadores) – chega um potencial de ação e o canal iônico se abre – neurônios – canais de sódio e potássio. 10 Canais iônicos regulados por ligantes ou receptores ionotrópicos: incorporam um receptor. Ex.; receptores benzodiazepínicos (moduladores); receptores nicotínicos (Ach) na junção neuromuscular. Quando se falar de canais iônicos está se referindo aos canais por voltagem. Os canais por ligantes são chamados de receptores farmacológicos. Canais iônicos – bloqueiam o canal (o fármaco). Moduladores (canais por ligantes) – regulam a abertura e o fechamento do canal. Molécula transportadora: se liga a pt de transporte no sitio de ação ou em outro local impedindo o transporte. Ex.: diuréticos, omeprazol. O fármaco pode ser transportado no lugar da substancia normal. Substrato falso – acúmulo de composto anormal. Ex. anfetamina. Receptor farmacológico ou receptor fisiológico para o Goodman Elementos sensoriais no sistema de comunicações químicas que coordena a função de todas as diferentes células do corpo, sendo os mensageiros químicos representados por vários hormônios, transmissores e outros mediadores. A grande diferença entre o receptor farmacológico é que a pt não funciona se não houver a ligação (a enzima está constantemente fazendo sua função, a molécula de transporte e o canal iônico também funcionam constantemente). São pts que também são altamente especializadas que podem estar na membrana ou no interior das nossas células que respondem para ligantes endógenos, ou seja, para os neurotransmissores, hormônios. Agonista: ligam-se ao receptor farmacológico e induz uma resposta. Ex.: Ach – agonista do receptor nicotínico na junção neuromuscular – contração; succinilcolina: bloqueador neuromuscular despolarizante, faz a célula contrair tanto que ela pára. Antagonista: liga-se ao receptor e bloqueia uma resposta. Ex: atropina. A maioria dos antagonistas faz ligações reversíveis. Os que fazem ligação irreversível têm um tempo de ligação mais prolongado. Com o M2 bloqueado, vê-se somente o efeito da adrenalina no ᵦ1 (taquicardia). Agonista total – produz resposta máxima que o receptor é capaz de dar (mesma resposta que o mediador endógeno). Agonista parcial – considerado de baixa eficácia – não produz efeito máximo, mesmo quando todos os receptores no tecido parecem estar ocupados. Existem vários fármacos que são agonistas parciais, como os beta bloqueadores. A diferença desses fármacos está na eficácia, ocupação e resposta. Afinidade: capacidade de se ligar ao receptor. Eficácia (ou atividade intrínseca) – capacidade de, uma vez ligado, induzir uma resposta (não confundir com eficácia clínica – está sendo falado do receptor). 11 Potência: quantidade de droga necessária para produzir determinada resposta (quanto menor a quantidade maior a potência). Agonista Inverso: Gaba A: canal iônico regulado por voltagem (interior do canal é positivo). Quando o aminoácido gaba se liga, ocorre uma hiperpolarização (diminui a excitabilidade). Diazepam: é uma droga básica. Em caso de intoxicação – acidificar a urina Flumazenil: usado para tratar intoxicação por diazepam – se liga no mesmo sítio – competição – antagonista. Betacarbonila: efeito agonista inverso – ao invés de abrir o canal iônico, fecha o canal – melhora da memória – porém causa ansiedade e convulsão. Essa droga tem eficácia negativa. Diazepam – agonista do receptor Gaba A, porém em um outro sítio de ligação. Quando o gaba (aminoácido inibitório) se liga, ocorre uma grande entrada de íons cloro. No início do tratamento ocorre amnésia temporária, sono, perda de memória, diminuição da agressividade. Hoje se sabe que muitas drogas são agonistas inversos e não antagonistas. Ex.: antihistamínicos – efeito inverso da histamina. 19/03/09 Agonistas ocasionam um nível de ativação positiva do receptor e são considerados de eficácia positiva Agonistas inversos ocasionam um nível de ativação do receptor negativo e, portanto esses fármacos são chamados de eficácia negativa. Os antagonistas têm eficácia zero, embora tenham afinidade. Os agonistas têm eficácia, afinidade diferente de potencia. Os agonistas inversos têm eficácia negativa. AFINIDADE: capacidade de se ligar ao receptor (todos têm) O fármaco pode se ligar através de ligações reversíveis ou irreversíveis (lig. duradoura, tempo de ação maior do fármaco) TOLERÂNCIA: Começou usando uma dose que fazia efeito e depois de um tempo usando aquela mesma dose, houve perda da eficácia clínica. Ocorreu o fenômeno de tolerância, é preciso aumentar a dose para ter o mesmo efeito, aquela dose que era usada não dá mais o mesmo efeito. Pq isso acontece? Acontece por processos de dessensibilização desses receptores Pq o paciente fica depende da nicotina? Ocorre uma alteração na conformação da pt (receptor onde a nicotina se liga no cérebro). Down regulation: a cel começa a internalizar o receptor. Será preciso doses maiores, ou o down regulation já é algo esperado, é preciso que ele ocorra, é o que ocorre com os antidepressivos, pois o que faz efeito é a neuroadaptação com o uso crônico. 12 INDUÇÃO FARMACOCINÉTICA: quando um fármaco induz seu próprio metabolismo; os fármacos indutores enzimáticos além de aumentarem o metabolismo do segundo fármaco tomado ao mesmo tempo, eles podem aumentar o seu próprio metabolismo. Isso acontece com o álcool no uso crônico, barbitúricos, alguns anticonvulsivantes como a fenitoína, a carbamazepina. ADAPTAÇÃO FISIOLÓGICA: pode acontecer adaptação fisiológica ao efeito do fármaco, o organismo pode compensar aquela alteração na sua função com ativação de uma outra função fisiológica. Por ex., diuréticos tiazídicos, no começo é possível perder bastante sódio com um grande volume de urina, mas depois o corpo começa a reter esse sódio por outros mecanismos de adaptação fisiológica, daí não se não tem o mesmo efeito com a mesma dose. FESTA DOS CAMUNDONGOS ÁLCOOL: Neurotransmissão normal no cérebro do rato aparece uma sinapse inibitória, o Gaba está se ligando na célula pós sináptica no receptor Gaba A; abre canais de íon cloreto (canal iônico regulado por ligante), hiperpolarizando e inibindo a cel. Em outra área do cérebro e antes do uso do álcool existe uma neurotransmissão excitatória. Com liberação de glutamato que se ligam nos seus receptores MNDA (canal iônico regulado por ligante). O alcool é um depressor do SN, pois ele estimula a sinapse inibitória (se liga em um sitio de ação diferente do gaba, aumentando o efeito do gaba quando este se liga ao receptor) e faz efeito antagonista sobre a sinapse excitatória (se liga ao sitio de ligação do glutamato). O córtex frontal e o límbico são os mais inibidos pelo álcool, o que resulta em perda da coordenação motora, dificuldade de raciocínio, capacidade de decisão e controle do impulso. COCAÍNA: A cocaína atua sobre uma molécula transportadora. No cérebro do rato está mostrando uma neurotransmissão dopaminérgica, a liberação de dopamina na via da recompensa, que traz sensação de prazer. Então, normalmente a dopamina é liberada, estimula seus receptores na via da recompensa, dá a sensação de prazer por vários motivos, como, por ex., quando come um chocolate, no sexo, no jogo, tudo isso é liberação de dopamina. Pq as drogas de abuso fazem com que a pessoa queira usar de novo? pq todas elas fazem com que a pessoa tenha liberação aumentada de dopamina. E quem fica dependente? Geralmente, quem não tem sensação de prazer, não tem a via da recompensa estimulada pelos prazeres da vida. E o que que a cocaína faz? Ela é uma das drogas que tem um poder de dependência muito grande. Ela inibe a recaptação da dopamina na via da recompensa. RECEPTORES FARMACOLÓGICOS - FARMCODINÂMICA Todos as proteínas que respondem por ligantes endógenos podem ser classificados em receptores do tipo 1, 2, 3 e 4 Receptor ionotrópico: qdo um fármaco ou um ligante endógeno se liga o canal irá abrir, a cel pode ser hiperpolarizada ou despolarizada dependendo da carga do íon que entrar, isso irá resultar nos efeitos celulares e o tempo de resposta de um receptor como este é milissegundos. Os efeitos são inúmeros. Receptor metabotrópico: são os mais importantes na farmacologia, devido a quantidade de receptores no organismo. Todos os receptores adrenérgicos, dopaminérgicos, serotoninérgicos (exceção 1 da serotonina), da histamina, canabinóides, e muitos outros. Sempre que um fármaco se liga a este receptor uma pt G será um intermediário entre o fármaco e a resposta. Ela vai levar a informação, a pt G pode ativar enzimas na membrana celular aumentando a produção de segundo mensageiros, pode promover abertura e fechamento de canais iônicos levando a efeitos celulares. Esses receptores levam segundos para dar uma resposta. Receptor ligado a Tirosina Quinase: receptor com atividade enzimática, sempre que um fármaco se liga será ativado uma cascata de fosforilação ptca nessa cel que levara a alteração da transcrição gênica e alteração da síntese ptca, portanto a resposta será mais demorada, a resposta pode levar horas. Receptores Intracelulares: podem estar no núcleo ou no citoplasma da cel, portanto os ligantes têm que ser altamente lipofílicas. Qdo o ocorre a ligação do ligante ou do fármaco com o receptor, o receptor reage com o DNA da cel, - vai alterar a transcrição gênica e a síntese ptca. Todos os hormônios esteróides, tiroideanos, a vit D, o ac retinóico, todos se ligam nesse tipo de receptor. Estudaremos em detalhe os glicocorticóides. Como eles se diferem estruturalmente? 13 TIPO 1: 4 ou 5 subunidades que atravessam a membrana 4 ou 5 vezes, ou seja, eles se arranjam de forma oligomérica. Ex: receptor nicotínico da Ach. TIPO 2: receptor de uma única cadeia polipeptídica, e essa pt atravessa 7 vezes a membrana celular, são conhecidos como receptores heptahelicoidais. A terceira alça da pt faz interação com a pt G. TIPO 3: tem uma única hélice atravessando a membrana, tem um domínio de ligação na parte externa (alias, os três têm) e seu domínio catalítico (sua enzima) está acoplado a ele na sua parte interna. Qdo ele é ativado, ocorrerá uma cascata de fosforilação ptca. Um fármaco muito importante que se liga nesse receptor é a insulina, que se liga a receptores como esse nas cels musculares, nos hepatócitos, nos adipócitos. Com alteração de síntese ptca (aumento da síntese das gluts) nessa cel ocorrerá maior captação de glicose. TIPO 4: estão totalmente dentro da cel, tanto o domínio de ligação quanto o domínio de ligação com o DNA. Qdo acontece ligação do fármaco com o receptor acontece alteração na conformação da pt, ela expõe dedos de zinco e se liga ao DNA da cel alterando a transcrição gênica. YOUTUBE – RECEPTOR NICOTÍNICO Como é um receptor nicotínico na visão tridimensional Farmacocinética, processo de absorção, distribuição Ação de um agonista, fazendo o mesmo papel da Ach Processo de dessensibilização do receptor – a nicotina diferente a Ach se liga no receptor e não desliga. A Ach se liga e desliga em milissegundos devido a ação da acetilcolinesterase. Isso leva a alteração na conformação dos receptores e eles param de responder, a cel por sua vez começa a expressar mais receptor o que faz com que seja preciso cada vez mais nicotina. RECEPTOR DO TIPO 2 O receptor é constituído por uma única cadeia polipeptídica, essa pt atravessa 7 vezes a membrana celular, ela tem um domínio terminal extracelular onde o fármaco se liga e tem um domínio, que é a terceira alça citoplasmática, onde tem interação com a pt G. Sempre que o receptor é ativado, essa alça sofre mudança conformacional e ativará a pt G. A pt G é formada por três subunidades, alfa, beta e gama. A subunidade alfa tem interação com o nucleotídeo de guanina que faz essa subunidade ficar ativa quando a pt G é ativada, ela tem atividade enzimática, faz a hidrólise do GTP em GDP. A pt G tem a capacidade de amplificar o sinal que ela recebe do receptor, se difundindo pela membrana, ativando outros alvos e em seguida voltar ao repouso. Alvo 1 e alvo 2 em uma membrana celular: pode ser uma enzima, pode ser um canal iônico. Qdo um fármaco ou um ligante endógeno se liga ao receptor, a pt G é ativada e muda sua conformação, começa a se difundir pelo plano da membrana, a subunidade alfa se separa da beta e da gama. Ocorre a troca do nucleotídeo GDP pelo GTP, essa subunidade se difunde e atinge uma outra pt na membrana, que pode ser uma enzima ou um canal. As subunidades beta e gama podem atingir um segundo alvo, uma outra enzima ou um outro canal. Depois de exercer sua ativação a pt G hidrolisa o GTP em GDP e a subunidade alfa volta a sua conformação e ao seu estado de repouso junto com as outras subunidades. Isso tudo ocorre em milissegundos, mas a resposta do receptor leva segundos. A cada tipo de receptor existem diferentes tipos de pts G, para que existam diferentes respostas. GS- estimulatória- sempre estimula a adenilato ciclase - formação de AMPc (segundo mensageiro) GI- inibitória – sempre inibe a adenilato ciclase Gq- ativação da enzima fofolipase C (IP3 e DAG) Pode agir sobre canais iônicos Um novo alvo descoberto para a pt G é o Rho A/Rho quinase: controla muitas vias de sinalização, crescimento, proliferação celular, contração de musculatura lisa e etc. O AMPc é o 6’5’ adenosina monofosfato cíclico. A adenilato ciclase se liga ao ATP forma o AMP cíclico, o qual é degradado pela fosfodiesterase em 5’ AMP que não tem mais ação na célula. Existem substancia que são inibidoras da fosfodiesterase, a cafeína, o Viagra (ação vasodilatadora) O AMPc está envolvido em ativação de enzimas que controlam o metabolismo energético, por exemplo, a quebra das moléculas de gordura, o AMPc ativa as enzimas que fazem a lipólise. Está envolvido na ativação das pts contrateis do músculo liso, no transporte de íons. 14 Sempre que o AMPc for formado existira a ativação da PKA, pt quinase que ativarão outras pts. Ex., broncodilator – beta 2 adrenérgico localizado em vários locais do corpo,porém abundante na musculatura lisa dos alvéolos pulmonares. Quem é o receptor endógeno desse receptor? Adrenalina, que faz broncodilatação. Quando a adrenalina se liga a esse receptor metabotrópico, ligado a uma pt G S, qdo a pt G é ativada vai ativar a adenilato ciclase, qdo a adenilato ciclase é ativada ocorre aumento da produção de AMPc, o AMPc ativado vai ativar a PKA, a PKA vai fosforilar uma pt contrátil nessa cel, são as miosinas de cadeia leve, inativa a pt, portanto tem um relaxamento da musculatura lisa. Pt Gq – qdo a pt Gq é ativada ela ativa a enzima fosfolipase C que fica na membrana. Ocorre a produção de IP3 que é hidrossolúvel, se solubiliza no citoplasma, vai no RE da cel e se liga a um canal iônico fazendo com que o Ca que estava armazenado no RE seja liberado para o citoplasma. E sempre que um fármaco é um aumentado no citoplasma de uma cel contrátil a cel irá se contrair, de uma cel secretora ela ira se contrair. O DAG se difunde pelo plano da membrana e vai ativar a PKC que vai ativar uma cascata de fosforilação ptca e vai dar um efeito. Ex., alfa 1 adrenergico na musculatura do vaso que envolve vísceras e outros tecidos (não na musculatura esquelética) – na presença de adrenalina vasoconstrição. A adrenalina se liga ao receptor acoplado a pt Gq que vai produzir DAG e IP3, liberação de Ca no citoplasma e contração da musculatura do vaso. Nafazolina, oximetazolina (aturgil): agonistas Alfa 1- o nariz entope devido a um processo inflamatório, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, extravasamento de líquidos dos vasos para o tecido e inchaço da mucosa. Problema: vasodilatação de rebote; não pode ser usado mais de 3 dias consecutivos; pode causar lesão e necrose do tecido. Canais Iônicos: a pt G pode ativar canais iônicos. O receptor muscarínico 2 no coração (Ach). A pt G não ativa a produção de nenhum segundo mensageiro, mas qdo ativa estimula a abertura de canais de potássio e o K começa a deixar a cel hiperpolarizando a cel, perdendo a força de contração, ou seja, o coração entra em bradicardia. Os fármacos que fazem isso são a pilocarpina que é usado no tratamento do glaucoma, betanecol para incontinência urinária, a atropina que é um antagonista deste receptor que é usado em parada cardíaca causa taquicardia, pois não deixa que a Ach se ligue no receptor, tem se somente o efeito da adrenalina. O terceiro tipo de receptor são os ligados a quinases: eles têm uma única hélice transmembrana e um domínio intracelular de natureza enzimática. Receptores de fatores de crescimentos, da citocina, de insulina, de fatores natriuréticos natural. Desenho do receptor de insulina: qdo a insulina se liga o receptor se dimeriza (é só uma hélice transmembrana antes da ligação) e ativa a tirosina quinase que leva a uma cascata de fosforilação ptca que leva a alteração da síntese ptca. Receptores intracelulares: tem efeito de inicio lento, todos os ligantes são lipofílicos. Ex. estrógenos, progesteronas, glicocorticóides, ac retinoico, vit D, esteróides. Receptor glicocorticóides: qdo ativado inibe a expressão da COX 2 que produz os mediadores da inflamação. Quando o glicocorticóide se liga no receptor, o complexo age sobre o DNA e inibe a expressão da COX. 25/03/09 INTERAÇÃO FARMACOLÓGICA - PROVA Como resolver o problema de interação? Saber onde buscar a informação, o que eu vou fazer se sei que o paciente pode apresentar o problema? As interações podem ser farmacocinéticas ou farmacodinâmicas. Se esta tomando um fármaco que deprime o SN,a um outro com a mesma ação irá aumentar o efeito depressor. As interações farmacocinéticas são mais difíceis de prever, são as que envolvem os processos de absorção, distribuição, metabolismo hepático e excreção renal.(muda) As classificações do Goodman são as mais recomendadas, pois são as mais completas. As interações farmacêuticas, qdo um fármaco interage com outro na farmacotécnica, não serão estudadas. Efeitos sinérgicos: um fármaco aumenta o efeito do outro na interação. 15 Efeitos antagônicos: quando um fármaco diminui o efeito do outro. Vc pode impedir o efeito de um fármaco com o outro. Interações farmacodinâmicas: qdo um fármaco pelo seu mecanismo de ação aumentar ou diminuir o efeito do outro, essa interferência é independente de receptor ou no receptor. Qdo vc tiver dois fármacos brigando pelo mesmo receptor e um bloqueando o efeito do outro é uma interação farmacodinâmica independente do receptor. Se vc usar um fármaco que aumente sua pressão e outro abaixa, sendo que eles atuem em diferentes receptores o efeito será anulado. Interação farmacocinética: qdo um fármaco alterar a biotransformação, distribuição, absorção e excreção do outro. Podem ser independentes ou dependes do receptor. Classificação dos efeitos: O resultado da interação foi um aumento do efeito do fármaco ou foi uma diminuição? Se for aumento pode ser: Adição, sinergismo ou potencialização. Se for uma diminuição de efeito: Antagonismo (que pode ser funcional, químico, disposicional, ou receptor). Efeito Aditivo: Diazepam causa sono, antihistamínico causa sono Sinergismo: diazepam com álcool – depressão cardiorrespiratória –em altas doses- (atuam no mesmo receptor).O efeito de dois fármacos combinados é mto mais forte do que simplesmente os dois fármacos separados. Efeito potencializador: warfarina e um inibidor enzimático que inibe o metabolismo da warfarina, cimetidina – a cimetidina aumenta o efeito hemorrágico da warfarina.Utilizo dois fármacos, quando o fármaco número dois aumento o efeito do número um. Fármaco A e B um aumentou o efeito do outro ou os dois aumentaram. Antagonismo: um anula o efeito do outro ou diminui. Fisiológico: Entre drogas: O antagonismo entre drogas surge quando o efeito de uma droga é diminuído ou abolido em presença de outra. Farmacocinético: Diminuir ou abolir a função do outro... Indutores enzimáticos irão acelerar o metabolismo de fármacos que são metabolizados pelo citocromo P450. Químico: interação química dentro do organismo. Envolve uma interação química direta entre agonista (droga que faz efeito) e o antagonista (impede a ação droga, diminui o efeito ou tóxico ou famacológico do agonista). NÃO TEM NADA A VER COM EFEITO AGONISTA E ANTAGONISTA EM RECEPTOR. O antagonista vai inativar o efeito agonista por reagir quimicamente com ele dentro do organismo. Usado na prática para tratar intoxicações como chumbo ou cádimo com agentes quelantes, um deles é o dimercaprol, o dimercaprol forma um quelato, um chumbo ou um Cádimo que diminuem a passagem desses metais pesados pelas membranas biológicas, então se eu tiver uma intoxicação por via oral de Cádmio ou de chumbo, o que não é normal eu vou fazer uma reação de quelação no intestino com o de dimercaprol, dessa forma eu diminuo a absorção intestinal de Cádmio e chumbo.Se ele estiver no meu sistema respiratório, eu faço uma reação de quelação e diminuo a absorção para a corrente sanguínea. Por que é uma interação química? Porque eles formam um relato. Por que um antagonismo? Porque o dimercaprol impediu a ação tóxica do cadimo e do chumbo. Antagonismo químico? Um fármaco aboliu o efeito do outro por agir quimicamente com ele dentro do organismo vivo. Muito difícil vc perder totalmente o efeito vc vai diminuir o efeito farmacológico ou tóxico. 16 O dimercaprol não tem atividade farmacológica importante a única função dele é formar o quelato.Ele vai inativar o efeito do cádimo e do chumbo. Mas, o pouco dele que for absorvido não me dá uma ação farmacológica significativa. Qdo um anatagonismo é farmacocinético? Qdo um farmaco vai diminuir ou abolir a ação do outro por diminuir a absorção, por aumentar o metabolismo ou por acelerar a excreção. Então, eu vou ter o antagonismo farmacocinético quando interferir com essas três ações. É o tipo mais comum de antagonismo é o farmacocinético. Então, a maioria dos fármacos que são indutores enzimáticos, que a gente já estudou, como o barbitúrico, a carbamazepina, a fenitoína, eles vão acelerar o metabolismo de fármacos que são metabolizados pelo cyp 450. E o que que vai acontecer com o efeito desses fármacos? Tendem a diminuir. E existe alguma exceção a essa regra? Existe algum caso em que a indução enzimática leve a toxicidade e não a perda de eficácia? Sim, qual é o exemplo clássico? O paracetamol associado ao indutor enzimático, pq o metabolito que é formado dessa indução é tóxico, se acelerar a produção desse metabólito tóxico existirá um aumento do efeito desse metabolismo. Como eu classificaria então a interação do paracetamol com um indutor enzimático qualquer? Interação farmacocinética, pois está acelerando o metabolismo do paracetamol Ocorreu um aumento do efeito do paracetamol? Qual foi o efeito? Causar uma lesão hepática. Se esse indutor enzimático não causa lesão hepática, simplesmente aumenta a lesão hepática do paracetamol, o que é isso: adição, sinergismo, potencilização? Potencialização. Antagonismo farmacocinético: tetraciclina associada com alimento; pq não pode tomar tetraciclina com a refeição, com leite, com antiácido (hidróxido de alumínio ou de magnésio)? Pq esses cátions divalentes (Fe, Al, Mg, Ca) formam um quelato com a tetraciclina impedindo a absorção dela a nível intestinal. Como impedem absorção, isso é uma interação farmacocinética. Essa também é uma interação química, é um antagonismo químico, pois forma quelato. O que seria um antagonismo fisiológico? Esse antagonismo nós veremos na aula prática, na pupila do coelho, é qdo eu uso dois fármacos que tem efeitos opostos e eu anulo o efeito do outro. Ex., administração de adrenalina, efeito vasoconstritor e ao mesmo tempo eu administrar histamina que tem efeito vasodilatador, o resultado é nulo. Nós veremos isso na pupila do coelho, serão administradas drogas que causam miose e drogas que causam midríase, se eles não causarem esses efeitos por atuarem no mesmo receptor, mas atuarem em receptores diferentes eu vou ter um antagonisto fisiológico. O que é antagonismo competitivo? É um antagonismo dependente de receptor. Um fármaco A vai ser administrado junto com um fármaco B, agora sim eu estou usando um fármaco agonista do receptor x junto com um fármaco antagonista do receptor x. Os dois fármacos vão competir para se ligar no receptor. Se o antagonista ganhar a competição ele irá anular o efeito do agonista, essa ligação que o antagonista faz com o receptor pode ser reversível ou irreversível. O antagonismo reversível é o tipo mais comum e mais importante de antagonismo. Slide 14: Ocupação fracional (quanto que o antagonista está se ligando no receptor de determinado tecido) em diferentes concentrações de agonistas. A primeira linha azul representa somente um agonista (sem presença de antagonista na solução). Conforme vai aumentando as doses do agonista, vai ocupando 100% dos receptores do tecido. Num segundo momento é dado uma dose de um de antagonista, e para ocupar 100% dos receptores é preciso aumentar a concentração dos agonistas. Conforme a dose de antagonista aumenta, a concentração de agonista também precisa aumentar para que 100% dos receptores sejam ocupados. Isso significa que a ligação é reversível. Ver slide 17: antagonismo irreversível. Qdo o efeito do antagonista vai acabar? Ou qdo ele for metabolizado ou qdo o receptor for metabolizado ou internalizado. Qual a importância prática? Se eu tiver uma intoxicação por um antagonista irreversível, eu vou ter como tratar isso com antídoto? Não, pq a ligação é forte, não tem como desfazê-la. Se eu tiver uma intoxicação com um antagonista reversível eu tiver um agonista para competir, eu consigo tratar a intoxicação, não só a do antagonista como a do agonista. O benzodiazepínico é um agonista do receptor GABA A, se eu der um outro agonista ele irá competir com o benzodiazepínico e tratar a intoxicação. O que é um antagonismo não competitivo? Vamos supor que eu tenha uma droga A e uma droga B. essas duas drogas fazem o mesmo efeito (contração) na cel (cel de musculatura lisa em volta de um vaso). Qdo o farmaco se liga no receptor, ocorre uma despolarização, entrada de Ca e contração celular. Só que o fármaco A se liga no receptor A e o B no receptor B. Durante essa terapia eu acrescento o fármaco X, que compete à ligação ao receptor B. Agora eu resolvo acrescentar um fármaco y, que impede a entrada do Ca no interior da cel. O fármaco y é um antagonista não competitivo tanto de A quanto de B (impede que o evento aconteça). Ex. nifedipida, bloqueadora do canal de Ca, vasodilatadora, tratamento da hipertensão. A nifedipina impede a entrada de Ca, se eu estiver tomando a nifedipida com qualquer fármaco que tenha por efeito aumentar a concentração de cálcio no citoplasma, o efeito do segundo fármaco será abolido. É um antagonismo não competitivo pq não está ocorrendo uma competição pela ligação no receptor; estão impedindo que um efeito decorrente do estímulo aconteça. Qdo uma interação farmacocinética é importante? Se essa interação depende de alterações nos níveis plasmáticos no sangue, qto mais estreita for a janela terapêutica desse fármaco mais perigosa será essa interação. Pq? Pq se eu diminuir a concentração no sangue ele não vai fazer efeito. E se eu aumentar muito ele vai dar toxicidade. Então, fármaco 17 de janela terapêutica estreita eu tenho que me preocupar muito mais com as interações farmacocinéticas, pq vão estar alterando as concentrações dele no sangue principalmente. A penicilina tem uma margem de segurança muito grande. Eu posso trabalhar muito com variações de concentração plasmática que eu não vou ter toxicidade, inclusive aumentar a concentração plasmática dela pode ser benéfica, pq eu prolongo o efeito e dou doses menores. É o que se faz qdo associa-se penecilina com probenecida, para dar doses menores num intervalo maior entre as doses. Janela terapêutica estreita: pode perder eficácia ou produzir toxicidade. EXEMPLOS DE INTERAÇÕES FARMACOCINÉTICAS Retardar ou acelerar o esvaziamento gástrico modifica a absorção do fármaco? Sim, pois o fármaco foi elaborado para permanecer um determinado tempo dentro do organismo, se permanecer mais tempo no estomago pode ser hidrolisado, se o processo for acelerado ele pode ser excretado junto com as fezes. As interações químicas podem retardar a absorção, ex., colestiramina (usada no tratamento da hiperlipidemia, diminui a absorção do colesterol que vem da dieta) e conseqüentemente, diminui a absorção da warfarina. É uma interação farmacocinética (diminuiu a absorção); classificação do efeito: quando impede a absorção da gordura do colesterol impede a absorção da warfarina que precisa dessa gordura para ser absorvida. A warfarina vai embora com as fezes pq ela é lipossolúvel. Que tipo de antagonismo é? Não é químico, pois não tem interação química da colestiramina com a warfarina. É farmacocinético. Sulfa (antibiótico) e hidrato de cloral (anestésico geral) se os dois medicamentos forem dados para uma cça, os dois vão competir por uma mesma ligação a pt e um deles vai ficar livre, no caso o hidrato de cloral tende a ficar mais livre, ele é um depressor do SNC e tem janela terapêutica estreita. Como ele está mais livre, pode levar a uma depressão respiratória da cça. Interação farmacocinética, pq alterou distribuição. Classifique o efeito: foi um aumento do efeito (aumentou a depressão provocada pelo hidrato de cloral). É adição? Não, pq a sulfa não causa depressão do SNC; Sinergismo muito menos, então só pode ser potencialização. Ela aumentou o efeito depressor do hidrato de cloral. A indução enzimática pode causar toxicidade, ex. paracetamol. Ex. o cloranfenicol inibe o metabolismo da fenitoína (anticonvulsivante), só que se eu aumentar muito os níveis dela no sangue eu tenho convulsão. Interação farmacocinética. Efeito: aumento. Seria adição se o cloranfenicol também causasse convulsão. Seria sinergismo se a soma do efeito dos dois fosse muito maior que o efeito isolado, mas aqui ele não causa. Ele só aumentou o efeito da fenitoína (potencialização). No slide 36: as interações são farmacocinética e do tipo potencialização (a não ser que algum causa problema de estomago e seja adição). INTERAÇÕES DE FÁRMACOS COM ÁLCOOL É um problema de saúde pública. Doutor posso beber? Que tipo de uso o Sr (a) faz do álcool? Álcool uso crônico: indutor enzimático (alcoolista, mas não perdeu a função hepática – é preciso aumentar a dose para ter efeito). No uso crônico o álcool causa uma tolerância farmacocinética, ele induz o seu próprio metabolismo. Esse é um dos motivos que o paciente fica dependente, ele precisa beber cada vez mais para ter as mesmas concentrações para o SNC de álcool. O mesmo ocorre com os fármacos que são metabolizados pela mesma via do álcool. Álcool uso agudo: inibidor Enzimático – Efeito aumentado de muitos fármacos. No uso agudo o fígado não está acostumado a metabolizar grandes quantidades de álcool, desta forma as enzimas ficam saturadas e não sobra enzima para metabolizar o fármaco que esta sendo administrado. Álcool é depressor do SNC O álcool pode fazer tanto interação farmacocinética quanto farmacodinâmica. Interação farmacocinética: indução ou inibição enzimática (uso agudo ou crônico). Aqui entram os fármacos que são metabolizados pela enzima CYP 450. Interação farmacodinâmica: interação aditiva com outros agentes depressores é a mais importante. O álcool é depressor, se meu paciente tiver que usar um barbitúrico, um benzodizepínico, isso é grave. Pratica: interação álcool com antihistamínico, veremos que o rato perderá toda a cordenação motora. USO CRÔNICO DE ÁLCOOL Interações farmacocinéticas: dar aas e paracetamol para esses pacientes é extremamente prejudicial. O paracetamol lesa mais o fígado, o aas causa gastrite e úlcera (de todos os AINES é o que mais causa gastrite e úlcera). Para esses pacientes se prescrece dipirona, ibuprofeno, 18 E outros fármacos podem interferir com o metabolismo do álcool? (slide 45) O álcool é metabolizado por duas enzimas importantes. A álcool desidrogenase (enzima limitante), enzimas do citocromo P 450, pela catalase, que transformam o etanol em acetaldeído. As mulheres são menos tolerantes ao álcool, pois a alcetadeído desidrogenase é mais lenta e acumula mais acetaldeído. O acumulo de alcetadeído leva a taquicardia, náusea, vômitos, dor de cabeça, vermelhidão no rosto. Se eu estiver tomando um fármaco que iniba a álcool desidrogenase, irei acumular no organismo o álcool e terei todos os efeitos do álcool aumentado. Existem os fármacos que inibem a alcetadeído desidrogenase, daí o paciente tem a síndrome do dissulfiram. Não pode tratar o paciente com dissulfiram sem que ele saiba, pois se ele tomar uma dose muito grande ele pode ter uma parada cardio-respiratória. Qual é a interação do álcool com o ácido etacrínico? Farmacocinética (inibe o metabolismo do álcool), potencialização. É a mesma coisa para todos os fármacos que inibem a acetaldeído desidrogenase, porque aumenta todo o efeito tóxico do metabólito do álcool. 26/03/2009 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS O site do drugdigest é um site para população, portanto não tem informação detalhada. A vantagem é que já chega interação com alimentos e álcool. Entrar na página do medscape e fazer login. Entrar no Drugs e digitar o nome do medicamento. Indicações clínicas, dosagem máxima do medicamento, outras indicações (all label), interações medicamentosas com grau de severidade, cuidados com alguns grupos de pacientes, efeitos adversos, contra-indicações. Pode entrar na monografia detalhada (ao lado). NUNCA BUSCAR INFORMAÇÃO DE UM MEDICAMENTO NA BULA. O site tem que ser independente da indústria farmacêutica. Entrar no Drug interaction Checker, selecionar o medicamento na caixa da esquerda e mandá-lo para a da direita, em seguida Interação e mecanismo dela. Classificar a interação: farmacocinética ou farmacodinâmica. Se o fármaco alterou processo de absorção, distribuição, metabolismo e excreção do outro é sempre farmacocinética. As demais são dinâmicas: o fármaco está interagindo com o mecanismo de ação. Se houve um aumento do efeito vai ser ou adição, ou potencialização ou sinergismo. Se houve uma diminuição de efeito vai ser antagonismo: ou antagonismo químico, fisiológico, farmacocinético, competitivo ou não competitivo. A warfarina é um anticoagulante oral e a heparina é um anticoagulante injetável. A warfarina é usada para tratar cronicamente um paciente que tenha uma trombose ou uma embolia, a heparina é usada para tirar o paciente do quadro agudo de trombose ou embolia, ou seja, é usado a nível hospitalar. Depois é feito um tratamento crônico para impedir a formação de novos trombos com a warfarina. A warfarina leva até 48h para agir e a heparina é de ação imediata. Paciente que faz uso freqüente de warfarina tem que se proteger de acidentes. WARFARINA ORAL X ERITROMICINA ORAL: Interação severa. Podem interagir baseados na interação potencial que existe entre anticoagulantes seletivos e antibióticos macrolídeos seletivos (classe química de antibióticos). Nível 2 – interação severa. Mecanismo de ação da interação: antibióticos macrolídeos podem inibir o metabolismo dos anticoagulantes. Efeito Clínico: o uso corrente o antibiótico macrolídeo pode resultar num aumento do efeito de hipoprotrombinemia com possibilidade de sangramento. 19 Eritromicina inibe o metabolismo da warfarina aumentando o efeito da hemorragia. Qual o tipo de interação? Farmacocinética – um fármaco inibindo o metabolismo do outro. Qual o resultado? Aumento ou diminuição do efeito? Aumento. Então é um sinergismo, potencialização ou adição? Potencialização. Por que não é sinergismo e nem adição? Porque hemorragia é só a warfarina que causa. Eritromicina não. A eritromicina só está aumentando o efeito da warfarina (a qual é responsável pela hemorragia). TRANILCIPROMINA X FLUOXETINA: A tranilcipromina é o inibidor da MAO (monoaminooxidase – enzima) – enzima que degrada a serotonina. A fluoxetina inibe a recaptação da serotonina. O que acontece com a quantidade de serotonina? Aumenta muito, síndrome serotoninérgica (agressividade, hipertermia que pode levar ao óbito, convulsão, irritabilidade, etc). Que tipo de interação? Farmacodinâmica (um fármaco é inibidor da MAO e o outro que é inibidor seletivo da recaptação de serotonina). Qual o resultado? Aumento ou diminuição do efeito? Aumento Então é um sinergismo, potencialização ou adição? Sinergismo Pq não é potencializaçã? Pq os dois aumentam os níveis de serotonina. O autor classifica como sinergismo porque o efeito é muito acentuado. Se a pessoa tomar uma caixa de tranilcipromina não terá a síndrome serotoninérgica, se tomar uma caixa de fluoxetina, também não terá a síndrome serotoninérgica, mas se tomar a dose terapêutica de tranilcipromina e fluoxetina, a pessoa terá a síndrome serotoninérgica (é um efeito muito maior). Interação de severidade alta: Se a pessoa estiver tomando o inibidor da MAO tem que esperar alguns dias para poder tomar fluoxetina. TETRACICLINA E HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO A Tetraciclina forma quelatos, complexos com cátions divalentes, como por exemplo, com o alumínio, com o cálcio, com o ferro. Será formado um quelato de tetraciclina com alumínio no intestino. Qual o resultado? Diminui a absorção da tetraciclina, portanto, diminuição do efeito da tetraciclina – Antagonismo Que tipo de antagonismo? Químico, pois teve uma interação química, e farmacocinético, pois diminuiu a absorção. Qual o tipo da interação? Farmacocinética (quando um fármaco diminui a absorção do outro). FENITOÍNA E ANTICONCEPCIONAL ORAL (etilenoestradiol) A fenitoína é exemplo clássico de anticonvulsivante (bloqueador de canal de sódio), exemplo clássico de INDUTOR ENZIMÁTICO (fenitoína, barbitúrico, carbamazepina são exemplos de indutores enzimáticos). A fenitoína acelera o metabolismo do etilenoestradiol, acelera sua inativação. O que vai acontecer com o efeito do anticoncepcional? Vai diminuir sua eficácia clínica. Que tipo de interação é essa? Farmacocinética O resultado é o aumento ou a diminuição do efeito? Diminuição, portanto é antagonismo. Que tipo de antagonismo? Farmacocinético, está acelerando o metabolismo. Para analisar as interações temos sempre que fazer as seguintes perguntas: Um fármaco está interferindo com a absorção, metabolismo, distribuição e excreção do outro? 20 Sim – farmacocinética Não – farmacodinâmica O efeito é aumento ou diminuição? Aumento – adição, potencialização ou sinergismo Diminuição – antagonismo ÁLCOOL ETÍLICO NO USO AGUDO E DIAZEPAM O álcool no uso agudo funciona como um inibidor enzimático. O álcool é classificado como um depressor do SNC – é um agonista do GABA. O diazepam também é um agonista do GABA. O álcool no uso agudo diminui o metabolismo do diazepam. Nesse sentido o efeito do diazepam será aumentado. Que tipo de interação? Farmacocinética Qual o resultado dessa interação? Depressão acentuada do SNC que pode levar a uma depressão cardiorrespiratória e morte. O álcool é depressor e o diazepam é depressor. Ou Será adição, ou sinergismo ou potencialização? Não é potencialização porque os dois são depressores. Segundo o autor é adição, porém a prof. não concorda. Ela diz que é sinergismo, pois se a pessoa tomar um porre não fará depressão cardiorrespiratória, se tomar uma caixa de dizepam será muito difícil fazer depressão cardiorrespiratória, mas se tomar a dose terapêutica do diazepam com um destilado isso pode acontecer. Por que não se usa mais barbitúricos para tratar insônia, e sim diazepam? Porque o diazepam dificilmente levará a morte, entretanto, o barbitúrico se tomado em dose maior faz parada cardiorrespiratória. Sinergismo: tem um efeito muito mais alto na associação do que se tomar doses isoladas. Nesse caso, também temos a interação farmacodinâmica, pois temos dois fármacos atuando no mesmo receptor e aumentando o efeito depressor. (Efeito final sinergismo) Para esse tipo de paciente temos que administrar imediatamente flumazenil, que é o antagonista do benzodiazepínico ( o álcool atua num sitio de ligação e o diazepam em outro, porém no mesmo receptor). ÁLCOOL E DISSULFIRAM Dissulfiram: Usado para tratar intoxicação alcoólica, inibe o metabolismo intermediário do álcool, inibe a acetaldeídodesidrogenase, que metaboliza um subproduto do álcool – o acetaldeído. Com a associação ocorrerá o acumulo de acetaldeído. Qual o efeito esperado? Rushing (rubor, taquicardia, náusea, vomito) Que tipo de interação? Farmacocinética Qual o resultado? Aumento ou diminuição do efeito? Aumento (toxicidade) Potencialização – Não é sinergismo, nem adição, pois o dissulfiram não causa rubor, taquicardia, náusea, vômito. PROPANOLO E EPINEFRINA Quando se administra adrenalina em um paciente que está usando propanolol, pode desencadear uma crise hipertensiva. 21 O propanolol é um beta bloqueador (diminui debito cardíaco; no rim diminui liberação de renina; no SNC diminui a descarga do simpático para a periferia) A epinefrina é um agonista alfa e beta. Se for administrado epinefrina sozinha, a pessoa terá broncodilatação, aumento da PA. Receptor Beta faz vasodilatação e receptor alfa faz vasoconstrição. Agora se der epinefrina para um paciente que está fazendo uso de propanolol (beta bloqueador) – a epinefrina só atuará nos receptores alfa levando a uma vasoconstrição e, conseqüentemente, a um aumento muito maior da PA do que se eu desse a epinefrina sozinha. Uso de Adrenalina: Choque anafilático, parada cardíaca – se o paciente estiver fazendo uso de propanolol pode fazer crise hipertensiva. Que tipo de interação é essa? Farmacodinâmica (interferência no mecanismo de ação). Qual o resultado? Aumento Potencialização, sinergismo, adição? Potencialização Não é sinergismo, nem adição, pois propanolol não causa hipertensão, muito pelo contrário ele é um antihipertensivo. ANFETAMINA E HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO O hidróxido de alumínio é um antiácido. Quem toma anfetamina e antiácido pode ter uma toxicidade aumentada de anfetamina, porque ela é uma substancia de natureza básica. Se eu tomar um fármaco que vai aumentar o pH do trato gastrointestinal. O grau de ionização do fármaco vai diminuir e a lipossolubilidade vai aumentar, ou seja, será mais absorvido. Além disso (urina básica) a excreção será diminuída. Uma pessoa que toma antiácido todos os dias terá a urina alcalina e um pH muito mais alto no trato gastrointestinal. Que tipo de interação é essa? Farmacocinética – acelera a absorção e diminui a excreção. Qual o resultado? Aumento de efeito Potencialização. Farmacologia do sistema nervoso autônomo parassimpático 01/04 Nós temos o sistema nervoso central e o sistema nervoso periférico. O SNC inclue: cérebro e a medula espinhal O SNP inclue: as fibras aferentes e eferentes. Imporância na matéria: fibras eferentes- sistema nervoso autônomo e sistema motor somático Fibras que sai do SNC e vão fazer comunicação com a periferia. Porque muitos fármacos tem ação em musculatura lisa, músculo cardíaco, músculo esquelético e glândulas secretoras. Essas ações podem ser compreendidas e classificadas em termos de modificações das ações dos neurostransmissores que são liberados pelo sistema nervoso autônomo. Sistema nervoso periférico é divido em: -sistema nervoso autônomo (incue sistema nervoso entérrico) -sistema eferente somático (inerva a musculatura esquelética) -sistema eferente somático visceral (não vamos estudar agora, anéstesicos e analgésicos opióides) Sistema nervoso autônomo é divido em: -Sistema parassimpático -Sistema simpático -Sistema nervoso entérrico Processos regulados pelo sistema nervoso autônomo: contração e relaxamento da musculatura lisa, secreções glandulares exócrinas e algumas endócrinas, metabolismo energético, no fígado, nos músculos esqueléticos. Veremos as principais drogas que interferem com essas funções do sistema nervoso autônomo. Diferença das fibras do Simpático x Parassimpático: 22 No Parassimpático as fibras saem da região crânio-sacral fazendo conexão com vários órgãos e tecidos. No Simpático as fibras saem da região torácica – lombar fazendo conexão com vários órgãos e tecidos. As fibras do sistema nervoso parassimpático- as fibras pré-ganglionares são longas, e vão fazer conexão com uma fibra pós- ganglionar que está próxima ao órgão alvo. A razão de fibras é de 1:1. Isso significa que a resposta do parassimpático é direta, é uma resposta localizada. No sistema simpático, temos uma fisiologia diferente, as fibras pré-ganglionares são curtas, e as fibras pós- ganglionares são longas, e a razão entre fibras é de 1:20, então uma fibra pré no simpático pode até fazer conexões com 20 fibras pós. Então a resposta no simpático é mais difusa. Funções Parassimpático – contração da pupila Estimula salivação (erro do desenho) Bradicardia Bronconstrição Contrai a musculatura lisa- aumenta o peristaltismo de todo o trato gastro intestinal Simpático- dilatação da pupila Estimula a salivação idem Taquicardia Broncodilatação Relaxa a musculatura lisa Para que um neurotransmissor seja considerado um neurotransmissor clássico do sistema autonomo, ele precisa seguir alguns critérios: - precisa ter enzimas de síntese e enzimas de degradação -precisa ser armazenado em vesículas, porque se ficar livre no citoplasma vai sofre degradação e não vai ser liberado na chagado de um potencial de ação. - a liberação desses neurotransmissores é cálcio-dependente, para que essa liberação ocorra é preciso que ocorra cálcio no botão sináptico, para que ocorra liberação das vesículas e dos neurotransmissores. -esses neurotransmissores clássicos, geralmente, tem similares exógenos, substâncias sintéticas que tem efeitos semelhantes. Quais são os dois principais neurotransmissores do sistema nervoso autonomo? Acetilcolina e Noradrenalina. Existem muitos outros neurotransmissores, que também são responsáveis pela resposta do simpático e do parassimpático, são conhecidos como neurotransmissores NANC (não adrenérgico, não colinérgico). Porque a adrenalina não é visto dentro desse grupo, ela também não é responsável pelo parassimpático? Porque na periferia a adrenalina não é vista como um neurotransmissor, mas sim como um hormônio, pois é liberada pela supra renal na corrente sanguínea e vai exercer suas funções longe da onde ela é produzida. Não tem nos slides - O sistema motor somático: o neurônio sai da medula espinhal e vai diretamente fazer conexão com uma célula muscular esqulética. Vai fazer conexão na junção neuro-muscular. Esse neurônio sempre libera acetilcolina, e a acetilcolina vai fazer sua contração muscular sempre por atuar nos receptores nicotínico que estão nas células musculares esqueléticas. Então um botão sináptico é simples: é a acetilcolina atuando em receptor nicotínico. - No sistema parassimpático eu tenho uma fibra saindo da região crânio-sacral, a fibra pré-ganglionar é curta, SEMPRE VAI LIBERAR ACETILCOLINA NO GÂNGLIO, e vai atuar nos receptores nicotínico na fibra pós-ganglionar, e essa fibra também sempre vai liberar acetilcolina, mas dessa vez a acetilcolina vai atuar em receptores muscarínicos em diferentes órgão inervados pelos parassimpáticos. -No simpático eu vou ter três situações diferentes: a principal e a mais comum é onde eu tenho uma fibra pré ganglionar curta liberando acetilcolina em um gânglio simpático qualquer, a acetilcolina atuando em um receptor nicotínico e estimulando a fibra pós-ganglionar a liberar noradrenalina que é o principal neurotransmissor do s. Simpático. A noradrenalina vai atuar em dois receptores específicos dela: alfa e beta adrenérgico. Porém, existem duas exceções para essa regra: nas glândulas sudoríparas tem a fibra pós-ganglionar liberando acetilcolina e atuando em receptor muscarínico, na glândula sudorípara a acetilcolina atua no receptor muscarínico estimulando a sudorese, é uma fibra simpática (só para lembrar). Outra exceção é na glândula supra-renal que vai liberar adrenalina para corrente sanguínea, o estímulo vem do simpático, um neurônio sai da região torácica-lombar vai liberar acetilcolina e vai atuar nos receptores nicotínicos lá na medula da supra-renal, mas a resposta disto vai ser a liberação da adrenalina que vai para corrente sanguínea. Onde nós temos receptores nicotínicos, muscarínicos e alfa e beta adrenergico? Respectivamente nos gânglios, na supra- renal; em todos os órgãos e tecidos inervados pelo parassimpático; todos os órgãos e tecidos inervados pelo simpático. Receptores NANC: serotonina, ATP, dopamina, GABA, também participam das ações do simpático e do parassimpático. Eles podem funcionar como cotransmissores, como neuromodulador ou até mesmo como neurotransmiror. 23 -O neurotransmissor quando é liberado ele pode exercer suas ações na célula pós- sináptica e também pode controlar sua liberação. Essa última parte é muito vista no sistema simpático, a noradrenalina sendo liberada e atuando em receptor inibitório para ela mesma. Isso é chamado de inibição présináptica, tem fármacos importantissimos que interferem nisso. Uma segunda coisa que pode acontecer é uma inibição pré-sináptica heterotópica, um neurotransmissor é liberado e vai exercer sua ação na célula pós- sináptica, podendo inibir outro neurônio de liberar o seu neurotransmissor, então ele pode ter receptor para ele em um outro neurônio que não seja o dele, por exemplo, um neurônio noradrenergico inibindo a liberação de acetilcolina em um neurônio colinérgico. -Outra coisa que pode acontecer é o sinergismo pós-sináptico, consiste em um neurotransmissor principal junto com um NANC qualquer. Esse neurotransmissor NANC pode ajudar a ação do neutransmissor principal, é o que acontece com a noradrenalina que é liberada junto de um peptídeo nos vasos sanguíneos fazendo vasoconstrição. -Uma outra situação é um neutrasmissor principal e um NANC exercendo a mesma ação na célula, só que um por um mecanismo rápido de resposta e outro por um mecanismo lento. Isso acontece com a acetilcolina e o GRH no gânglios. -E uma última situação é quando eu tenho neurônio liberando um neurotransmissor principal e um NANC, só que o NANC tendo ação em um tecido diferente do neurotransmissor principal. Ex: isso acontece nas glândulas salivares, dilatação e contração de vasos. **Um NANC importante: óxido nítrico (NO). Ele se difunde pelas células, participa do esvaziamento gástrico, responsável pelo relaxamento da musculatura lisa visceral do trato respiratório, digestivo e urogenital, responsável pela ereção, totalmente envolvido com vasodilatação. Vai ser muito importante na vasodilatação que o parassimpático faz, que vai ser mediada pelo NO. Etapas básicas de uma neurotransmissão: Representação de uma sinapse periférica qualquer: - Todo o neurotransmissor para ser formado precisa de um precursor. Esse precursor vai te que penetrar no neurônio por um mecanismo de transporte, uma proteína que faz o transporte desse precursor. Dentro esse precuror vai sofrer ação enzimática, então ele vai encontrar uma enzima de síntese, que vai transformá-lo em transmissor. Esse transmissor não pode ficar livre no citoplasma, então vai ser armazenado em vesículas sinápticas para ficar protegido da degradação. Esse transmissor vai ser liberado através da chegada de um potencial de ação, vai ocorrer abertura de canais de cálcio, e o cálcio que estava mais concentrado do lado de fora da célula, vai aumentar no citoplasma. O aumento de cálcio no citoplasma vai promover a liberação das vesículas que vai liberar esses neurotransmissores armazenados. Esse transmissor vai atuar no receptor. Existem algumas formas desse neurotrasmissor sair da sinapse e seu efeito terminar. Esse neurotrasmissor pode ser recaptado por proteína de transporte e voltar para o neurônio présinpatico, e dentro pode ser novamente armazenado em vesículas ou pode ser degradado por enzimas; esse neurotransmissor pode ser degradado na prórpria fenda sináptica e se transformar em um metabólito inativo; esse transmissor pode atuar em receptor pré-sináptico e promover inibição de liberação dele mesmo. - Neurotransmissão colinérgica O precursor da acetilcolina é a colina, metabólito de ácido graxo, a colina penetra no neurônio por um mecanismo de transporte. Dentro do neurônio encontra uma enzima que vai sintetizá-la em acetilcolina, essa enzima vai utilizar uma coenzima chamada Acetilcoa. Essa enzima transfere o grupamente Acetil para colina formando a acetilcolina. A enzima que faz isso se chama colina-acetil-transferase, para os íntimos CAT. A acetilcolina vai ser armazenada por mecanismo de transporte nas vesículas. Segue os eventos de potencial de ação... A vesícula vai fundir com a membrana pós-sináptica e então temos a liberação de neurotransmissores. Sendo acetilcolina liberada, ela vai atuar em dois receptores: nicotínicos e muscarínicos, realizando sua ação agonista. Através da acetilcolinesterase a acetilcolina é retirada fenda sináptica. Acetilcolinesterase degrada acetilcolina em colina e acetato, e essa colina é reaproveitada pelo neurônio. Existem três receptores nicotínicos: os que estão no SNC; na junção neuromuscular; e nos gânglios. São os receptores ionotrópicos, ou seja, acoplados a canais iônicos. São sempre excitatórios, a proteína se abre, a célula se despolariza, resultando em excitação, ou numa contração. Acontece na sinapse excitatória rápida na JNM, nos gânglios.. O receptor nicotínico da acetilcolina muscular e ganglionar difere na sua estrutura molecular e a farmacológica. Ex.: eu tenho um fármaco que tem mais afinidade pelos receptores do gânglio, do que aqueles das JNM. Os receptores muscarínicos da acetilcolina são metabotrópicos, ou seja, acoplados a proteína G. São conhecidos cinco tipos de receptores muscarínicos: M1- M5. Os receptores muscarínicos M1 são localizados nas glândulas secretoras, gânglio e SNC. Os receptores M2 estão no coração e em alguma musculatura lisa. M3 e M4 musculatura lisa e glândula secretora, e o receptor M5 no SNC. A resposta dos receptores nicotínicos é de milissegundos, enquanto a do muscarínicos é de segundos. Nos receptores muscarínicos temos resposta excitatória como inibitória, dependendo da proteína G é que se determina o tipo de resposta. -Ações Nicotínicas da acetilcolina: a acetilcolina vai se ligar nesse receptor vai abrir canais cálcio-iônicos, e vai produzir uma rápida despolarização. Essa despolarização na junção neuromuscular é conhecido como potencial de placa terminal (PPT). Resulta em um potencial na fibra muscular. A transmissão rápida nos gânglios é muito semelhante, só que é chamada de potencial pós- sináptico exitatório (PPSE); porque o gânglio pré sinápitco quer produzir uma excitação e não uma contração. Aqui uma molécula de acetilcolina gera um potencial, e a acetilcolina é hidrolisada em questão de milisegundos. -Já quando a acetilcolina atua em receptor muscarínico a ação é muito mais lenta. A estrutura e a forma que ela acontece ainda não estão muito esclarecidas. Na maioria dos casos a acetilcolina funciona mais como um modulador, vai modular uma resposta na proteína G. Substâncias que interferem em uma transmissão colinérgica: - Substâncias que interferem em um receptor muscarínico: O fármaco pode ser agonista desse receptor ou antagonista. -Substâncias que afetam os gânglios do simpático quanto do parassimpático: temos substâncias que estimuladoras ganglionares e bloqueadoras ganglionares. Ex. anti hipertensivos, quando eu quero uma queda de pressão rápida, se usa um bloqueador ganglionar. 24 -Substâncias que bloqueam a transmissão neuromuscular, são substâncias paralisantes: substâncias ñ despolarizantes e despolarizantes. Na verdade essas substâncias são agonistas e antagonistas nicotínicos na junção neuromusucalar. - Inibidores da síntese ou da liberação de acetilcolina: inibidores da CAT, inbidores da liberação. Não tem uma importância farmacológica nesse momento. - Subtâncias que intensificam a transmissão colinérgica. Pode intensificar inibindo a enzima acetilcolinesterase, ou pode intensificar estimulando a liberação de acetilcolina. Vamos estudar a importância tanto toxicologicamente como terapeuticamente dos inibidores da acetilcolinesterase. EU VOU COBRAR DE VCS QUATRO CLASSE DE FÁRMACOS: -Agonista e antagonista muscarínico (2) -bloqueadores neuromusculares: antagonista e agonista nicotínico na JNM -e inibidor da acetilcolinesterase Drogas parassimpaticomimeticas São fármacos que imitam, mimetizam as ações do parassimpático. Ex.: Agonista muscarínico, inibidor da acetilcolinesterase. Esses fármacos também podem ser chamados de agonistas colinérgicos. Esse agonistas colinérgicos podem ser classificados nos de ação direta que são os agonista muscarínicos, pois se ligam diretamente nesse receptor. E também podem ser classificados nos de ação indireta não se ligam no receptor, mas exarcebam a ação da acetilcolina, que são os anticolinesterasicos. Agonistas muscarínicos, só tem um na RENAME, a pilocarpina, usada no glaucoma. Outro fármaco betamecol. Para que esses fármacos se liguem no receptor muscarínico precisam ter duas estruturas: um gupamento éster e um amônio quartenário. O que diferencia do agonista dos antagonistas é que nesses últimos os grupamentos éster são grupamentos de maior volume, e quando se liga na proteína ao invez de ativar, inibe ela. Usando um agonista muscarínico no sistema orgânico: vai diminuir a frequência e força de contração cardíaca, queda de pressão arterial (vasodilatação mediada pelo NO), aumento do peristaltismo, contração de brônquios. -No músculo ciliar, um agonista mucarínico, ajuda a ajustar a curvatura do cristalino. Existe também receptores muscarínicos no músculo constritor da pupila. Quem faz isso é o receptor M3 que está presente tanto no músculo ciliar como no m. constritor da pupila. É um receptor metabotrópico que está acoplado à proteína G, quando ativada, ativa a fosfolipase C, produzindo dois segundo messensageiros IP3, que sempre aumenta cálcio no citoplasma da célula e diacilglicerol. Se eu aumentar cálcio no interior da célula, ela vai se contrair. A pilocarpina é usada para glaucoma de ângulo estreito. O glaucoma é o aumento da pressão intra-ocular. A solução de humor-aquoso entre córnea e o cristalino é drenado pelos canais de Schlemm. No glaucoma de ângulo estreito, o ângulo entre a alavanca diminui, os canais ficam obstruídos, de forma que a drenagem do humor aquoso fica dificultada, fazendo que acumule humor aquoso e aumente a pressão intraocular. A pressão normal é 10 ml/Hg e vai para 15ml/Hg ou 20 ml/Hg. Conforme essa pressão vai aumentando, existe a probabilidade de lesar o nervo óptico. A pilocarpina atua nos dois músculos: o ciliar e constritor da pupila. Puxando o cristalino para as duas laterais, as alavancas tendem a descer, abrindo o espaço dos canais para drenagem do humor. Porém, a pupila vai ficará contraída, dificultando o ajuste da pupila de acordo com a luminosidade do ambiente e dificuldade de acomodação visual, ambientes perto e longe. -No coração o receptor muscarínico é inibitório- M2, acoplado a proteína G inibe a adinilato ciclase que diminui a produção de AMPcíclico, que ao mesmo tempo, abre canais de íons potássio. Tirando o potássio da célula ocorre a hiperpolarização que vai relaxar a célula, resultando em bradicardia. -Pode ter queda de pressão arterial pela bradicardia e pela vasaodilatação. A vasodilatação acontece por um colaborador, o NO. No vaso sanguíneo, existem nas células endoteliais os receptores muscarínicos M3. Quando um agonista muscarínico se liga nesse receptor estimula a produção de NO por essa célula. Esse gás vai se difundir da célula endotelial para a célula da musculatura lisa do vaso, e nessa última célula o óxido nítrico vai fazer relaxamento. Essa célula muscular relaxando vai o vaso vai relaxar. -Agonista muscarínico faz qualquer glândula exócrina secretar seu conteúdo (sudoríparas, salivar, lacrimal). Vai atuar nos receptores M3 e M1. Pelo mesmo mecanismo, aumento do cálcio vai ter secreção do conteúdo da célula. Acredita-se que existam receptores M3 nos vasos sanguíneos que sejam responsáveis pela ereção peniana. Não existe agonista muscarínico para impotência, não deu certo (como o Viagra) devido às reações colaterais. Agonista muscarínico para uso clínico é a pilocarpina / Betamecol que é usado para estimular a movimentação gastrointestinal e urinário para pacientes que sofreram cirurgia, cesariana, e para pacientes que sofrem com boca seca, fazendo produção de saliva. *A pilocarpina produz um efeito paradoxal ao invés de produzir hipotensão como esperado, causa hipertensão. *Contra indicação para agonista muscarínico, quem tem asma, hipertiroidismo, insuficiência coronariana, para que tem problemas ácidos no estômago porque a célula parietal possui receptores M3. Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático 08/04 (A professora fez uma breve revisão) Então, nós estávamos estudando transmissão colinérgica. Foi visto toda a fisiologia dessa transmissão. Vimos que na aula passada a acetilcolina atua em dois tipos de receptores: muscarínicos e nicotínicos. Temos receptores nicotínicos em três lugares do organismo: nos gânglios; na JNM; e no sistema nervoso central. Eles se diferem em relação a estrutura molecular e farmacologia. Relembrando, são receptores ianotrópicos, ligados a canais iônicos, constituído por cinco subunidades, e essas subunidades vão variar de acordo com esses três tipos de receptores. 25 Existem cinco tipos de receptores muscarínicos M1-M5. Os receptores ímpares (M1, M3, M5) são acoplados a proteína Gq, que faz a produção de IP 3 e diacilglicerol. Os receptores pares (M2, M4)são acoplados a proteína Gs inibem a adenilato ciclase e diminui o AMPcíclico na célula. Localização: são localizados na musculatura lisa, célula parietal, músculo constritor da pupila... Como os fármacos podem afetar essas transmissões colinérgicas e quais são as aplicações clínicas: (tema da aula) Substâncias que afetam os receptores muscarínicos :Podem ser agonistas desses receptores ou antagonistas: Os agonistas vão mimetizar, imitar os efeitos do parassimpático- fármacos conhecidos como parassimpaticomimeticos. Os antagonistas vão fazer o efeito contrário do parassimpático, vão impedir a ação da acetilcolina nos receptores muscarínicos, por causa disso são conhecidos como fármacos parassimpaticolíticos. - Existem também substâncias que afetam os gânglios, porque a acetilcolina atua em todos os gânglios tanto do parassimpático, como do simpático, através de sua ação em receptores nicotínicos. Essas subtâncias conhecidas como estimuladoras ganglionares e bloqueadoras ganglionares tem uma aplicação muito restrita, para produzir uma hipotensão acentuada, por exemplo. - Tem as substâncias que bloqueiam as transmissões neuromusculares são as substâncias não polarizantes e despolarizantes. Essas substâncias atuam nos receptores nicotínicos na junção neuromuscular. São as drogas paralisantes, muito utilizadas em cirurgias quando um relaxamento muscular total é necessário. Podem ser tanto agonistas como antagonistas dos receptores nicotínicos nas junções neuromusculares. As duas classes (agonista e antagonista) causam paralisia. - Fármacos inibidores de síntese ou da liberação de acetilcolina são aqueles que inibem CAT, inibem a proteína que faz o transporte da acetilcolina para a vesícula, ou então aqueles que inibem o transporte da colina para dentro do neurônio. Esses fármacos não tem nenhum uso clínico. São usados para pesquisa farmacológica. Ex.: Botox que inibe a liberação da acetilcolina. - Substâncias que intensificam a transmissão colinérgica são substâncias que não se ligam diretamente nos receptores da acetilcolina, porém, intensificam a ação da acetilcolina nos seus receptores. Uma classe de substância muito importante desse grupo são os anticolinesterásicos que tem importância tanto clínica quanto toxicológica. Inibindo a acetilcolinesterase, a acetilcolina permanece mais tempo na fenda sináptica, fazendo que ela atue mais nos seus receptores. Eles também são conhecidos como fármacos parassimpaticomimeticos. -Estimuladores de liberação de acetilcolina são fármacos que estimulam a liberção de acetilcolina, mas não tem aplicação farmacológica. -----------------------x----------------------------------------------x--------------------------------------------Fármacos parassimpaticomimeticos São os fármacos agonistas muscarínicos e os anticolinesterásicos. Todos eles são classificados como agonistas colinérgicos, porque acentuam e imitam o efeito da acetilcolina. Existem os agonistas diretos- aqueles que se ligam diretamente no receptor, os agonistas muscarínicos; e os indiretos- não se ligam no receptor, porém, aumenta as ações da acetilcolina. - Agonistas muscarínicos: acetilcolina, Betamecol(possui uso clínico), Pilocarpina (possui uso clínico), Carbacol. -Anticolinesterásicos: tem os de importância toxicologica – que são os organofosforados. **Todo fármaco para se ligar em um receptor muscarínico precisa ter duas características fundamentais: um grupamento éster e um amônio quartenário com uma positividade. O que vai diferenciar do Agonista para o Antagonista é o fato que os radicais costumam ser mais volumosos nos Antagonistas. Dentro dos agonistas muscarínicos existem os alcalóides naturais e sintéticos. Substâncias derivadas de plantas que também tem efeito agonista no receptor. A muscarina que um alcalóide extraído de um cogumelo venenoso, foi o primeiro fármaco que conseguiram fazer ligação no receptor muscarínco. (agora a prof viu que já tinha dado essa parte da matéria ¬¬) * Transcrevi de novo, pq ela flou mais coisas que na outra aula. Anticolinesterásicos, fármacos que intensificam a transmissão colinérgica. Existem duas formas de colinesterase: a acetilcolinesterase e a buceril acetilcolinesterase ( que é uma pseudo-colinesterase, presente no sangue, no vaso, no fígado). Acetilcolinesterase é responsável pela rápida hidrólise da acetilcolina, bem como a do Betamecol, Carbacol. Já a Buceril acetilcolinesterase degrada vários substratos como cocaína e outras drogas. -Os anticolinesterásicos são classificados de três tipos: ação curta, intermediária e os irreversíveis. Eles são divididos de acordo com a capacidade que eles tem deinibir a acetilcolinesterase. Os fármacos que inibem de forma irreversível só tem importância toxicológica, são os organofosforados. Isso significa que essa enzima não vai mais degradar a acetilcolina, a célula vai ter que sintetizar outra enzima para voltar a fazer a degradação. Os que tem ligação reversível podem inibir de uma maneira rápida ou intermediária tem aplicações clínicas importantes. Eles vão aumentar a ação da acetilcolina nos seus receptores tanto nos nicotínicos quanto nos muscarínicos. Vai depender da quantidade de bloqueio dessas enzimas. Alguns atravessam a barreira hematocefálica e fazem a mesma ação no SNC (como os organofosforados) e causam um efeito excitatório no SNC. Em uma intoxicação por organofosforado todos os efeitos do parassimpático estarão exacerbados: bradicardia, queda brusca de pressão arterial, bronco constrição, aumento do peristaltismo (cólica e diarréia). Se o bloqueio for muito intenso vai ocorrer ações excessivas da acetilcolina nos receptores nicotínicos na JNM, vai ter tremor muscular seguido de uma rigidez, uma paralisia muscular. No inicio a acetilcolina estimula demais, depois o receptor dessensibiliza, para de responder. 26 Em uma JNM a acetilcolina se liga, promove a abertura de canais iônicos, o sódio entra, despolariza e faz a contração. Só que a acetilcolina na JNM é degradada em questão de milissegundos pela acetilcolinesterase. Quando a acetilcolinesterase está bloqueada, acetilcolina se liga em receptor nicotínico e não se desliga. Então ela fica ativando o receptor nicotínico em um período muito maior do que milissegundos. Esse receptor nicotínico não vai conseguir voltar para seu estado refratário e depois ficar de repouso para polarizar de novo. O receptor nicotínico vai dessensibilizar. E mesmo com a acetilcolina ligada ele não vai mais conseguir de novo uma despolarização. Isso se chama bloqueio por despolarização prolongada. Existe uma doença auto-imune chamada Miastenia grave que ocorre nos receptores nicotínicos. O sistema imunológico do paciente começa a atacar os receptores nicotínicos, destruído essa proteína na junção neuromuscular. Resulta em fraqueza muscular. Uma característica importante dessa doença é a ptose palpebral. As manifestações da doença acontece com, primeiramente, perda da força muscular, depois tem dificulade de caminhar de subir escadas, até , com o progredir da doença, parar em uma cadeira de rodas. Essa doença é diagnosticada com o uso de anticolinesterasico. Porque? Vai aumentar os níveis de acetilcolina, e vai atuar com mais intensidade nos receptores nicotínicos que estão diminuídos. O paciente é tratado com anticolinesterásico de ação intermediária. Também é necessário diminuir a atividade do sistema imunológico, administrando drogas imunossupressoras. Revisando: Porque usamos anticolinesterase: importância clínica: tratamento e diagnóstico da miastenia grave, tratamento do glaucoma, anestesia. -----------------x---------------------------x--------------------------------x-------------------------x-----------------Caso clínico: Sr. Hiroyshito, 65 anos, agricultor, compareceu a emergência do pronto socorro apresentando intensa bradicardia, hipotensão, sudorese e rigidez muscular. Diante da análise da historia do paciente, diagnosticou-se um quadro de intoxicação por inseticida organosfosforado. Imediatamente administrou-se atropina na dose de 1 mg, via intravenosa, a cada 5 minutos, até o desaparecimento da bradicardia. Administrou-se também pralidoxima 2g por infusão intravenosa contínua. 1)Explique farmacodinâmicamente como os organofosforados causaram os sintomas do paciente. 2) Explique farmacodinâmicamente como a atropina reverteu o quadro de intoxicação. 3) Explique porque a pralidoxima foi utillizada A Pralidoxima (está na RENAME) é a única droga que temos no mercado que consegue reativar a ligação do organofosforado com a enzima, como havia dito é uma ligação irreversível. Porém, ela consegue reverter a ligação do organofosforado com a enzima, porque ela tem alta afinidade pelo fósforo do organofosforado, mas precisa ser administrado até duas horas depois da intoxicação. Para podermos entender a ação das antropinas, precisamos conhecer os antagonistas muscarínicos (drogas parassimpaticolíticas). -Antagonistas muscarínicos no mercado: Atropina* (atropa belladonna), hioscina ou escopolamina ( Datura stramoniumI)Buscopan , ipratópio*(muito utilizado para inalação, broncodilatador), tropicamida*(midiatrico, dilatador pupilar), cilopentolato(midiatrico), pirenzepina (antagonista muscarínico M1) -marcados com (* )estão na RENAME. Atropina Na estrutura da Atropina existem ligações de grupos volumosos, fazendo que o efeito ao se ligar no receptor seja antagonista (de bloqueio). Os antagonistas muscarínicos tem efitos periféricos semelhantes, o que vai diferenciar é que eles tem diferente seletividade por receptores, então existe antagonista muscarínico mais seletivo para M1 ou para M2, ou então aqueles que não são nada seletivo. A atropina é um exemplo de antagonista muscarínico que não tem seletividade. Ela bloqueia todos os M-receptores. Todo agonista muscarínico inibe todas as secreções, faz taquicardia. Em dose baixa a antropina faz o efeito paradoxal, em vez de produzir taquicardia, ela produz mais bradicardia, porque uma dose baixa ativa um reflexo no SNC que ativa o parassimpático.A atropina não causa alteração da pressão arterial em indivíduos normotenos. Nas células endoteliais do vaso tem receptores muscarínicos M3, quando esse receptor é ativado pela acetilcolina, a célula endotelial produz NO, e esse gás difunde até a célula muscular relaxando e promovendo vasodilatação. Quando eu dou atropina eu impeço a produção de NO, então eu não vou ter vasodilatação. Na parte ocular, o antagonista muscarínico vai fazer midríase, dilatação pupilar. Aumento da pressão ocular. Inibição da motilidade. Broncodilatação, relaxamento do trato gastro-intestinal. Como tratar uma intoxicação por antagonista muscarínico? Deve ser administrado um anticolinesterasico, que é uma interação farmacodinâmica de antagonismo fisiológico. Uma utilidade dos antagonistas muscarínicos para problemas cardíacos é no tratamento da bradicardia sinusal. Posso usar um antagonista muscarínico para dilatar a pupila. Os antagonistas muscarínicos são utilizados com medicação pré-anestésica para ressecar secreção. Porque muitas cirurgias eu preciso entubar o paciente, então é necessário ter uma via área limpa, sem secreções. Pode ajudar pessoas que sofrem de incontinência urinária, porque inibe micção. Pode ajudar para as crianças que faz xixi na cama (enurese noturna). 27 Resposta 2 do caso clínico : a atropina bloqueou o receptores muscarínicos, a acetilcolina não se ligou e acabou revertendo a bradicardia a sudorese. A rigidez muscular eu não reverto por antropina, porque ela ocorre pela ação da acetilcolina nos receptores nicotínico. A rigidez muscular vai continuar acontecendo até organofosforado serem degradados ou se pralidoxina conseguir reverter essa ligação. Resposta 3: Porque ela conseguer reverter a ligação do organofosforado com a enzima, desde que seja adm logo. -----------------------------------------------------------x----------------------------------x-----------------------Agora vamos falar dos fármacos que são usados para bloqueadores muscular. Eles são usados em cirurgia. O anestesista é que mais vai usar esse medicamento. São fármacos usados em cirurgia cardiaca, abdominais... São classicados em duas categorias: em bloqueadores não-despolarizantes e despolarizantes. O que isso significa: eu tenho o fármaco que é agonista do receptor nicotínico (despolarizantes), e tem os farmacos que são antagonistas desses receptores (não despolarizantes). Ambos vão causar paralisia, mas por mecanismo de ação diferentes no mesmo receptor. -Não despolarizantes: foram descobertos muitos anos atrás pelos índios. Eles utilizavam alcalóides (curare) nas pontas da flecha, caçava o animal, ele ficava paralisado e depois matavam o animal. “eu vi uma reportagem no Discovered de uma tribo indígena que ainda usa essa técnica” (Gabriel) -“O exército brasileiro usa em combate.” O que tem nesse curare? Tem um princípio ativo chamado sucopurarina (sei lá como se escreve isso), que nada mais é que uma antagonista de receptor nicotínico na JNM. A partir desse princípio ativo desenvolveram derivados sintéticos: Pancurônio, atracúrio, vecurônio todos eles em uso clínico hoje. A Galamina não é só antagonista nicotínico, ela também é antagonista muscarínico M2 (coração), então a Galamina faz muita taquicardia, por causa disso ela não é usada na clínica. Todos causam uma paralisia flácida. A ordem de paralisia muscular acontece dessa forma: primeiro os músculos oculares, depois os músculos da face, membro e faringe, os músculos respiratórios são os últimos a serem paralisados, e os primeiro a voltar da paralisia, por isso é necessário a entubação. Efeito indesejável: como existe receptor nicotínico nos gânglios simpático e parassimpático vai ter queda de pressão arterial. Eles também fazem liberação de histamina. Não se ve o paciente coçando porque ele está anestesiado, mas no camundongo vai dá pra ver. Causa broncoconstrição por causa da liberação de histamina. E causa dor muscular pós-operatória. -Despolarizantes: são agonistas desse receptor, vão causar paralisa por despolarização. Antes de produzir a paralisia, muita fasciculação porque incialmente eles vão estimular o receptor nicotínico, que vai fazer o músculo contrair descordenadamente. Depois dessa primeira fase é que eu vou para o bloqueio. Então eles vão se ligar ao receptor nicotínico, atuando como agonistas, despolarizando o receptor, porém não são hidrolisados rapidamente pela acetilcolinesterase, vão atuar por um tempo prolongado. Explicando melhor :acontece um bloqueio de fase I, onde tem abertura do receptor, entrada de sódio, despolarização da placa terminal, propagação e despolarização da célula muscular e contração muscular generalisada, desorganizada, estimulando muito mais que o normal- tremor. No segundo momento, como o bloqueador neurmuscular não é degradado rapidamente, há uma repolarização iniciada na célula, porém, a membrana é incapaz de repolarizar novamente. Não há como fazer a membrana entrar em estado de repouso para repolarizar de novo. Isso vai fazer um bloqueio do canal de sódio e leva a dessenssibilização do receptor. Por mais que o agonista esteja ligado o receptor não abre mais o seu canal. E paro a despolarização. Receptor nicotínico dessenssibiliza muito fácil, estimulado demais, dessenssibiliza. Isso que acontece com a nicotina. Fármacos despolarizantes: Succinilcolina, suxametônio Como que escolho um entre um bloqueador despolarizante e não –despolarizante: o médico vai escolher dependendo da duração do efeito. Os não despolarizantes tem uma duração de tempo mais prolongada que os despolarizantes. Os despolarizantes é para uma cirurgia mais rápida. O suxametônio tem uma duração de tempo de 3 min. A duração da cirurgia é o fator que leva o anestesista escolhe entre um ou outro. Além dos ñdespolarizantes durarem mais tempo, existe um antídoto para eles, que são os anticolinesterasicos. Entendendo o mecanismo de reversão: um fármaco anticolinesterasico junto com um fármaco antagonista muscarínico, o anticolinesterasico vai aumentar os níveis de acetilcolina, a acetilcolina vai competir com o antagonista pela ligação do receptor, como é uma ligação reversível, a acetilcolina vai começar a se ligar de novo, e o bloqueio é revertido. Entre a acetilcolina e o bloqueador ñ despolarizante existe um antagonismo competitivo; mais entre o ñ despolarizante e o anticolinesterasico é um antagonismo fisiológico. Porque prolonga o efeito quando se usa um anticolinesterasico e um bloqueador despolarizante? Porque o despolarizante tem uma ação agonista com o receptor, e nessa ação ele está dessenssibilizando os receptores. Se aumentar a quantidade de agonista na fenda, há um aumento da dessenssibilização do receptor, potencializando o efeito do bloqueador. “Lembra daquele filme que eu mandei mirr vezes vocês assistirem? enCUrralad . Tem um erro de farmacologia ali. Eu vou perguntar na prova qual é o erro desse filme.” R: é porque o médico aplica na Courtney Love succinil colina que é um bloqueador despolarizante. Logo depois de quase matar a bandida ele a administra um antídoto, só que não existe antídoto para bloqueador despolarizante. 28 Fármaco 06.05.09 (nos primeiros 1:50 min. da aula não dá pra ouvir o que a prof. tá dizendo pq tem muita gente falando ao mesmo tempo) Neurotransmissão noradrenérgica (desenho) Como a noradrenalina é sintetizada, armazenada e liberada? O precursor da noradrenalina é o neurotransmissor tirosina. A tirosina é um aminoácido obtido pela alimentação e que penetra no neurônio por um sistema de transporte. Dentro do neurônio, a tirosina irá encontrar uma enzima que está presente tanto nos neurônios noradrenérgicos como nos dopaminérgicos, que é a tirosina-hidroxilase (abreviatura TH). A tirosina é então transformada em DOPA, que é um intermediário, antes da formação da noradrenalina. A DOPA vai encontrar mais uma enzima, chamada DOPAdescarboxilase, que vai transformar a DOPA em dopamina. Se fosse um neurônio dopaminérgico, a síntese terminava aqui. Mas no neurônio noradrenérgico, esta dopamina, por um mecanismo de transporte, vai penetrar na vesícula, e dentro dela, somente nos neurônios noradrenérgicos e em mais nenhum outro, tem mais uma enzima chamada dopamina-beta-hidroxilase. E esta dopamina é transformada em noradrenalina dentro da vesícula. Dessa forma, a noradrenalina fica armazenada em vesículas nos neurônios noradrenérgicos. Mas e a adrenalina? Na periferia, ela é um hormônio. Na medula da glândula supra-renal, tem um grupo de células, chamadas células cromafins, que fazem a mesma síntese da noradrenalina. Só que, quando chega a formar a noradrenalina, existe mais uma enzima, chamada feniletanolamina-m-metil-transferase (TMNP) (não precisa decorar! =] ), que transforma a noradrenalina em adrenalina. E a adrenalina é lançada no sangue, e pelo sangue ela faz as mesmas ações da noradrenalina. Então por isso que a adrenalina é vista como um hormônio (pq é produzida por uma glândula, a supra-renal) e a noradrenalina é vista como um neurotransmissor (pq ela é produzida pelos neurônios noradrenérgicos). Como a noradrenalina é liberada? Pela chegada de um potencial de ação nesse neurônio, que vai promover a abertura de canais de cálcio, e o cálcio aqui dentro vai promover a extrusão dessas vesículas e ela vai ser liberada. E quais são os receptores da noradrenalina que nós temos? Na periferia, os receptores alfa e beta adrenérgicos. A adrenalina e a noradrenalina são agonistas desses receptores. Qual a diferença então entre a adrenalina e a noradrenalina? É grau de afinidade. Potencia como agonista. A adrenalina tem mais afinidade pra um, a noradrenalina para outro... Uma vez que elas se ligaram com seus receptores da periferia e exerceram os seus efeitos, qual é o principal mecanismo pra gente tirar noradrenalina da fenda sináptica e acabar com o efeito dela? (porque ela tem que exercer o efeito e se desligar do receptor, terminar a sinapse) Recaptação. Diferente da acetilcolina, que é degradação enzimática. Esse processo de recaptação também pode ser chamado de captação 1. Isso porque ela é recaptada (ou captada) pelo neurônio que a produziu. E aqui dentro a noradrenalina pode ser novamente armazenada em vesículas, ou então ser degradada enzimaticamente pela enzima MAO (mono-amino-oxidase). A MAO é a principal enzima que faz a degradação da noradrenalina recaptada (pelos neurônios pré-sinápticos) que não foi armazenada em vesícula. E ela vai transformar essa noradrenalina na periferia em um metabólito chamado VMA, o qual é eliminado pela urina. O doseamento de VMA na urina pode ser usado num paciente para saber o quanto ele está produzindo de adrenalina e noradrenalina. Porém, a gente não tem MAO só no neurônio pré-sináptico, a adrenalina e a noradrenalina que circularem pelo sangue vão ser degradadas pela MAO plasmática. Na fenda sináptica, a enzima que mais faz degradação é a COMT (catecol-o-metiltransferase). Então, aquela noradrenalina que não for recaptada, vai ficar livre na fenda e sofrer uma ação muito maior de COMT do que de MAO. E a COMT também vai transformar a noradrenalina em metabólitos inativos. A recaptação é realizada por uma proteína de transporte inespecífica na membrana da célula que recapta catecolaminas (dopamina, noradrenalina e até a adrenalina). Há fármacos que inibem essa proteína, mas não há fármacos que acelerem a sua atividade. A dosagem do VMA é importante para diagnosticar algumas patologias em que o paciente tem uma alta produção de adrenalina e noradrenalina. Existe um tumor na supra-renal chamado felcromocitoma, em que as células cromafins produzem uma quantidade exagerada de adrenalina. Como se trata? Fármacos que bloqueiam os receptores da adrenalina porque esse paciente tem uma pressão altíssima o tempo todo. Daqui a pouco a gente vai ver esses fármacos. Há fármacos que bloqueiam a MAO (em todos os lugares, mas principalmente nos neurônios dando, por exemplo, efeito antidepressivo). E isso vai fazer com que haja mais noradrenalina livre e ela será mais armazenada e mais liberada quando houver um potencial de ação. Detalhamento da formação de noradrenalina e adrenalina. A tirosina é um aminoácido que sofre a ação da tirosina-hidroxilase, que vai acrescentar um grupamento hidroxila e transformá-la em DOPA. A DOPA-descarboxilase faz a descarboxilação da DOPA e a transforma em dopamina. Então a dopamina sofre a ação da dopamina-beta-hidroxilase, que acrescenta uma hidroxila no carbono-beta, formando a noradrenalina (ou noraepinefrina). A noraepinefrina sofre a ação da TNMP e vira adrenalina pelo acréscimo de um grupamento metila. Enfim, todas são muito parecidas, por isso que há proteínas de transporte, enzimas, que são comuns para todas essas substancias. Mono-amino-oxidase, por exemplo, degrada qualquer catecolamina. 29 Estrutura química. Essas monoaminas são chamadas catecolaminas porque tem um grupo catecol (um anel benzênico com duas hidroxilas adjacentes) ligado a uma amina. As principais são noradrenalina, adrenalina, dopamina e isoprenalina(forma sintética). Elas tem diferenças por afinidade nos receptores. Todas são agonistas alfa e beta, porém a noradrenalina tem uma afinidade muito maior por alfa do que a isoprenalina. E a isoprenalina, por sua vez, tem uma afinidade muito maior por beta que a adrenalina e a noradrenalina. A adrenalina tem uma ligação intermediária nos receptores. A isoprenalina (ou isopretenerol) é muito utilizada em parada cardíaca por ser um agonista beta muito potente. A dopamina tem uma afinidade muito pequena por alfa e beta, e tem afinidade muito maior pelos receptores dopaminérgicos. Receptores - ações da adrenalina e noradrenalina na periferia e em cada receptor. Elas se ligam em receptores alfa e beta. - alfa: alfa-1 (A, B e D) e alfa-2 (A, B e C) beta: beta-1, beta-2 e beta-3, com subtipos. Todos eles são receptores metabotrópicos (acoplados a proteína G). - Receptores alfa -1: são acoplados a uma proteína Gq, e quando ativados, ativam a fosfolipase-C e produzem dois segundos mensageiros, IP3 e DAG; e o resultado será sempre aumento do cálcio citoplasmático. Receptores alfa-2: são inibitórios, e de forma geral acoplados a uma proteína Gi, que vai inibir a adenilato-ciclase, diminuir produção de AMPc na célula e inibir a abertura de canal de cálcio. Receptores beta: todos estimulam a adenilato-ciclase, são ligados a uma proteína Gs, que vai aumentar a produção de AMPc. (Saber localizações e funções dos tipos – não dos subtipos. Isso serve para prever a ação dos fármacos que agem como agonistas ou antagonistas desses receptores. Ela deixou um quadro com essas informações no portal. O quadro completo está no Rang & Dale e ela recomenda estudar por ele) Receptor Alfa-1: - Localização I: musculatura lisa de vaso Ação I: quando é ativado pela noradrenalina ou adrenalina haverá contração, ou seja, vasoconstrição. A contração ocorre porque a ativação do receptor vai aumentar a quantidade de cálcio na célula contrátil, promovendo a contração. Aumento da RVP e da PA. Agonistas I: descongestionantes nasais (Sorine, Afrin, Aturgil, Nafasolina, Oxinafasolina, Fenilefrina, Pseudo-efedrina...) *obs.: Se um paciente hipertenso usar agonista alfa-1 em demasia (por via oral) pode ter uma crise hipertensiva (ler revisão “Simpaticomiméticos que aumentam a PA” que ela deixou no portal) - Localização II: músculo radial da pupila (musculatura circular que envolve a pupila) Ação II: dilatação pupilar (quando o músculo contrai, aumenta o diâmetro da pupila) - Localização III: trato gastrointestinal - Ação III: relaxamento da musculatura. Isso ocorre porque o subtipo da musculatura do TGI promove relaxamento com a ação da adrenalina e noradrenalina (diferente dos outros subtipos). - Localização IV: fígado Ação IV: glicogenólise hepática (quebra das moléculas de glicogênio nos hepatócitos), promovendo liberação de glicose para o sangue. Receptor Alfa-2: - Localização e ação: a noradrenalina quando é liberada age como agonista e precisa de mecanismos que diminuam a sua permanência na sinapse. Esses mecanismos são recaptação e degradação enzimática. Mas existe um terceiro mecanismo, que ocorre graças a existência do receptor alfa-2 na pré-sinapse. Ele é conhecido como receptor auto-inibitório. Quando há altas concentrações de noradrenalina na sinapse, por qualquer motivo, ela vai se ligar nesse tipo de receptor. O receptor alfa-2, inibitório e acoplado a uma proteína Gi, é ativado e ocorre diminuição da produção de AMPc no neurônio. Com isso, não há abertura de canais de cálcio e a liberação de neurotransmissor irá diminuir. Então há uma inibição da liberação de noradrenalina regulada por ela mesma – é um feedback auto-inibitório (ela inibe a sua própria liberação). - Agonistas: metildopa (anti-hipertensivo utilizado na gestante hipertensa). É um agonista no SNC, que, diminuindo a liberação de noradrenalina, diminui toda a descarga do simpático na periferia. Vai fazer isso na sinapse de um neurônio simpático com a célula cardíaca, reduzindo os batimentos cardíacos. Vai fazer isso na sinapse de um neurônio noradrenérgico com musculatura lisa de vaso, diminuindo vasoconstrição. Todas as ações do simpático ficam diminuídas. 30 Fármaco 07/05/09 A localização e função dos receptores noradrenérgicos é extremamente importante, na aula passada havia sido visto o receptor alfa 1, que é localizado principalmente na musculatura lisa dos vasos, quando ele é ativado sempre ele faz a contração desse vaso e temos então a vasoconstrição, aumento da resistência vascular periférica e aumento da pressão arterial. Importante exceção é no trato gastrointestinal, não na pupila, pois na pupila ocorre contração do músculo para ocorrer dilatação da pupila, mas de qualquer maneira o músculo contrai.A ação da Adrenalina e noradrenalina nos receptores alfa 1 no trato gastrointestinal produz relaxamento, pois temos subtipos de receptores alfa 1, além de outro motivo que é quando a adrenalina e noradrenalina se ligam nessas sinapses do trato gastrintestinal, há no trato gastrintestinal inervação colinérgica também, e os receptores alfa 1 estão presentes na pós-sinapse dessas sinapses, e todos sabemos que a acetilcolina contrai essa musculatura lisa, uma vez que o receptor alfa 1 inibe essa liberação de Ach, ocorre relaxamento.O receptor alfa 2 está presente na pré-sinapse colinérgica, quando adrenalina e noradrenalina se ligam nesse receptor, ela faz inibição da liberação de acetilcolina, com isso ocorre relaxamento, isso explica porque o simpático tem um relaxamento do trato gastrointestinal quando ele é ativado. Receptor alfa 1 também está presente no hepatócito, quando ele é ativado é desencadeada a glicogenólise,que é a quebra do glicogênio em moléculas de glicose. Voltando ao alfa 2, sua localização mais importante é na pré-sinapse dos neurônios noradrenérgicos e colinérgicos, ele vai sempre inibir a liberação de noradrenalina e acetilcolina. Receptor afla 2 é ligado a uma proteína G inibitória, vai sempre diminuir AMPc no neurônio, diminuindo AMPc, não tem abertura de canal de cálcio, com menos cálcio entrando tem menAs liberação de neurotransmissor.Onde tiver alfa 2 em présinapse ele vai inibir a liberação de neurotransmissor, chamado de feedback auto-inibitório quando inibe Noradrenalina e heteroinibição quando inibe liberação de acetilcolina. Também tem receptor alfa 2 nas ilhotas pancreáticas, nas células que produzem insulina, ocorrendo por estímulo da adrenalina e noradrenalina nesses receptores inibição da liberação de insulina, o que significa que o simpático ativado trabalha para termos glicose no sangue, pra gente acumular energia. Esses receptores alfa 2 também estão envolvidos na contração de músculo liso vascular, pois tem esses receptores nos vasos, igual ao alfa 1.Tem receptor alfa 2 nas plaquetas, por isso ta envolvido no processo de agregação plaquetária, e ainda tem receptor alfa 2 no sistema nervoso central, especificamente no tronco cerebral, e ali quando ele é ativado ele inibe a liberação de noradrenalina no tranco cerebral, e sem a liberação no tranco cerebral de noradrenalina, toda a descarga do simpático fica inibida.O alfa 2 tem essas diferentes ações de contração algumas vezes e inibição outras devido aos diferentes subtipos. Quando eu penso em receptor beta 1, tem que pensar em coração. Essa é a principal localização e a localização mais importante.Esse receptor faz taquicardia, acoplado a uma proteína G estimulatória, aumenta o AMPc na célula, aumentando a contração dessa célula cardíaca.Também tem receptor beta 1 na glândula salivar, aumenta secreção de amilase, tem receptor beta 1 no rim (muito importante), onde ele aumenta a liberação de renina, com conseqüente maior vasoconstriçao, maior liberação de aldosterona e aumento da pressão arterial. Receptor beta 2 tem uma localização muito importante, que é na musculatura lisa de vaso, onde ele vai dar relaxamento. Relembrando, na musculatura lisa de vaso tem alfa 1 e beta 2, o primeiro faz contração e o segundo relaxamento.Só que quando eu dou uma injeção de adrenalina, embora ele se ligue nos dois, o resultado final vai ser mais contração com conseqüente aumento de pressão arterial.Daí o grande problema de usar adrenalina em paciente que usa beta bloqueador, pois será uma imensa vasoconstrição, com um aumento de pressão muito grande.Se o cara for alérgico a adrenalina, o médico pode tentar uma isoprenalina, que é um composto sintético ou trabalha só com corticóide.O receptor beta 2 reduz então resistência vascular periférica. Caso clínico legal: Paciente tomando fármaco antagonista alfa 1(prazozina), e eu dou adrenalina pra ele, a adrenalina não vai ter receptor alfa 1 pra se ligar e a pressão desse paciente vai cair, o efeito da ligação da adrenalina aos outros receptores livres não vai começar essa ausência da ação do alfa 1, porque os efeitos hipertensivos dos outros receptores são mais a longo prazo. Além disso, tem muito mais alfa um na musculatura lisa que alfa 2, o efeito em beta 2 que está todo livre vai ser muito maior. Outra localização muito importante de beta 2 é na musculatura lisa dos brônquios, onde ocorre relaxamento, portanto todos os fármacos agonistas beta 2 seletivos são broncodilatadores, são utilizados no tratamento da asma, choque anafilático, etc.Tem também beta 2 em hepatócito e músculo, onde sempre vai aumentar a glicogenólise. Tem receptor beta 2 na pré-sinapse do neurônio noradrenérgico, onde ele tem a ação inversa do alfa 2, pois é ligado a uma proteína G excitatória onde aumenta AMPc, aumentando a liberação de neurotransmissores, SÓ NOS NEURÔNIOS NORADRNÉRGICOS ESSE, NÃO NOS COLINÉRGICOS. Pergunta que o próximo premio Nobel de medicina tem que responder: porque baixas concentrações de noradrenalina estimulam beta 2.E quando está em altas concentrações de noradrenalina o alfa 2 é ativado. Ainda tem receptor beta 2 em musculatura lisa de útero, onde também ocorre relaxamento, servem para tratar parto prematuro (salbutanol), mas não cólicas. Também tem receptor beta 2 em músculo esquelético, o resultado da ativação nos músculos esqueléticos é o tremor.Paciente que tremem pela sua ansiedade, posso usar um antagonista beta 2 pra diminuir tremor.O beta 3 só tem uma localização, os adipócitos, onde faz lipólise, mas não tem ainda no mercado, pq eles fazem uma quebra de gordura muito transitória. Os fármacos que atuam no sistema nervoso simpático vão ser fármacos muito importantes pra tratar hipertensão, pra tratar choque cardiovascular, arritmia, asma, reações anafiláticas, e outros problemas respiratórios menores. Vamos começar com os simpaticomiméticos, que podem 31 ser classificados em: de ação direta(agonista alfa e beta) e de ação indireta(por um mecanismo qualquer, aumentam as ações da noradrenalina nos seus receptores). Os de ação direta são medicamentos de uso livre. Os agonistas alfa 1 seletivos são muito usados pela sua ação vasoconstritora, usados em primeiro lugar como descongestionantes nasais.O nariz ‘’tranca’’ por uma reação inflamatória, em que são liberadas principalmente as prostaglandinas, as quais promovem vasodilatação nesse tecido e aumentam a permeabilidade vascular, fazendo com que o conteúdo que está dentro do vaso extravase pro tecido, a mucosa nasal fica cheia de vaso dilatado e edemaciada, isso diminui o espaço aéreo por isso que o nariz entope.Por isso é indicado como vasoconstritor nasal, de uso local.Porém quando o efeito dele passa, a vasodilataçao que vem depois é muito pior do que a que estava antes, isso se chama vasodilatação de rebote, por isso um vasoconstritor deve ser usado no máximo por 3 dias consecutivos, senão seu uso prolongado pode causar uma lesão irreversível da mucosa nasal e perda de olfato, pela baixa oxigenação da mucosa.Nesse uso a absorção do medicamento é mínima, então não causa problema sistêmicos, porém tem aqueles medicamentos que são associações antigripais que tem vasoconstritores, aí deve-se tomar cuidado com pacientes hipertensos(revisão no portal, ‘Simpaticomiméticos que causam hipertensão’’). Também são usados como midriáticos (fazem midríase), como a fenilefrina. Também pode usar um vasoconstritor associado a anestésico local, é um efeito de potencialização(interação farmacocinética), vai contrair o vaso de onde o anestésico ta sendo aplicado, pra diminuir a absorção do anestésico e ele ficar na mucosa, prolongando o efeito do anestésico local(caso para a prova). Os agonistas alfa 2, fármacos muito importantes, com ação muito importante nos receptores alfa 2 presentes na pré sinapse. A metildopa(antihipertensivo pra gestante) e a clonidina, são conhecidos como anti-hipertensivos de ação central, pois o seu efeito se dá pela sua ação agonista alfa 2 lá no tronco cerebral, diminuindo então noradrenalina no tronco cerebral, e inibindo a descarga de todo o sistema simpático, mas também vai fazer seu efeito na sinapse cardíaca, nos vasos sanguíneos, com diminuição da liberação de noradrenalina em todos esses lugares.A metildopa na verdade é um pró-fármaco, ela precisa de uma metabolização pra exercer esse efeito.Eles são classificados como simpaticomiméticos de efeito simpaticolítico, uma vez que embora seja agonista alfa 2, seu efeito é simpaticolítico, ou seja, contrário ao do simpático pois causa queda de pressão.Explica mais uma vez que esta acoplado a uma proteína G inibitória, que diminui AMPc, não abre canal de cálcio, diminui liberação de noradrenalina. Os agonistas beta 1, qualquer um dele vai aumentar freqüência e força de contração cardíaca, dá taquicardia. É a isoprenalina, que é um agonista beta 1 seletivo, que tem mais afinidade por receptor beta que a própria adrenalina e noradrenalina e a dobutamina, que é um potente agonista beta 1.Eles podem causar arritmias, com uso só em urgência, parada cardíaca e o paciente deve ser monitorado. Agonistas beta 2 são utilizados como broncodilatadores em primeiríssimo lugar, tão na RENAME.Temos o salbutanol e fenoterol e o ipratrópio (antagonista muscarínico), esses dois últimos tem um interação de adição farmacodinâmica, bloqueando o parassimpático e ativando o simpático.Mas age um pouco no beta 1, pq não tem 100% de seletividade, causando taquicardia como efeito colateral característico, além do tremor.Contra-indicado pra pacientes que tem arritmia.Como são relaxantes de musculatura lisa uterina, inibe trabalho de parto prematuro. Os simpaticomiméticos de ação indireta também aumentam o nível de noradrenalina nas sinapses, tanto da periferia quanto do SNC. Vão ser as anfetaminas. As anfetaminas inibem a recaptação da noradrenalina na sinapse, e entra no lugar da noradrenalina no neurônio pré-sináptico.Entra e depleta(expulsa) o estoque de noradrenalina das vesículas, uma parte dela é liberada e outra é degradada pela MAO na sinapse.Ela aumenta os níveis de noradrenalina na fenda por inibir a recaptaçao, e ainda estimula mais liberação de noradrenalina, por isso ela é tão estimulante do SNC.Na periferia da taquicardia, aumento da PA, etc.Perde o efeito da anfetamina com o tempo pq acabam os estoques de noradrenalina, vai então aumentando a dose, gerando a dependência.Síndrome de abstinência devido a neuroadaptaçao explicada na aula de antidepressivos.Drogas psicotrópicas. O uso clínico da anfetamina é para tratar emagrecimento irracionalmente, na verdade deve ser usada somente quem tem IMC acima de 40. Fora anfetamina, tem cocaína, que inibe a recaptação das monoaminas.A cocaína atua na via da recompensa coma liberação de dopamina, que é o neurotransmissor do prazer.A sensação de prazer q ela traz é muito grande, e quem não tem prazer na vida acaba usando cocaína como maneira de obter esse prazer.A anfetamina é usada pros esportistas e camioneiros pelo seu efeito estimulante, mas depois que passa o efeito, a sensação de cansaço é muito maior.Os antidepressivos tricíclicos também são considerados simpaticomiméticos de ação indireta pela inibição dessa recaptação de noradrenalina também.Não se sabe pq a cocaína não tem efeito antidepressivo, e pq os tricíclicos não causam dependência. Resumo dos principais usos clínicos dos agonistas adrenérgicos: auxiliam no caso de parada cardíaca, num choque anafilático pq são broncodilatadores, assim como no sistema respiratório, como descongestionantes nasais, associados a anestésico local, pra inibição do trabalho de parto, pra tratar hipertensão, pra tratar o rubor da menopausa, pra reduzir a pressão intra-ocular e na profilaxia da enxaqueca, pois vasoconstritor diminui os sintomas dolorosos da enxaqueca. 32 Farmacologia 11/05/2009 Simpaticolíticos de ação indireta: Eles vão inibir a ação da NA (noradrenalina) nos seus receptores, diminuindo os níveis da NA na sinapse, inibindo a síntese, o armazenamento ou a liberação das catecolaminas. A reserpina um fitoterápico extraído da planta Rauwolfia serpentina, até a década de 50 era o anti-hipertensivo mais usado. A reserpina age inibindo os transportadores vesiculares das catecolaminas, bloqueando o transporte da NA e outras aminas para as vesículas sinápticas, diminuindo a liberação de neurotransmissor. Não formando e impedindo a recaptação da NA. Com mais NA livre na fenda sináptica (pois não ocorre recaptação) e mais degradação pela MAO. Pela degradação da MAO e por não formar NA, ocorre uma diminuição da sua concentração. Ela diminui a concentração de DA, NA e 5-HT (serotonina). A reserpina tem ação no SNC. O efeito psicótico esta ligado com excesso de DA (dopamina) em algumas regiões cerebrais (mesocortical), e este fármaco diminui a concentração de DA causando o efeito antipsicótico. Esta em desuso pelos seus efeitos colaterais (sedação e depressão pela diminuição da 5-HT no SNC), portanto este fármaco é utilizado somente em pesquisas farmacológicas. A α-metiltirosina inibe a tirosina hidroxilase que faz parte do primeiro processo de síntese, não formando DA, NA e adrenalina. Pois a tirosina é precursora de todas essas catecolaminas. A α-metiltirosina é utilizada no tratamento do feocromocitoma (tumor nas células cromafins da suprarrenal). As células cromafins produzem adrenalina. No feocromocitoma ocorre um excesso de adrenalina e a PA está alta constantemente, trata-se esta patologia com o inibidor da tirosina hidroxilase (diminuindo a produção de adrenalina). A carbidopa, fármaco simpaticolítico de ação indireta, inibidora da dopa-descarboxilase (enzima envolvida na síntese da DA, NA e adrenalina), porém não é usada no tratamento da hipertensão, ela é usada no tratamento de Parkinson. No tratamento de Parkinson utiliza-se uma associação de levodopa + carbidopa. Utiliza-se a levodopa por ser um precursor da DA, se der somente DA ela vai ser degradada pela MAO antes de chegar ao cérebro em quantidades suficientes. Se administrar o precursor sem o inibidor da dopa-descarboxilase vai ter a transformação de levodopa em DA na periferia, antes de chegar ao cérebro. Para não ocorrer a transformação de levodopa em DA na periferia, associa-se levodopa com carbidopa, deixando a levodopa atravessar a BHE (Barreira Hematoencefálica), a carbidopa não atravessa, ocorrendo no cérebro a transformação de levodopa em DA. Essa interação é farmacocinética e tem um efeito potencializador. A guanetidina é um fármaco anti-hipertensivo de ação central. Ela é recaptada (recaptação I) para dentro do neurônio pré-sináptico e armazenada em vesículas. Depleta os estoques de NA de dentro da vesícula, diminuindo a liberação de NA. Guanetidina Captação I Transporte para dentro da vesícula expulsa NA de dentro da vesícula NA livre no citoplasma NA degradada pela MAO diminuindo a liberação de NA. Possui os mesmos efeitos da reserpina (efeito hipotensor associados a perda dos reflexos simpáticos), pode causar hipotensão postural, diarréia, congestão nasal e incapacidade de ejaculação. O uso dele será especifico para quem não responde a tratamento aos outros tipos de fármacos. Simpaticolíticos de ação direta (antagonistas α e β): São antagonistas α ou α-bloqueadores, elas atuam em dois tipos de receptores α (α1 e α2). Antagonistas α1 seletivos, α2 seletivos e fármacos não seletivos que atuam em α1 e α2. Nos não seletivos encontram-se dois representantes, a fenoxibenzamina e a fentolamina. A fenoxibenzamina faz ligação covalente com o receptor (antagonista irreversível de receptor α1 e α2), o receptor nunca mais voltará a fazer efeito. Sua ação anti-hipertensiva vai ser prolongada. Tem ação anti-hipertensiva, pois quando bloqueia α1 ocorre vasodilatação (impedindo a constrição promovida pela NA e adrenalina). E quando bloqueia α2 (estão presentes na musc. lisa e nas pré-sinapses adrenérgicas e colinérgicas), aumenta a produção de NA. - Pós-sinapse vasodilatação (receptor α1 e α2 e musc. lisa). - Pré-sinapse maior liberação de NA e Ach (colinérgico). Mesmo que tenha um ligeiro aumento de NA não terá vasoconstrição, pois o receptor está bloqueado, tendo um efeito anti-hipertensivo. Um efeito colateral destes antagonistas α não seletivos é a taquicardia, porque os receptores β do coração são ativados. 33 A fentolamina faz os mesmos efeitos da fenoxibenzamina, com a diferença que a fentolamina é antagonista reversível (a ligação é fraca com o receptor e possível de desfazer). Ela apresenta um efeito anti-hipertensivo mais passageiro, o efeito colateral é igual em ambas e aumenta o débito e freqüência cardíaca, causam hipotensão postural. Ela aumenta a liberação de NA, atuando mais nos receptores β pois α está bloqueado e o receptor β no coração provoca taquicardia. Outro efeito colateral é a diarréia porque eles aumentam a produção de Ach e com esse aumento na musc. lisa do TGI vai aumentar o peristaltismo provocando a diarréia. Além disso todo vasodilatador pode apresentar congestão nasal. *Quais são os principais efeitos colaterais de um vasodilatador? Congestão nasal (todos), hipotensão postural e rubor facial. Antagonistas α1 seletivos: *Se for sintetizado um fármaco que é seletivo para α1? O paciente vai apresentar menos taquicardia. Por este motivo foram desenvolvidos os antagonistas α1 seletivos (prasozina, doxazosina e terasozina) para causar vasodilatação, queda de PA e menos taquicardia (não bradicardia, mas sim uma taquicardia que não é tão acentuada) e diarréia, porém eles continuaram causando hipotensão postural. Os antagonistas α1 seletivos são mais utilizados do que os não-seletivos. *Por que quando mudamos de posição não tem queda da PA? Porque temos o mecanismo reflexo de barorreceptores (receptores que estão na parede do vaso sanguíneo e detectam quando ocorre uma mudança de posição), ocorrendo uma vasocontrição atingindo o simpático. Quando é utilizado um vasodilatador, mesmo que não ocorra mudança de posição, ocorre perda deste reflexo e não ativa o simpático para fazer constrição. O receptor α1 faz vasoconstrição, pois ele é acoplado a uma proteína GQ (constituída de três subunidades) que ativa a fosfolipase C , produzindo DAG e IP3, ambos por mecanismos diferentes vão aumentar o Ca+2 dentro da célula, e esse Ca+2 ativa o complexo actina-miosina fazendo a contração da célula. Os seletivos para α1 tem menos reações adversas que os não-seletivos que atuam em α1 e α2. Fenoxibenzamina e fentolamina bloqueiam α1 e α2 e prasozina, terasozina e doxasozina bloqueiam apenas receptor α1. Antagonistas α2 seletivos: Eles não são utilizados como anti-hipertensivos. A ioimbina aumenta a liberação de NA e aumenta o fluxo simpático. Fazendo com que a NA aumentada atinja mais receptores α1 e β1, provocando taquicardia, aumento da PA e uma falsa sensação de energia. Ela tem receptor α2 no vaso, com sua inibição mesmo que não iniba α1 tem vasodilatação, porém menor que antag. α1. Usa-se α bloqueador para emergências hipertensivas por usar excessivamente os simpaticomiméticos (vasoconstritores). Ex: muito anestésico local com vasoconstritor e deseja reverter a anestesia. Pode-se dar um vasodilatador (antagonista α1). Na Síndrome de Raynaud a pessoa tem uma vasoconstrição periférica excessiva, pode-se administrar um antagonista α2 (vasodilatador). O antagonista α2 também pode ser usado quando tem excesso de vasoconstritor local, obstrução urinária (relaxamento parcial da contração do músculo liso), em caso de próstata aumentada e disfunção sexual masculina ( se associa papaverina que é um vasodilatador específico). β-bloqueadores: Falamos que eles são β-bloqueadores, porém isso não é totalmente verdade, pois eles podem ser antagonistas do receptor β e também agonistas parciais. Mesmo que o fármaco seja agonista parcial ele está bloqueando o receptor β, porque ele está fazendo um efeito menor que o agonista total, então as ações do β vão estar diminuídas. Os agonistas parciais fazem com que o receptor seja menos ativado do que se a NA ou adrenalina se ligassem a ele. Eles podem ter diferentes afinidades: Antagonistas β não-seletivos bloqueia β1 e β2. β2 seletivos nenhuma aplicação clínica (faria tanta broncoconstrição que iria asfixiar o paciente). Os antagonistas β não-seletivos, *propranolol (RENAME), nadolol, timolol, pindolol e labetalol. O propranolol é o β-bloqueador não-seletivo mais comum e que esta no SUS. Ele era utilizado para tratar angina. Usa-se β-bloqueador para angina porque o coração esta recebendo menos irrigação, se diminuir o débito cardíaco diminui a necessidade de oxigenação do musc. cardíaco, assim ele tem um efeito anti-anginoso. Porém perceberam que ocorria a queda da PA nestes pacientes que usavam propranolol para angina, principalmente naqueles que eram hipertensivos. Sua eficácia anti-hipertensiva é melhor que a anti-anginosa e hoje é mais utilizado como antihipertensivo. 34 O propranolol é bem absorvido por V.O., a sua Cmáx é atingida entre 1 e 3 horas, tem baixa biodisponibilidade, pois sofre muito metabolismo de primeira passagem e tem boa velocidade de absorção. Se o paciente tiver algum problema hepático a dose pode ser tóxica, pois ela já é calculada sabendo que o medicamento irá sofrer MPP. Entre os antagonistas β1 seletivos temos o *atenolol (RENAME), metoprolol, esmolol e acebutolol. Não é somente o débito cardíaco que explica a diminuição da pressão, pois o organismo iria ativar o simpático e a pressão voltaria ao normal, eles também interferem no sistema renina-angiotensina e tem uma ação central reduzindo a atividade simpática. Tem receptor Β1 no coração e rins, no coração ele faz taquicardia e nos rins aumenta a liberação de renina. O Β2 aumenta a liberação de NA. Então se bloquear Β1 no coração irá ocorrer a diminuição do débito cerdíaco, no rim ira diminuir a liberação de renina e bloquear Β2 na présinapse diminui a liberação de NA. O rim libera renina que transforma angiotensinogênio em angiotensina I e a ECA transforma angiotensina I em angiotensina II. A angiotensina II tem efeito vasoconstritor e estimula a liberação de aldosterona, por esta vasoconstrição e rejeição de sal pela ação da aldosterona vai ocorrer um aumento da PA. O β-bloqueador vai diminuir todo esse sistema, diminuindo a produção de angiotensina II. Estes 3 mecanismos associados explicam o mecanismo anti-hipertensivo. Tem receptor β2 na musculatura lisa dos brônquios, ele faz a broncodilatação. Quando ocorre o bloqueio dos receptores β2 nos brônquios tem uma broncoconstrição. Portanto outro efeito dos β-bloqueadores não-seletivos é a broncoconstrição (evitar uso em paciente asmático). Os seletivo β1 também causam broncoconstrição porém de menor intensidade. A retirada brusca de um β-bloqueador pode causar efeitos negativos como nervosismo, taquicardia, angina e aumento da PA. Para alguns pacientes causa diarréia, constipação, náusea, vômito e distúrbios do sono. Farmacologia 14/05/2009 ANTIINFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS (AINEs): Os AINEs, em geral, apresentam 4 atividades terapêuticas: Antiinflamatória Analgésica Antipirética Antitrombótica Alguns fármacos classificados como AINEs não tem atividade antiinflamatória. Dois exemplos são o paracetamol e a dipirona, que possuem uma ação mais analgésica e antipirética. Praticamente todos têm interferência na agregação plaquetária. Mas no uso terapêutico, só o Ácido acetilsalisílico é classificado como antitrombótico. A inflamação é uma reação de defesa do nosso organismo contra uma lesão, uma injúria que este organismo tenha sofrido. Pode ter uma injuria por infecção de um vírus ou bactéria, por interação antígeno-anticorpo (ex: asma), por isquemia ou injúria física ou química. Existem dois tipos de inflamações: Aguda: resposta de defesa Crônica: podem acontecer sem ter uma lesão nas células. 35 De uma maneira geral, os antiinflamatórios deveriam ser utilizados apenas para tratar de inflamações crônicas. Porém, às vezes, é necessário tratar uma inflamação aguda porque ela pode estar trazendo prejuízo, dificultando o tratamento de um paciente. Toda inflamação aguda tem quatro sinais cardeais: Calor Rubor Dor Edema Quando o organismo entra em contato com o agente lesivo as células de defesa liberam mediadores químicos da inflamação como histamina, serotonina, bradicinina, prostaglandinas, leucotrienos, fator de ativação plaquetária, interleucinas e fator de necrose tumoral. A histamina e a prostaglandina são vasodilatadoras que causam um aumento sanguíneo no local e edema, pois ocorre um aumento da permeabilidade do vaso e os elementos vão extravasar para o tecido acumulando liquido. A bradicinina e histamina (substâncias álgicas) estimulam os receptores da dor (nociceptores), causando dor. As prostaglandinas são responsáveis pela dor inflamatória, elas são classificadas como hiperalgicas, não estimulam os receptores da dor, porém aumentam a sensibilidade dos nociceptores para as substâncias álgicas. A prostaglandina sozinha não causa dor, mas associada com histamina e bradicinina aumenta a sensibilidade destes receptores para a dor. Os sinais secundários da resposta inflamatória são: Adesão leucocitária ao endotélio lesado. Quimiotaxia Fagocitose Na resposta inflamatória crônica não é necessário lesão para ser ativada, os sinais vão depender de onde esta ocorrendo a inflamação e qual tipo de mediador químico está presente. Por exemplo, na asma o leucotrieno e a histamina são os mediadores que causam a broncoconstrição. As prostaglandinas (PGI2 e PGE2) estão muito envolvidas com a inflamação, elas são responsáveis pela vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular. Associadas a outros mediadores são hiperalgicas. Com um estimulo inflamatório que se liga ao mediador da inflamação e se liga a um receptor da célula, vai produzir a prostaglandina, este mediador vai produzir a fosfolipase A2 (enzima de membrana que utiliza os fosfolipideos) para formar o precursor de mediadores que é o ácido aracdônico. O ácido aracdônico pode sofrer ação de dois tipos de enzimas, a ação da COX (ciclo-oxigenase) que utilizam o ácido aracdônico para formar os eicosanóides, entre eles a prostaciclina (PGI2) nas células endoteliais. A tromboxana (TXA2) formada pelas plaquetas está envolvida nos processos de adesão plaquetária. E as prostaglandinas são formadas nos macrófagos (PGF2α). O ácido aracdônico pode sofrer ação de outra enzima, a lipoxigenase, que produzirá os leucotrienos. COX produz prostaciclinas, tromboxanas e prostaglandinas. LOX produz leucotrienos. Os AINEs inibem somente a COX elas não tem nenhum efeito sobre a LOX. Ele estará inibindo a produção de prostaglandinas e tromboxanas. Os leucotrienos continuam a ser produzidos pela LOX. Existem 3 tipos de COX (COX-1, COX-2 e COX-3). A COX-1 chama-se constitutiva, esta presentes nas células e regula processos fisiológicos. A COX-2 Chama-se enzima induzida e esta presente em quantidade muito pequena, mas quando tem um processo inflamatório a COX-2 tem sua atividade aumentada, ela é induzida nos processos inflamatórios. 36 A COX-1 que esta presente nas plaquetas é responsável pela produção das tromboxanas que são importantes para regular duas funções fisiológicas principais, a ação agregante plaquetária e vasoconstritora. A presença de tromboxana é muito importante para os processos de coagulação. Existe outro local em que aparece a COX-1, são as células da mucosa gástrica. Estas células produzem PGI2 e PGE2, elas vão aumentar a produção de mucina e diminuir a produção de HCl. É preciso das PGS para a proteção da mucosa gástrica, sem elas a mucosa fica muito suscetível a ação do HCl, pois perde a camada de muco protetor e aumenta a secreção de HCl. Outra localização da COX-1 é nas células renais, vai promover no rim a natriurese (excreção renal de sódio). O AINE inibe a COX-1 e a COX-2, a inibição da COX-1 pelos AINEs tradicionais leva a diminuição da produção dos subprodutos, por este motivo que ocorrem todas as reações adversas. Quando tem uso prolongado de AINE pode ocorrer hemorragia, pois ele esta inibindo tromboxana na plaqueta, pode ter problemas gástricos pela inibição de PGI2 na mucosa gástrica, diminuição da função renal e aumento da PA pois está diminuindo a perfusão renal e retendo sódio no organismo. A COX-2 é induzida nos processos inflamatórios quando ocorre estímulo de substâncias pró-inflamatórias. A COX-2 vai produzir as prostaglandinas que são responsáveis pelos processos inflamatórios, vão causar os 4 sinais cardeais da inflamação. Quando os AINEs inibem a COX-2 ocorre o processo antiinflamatório e quando inibem COX-1 tem as reações adversas reduzidas. Entre os AINEs tradicionais (não são totalmente seletivos), existe afinidade maior por COX-1 ou COX-2, porém ele inibe ambos. O AAS é mais seletivo para COX-1, ele causa mais reações adversas que todos. A COX-3 é responsável pela produção de substâncias antiinflamatórias e esta presente no SNC e no coração. Acredita-se que o paracetamol tem uma seletividade maior para COX-3. Os AINEs também tem ação antiempirética, a febre é um processo de defesa contra uma lesão. Na febre as células inflamatórias (fagócitos) liberam mediadores e citocinas, estas citocinas vão estimular a COX, e a COX-2 induzida vai produzir as prostaglandinas que estão associadas ao PGE2. A PGE2 desregula o ponto fixo do hipotálamo, faz com que ele tenha uma leitura errada da temperatura corporal reconhecendo que o corpo está muito frio tentando aquecer o corpo diminuindo a perda de calor (imediata vasoconstrição), ressecando a pele e estimulando a produção de calor. *Em um processo infeccioso para que é preciso aumentar a temperatura do corpo? Porque em uma temperatura alta ocorre uma maior atividade das células de defesa do organismo. Na maioria das vezes a febre não precisa ser combatida, se combate a febre quando o aumento da temperatura está causando dano. Medicamentos para a febre vão inibir a COX no SNC que vai fazer uma diminuição das prostaglandinas e o hipotálamo volta ao normal. Todo AINE tem efeito analgésico, pois na inflamação existe a ação das substâncias álgicas que causam dor, entre elas a bradicinina e a histamina, elas estimulam os nociceptores. A prostaglandina por si não estimula os nociceptores, mas sensibiliza de forma que quando eles entrarem em contato com as substâncias álgicas causam muita dor (acentuam a dor). Quando tomamos um AINE ele inibe a produção de substância hiperalgica (substância que sensibiliza). O AINE diminui a dor, mas não inibe. Os AINEs são utilizados para tratar dor de leve a moderada, geralmente associada a um processo inflamatório. A vantagem é que eles não causam dependência. Eles inibem a síntese de prostaglandinas que previnem o estado de sensibilização dos receptores nervosos. Todos AINEs causam efeitos colaterais como: 1. Ulceração gástrica intestinal. Eles inibem a COX-1 constitutiva nas células da mucosa gástrica, diminuindo a produção de PGI2 e PGE2 que aumentam a produção de mucina e diminuem a produção de HCl. Sem a PGI2 e a PGE2 vai diminuir a produção de muco protetor e aumentar a secreção de HCl, causando ulcerações. 37 2. Distúrbio de agregação plaquetária. Os AINEs inibem a COX-1 na plaqueta que produz a tromboxana A2 que é uma substancia agregante plaquetária e vasoconstritora. 3. Inibição da função renal. Inibe a COX-1 nas células renais que produzem a PGI2 e PGE2 que são vasodilatadores, aumentam a perfusão renal e promovem natriurese. Se inibir isto por muito tempo pode ocorrer a perda da função renal e ter aumento da PA. 4. Retardo no trabalho de parto. A gestante nos últimos três meses de gestação não pode fazer uso crônico de AINE, porque as prostaglandinas estão envolvidas com a contração da musculatura lisa uterina. Com a diminuição das prostaglandinas pode ocorrer um retardamento no trabalho de parto e após ocorrer uma hemorragia. 5. Reações de hipersensibilidade. Causam muitas reações alérgicas em asmáticos. Nas células pulmonares o ácido aracdônico sofre ação de COX e LOX, ambas utilizam o ácido aracdônico para a produção de seus subprodutos. O uso de AAS, principalmente, pode levar a um aumento da síntese de leucotrienos, pois a COX foi inibida e a LOX, que produz leucotrienos, não tem mais competidor para usar o ácido aracdônico, e com o aumento de leucotrienos ocorre mais broncoconstrição. *Quanto tempo antes da cirurgia deve-se parar de tomar um antiinflamatório? Depende de qual antiinflamatório estiver tomando, se estiver tomando AAS que é um inibidor irreversível da COX deve-se parar aproximadamente uns 15 dias antes da cirurgia, pois as plaquetas voltam a produzir tromboxana só a partir de 14 dias. Os outros que são inibidores reversíveis deve-se parar o uso 1 semana antes da cirurgia. Classificação das CICLOOXIGENASES: COX-1 COX-2 Induzida por processo inflamatório e Interleucinas (IL1, IL2 e TNF-α) Classificação Essencial nos processos fisiológicos Vasos Sanguíneos Relaxamento vascular (PGE1, PGI), e contração, aumento da permeabilidade capilar (PGF, TXA) Brônquios Contração (PGF2, LTC, LTD, TXA) ou relaxamento (PGE) Rins (PGE1, PGI) Mantém o fluxo sanguíneo renal em pacientes com ICC, insuficiência renal ou cirrose. Regula metabolismo de sódio e potássio. Aumentam na privação do sal. Aumentam a formação de PGI2 e PGE2, que estimulam a secreção de renina. Plaquetas Indução da agregação plaquetária (TXA2) ou inibição (PGI). Não é detectável. Gestação/Parto Induz a contração uterina (PGE, PGF2α). Possui expressão no epitélio uterino em diferentes períodos da gestação inicial e é importante na implantação do embrião e na angiogênese necessária 38 para o estabelecimento da placenta. SNC Modulação do sistema neurovegetativo e do processo sensorial (PGE2, PGD2, PGH2). Presente apenas no córtex, hipocampo, hipotálamo e medula espinhal. Febre Há produção de PGE2 que ativa o centro termorregulatório hipotalâmico. Aumenta COX-2 no endotélio dos vasos cranianos e micróglia. Hiperalgesia Potencializa a ação dos mediadores da dor e sensibiliza os nociceptores. Aumenta a imunorreatividade para RNAm da COX-2. Núcleo Induz apoptose. AULA 20.05 CONTINUAÇÃO DA AULAS DE AINES A cox2 é uma enzima induzida nos processos antiinflamatórios, que se encontra em baixas concentrações nas células normalmente, e em processos inflamatórios pode aumentar até 20 vezes mais. A cox1 é constitutiva, e está presente em quantidades importantes nas células, e produzem as prostaglandinas e eicosanoides. AINES Antiinflamatório não esteroidal (não hormonal). Os AINES atuam principalmente pela inibição da cox2, que é induzida no processo inflamatório. Então seu efeito antipirético, analgésico e antiinflamatório provavelmente se deve a essa inibição dessa cox. A inibição na cox 1 é, provavelmente, a principal causa de reações adversas causadas pelos AINES, porque ela é constitutiva e produz aquelas substâncias para regular algumas funções fisiológicas, como: proteção da mucosa gástrica, favorecimento da perfusão renal, favorecimento da natriurese, efeito agregante plaquetário, etc. Todos os AINES são capazes de inibir a cox. E são divididos pela sua capacidade de fazer isso de maneira reversível ou irreversível. Somente um deles inibe de forma irreversível, que é o AAS. Isso significa que a célula vai ter que sintetizar outra cox pra voltar a produzir os subprodutos dessa enzima, já que a inibição é irreversível. Todos os outros AINES inibem de forma reversível, então a enzima pode voltar a produzir depois. CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIINFLAMATÓRIOS ANALGÉSICOS E ANTIPIRÉTICOS: 1) Derivados do Ácido Acetilsalicílico ( Aspirina, Buferin, AAS) CURIOSIDADE: O AAS é o único medicamento que tem o nome comercial utilizado como nome químico (aspirina), o único medicamento cujo nome você encontra no livro de farmacologia. Esse medicamento se tornou tão consagrado que acabou ficando conhecido, embora seja uma marca comercial. 2) 3) 4) 5) 6) Derivados Indólicos (indometacina Indocid) Derivados do Ácido Arilpropriônico (naproxeno, cetotofeno, ibuprofeno Profenid) Derivados Fenâmicos (ácido mefenâmico Ponstan – utilizado para cólica menstrual) Derivados Fenilacéticos (diclofenaco Cataflan e Voltaren) Derivados dos Ácidos Enólicos (pirazolônicos, fenilbutazona “Tentrex”, Dipirona) CURIOSIDADE: a Dipirona que é proibida em outros países como nos EUA e Canadá desde 1964, e é venda livre aqui. 7) Derivados do Paraminofenol (paracetamol – acetaminofen - Tylenol) IMPORTANTE: tem efeito apenas antipirético e analgésico, como a dipirona, e não possui eficácia antiinflamatória. (existem possíveis respostas, não completamente aceitas) 39 8) Sulfonanilida ( Nimisulide) IMPORTANTE: tem também uma seletividade um pouco maior para cox2, mas não é altamente seletivo para essa cox. Esses fármacos que tem maior seletividade para cox2, com a promessa de terem menos reações adversas gastrointestinais, não tiveram essa proteção gástrica demonstrada na prática nos estudos clínicos. 9) Seletivos cox-2 IMPORTANTE: Os únicos que revelaram uma proteção gástrica foram os altamente seletivos, mas apenas nos seis primeiros meses de uso. Depois tanto faz usar um seletivo cox2 ou não seletivo que o dano gástrico é o mesmo. Agora há nova regra na prescrição desses medicamentos, visto que causaram muitos problemas cardíacos e hepáticos. Três representantes foram retirados do mercado. E os que ainda são vendidos precisam ter retenção de receita. AAS: (conta o histórico do AAS, usado 400 anos antes de Cristo, com seus mecanismos descobertos quase 2000 anos depois) Único que inibe de forma irreversível a cox1 e cox 2. E ainda é mais seletiva para cox1. O que isso significa? Significa que se todos provocam ulceração gástrica, ela vai produzir mais. Se todos provocam problemas renais, vai produzir mais, se produzem distúrbios de agregação plaquetária, vai produzir mais. Pelo fato de ser inibidora irreversível e ainda mais seletiva para cox1 (constitutiva), seu perfil de reações adversas é pior. ** Usos Terapêuticos: analgésico: para qualquer processo inflamatório (dor de leve a moderada); antitérmico; antiinflamatório; Antitrombótico preventivo seu maior uso. É muito mais utilizada hoje pelo seu efeito antiagregante plaquetário do que por ser antiinflamatório, analgésico e antitérmico. Por que, se todos os AINES causam distúrbios de agregação plaquetária, só a aspirina é utilizada com esse fim terapêutico? É a única usada porque é a única inibidora irreversível de cox1, então a posologia é menor e é mais seletiva a cox1. Quem é que sintetiza a tromboxana2 (TX2)? A TX2 é sintetizada pela cox1, apenas. A cox2 não sintetiza TX2. Então a tromboxana é sintetizada pela cox1 e a aspirina é mais seletiva para essa enzima e vai inibi-la irreversivelmente. Perguntam à professora se não é melhor usar outro medicamento que não seja irreversível, mas que cause menos reações adversas a longo prazo (uma vez que a aspirina produz muitos efeitos colaterais e mesmo assim é utilizada como antitrombótico): PROFESSORA: se usasse um que não é irreversível e mais seletivo para cox2, ia ter que utilizar doses muitooo maiores do outro medicamento, que ia produzir mais efeitos adversos do que a aspirina, que é usada em pequena dose para conseguir esse efeito antiagregante plaquetário. Se inibe cox numa plaqueta esta não vai mais sintetizar tromboxina (na verdade vai diminuir a síntese). Então é muito vantajoso ser irreversível porque aquela plaqueta vai ter síntese muito baixa de tromboxana durante toda sua vida. Como a plaqueta dura em média 7 a 14 dias, durante esse tempo haverá uma baixa produção de TX2, e não há um bom efeito antiplaquetário; ou seja, será necessário produzir novas plaquetas para conseguir o efeito. Como utilizam-se baixas doses diárias (35mg a 375mg/dia) tem-se um bom efeito antiagregante plaquetário, com a vantagem de não ter efeito analgésico, antitérmico e antiinflamatório nessa dose. Então a possibilidade de reação adversa vai diminuir bastante. Para ter esses outros efeitos(antitérmico, antiflamatório e analgésico) seria necessário uma dose se 1,5g/dia (que é muito acima da dose antiagregante plaquetária). Porém, como o medicamento é administrado todos os dias(pela vida toda), como acumula no uso muito prolongado com o tempo pode aparecer problemas gastrointestinais e renais, mas com o tempo. Se fizesse isso com o Cataflan , teria que usar a dose terapêutica dele, o problema gastrointestinal virioa antes. Na verdade, se fizesse isso com qualquer outro AINE teríamos que administrar uma dose muito maior e as reações adversas seriam muito mais fortes. Por isso ela é ideal entre os AINES para efeito antitrombótico. Mesmo que apareçam os problemas gastrointestinais, não se interrompe o tratamento com a aspirina, nunca vai parar. É melhor tratar uma úlcera do que a pessoa ter um trombo ou um infarto. Se ela tiver a inibição da função renal, comece a reter sal no organismo e aumentar a pressão, pode-se tratar com um antihipertensivo. Se ela tiver um problema gástrico, utiliza-se omeoprazol (que é muito utilizado associado para os pacientes que utilizam as doses baixas de aspirina todos os dia, e tem problema gastrointestinal). Sempre o benefício que ela pode trazer é maior do que os danos causados; porque qualquer risco, é possível tratar. (Existem alguns outros antiagregantes, porém são muito mais caros, então o custo/benefício não compensa). 40 {p.s. ela fala sobre uma revisão da Lenita, sobre esses outros antiagregantes plaquetários e diz que cai na prova: Porque o AAS continua sendo o único AINE prescrito como antiagregante plaquetário?}. Porém o risco de causar hemorragia é maior. Pergunta muito boa pra prova: POR QUE A DOSE 35mg - 375mg TODO DIA DÁ UM EFEITO ANTIAGREGANTE MELHOR DO QUE TOMAR A DOSE 1,5g/dia QUE É A DOSE ANTIINFLAMATÓRIA? Porque na dose alta (antiflamatória) inibe também a cox2 e a PGI2 (derivada de cox2), que tem efeito antiagragante plaquetário. Na dose alta inibe a TX2, mas também a PGI2, que é antiagregante. Em dose baixa só inibe TX2 sem interferir com PGI2. Assim, inibe a produção de uma substância antiagregante e inibe a produção da agregante também, causando mais hemorragia. REVISANDO: Quando toma dose alta, inibe a produção de uma substância antiagregante plaquetário e ainda inibe uma substância agregante. Então diminui o efeito agregante plaquetário. Quando tomo dose baixa eu interfiro apenas com a substância agregante, sem interferir com a antiagregante. Então a dose baixa todo dia causa mais hemorragia do que se tomar a dose alta. Eu não quero inibir PGI2, se eu inibir PGI2 eu prejudico o efeito antiplaquetário. Temos tambpem efeitos colaterais com uso da aspirina: hipersensibilidade cutânea, e reações alérgicas em pacientes asmáticos. Por que a aspirina causa broncoconstrição em pacientes asmáticos? Porque quando eu uso aspirina eu aumento a produção de leucotrienos. Na célula da mucosa pulmonar temos o ácido aracdônico sofrendo a ação da cox e lox. A cox produz prostaciclinas, tromboxanos (no caso da célula da mucosa pulmonar não), prostaglnadinas; e a lox produz os leucotrienos. Quando uso a aspirina vou inibir somente a cox, ficando mais ac aracdonico disponível para lox. Ela não tem mais com que competir pra produzir seus subprodutos. Então pode haver aumento da produção de leucotrienos, e o leucotrieno causa broncoconstrição. Em paciente normal não e significativo,mas para o asmático que for hipersensível, a broncoconstrição vai piorar pode desencadear uma crise, com o uso dos AINES, especificamente a aspirina. Ela é a que mais está relacionada com o aparecimento de broncoconstrição em asmáticos, comparando com os outros AINES. O paciente pode tomar aspirina, mas pra esse paciente deve-se evitar, ela pode tomar e fazer uma broncoconstrição; mas não são todos eles que têm essa reação de hipersensibilidade. Pode piorar também para quem tem rinite, com mais coriza e mais espirros. Criança com infecção viral não deve utilizar aspirina, por causa da Síndrome de Reye. Não se sabe porque o uso em crianças nessas condições leva ao aparecimento da Síndrome. Mas a maior incidência da Síndrome foi em crianças até 18 meses em processo viral e que tomaram aspirina por isso. Combinação de distúrbio hepático e encefaopatia (distúrbios de SNC), com mortalidade muito alta de 20 a 40%.é raríssima, mas quando acontece a mortalidade é alta. Como é melhor previnir, nas bula do medicamento eles indicam a restrição para crianças de até 12 anos. Utilizar paracetamol, dipirona. Intoxicação aguda: maior nos EUA do que aqui no Brasil. Porque lá é vendido de maneira indiscriminada (cada frasco com 500 comprimidos) nas prateleiras de mercado. Na intoxicação aguda Náuseas, vômitos, hieperventilação, alterações do equilíbrio ácido-base, estimulação do SNC, hiperpirexia (aumento brusco da temperatura corporal). Se nada for feito pode levar a depressão do centro respiratório e choque circulatório e morte. Emergência médica aguda. Tratamento Suporte cardiovascular e respiratória. Correção das anormalidade ácido-base. Administrado bicarbonato intravenoso que ionizando o ASS, acelerando a excreção, diminuindo a absorção (se ainda no estômago). Administração oral e tentar diminuir a absorção, no inicio. Porém quando chega ao hospital já não dá mais e daí precisa ser de maneira intravenosa. ** Interação medicamentosa: A Varfarina causa interação medicamentosa de duas maneiras: farmacodinâmica e farmacocinática. FARMACODINÂMICA: a aspirina é um antiagregante plaquetário, e a varfarina é um anticoagulante oral; aumentando o risco de ter hemorragia. É uma interação de adição ou sinergismo. Tem várias classificações para isso, só não é potencialização porque elas tem efeitos semelhantes. FARMACOCINÉTICA: Tanto a aspirina quanto a varfarina são distribuídas no corpo ligadas a proteínas plasmáticas – albumina. Quando eu uso duas juntas elas competem pela ligação com proteína, de forma que a que fica mais livre fica mais ativa e tem efeito maior. Quem fica mais livre é a varfarina e, consequentemente mais ativa e então seu efeito anticoagulante é aumentado. Não deve ser utilizando tratamento da gota (acúmulo de ácido úrico nas articulações) por reduzir a excreção renal de urato (interfere no efeito de agentes uricosúricos como probenecida – no tratamento da gota, aumenta ainda mais a quantidade de ácido úrico nas articulações). A aspirina compete com o ácido úrico pela excreção renal; a mesma proteína que excreta o ácido úrico no túbulo renal, excreta a aspirina. Quando tomo a aspirina o ac. úrico fica no sangue, e dificulta a excreção; acumulnando mais ac. Úrico no paciente que já tem em excesso. Piorando a gota ao invés de tratar. A aspirina e alguns outros AINES podem diminuir a eficácia de alguns hipertensivos. Tirando os bloqueadores dos canais de cálcio que são vasodilatores e os antagonistas da angiotensina2 (losartan, candersatan), todos os outros precisam de quantidades fisiológicas de prostaglandinas no 41 organismo pra ter seu efeito antihipertensivo ótimo, porque elas são vasodilatadoras. Quando inibi-se as prostaglandinas pode se perder a eficácia do captopril, e dos beta-bloqueadores como o propranolol. Aspirina é um ácido fraco, sofre absorção já no estômago, mas é melhor absorvida no intestino. Rápida absorção, sendo metabolizada 75% no fígado. Tem maior taxa de excreção em urina alcalina. p.s. A professora pergunta se já pode perguntar tudo sobre aspirina: Por que a aspirina causa gastrite? Por que causa inibição da função renal? Por que ela é a única escolhida como antiagregante plaquetário? Por que não pode associar com varfarina? Qual o tipo de interação que ocorre? Outras atividades terapêuticas da aspirina (além de antiagregante plaquetário): - prevenção de câncer de cólon: em alguns cânceres de cólon, as células cancerosas têm uma produção excessiva de cox2, como a aspirina inibe cox 1 e 2 irreversivelmente, pode ser utilizada. - tratamento de diarréia (só em diarréia que é causada por radiação, por excesso de prostaglandina atuando em musculatura lisa). - doença de Alzheimer: reduzir o risco e retarda início (uso muito discutido); pois idosos que usavam aspirina tinham menos tendência de fazer Alzheimer, do que pacientes que na faziam uso. 0 DERIVADO FENILACÉTICO: DICLOFENACO (Cataflan, Voltaren) Esse medicamento é equipotente. Isso significa que inibe tanto cox1 e cox2,com a mesma seletividade (de maneira equipotente).alguns artigos dizem que é um pouco mais seletivo para cox2, mas na monografia do diclofenaco diz que inibe da mesma forma. Usos terapêuticos: Inflamações crônicas: artrite, reumatismo, gota. Inflamações agudas: pós operatórias e odontológicas. Possui os mesmos efeitos colaterais que a aspirina, em relação aos problemas gastrointestinais e renais, mas com menos reações de hipersensibilidade em asmáticos (talvez porque ele inibe síntese de leucotrineos-leucócitos) (menos broncoconstritor), com rinite. Os mais conhecidos são o Diclofenaco de sódio (voltarem); Diclofenaco de potássio (cataflam). Existe uma crença de que o cataflan é mais eficiente para tratar as inflamações relacionadas a mucosa e tecidos moles, e o voltaren é mais utilizado para as inflamações osteomusculares. Dicofenaco de sódio X Diclofenaco de potássio Não existe diferenã de indicação para a indicação deles para determinadas infamações.NÃO EXISTE ESSA DIFERENÇA DE INDICAÇÃO. Pode-se usar tanto cataflan quanto voltaren para as duas indicações. Só existe uma diferença entre eles, é o Tmáx (tempo para atingir a dose máxima no sangue com dose única). A Tmax do cataflan é menor que a do voltaren. Então o cataflan tem maior velocidade de absorção: porque quanto maior o Tmax maior velocidade de absorção. Porém não muda em nada a indicação clínica, nem os efeitos colaterais. Não traz nenhuma diferença de eficácia, apenas na posologia. PIRAZOLÔNICOS DIPIRONA: analgésico – antipirético. Atividade antiinflamatória não existe na clínica. Inibe cox reversivelmente e seu efeito de dura de 24 a 48 horas. Então, apesar de ser reversível, a inibição é prolongada. Mais eficiente que a aspirina e paracetamol para seu efeito antitérmico e analgésico (porém isso ainda é controverso). 42 p.s. tem uma revisão da Lenita sobre isso que vai cair na prova: mostra que na prática, nos ensaios clínicos a dipirona não apresentou resultados melhores no efeito antitérmico e analgésico, embora na experiência da professora como mãe haja diferença. A Lenita diz que o paracetamol tem reações adversas do tipo A (reação adversa comum, que é previsível nos usos terapêuticos; tem alto índice de morbidade, mas baixo de mortalidade). E a dipirona tem reação adversa do tipo B (raras, mas são indiossincrasias – reação adversa rara que pode levar ao risco de morte e que acontece em uma pequena parcela de indivíduos). Reações adversas: hipotensão, robemas de coagulação sanguinea (uso prolongado), agranulocitose (grave e rara). Esse reação adversa que levou os EUA a proibirem o uso desse medicamento lá. Retirada desde 1964. Agranulocitose: definição: severa e seletiva neutropenia(inibição muito grande na produção de neutrófilos, e o organismo fica sem defesa, deixando o paciente sucetível a infecções que se tornam graves nesses pacientes) . No Brasil é venda livre, é o anador, novalgina, neosaldina. Estudos e revisões recentes discutem a segurança de dipirona. Estudos indicam que é mais uma guerra de mercado. A indústria de paracetamol era mais forte na época. A agranulomatose é muito rara, e o paracetamol causa mais complicações hepáticas do que a dipirona causa agranulomatose. “Dipirona, por seus potenciais efeitos adversos, não deve será primeira escolha em pacientes febris que possam ter acesso a outras alternaticas igualmente eficazes e mais seguras.” – Lenita, que concorda com a proibição. Agranulocitose pode aparecer em uma pequena dose, dose teraupeutica. Não há como prever. DERIVADOS PARAMINOFENOL PARACETAMOL Analgésico e antipirético. Inibe cox de forma reversível e bem mais rápida. Porém tem uma seletividade maior para cox3. A cox3, possivelmete uma variante da cox1, encontra-se distribuída principalmente no córtex cerebral, medula e coração, sendo mais sensível ao acetaminofreno(paracetamol) do que a cox 1 e 2. A cox3 produz substâncias antiinflamatórias (as interleucinas antiinflamatórias). Se tem um AINE mais seletivo para uma cox que produz substância antiinflamatória, do que pra cox2 (que produz substâncias inflamatórias), provavelmente seja por isso que não tenha uma eficácia antiinflamatória tão boa. Uma possibilidade para que o paracetamol tenha efeito apenas analgésico e antipirético. Indicados para paciente que não podem tomar AAS (asmáticos, ulceríticos, com rinites, hemofílicos). A dose terapêutica para um adulto é de 3g/dia. Altas doses podem causar necrose hepática fatal. Acima de 4g/dia considera-se uma dose hepatotóxica de paracetamol. A prescrição é de 1 comprimido a cada 6 horas, então se tomar 4 comprimidos (750mg cada) por dia já chega aos 3g diários; dois comprimidos a mais já está administrando a dose que pode ser hepatotóxica. Isso pode gerar intoxicação em crianças, porque as mães confiam muito no paracetamol e podem exagerar na dose. Além disso, as associações anti-gripais também contêm paracetamol (todas). Temos muito mais problemas com o paracetamol do que com a dipirona. A morbidade relacionada ao paracetamol traz muito mais prejuízo. Para criança: 1 gota para kg de peso da criança, no máximo 40 gotas (até 12 anos, depois dose de adulto). Por que o paracetamol causa hepatotoxicidade? Se aumentar a dose as vias de conjugação não dão conta de metabolizar, vai ocorrer mais oxidação microssomal, mais formação desse intermediário tóxico, e mais hepatotoxicidade I(mostrando figura). Para finalizar ... os seletivos cox2!!! INIBIDORES SELETIVOS COX2 Ver artigo da Lenita (muito importante). Perguntam para a professora: Quem é essa Lenita?hahaha Por que fizeram o seletivos cox2? Com a idéia de que ser tivesse maior seletividade para aquela enzima induzida nos procesos inflamatórios, haveria menos reação adversa, maior eficácia antiinflamatória, analgésica, antitérmica. Porém a maior eficácia não aconteceu. Eles têm a mesma eficácia antiinflamatória, analgésica e antitérmica que os outros AINES têm. Porém as reações adversas de danos gástricos, eles mostraram menores. Produzem menos lesões gástricas, mas nos primeiros 6 meses de uso. Depois desse período tanto faz tomar um seletivo ou não seletivo. O Vioxx foi o primeiro e ficou disponível por 4 anos. Nesse período, só nos EUA mais de 21 mil pessoas infartaram. 43 CELECOXIB E ROFECOXIB: inibidores cox2. Estudos clínicos indicaram que acentuavam problemas cardiovasculares em pacientes portadores de cardiopatias, porém isso não foi levado como uma contra-indicação absoluta e ele foi prescrito para todo mundo. Foi retirado do mercado em 2004. Antiagregante e vasoconstritora. Formação de trombo aumentada e infarto por isquemia. Aumento de pressão arterial, insuficiência cardíaca congestiva, hepatotoxicidade, infarto agudo do miocárdio. Após a proibição foi criada uma regra no Brasil, para continuar prescrevendo os seletivos cox2: CATEME/2005: prescrição somente para pacientes com altos risco de problemas GI com uso dos não seletivos e sem história pessoal ou familiar de problemas cardiovasculares. (muito poucos seguiram a regra) A cox2 é induzida. Mas a gente tem em menores quantidades em algumas células do corpo. E essas quantidades produzem substância que são importantes fisiologicamente. A gente tem prostaglandinas derivadas de cox2 (que não é induzida no processo inflamatório, porque ela está constitutiva) que tem uma importante ação na manutenção do fluxo sanguíneo renal e na excreção de sódio. Aquele defeito inibitório crônico (visto com o uso de AINES) dessa PGI2 derivada da cox2, na retenção de sódio e _______ pode conribuir para a retenção deste íon e consequentemente a resistência à terapêutica antihipertensiva. Tanto o AINE seletivo como o não seletivo inibem a cox2, então ambos podem levar a um aumento da pressão. Por que só o seletivo cox2 deu tanto infarto? Porque além dessa PGI2 no rim, a gente tem essa PGI2 nas células endoteliais do vaso, que são derivadas da cox2. e essa PGI2 é um importante antiagregante plaquetário, e vasodilatador. Quando eu tomo um esletivo cox2 eu inibo somente essa PGI2,sem interferir com a TXO2, porque ela é derivada de co1. O que vai acontecer com o uso prolongado? Vai diminuir a produção de uma substancia antiagregante, sem interferir com a produção da substancia agregante, que é também vasoconstritora. O conseqüente desequilíbrio a favor dos fatores pró-trombóticos(porque a tromboxana está sendo produzida normalmente e só a PGI2 está inibida), pode levar a agregação plaquetária e vasoconstrição; com maior tendência para oclusão vascular e isquemia tissular. Foi cancelado o registro: prexige 400mg retirados do mercado em 2007 na Austrália. No Brasil não foi cancelado. De lá pra cá houve aumento significativo de hepatotoxidade por isso. Então a ANVISA cancelou em outubro de 2008 o prexige 400mg e arcóxia 120mg. Os seletivos podem ser prescritos, mas a receita fica retida na farmácia. Passaram a ser controlados. (mostrou um vídeo). **** VER: Possíveis razões para efeitos colaterais cardiovasculares dos seletivos cox2 (slide) não tem em nenhum livro: • • • “Prostaglandinas derivadas da COX-2 também podem ter papel critico na manutenção do fluxo sangüíneo medular renal e excreção de sódio. A perda do efeito inibitório tônico da PGE2 (derivada da COX-2) na reabsorção de sódio em tais segmentos pode contribuir para a retenção deste íon e conseqüente resistência a terapêuticas anti-hipertensivas, vistos com o uso de AINES (Komhoff M, 2000). Inibidores específicos COX-2 suprimem a produção de PGI2 pelas células endoteliais, enquanto não apresentam efeito na produção de TXA2 plaquetário (Lipsky PE, 2001). O conseqüente desequilíbrio a favor de fatores pró-trombóticos pode levar à agregação plaquetária e vasoconstrição, com maior tendência para oclusão vascular e isquemia tissular (Emery P,2001). Apesar de ser uma preocupação teórica, ainda não existem evidências clínicas que suportem tal risco (Schnitzer TJ ,2001).” Transcrição da aula de farmacologia do dia 21/05 - AIES AIES (anti-inflamatórios esteroidais) [anti-inflamatórios hormonais/corticóides/glicocorticóides] muito mais potentes que os anti-inflamatórios tradicionais Não são utilizados como primeira escolha para inflamação, pois eles tem um perfil de efeitos colaterais muito maior do que os AINES . Quando usa: o Uso é reservado para situações em que se comprovou real eficácia o Quando os AINES não tem eficácia nessas situações, o Exemplos: Asma (AINEs até pioram a asma), falha terapêutica com o uso dos AINES. Adicionar à terapia um corticóide ou substituir a terapia por um corticóide. Tal cautela se deve aos efeitos adversos generalizados desses agentes. 44 Existem certas patologias imunes inflamatórias que se não fossem os corticóides, não teríamos como tratar. Os glicocórticoides são sintetizados no córtex da supra-renal, nas células corticais (diferente da adrenalina, sintetizada nas células cromafins da medula da supra-renal). O estímulo vem de um hormônio também bastante conhecido que é o ACTH, ou hormônio adrenocorticotrófico, liberado pela hipófise. O estímulo para que a hipófise libere o ACTH vem do CRF, que é o fator liberador de corticotropina, produzido pelo hipotálamo. Basicamente: hipotálamo libera CRF, CRF atua sobre a hipófise, hipófise libera ACTH, ACTH atua sobre a supra-renal, liberando os glicocorticóides. O glicocorticóide não é armazenado em vesículas, é sintetizado e liberado conforme recebe o estímulo do ACTH, ou seja, conforme a necessidade do organismo. Pode ter vários tipos de estímulos para o hipotálamo liberar o CRF. Um dos estímulos é o stress, nós sabemos que num momento stress nós temos alta liberação de glicocorticóides. Nas células do córtex da supra-renal há o receptor de ACTH, um receptor metabotrópico, ligado à proteína G e o estímulo de um agente estimulatório vai levar à produção de ACTH. Além dos glicorcorticóides, o córtex da supra-renal libera os mineralocorticóides, sendo que o estímulo da liberação dos mineralocorticóides é o sistema renina-agiotensina. A angiotensina-2 também tem receptor nas células corticais, e quando ela as estimula ela faz com que as células corticais liberem o principal mineralocorticóide, a aldosterona. Ação dos Glicocorticóides: Muitas ações periféricas. Eles estão envolvidos no metabolismo de carboidratos, metabolismo de proteínas, metabolismo lipídico e em atividades anti-inflamatórios e imunossupressoras. Porquê que a gente precisa de um hormônio que tem ação anti-inflamatória, se a inflamação é defesa? Para que a nossa inflamação não seja exacerbada. Se a gente não tivesse glicocorticóide, toda inflamação aguda iria evoluir para uma inflamação crônica. Acredita-se que muitos pacientes que desenvolvem inflamações crônicas tenham ou diminuição da liberação ou falta da eficácia desses glicocorticóides endógenos em sua ação antiinflamatória. O glicocorticóides também tem ação imunossupressora para que o sistema imunológico também não tenha uma ação tão grande que acabe desenvolvendo uma doença auto-imune e ele se torne descontrolado. O glicocorticóide tem uma alça longa de retroalimentação negativa sobre o hipotálamo, isto é, quando a gente tem altas doses de glicocorticóide no sangue, o hipotálamo é inibido de forma que ele não libere mais CRF e, assim, diminuindo a produção de glicocorticóides endógenos. O glicocorticóide regula sua própria liberação, altos níveis sanguíneos vão diminuir sua síntese pela supra-renal. Resumidamente, as principais ações dos glicocorticóides endógenos são: estão envolvidos no metabolismo de glicose, proteínas, etc; estão envolvido no equilíbrio hidroeletrolítico (eles também contribuem para a quantidade de água e eletrólitos no nosso sangue); tem efeito de retroalimentação negativa sobre a hipófise anterior e o hipotálamo; e tem os seus efeitos antiinflamatórios e imunossupressores. o Efeitos metabólicos: Em relação aos efeitos metabólicos e sistêmicos. Em relação aos carboidratos, podemos dizer que o glicocorticóide tem ação contrária à da insulina. Enquanto a insulina trabalha para aumentar a captação de glicose pela célula, o glicocorticóide diminui a captação de glicose pela célula e aumenta o nível de glicose circulante através do aumento da lise de glicogênio (glicogenólise) e pela formação de glicose (aumenta a gliconeogênese). O uso prolongado de glicocorticóide pode levar a uma diabetes medicamentosa [uma hiperglicemia medicamentosa]. Além disso, podemos dizer que o glicocorticóide diminui síntese e aumenta a degração proteica. O trabalho dele é fazer com que o músculo tenha maior degradação e menor formação de proteínas. Uso prolongado pode levar à fraqueza muscular. Quando utilizado na infância, pode prejudicar o crescimento, ficando um adulto de baixa estatura. Altas doses por longos períodos podem levar à síndrome de Cushing, que acontece porque os glicocorticóides têm um efeito permissivo sobre os hormônios lipolíticos, fazendo com que a gordura se redistribua de forma anormal pelo organismo. Assim, o paciente começa a ter depósito de gordura onde normalmente não aconteceria e acaba desenvolvendo uma característica física. O uso prolongado também faz com que atuem nos receptores dos mineralocorticóides, como aldosterona. Nós sabemos que a aldosterona promove a retenção de sódio pelo organismo. Por isso, é comum que os pacientes achem que engoradaram no começo do uso. Na verdade, imediatamente – se forem altas doses - pode ter um edema. Por longo período, mais tarde pode aumentar o peso, pois pode aumentar a fome, o apetite, a pessoa passa a comer mais e pode engordar. o Efeito de retroalimentação negativa: o uso de glicocorticóide sintético diminui a produção de CRF e ACTH e, consequentemente, diminui a produção de glicocorticóide endógeno, fazendo com que a supra-renal pare de trabalhar. Pode acontecer, num uso prolongado, uma atrofia dessa supra-renal (ela não produzir mais glicocorticóide endógeno). Por isso nunca se pode interromper uma terapia prolongada de forma brusca, uma vez que a supra-renal não está totalmente funcional e os níves de glicocorticóide no 45 sangue do paciente caem bruscamente, podendo gerar anorexia, depressão, hipotensão, fraqueza muscular generalizada e mialgias (dores musculares). Tanto no excesso quanto na falta, os glicocorticóides fazem fraqueza muscular. No excesso, porque ele diminui a síntese proteica e aumenta a degradação. Na falta, é por toda a diminuição energética que a redução dos níveis de glicocorticóide causa. Nesses casos, a supra-renal fica totalmente inútil, disfuncional, para a produção de glicocorticóide sim. Entretanto, ela pode continuar produzindo mineralocorticóide e adrenalina. Depois que você começou a diminuinr as doses, a suprarenal volta a produzir entre dois e dezoito meses o Em relação aos efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores, eles inibem tanto as manifestações iniciais quanto tardias da inflamação. Os AINEs inibem as manifestações iniciais da inflamação: a dor, o calor, o rubor e o edema, ou seja, diminuem os sintomas. O AIES inibem, além das manifestações iniciais, as manifestações tardias. Os efeitos sobre isso são: Cicatrização fica dificultada. É um prejuízo, a gente nunca quer que a cicatrização fique dificultada, mas fica. Ao mesmo tempo, eles inibem as reações proliferativas da inflamação crônica. Então, eles vão inibir também aquela fibrose da inflamação crônica que pode levar à perda funcional do órgão inflamado. Sempre o risco-benefício tem que ser muito bem avaliada na prescrição de glicocorticóide, principalmente quando for uma prescrição de uso sistêmico. Uso tópico, esses efeitos são bem diminuídos. Eles afetam qualquer reação inflamatória, qualquer tipo de reação estimulada por qualquer tipo de agente lesivo. Inflamação por patógeno invasor (viral, bacteriana), inflamação por estímulos físicos ou químicos e em repostas imunes inadequadas. São primeira escolha para inflamação devido a respostas imunes inadequadas, principalmente no caso da asma (lembrar que os AINES são pouco eficazes nesse tipo de inflamação). Eles vão exercer seus efeitos antiinflamatórios através de ações sobre os vasos sanguíneos, sobre as células da inflamação e sobre praticamente todos os mediadores da inflamação (todos eles terão sua atividade e síntese diminuída). Nas células da inflamação, a atividade diminui pela redução da liberação de mediadores. Nos vasos sanguíneos, vão fazer a mesma coisa que os AINES: vão diminuir a vasodilatação e a permeabilidade vascular. Consequentemente já diminui o calor, o rubor e o edema. Em relação às células inflamatórias, eles diminuem a saída dos neutrófilos dos vasos sanguíneos e diminuem a atividade tanto dos neutrófilos quanto dos macrófagos que estão nos tecidos. Isso é feito pelas alterações na síntese proteica na célula, que é possível pela alteração promovida na transcrição gênica da célula. Para eles diminuirem a saída e a atividade de neutrófilos e macrófagos, eles fazem isso alterando a transcrição dos genes que produzem fatores de adesão celular e citocinas (que são importantes para a chegada dos neutrófilos no local de inflamação). Eles reduzem a ativação e a expansão clonal das células T, alterando a transcrição de genes entre a Leucina-2 (?) e seu receptor, que estão envolvidas nas funções dessas células. Eles reduzem a função dos fibroblastos, diminuem a produção de colágeno e diminuem a cicatrização e o reparo das feridas alterando a transcrição gênica das células. Em relação aos mediadores da inflamação, comparando com AINES que só diminuem síntese de prostaglandinas, os AIES diminuem todos os mediadores de inflamação. A produção de todas as citocinas inflamatórias fica diminuída. Eles vão dimunuir a produção das interleucinas 1 até 8, do fator de necrose tumoral e qualquer outra citocina envolvida na inflamação. Eles diminuem a produção dos eicosanóides (eicosanóide é todo derivado do ácido aracdônico), então eles diminuem prostaciclina, prostaglandina, tromboxana e leucotrienos, pois eles diminuem a expressão da Cox-2, diminuem a síntese do fator de ativação plaquetária e diminuem até a síntese do ácido aracdônico. Reduzem o sistema complemento do sangue, reduzem a produção de óxido nítrico, reduzem a liberação de histamina pelos basófilos e reduzem de a produção de igG, por isso eles também são imunossupressores. As substâncias antiinflamatórias endógenas têm a sua produção aumentada, incluindo aquelas citocinas que têm ação de inibir a inflamação. Eles aumentam a síntese: a interleucina 10, o receptor solúvel da interleucina 1 e a anexina 1. Resumindo: glicocorticóide diminuem tudo que contribui para a inflamação e aumenta tudo que contribui para o efeito anti-inflamatório. Os glicocorticóides vão agir em receptores da superfamília de receptores nucleares, os receptores intracelulares. Esses são que estão no citoplasma. É uma proteína que está solúvel no citoplasma. Isso é possível porque o glicocorticóide é lipossolúvel, é altamente apolar. Por isso eu tenho uma boa ação de glicocorticóide por qualquer via de administração. Esse tipo de receptor intracelular é muito parecido com os receptores dos mineralocorticóides, esteróides sexuais, hormônios da tireóide, etc. Por isso, às vezes, em altas doses, o glicocorticóide pode atuar num receptor de mineralocorticóide (são receptores parecidos, proteínas parecidas). O glicocorticóide circula no sangue ligado a uma proteína ligadora de glicocorticóide, que a gente chama de GDG. Todo glicocorticóide é distribuído no nosso organismo ligado a essa proteína, sendo que somente a fração livre é que vai exercer efeito. A fração ligada não vai conseguir atravessar a membrana celular. A fração livre tem uma lipossolubilidade suficiente para atravessar a membrana celular e entrar no citoplasma, por um processo de difusão passiva. No citoplasma, ele vai encontrar sua proteína receptora ali solúvel no citoplasma. Ela está complexada com outras proteínas, chamadas de proteínas de choque térmico. Porém, quando o esteróide se liga a essa proteína, ela sai de seu complexo com as outras proteínas e se dimeriza, se duplica e muda sua conformação. O glicocorticóide ativa essa proteína que não tinha função importante ali no citoplasma. Essa ativação, essa mudança conformacional, leva à exposição dos dedos de zinco. Isso significa que ela fica ativa para se complexar com um pedacinho da fita de DNA daquela célula. Então um complexo esteróide-receptor ativado penetra no núcleo e vai se ligar na fita de DNA dessa célula. Todas as nossas células contêm receptores para glicocorticóides, em maiores ou menores quantidades. Esse complexo esteróide-receptor ligado ao DNA da célula vai alterar a transcrição gênica, vai alterar a tradução, vai alterar a síntese de RNA mensageiro, consequentemente, vai alterar a síntese proteica. Alterar quer dizer, ora aumenta a síntese proteica, ora diminui a síntese proteica. Vai depender de que célula ele está se ligando e que função aquela célula regula. Se eu tiver uma doença que diminua a síntese da GBG, eu pode haver mais toxicidade por glicocorticóide. As respostas da administração de glicocorticóides podem levar de horas a dias para acontecer. Glicocorticóide não tem ação rápida, diferentemente dos AINEs. 46 Recentemente descobriu-se que quando o glicocorticóide interage com essa proteína solúvel, ele já desencadeia processos de transdução de sinal no citoplasma da célula. Esses processos de transdução de sinal levam a alguns efeitos anti-inflamatórios mais rápidos. Então às vezes a gente tem em algumas horas efeito analgésico do glicocorticóide, diminuição do edema, do inchaço. Para esses efeitos foram descobertos que a interação desses receptores no citoplasma já leva à produção de amp cíclico, já leva à fosforilação proteica e já leva a alguns efeitos antiinflamatórios. Essas são as ações rápidas dos glicocorticóides. Porém, as verdadeiras ações deles, as duradouras, vão acontecer com a ligação do DNA, e aí você vai ver essas ações mais duradouras num tempo mais longo. Para a interação do glicocorticóide com o DNA, tem-se quatro situações: o 1º. mecanismo de transativação: Há um pedacinho da fita de DNA onde o glicocorticóide se liga. Esse pedacinho é nomeado elemento de resposta aos glicocorticóides. O glicocorticóide ativa o receptor, tendo uma resposta positiva e levando à ativação da maquinaria transcrição da célula, aumentando a síntese proteica. o 2º. mecanismo de trans-repressão: O glicocorticóide se liga nesse elemento de resposta negativa, desloca o fator de transcrição e não deixa a maquinaria de transcrição ser ativada, diminuindo a síntese proteica da célula. o 3º. mecanismo AP1 e 4º mecanismo NF capa aberta. Existem outras duas situações, outros dois lugares da fita de DNA onde o glicocorticoide pode se ligar e também reduzem síntese protéica. Normalmente, esses fatores de transcrição ativam a maquinaria de transcrição. Vem o glicocorticóide, se liga nesses fatores de transcrição e não deixa a maquinaria ser ativada, diminuindo a síntese proteica. Ou eu tenho um fator de transcrição aqui, P65 e P50, que normalmente ativam a maquinaria de transcrição, chega o glicocorticoide, se liga, não deixa esses fatores de transcrição se ligarem nessa região (chamada NF capa aberta) e eu não tenho ativação da maquinaria. Os exemplos 2, 3 e 4 são exemplos onde o glicocorticóide diminui a síntese proteica. O exemplo A é quando o glicocorticóide aumenta a síntese protéica. O receptor de glicocorticóide, ainda que com diversas ações, é só um sempre o mesmo: o GR-α. Existe outro tipo de receptor, o GR-β, mas não tem no organismo dos mamíferos. Exemplo prático: Os glicocorticóides diminuem a produção de todos os eicosanóides, de todos os derivados do ácido aracdônico, por diminuir a produção dos prostanóides (que são os derivados da COX), através da inibição da COX-2. Ele inibe a síntese da COX-2 reprimindo aqueles fatores de transcrição AP1 e NF capa aberta. Esses fatores de transcrição são importantes para ativar o gene que produz a COX. Se inibe esses fatores, não ativa o gene que expressa a COX na célula e sem a COX-2 na célula eu não tenho todos os derivados dela, todas as prostaglandinas que estão envolvidas no processo inflamatório. Ao mesmo tempo, ele induz a formação da anexina 1 (glicocortina), que é uma proteína que inibe a fosfolipase A2, ou seja, uma substância anti-inflamatória. A fosfolipase A2 precisa ser ativada para transformar fosfolipídeo em ácido aracdônico por estímulo inflamatório. A anexina 1 inibe essa enzima, não deixa essa enzima transformar fosfolipídeo em ácido aracdônico e sem ácido aracdônico eu não tenho leucotrieno, prostaglandina, prostaciclina, tromboxana... São dois exemplos mostrando que o aumento da síntese proteica leva a ação antiinflamatória e a diminuição da síntese de outra proteína leva a ação antiinflamatória. Efeitos de glicocorticóides sobre os ossos: degrada o osso, aumentando a atividade dos osteoclastos e diminuem a síntese das células que formam a matriz óssea, os osteoblastos. Para piorar, eles aumentam a excreção renal de cálcio e diminuem a absorção intestinal de cálcio. Isso significa que o uso prolongado leva à osteoporose, que é tida como osteoporose muito grave. Tanto pessoas esperando por transplante renal quanto aqueles já sofreram o transplante usam glicocorticóide de maneira excessiva. Aquele que não foi transplantada, para não perder totalmente a função do rim e aquela que foi transplantada, para não ter rejeição. Como os glicocorticóides são imunossupressores, eles deixam o paciente suscetível a infecções, tendo uma diminuição da sua resposta de defesa num processo infeccioso (tanto que o paciente transplantado usa máscara o tempo, pois ele está suscetível a contrair infecções). Síndrome de Cushing. É uma síndrome que é facilmente reconhecida, devido a suas características físicas: redistribuição anormal da gordura (a pessoa tem depósito de gordura na face, deixando a face em lua cheia; depósito de gordura na coluna cervical, levando à corcova de búfalo; aumento da gordura abdominal) e ao mesmo tempo, como tem degradação de proteína, leva ao afinamento de membros superiores e inferiores, braços e pernas finos. Os pacientes de Cushing também estão muito mais suscetíveis a pegar gripes, resfriados, infecções fúngicas. Na mucosa oral, eles tem muita cândica, pois eles estão com o sistema imune comprometido. Além de a maioria deles ter atrofia da supra-renal. Eles podem desenvolver equimoses pelo corpo (porque, se diminui a produção de ácido arcdônico, a tromboxona é derivada do ácido aracdônico através da COX-1, tem menos ácido aracdônico, então eu tenho agregação plaquetária prejudicada, aparecendo as manchas roxas). Pode acontecer hipertensão, pois começa a atuar em receptor da aldosterona e a reter sal no organismo e consequentemente aumentar a pressão. Pode ter um aumento do apetite, podendo levar à obesidade. Pode ainda aparecer cataratas. Se parar de usar, o estado não é totalmente reversível. Algumas coisas sim, outras não. A pessoa pode desenvolver síndrome de Cushing por uma superprodução glicocorticóide endógeno (ela está produzindo em excesso). Aí o que que eu tenho que utilizar? Não existe um antagosnista de receptor de glicocorticóide, então tem que descobrir a causa do excesso da produção de glicocorticóide. Se for por um excesso na produção de ACTH, eu tenho antagonistas de receptores de ACTH. Se for um tumor na supra-renal, aí vai ter que usar agentes anti-neoplásicos para reverter o tumor, cirurgia. INDICAÇÕES PARA O USO DE GLICOCORTICÓIDES: Menos indicado [aqui a professora se contradisse]: para a terapia de reposição. Existem pessoas que tem insuficiência da supra-renal, não produzem glicocorticóides endógenos e tem que repor. Para esses pacientes, o aparecimento de reações adversas diminui bastante, já que eles têm falta de glicocorticoide. 47 Para todas as outras patologias, os efeitos adversos aparecem mais. Na terapia anti-inflamatória e imunossupressora, eles são indicados na asma (primeira escolha) (?)imunodeficiencia (?), uso tópico em várias condições inflamatórias da pele, olhos, ouvidos e nariz. Por exemplo, eczema, aquela alergia que o médico não sabe o que é, dá glicocorticóide que 70% dos casos vão sumir – se não sumir, ele vai procurar o que é. Conjuntivite, rinite alérgica – aliás, o glicocorticóide é muito utilizada na forma nasal para pacientes com rinite – estados de hipersensibilidade (aquelas reações alérgicas graves a picadas de insetos e a medicamentos, o glicocorticóide está em primeira escolha) Doenças com componente auto-imune envolvido (aquelas doenças como artrite reumatóide, que pode ser uma doença auto-imune), Prevenção rejeições de órgãos transplantados Doenças neoplásicas. Em caso de choque anafilático: não usa só o glicocorticóide. Nesse caso, são duas aplicações: adrenalina imediatamente, para fazer a broncodilação e o glicocorticóide, para que todos aqueles mediadores da resposta que estão causando o edema, como a histamina, que estão causando broncoconstrição, comecem a ter sua síntese diminuída. DETALHES DOS GLICOCORTICÓIDES: Tem quatro coisas que todo glicocorticóide precisa ter: o 1º. Precisam ter 21 átomos de carbono. o 2º. Entre o carbono C4 e C5 tem que ter ligação dupla. o 3º. No carbono C3, eu tenho que ter um grupo cetona. o 4º. E no C21, esse grupamento hidroxila São apresentados como ésteres, acetonidos ou sais. Têm-se os ésteres de glicocorticóides, acetanos, benzoatos, butiratos, diacetatos (acetato de betamesona, benzoato de dexametasona, etc, etc). Eles podem ser acetonidos ou sais: fosfato sódico de dexametasona, succinato sódico de tal tal tal..). A diferença é os ésteres e os acetonidos são os pró-corticóides, que é um pró-corticoide o pró-fármarco, de forma que ele só vai se tornar ativo depois que sofrer o metabolismo no organismos. o Os ésteres e os acetonidos tem que sofrer hidrólise no organismo para liberar o corticoide ativo. o Os sais já são o corticoide ativo. A diferença na prática é um maior tempo de ação dos pró-corticóides do que dos corticóides já ativos. RENAME 2007: Meticortem (que é a prednisona) e o Predsin (prednisolona). A prednisolona é um fármaco ativo, a prednisona é um prófármaco. Metil-prednisolona é a forma injetável e está na Rename. A prednisona é a forma em compromido. A dexametasona é o que mais tem no SUS, em comprimido, pomada e xarope. A hidrocortisona, muito utilizada na terapia de reposição para quem tem insuficiência da supra-renal. Atriancinolona é utilizado na forma de pomada, muitas vezes para infecções bucais. A betametasona (Celestamine), muito utilizada para quem tem asma na forma de xarope e injetável. Beclometasona, que é o Clenil. Budesonida, que é a bombinha para quem tem asma. Esses são todos os medicamentos disponíveis no mercado, sendo que os dois primeiros os que constam na RENAME (medicação essencial). As diferenças entre eles são a via de administração, potência anti-inflamatória e tempo de ação. o Via de administração: qualquer via eu posso usar para glicocorticóide (via oral, via tópica, via parenteral). Os glicocorticóides endógenos se ligam a globulina de ligação de glicocorticóide, como eu falei. Os sintéticos se ligam à albumina. De qualquer forma, eles vão ser distribuídos ligados a proteína. Se houver desequilíbrio nessa ligação, eu posso ou ter perda de eficácia ou aumento de efeito. Eles penetram na célula por difusão (porque são altamente lipossolúveis) e são altamente metabolizados no fígado. o Interação medicamentosa: Cuidar com o uso concomitante ao daqueles fármacos que forem indutores ou inibidores enzimáticos. Os antiácidos, por mecanismo desconhecido, diminuem o efeito farmacológico dos corticóides administrados por via oral. Antifúngicos azóis(?), como o traconazol, fluconazol, que são inibidores enzimáticos, podem aumentar a toxicidade do corticosteróide, porque vão inibir seu metabolismo, como qualquer outro inibidor enzimático. Ex: Alcoolismo agudo, cimetidina, eritromicina. Indutor enzimático: Acelera o metabolismo e pode perder eficácia. No caso dos barbitúricos, que são inibidores enzimáticos, eles podem tanto diminuir o efeito dos corticosteróides, como ter seu efeito diminuído pelos corticóides. Anticoncepcional hormonal: duas interações. 48 o o Naturalmente, os anticoncepcionais já causam edema e os corticóides também. O risco de aumento do edema e da pressão arterial é maior – isso é uma relação farmacodinâmica. Mas, ao mesmo tempo, reduz-se o metabolismo do corticóide pelo uso do estrógeno e posso ter as concentrações de corticóide no sangue aumentadas, então também vai aumentar o risco de todos os efeitos tóxicos. Nesses casos, troca-se o fármaco ou se acrescenta um diurético (um terceiro fármaco) aos fármacos já prescritos resolve o problema do edema, mas não resolve os outros problemas e ainda acrescenta os efeitos colaterais do diurético (poderia causar um desequilíbrio eletrolítico nessa paciente, que só está precisando do diurético porque está usando dois hormônios. É mais racional tirar um hormônio do que acrescentar o diurético). Tempo de ação: ação curta são os que tem ação que duram entre 8 a 12 horas ação intermediária duram de 12 a 36 horas ação longa, de 36 a 72 horas. Potência anti-inflamatória e na capacidade de causar edema, de reter líquido. Os que têm maior potência antiinflamatória e não atuam em receptor mineralocorticóide (quer dizer, não retem líquido no organismo). São eles: betametasona, dexametasona e a triancinolona. Já a hidrocortisona tem a capacidade máxima de causar edema e uma baixa potência antiinflamatória, é mais utilizada em terapia de reposição para aquele paciente que não produz glicocorticóides endógenos. Betamesona e dexametasona são muito utilizadas como anti-inflamatórios, na forma de pomada, de xarope, de comprimido. “Esses aqui” em vários usos: na asma, como anti-inflamatórios, terapia de reposição. O médico vai avaliar a indicação baseado nesses fatores. Farmacologia 27/05/2009 ANTI-HISTAMÍNICOS E ANTI-ULCEROSOS Só se chama de anti-histaminico os antagonistas H1, os outros são chamados de antiulcerosos. HISTAMINA Detectada a 1ª vez em esporões de centeio. Fazia contração uterina e outros músculos lisos e ao mesmo tempo tinha ação vasodilatadora. Perceberam que pessoas expostas a antígenos apresentavam sintomas semelhantes à intoxicação por esporão de centeio. Isolaram a histamina e descobriram 4 receptores: H1, H2, H3 e H4.São todos metabotrópicos. Existem fármacos antagonistas para todos os receptores de histamina. A histamina tem 3 funções: 1- Está envolvida nas respostas alérgicas. Mediador principal dos sintomas alérgicos, principalmente aqueles relacionados à rinite alérgica e à urticária. 2- Está envolvida na secreção de HCl pela célula parietal. É o principal estimulante. 3- Na periferia e no SNC funciona como neurotransmissor regulando a liberação de outros neurotransmissores. O mastócito armazena a histamina nos tecidos e o basófilo no sangue. Os mastócitos que liberam a histamina responsável pelos sintomas de hipersensibilidade. Essas reações atingem primariamente 3 tecidos, devido à grande quantidade de mastócitos neles presente: 1 - pele (prurido, hiperemia, pápulas e eritemas) 2 – brônquios (broncoconstrição) 3 – intestino (cólicas, aumento do peristaltismo) 49 A histamina é sintetizada a partir da histidina por uma descaboxilase presente em todos os tecidos que contém histamina. Ela é degradada por dois tipos de enzimas: tiamina oxidase e n-metil-transferase. Seus metabólitos são inativos. Existem algumas células que sintetizam e liberam constantemente a histamina (sem armazenar). Na epiderme, na mucosa gástrica e nos neurônios histaminérgicos. Os anti-histamínicos influenciam na resposta alérgica e na liberação de HCl. Papel da histamina na resposta alérgica Ela é o principal mediador e estimula a liberação de outros mediadores que vão contribuir para os sinais e sintomas. O complexo antígeno/anticorpo se liga na superfície dos mastócitos e basófilos. O receptor ao qual ele se liga é metabotrópico e a sua proteína G ativa a fosfolipase C com aumento de IP3 e DAG, o que, consequentemente, aumenta a entrada de cálcio (intra ou extracelular), causando a liberação da histamina. A proteína G também ativa fosfolipase A2, responsável pela produção do ácido araquidônico, o que leva à liberação de outros mediadores inflamatórios (fator de agregação plaquetária, leucotrienos, eicosanóides, PGs, cininas, entre outros). Os anti-histamínicos, portanto, diminuem a produção de histamina e de outros mediadores. Existem dois tipos de reações de hipersensibilidade imediata: local e sistêmica. A anafilaxia acontece se houver uma liberação de histamina rápida e em todos os tecidos, pode levar ao edema de glote e broncoconstrição (tto: adrenalina e corticóide). Alguns antibióticos, bloqueadores neuromusculares, contrastes radiológicos, morfina e outras substâncias podem provocar a liberação de histamina sem formação de complexo antígeno/anticorpo, podendo levar a uma anafilaxia. Então, grande liberação de histamina tem como sintomas: prurido (principalmente na palma das mãos, face e couro cabeludo), hipotensão, aumento da F.C, edema, urticária, cólicas, náuseas, hipersecreção gástrica e broncoconstrição. O efeito se torna menos intenso com o tempo porque vão se acabando os estoques de histamina dos tecidos. O teste alérgico utiliza a histamina como controle positivo, para comparar a região onde a histamina foi aplicada com as outras regiões onde foram administrados complexos antígeno/anticorpo variados. Única aplicação clínica da histamina. Os anti-histamínicos são metabolizados no fígado (interação). Receptores H1 Ligado à proteína G, ativa fosfolipase C – IP3 e DAG – aumenta cálcio intracelular. - Presente no SNC (hipotálamo), quando ativados pela histamina aumenta o estado de vigília, por isso os anti-histamínicos causam sono. - Presente na musculatura lisa dos brônquios e do TGI. A histamina causa contração. - Presente nas células endoteliais dos vasos. A histamina estimula a liberação de óxido nítrico, por isso a histamina causa vasodilatação. - Presente nas terminações nervosas, por isso causa prurido quando histamina é liberada na epiderme. H2 Acoplado à proteína Gs – aumenta AMPc - Presente nas células parietais do TGI. Essas células são responsáveis pela produção de HCl, têm receptores que ativam a bomba de prótons que por sua vez jogam H para a luz gástrica. Esses íons reagem com o Cl e formam HCl. O AMPc formado pela ativação dos receptores H2 ativa essa bomba de prótons. Essa bomba pode ser ativada também pela acetilcolina e gastrina, mas os antagonistas H2 são os mais utilizados como anti-ulcerosos (CIMETIDINA), mesmo sem interferir com a acetilcolina e gastrina geram uma diminuição de 90% na secreção de HCl. Isso prova que a histamina é o 50 principal estimulante para a secreção gástrica estomacal. Os inibidores de bomba de prótons (OMEPRAZOL), são ainda mais eficientes (95%) porque inibem de forma irreversível e inibem os estimulo vindo da acetilcolina e gastrina também. - Presentes na musculatura lisa dos vasos, faz vasodilatação. - Presentes no coração gerando taquicardia. H3 Acoplado a uma proteína G inibitória que diminui AMPc. - Presente no SNC. É um auto-receptor inibitório. Quando ativado pela histamina inibe a liberação da própria histamina e de outros neurotransmissores. Antagonistas H3 em testes podem aumentar a liberação desses neurotransmissores, podendo um dia ser utilizados para melhorar a memória e estado de vigília. H4 Acoplado a uma proteína Gi inibe adenilato ciclase e imobiliza o Cálcio armazenado. - Presente em eosinófilos - Presente em células do TGI - Presente em células do SNC A ativação periférica pela histamina resulta em quimiotaxia, recruta células inflamatórias. Antagonistas desse receptor podem ser úteis como antiinflamatórios, estão em ensaios pré-clínicos. ANTI-HISTAMÍNCOS 1ª GERAÇÃO: PROMETAZINA DEXCLOFENIRAMIDA (Histamin) HIDROXIZINA Antagonistas reversíveis H1. Descobriu-se que são na verdade agonistas inversos desses receptores. A proteína G tem atividade sem ativação do receptor. Dessa forma, o antagonista se ligando ao receptor, diminui essa atividade constitutiva do receptor. Os efeitos farmacológicos são os mesmos. Principal reação adversa dos de 1ª geração: sedação em doses terapêuticas. Não devem ser ingeridos com álcool. (Prometazina + álcool). Possuem também ação antagonista nos receptores muscarínicos, causando todos os efeitos anticolinérgicos: boca seca, visão turva, taquicardia, retenção urinária. São utilizados para as reações de hipersensibilidade imediata. São mais eficazes na prevenção (rinite sazonal) que no tto. No resfriado comum o anti-histamínico não é indicado por ser um fármaco ressecante, uma vez que o muco é importante para eliminar o vírus. Possuem também propriedade anti-hemética diminuindo os efeitos da cinetose pela ação nos receptores nos núcleos vestibulares. 2ª GERAÇÃO: LORATADINA ALEGRA 51 Causam menos sedação porque atravessam menos a BHE. 1ª GERAÇÃO 2ª GERAÇÃO - atravessam BHE - atravessam menos a BHE - baixo peso molecular - alto peso molecular - lipossolúveis - menos lipossolúveis - maior afinidade H1 no hipotálamo - menor afinidade por H1 no hipotálamo * só os de 1ª geração são eficazes para efeito anti-hemético e sedativo. - maior afinidade H1 na periferia (ação antialérgica melhor) - maior cardiotoxicidade * doses acima das terapêuticas podem gerar depressão do SNC FARMACOLOGIA 28/05/09 ANTI-HIPERTENSIVOS Sistema Cardiovascular: -Função: fornecer um aporte de oxigênio e de nutrientes para os tecidos, e ao mesmo tempo remover os produtos de desgaste, que as células não precisam mais. Para que ele possa cumprir essa função de maneira adequada é necessária uma adequada perfusão tecidual. Então, a gente precisa que o aporte sanguíneo chegue de maneira adequada aos tecidos, para que esses processos ocorram de maneira adequada também. -Componentes: esses componentes vão trabalhar juntos pra que esses tecidos e essas células tenham uma perfusão adequada. O coração é uma bomba propulsora. Os vasos são dutos fechados que são classificados em artérias e veias -- as artérias levando o sangue do coração para os tecidos, as veias fazendo o caminho inverso. O próprio sangue, elemento fundamental do sistema cardiovascular. E o rim, responsável por manter um volume adequado de sangue (ou de liquido circulante) nesse sistema, e também responsável pela composição desse liquido circulante (quantidade de sais e eletrólitos). Fármacos que atuam sobre o rim para controlar a pressão arterial- Diuréticos Fórmula da regulação da pressão arterial: PA = DC x RVP Débito cardíaco: DC = VS x FC 52 VS = volume sistólico: volume de liquido que o coração ejeta durante a sístole FC = freqüência cardíaca Então a força de contração, e a quantidade de vezes que o coração bate (se contrai) durante o tempo vai resultar no debito cardíaco. Claro que quanto maior for esse debito cardíaco maior será a pressão arterial. Mas não é só o debito cardíaco que controla a PA, mas também a resistência vascular periférica. A RVP é determinada pelo tônus vascular. Regulação do tônus vascular: nós temos vários sistemas que interferem com a contração e o relaxamento dos vasos sanguíneos. - Sistemas neurais: o Sistema Nervoso Simpático interfere com contração. - Sistemas humorais: hormônios que são liberados na corrente sanguínea e vão regular também o tônus vascular, como a adrenalina e a angiotensina II, que faz parte do sistema renina-angiotensina. E há os hormônios locais, que regulam o fluxo sanguíneo em determinadas regiões dos tecidos: hormônios locais vasodilatadores, como prostaglandina e histamina; e vasoconstritores, como a tromboxana e a própria angiotensina II quando ela atua em receptores AT1. Então, a PA é regulada pelo DC e RVP. Esses dois fatores são regulados pelo Sistema Nervoso Simpático. O SNS tem conexão com artérias, vênulas, coração e rins. SNS ativado faz, de maneira geral, vasoconstrição (via receptores alfa-1) . Via receptor beta-2, o SNS faz vasodilatação. No entanto, quando os dois receptores estão ativados, o resultado será vasoconstrição e conseqüentemente aumento da PA. No coração, o SNS aumenta o debito cardíaco porque aumenta tanto a força quanto a freqüência de contração cardíaca via ação do receptor beta-1. Nos rins, o SNS estimula a liberação de renina, via receptores beta também. Liberando renina, todo o sistema renina-angiotensina será ativado, então como resposta haverá aumento de PA. Então, sistema nervoso simpático trabalha, de uma maneira geral, para aumentar a pressão arterial. Há uma classe de fármacos que irá interferir com a ação do simpático nessas regiões, os simpaticolíticos. Mecanismo Arco-reflexo Barorreceptor: são receptores de pressão nos vasos sanguíneos. Quando a gente tem uma vasodilatação esses receptores detectam que o vaso está vasodilatado. Para que a gente não tenha uma queda de pressão exagerada, os barorreceptores irão ativar, de forma reflexa, o Sistema Nervoso Simpático. Então, o SNS faz a vasoconstrição e a PA é regulada. Não há uma classe de fármaco que aja sobre esse sistema com aplicações terapêuticas. Porém, esse sistema é importante pra se explicar reações adversas de alguns anti-hipertensivos. Muitas reações adversas causam como efeito colateral a hipotensão postural, que é aquela hipotensão que se tem quando se muda de posição, e a vista escurece. Isso acontece porque, quando eu uso vasodilatador, esse mecanismo dos barorreceptores dos vasos fica comprometido. Mecanismo humoral Sistema Renina-Angiotensina: porque os fármacos que interferem com o sistema renina-angiotensina provocam queda de pressão? Será que é só porque diminui síntese de angiotensina II? Ou existem outras coisas decorrentes dessa diminuição que também explicam o efeito anti-hipertensivo? Hormônios locais: regulam a perfusão tecidual em determinadas regiões do organismo. Tromboxana, como vasoconstritora; o óxido nítrico, potente vasodilatador; fármacos vasodilatadores que sao doadores de NO para os vasos; e as prostaglandinas, vasodilatadoras também. Quando eu inibo a síntese dessas prostaglandinas, mesmo que localmente, dependente da região, eu posso perder o efeito anti-hipertensivo de alguns medicamentos, porque a síntese normal de prostaglandinas em determinadas regiões é muito importante. (Figura: vcs todos tem acesso a ela pelo site do ministério da saúde. Eu deixei pra vcs o sexto consenso brasileiro sobre o tratamento da hipertensão arterial anexado na aula de hoje. Se vcs entrarem no site do Ministério pra pegar esse censo vcs vão ter acesso a figura. Ela dá uma visão geral do controle da hipertensão arterial e eu consigo colocar a ação de qualquer fármaco que a gente for estudar nessa figura.) A figura mostra, em primeiro lugar, o mecanismo reflexo dos barorreceptores. Então a gente tem os receptores de pressão na parede do vaso, quando esse vaso tem uma dilatação esses receptores detectam que houve uma vasodilatação e eles estimulam uma região do sistema nervoso central, chamado núcleo do trato solitário, a ativar o sistema nervoso simpático. O SNS irá fazer três coisas. No vaso, vai fazer vasoconstrição, via receptores alfa-1. No rim, vai estimular a liberação de renina. E no coração, vai aumentar o debito cardíaco. Quando eu estimulo a liberação de renina eu ativo todo o sistema renina-angiotensina, aumentando a produção de angiotensina II. A angiotensina II tem dois mecanismos pra aumentar a pressão arterial: vai fazer a vasoconstrição, via receptor AT1, e vai estimular liberação de aldosterona pela supra-renal. Nós vimos que esse mineralocorticóide tem dois estímulos para a sua liberação: um do ACTH e outro da angiotensina II. Liberando a aldosterona, ela vai ter ação no rim, promovendo reabsorção de sódio e excreção de potássio. Isso vai fazer com que eu acumule liquido e vai aumentar a pressão arterial também. Então tudo está relacionado. Aqui mostra aqueles hormônios locais vasodilatadores e vasoconstritores. Angiotensina II e tromboxana é vasoconstritor; oxido nítrico, bradicinina, PGI II e a angiotensina II quando se liga no receptor AT2 é vasodilatador. Os fármacos que vão atuar sobre o rim, nós não temos aqui os mecanismos e vamos detalhar pra vocês. Todos os fármacos anti-hipertensivos vão interferir de alguma forma nesses processos. Os inibidores da ECA vão interferir aqui(?), os antagonistas de receptores da angiotensina II vão bloquear receptor AT1, os beta bloqueadores vão atuar no coração, no rim e no SNC, os antihipertensivos de ação central vão atuar no SNC e os diuréticos vão atuar no rim. Bom, qual que é a principal patologia predominante do sistema vascular? é a hipertensão. Ela é definida como uma elevação persistente da PA. E o que é considerado uma pressão alta? é uma pressão que se mantém constantemente em valores acima de 139/89 mmHg. Segundo o Goodman, o valor ideal, saudável para todos nos deveria se manter em torno de 120/80. Qual é a conseqüência de ter a PA acima desses valores o tempo todo? Eu não vou conseguir garantir a perfusão tecidual adequada. E se alguns tecidos chave no meu organismo não receberem uma perfusão adequada eu posso 53 trazer prejuízo para esses tecidos. Os três tecidos importantíssimos de se manter a perfusão são cérebro, coração e rim. Se eu tiver uma perfusão inadequada para eles eu posso ter conseqüências graves. Quais? Os acidentes vasculares cerebrais (AVC); no coração, as cardiopatias, fulminando num infarto do miocárdio; e no rim eu posso ter desde uma insuficiência renal aguda até uma insuficiência renal crônica, com perda da função renal. A hipertensão arterial é grave porque ela não apresenta sintomas. Se você tiver constantemente uma pressão de 15/9, você não sente nada. Pode sentir uma dor de cabeça, mas esse é um sinal de tantos outros problemas. Só há sintoma da PA alta quando algum desses órgãos já foi tingido e dai já é um pouco tarde. Existem dois tipos de hipertensão. - Hipertensão Secundária, quando ela tem causas especificas (primárias) : felcromocitoma (tumor na drenagem), problema congênito impedindo a função renal adequada. Corresponde a 10% dos casos. Hipertensão Primária ou Essencial: sem causas especificas -> pode ser fator genético, stress, hábitos e costumes da vida moderna (sedentarismo, dita rica em sal e gorduras, hábitos de fumar e beber). Corresponde a 90% dos casos. (A segunda doença mais prevalente na vida moderna é a depressão que também está associada com tudo isso.) Hipertensão é assintomática ate que um órgão alvo seja atingido. Como tratá-la? Duas maneiras. Abordagem terapêutica e não terapêutica. Independente de os medicamentos serem utilizados ou não, sempre deve-se utilizar a abordagem não terapêutica: evitar tabagismo, álcool, fazer prática de exercício físico, reduzir peso corporal, dieta e reduzir stress. Tudo isso deve ser acompanhado junto com o tratamento farmacológico. Se eu trabalhei com o paciente a abordagem não farmacológica e não adiantou então eu vou auxiliar com a abordagem farmacológica. É claro que a maioria dos pacientes já procuram o médico quando a abordagem não farmacológica não adianta sozinha, e o médico vai ter que entrar com as duas abordagens (fármaco+mudança de estilo de vida). Mas nunca um fármaco controla a hipertensão arterial sozinho se não for associado a mudanças de hábitos de vida errados. Por isso o médico e a equipe de saúde devem estar em contato com o doente pra verificar essa mudança. Bom, vamos falar de medicamentos então. Os fármacos que vão controlar a pressão arterial podem ter ação sobre 1, 2, 3 ou 4 dos locais que controlam a PA. E eles são classificados de acordo com o seu mecanismo de ação. - Diuréticos: ênfase nos tiazidicos, diuréticos de alça e poupadores de potássio Agentes Simpaticolíticos: antagonistas beta-adrenérgicos, ou beta-bloqueadores; antagonistas alfa-adrenérgicos; e agentes de ação central (ênfase na metildopa que é muito utilizada na hipertensa grávida). Bloqueadores de canal de cálcio: os vasodilatadores verapamil, holandipino e etc. Inibidores da ECA: captopril e inalapril. Antagonistas do receptor da angiotensina II: toda a família losartan, tandesartan, ibesartan e etc. Vasodilatadores inespecíficos: os arteriais e os arteriais e venosos. Diuréticos (Vamos lembrar coisas básicas que eu já falei na aula de excreção de drogas) Os diuréticos são fármacos muito antigos que tem sido usados há muito tempo como tratamento de várias afecções (edema, mulheres que querem emagrecer). Os diuréticos são os medicamentos de primeira escolha (é a primeira tentativa) para tratar hipertensão leve e moderada, quando o paciente possui poucos fatores de risco. O primeiro diurético que foi lançado no mercado sinteticamente, como fármaco diurético, foi lançado em 1957. Antes disso se usavam chás e plantas diuréticas. A clorotiazida foi o protótipo de todos os diuréticos. É bom a gente definir e diferenciar aqui dois termos. Na verdade esses fármacos são tanto diuréticos quanto natriuréticos. Natriurese é a capacidade de excretar sal (sódio) pelos rins. E o efeito diurético é o aumento do volume de urina, a capacidade de excretar água. Todo diurético que nós vamos estudar aumenta tanto a excreção do sódio como da água, mas nós vamos usar apenas o termo diurético referindo-se tanto a natriurese como a diurese. Onde diurético age no organismo? Vamos lembrar de alvos protéicos. Existem quatro alvos protéicos: receptor farmacológico, enzima, canal iônico, proteína transportadora. Os diuréticos podem agir em qualquer um desses alvos protéicos mas a maioria atua em proteínas de transporte. Aquelas proteínas que estão no néfron fazendo constantemente o transporte de íons da luz do néfron para o vaso sanguíneo. A maioria vai impedir esse transporte de íons. Porém, há diuréticos que atuam em receptor farmacológico, como a espirolactona; em enzima, como a cetazolamida (que não tem mais uma aplicação como diurético); em canal iônico, como a amilorida e o triantereno (impedindo a ação da aldosterona sobre os rins). Então a gente vai ter diuréticos atuando em todos os tipos de alvo protéico que a gente conhece. No néfron. O néfron é a unidade funcional do rim. (desenho do néfron). Cada parte do néfron tem uma função diferente, de forma que o liquido que é filtrado aqui no glomérulo é totalmente diferente do liquido que sai aqui. Conforme ele vai passando por determinadas regiões dos túbulos renais, as características desse liquido (como a pressão osmótica, ou seja, a concentração de água e eletrólitos) vai mudando porque cada região do néfron tem uma permeabilidade diferente a sais e eletrólitos e também cada região sofre ação de hormônios: aldosterona (retenção de sódio) e hormônio antidiurético, o ADH ou vasopressina, interferindo com a característica desse liquido que vai caminhar por todo o túbulo renal. 54 No glomérulo, onde ocorre a filtração glomerular. O liquido que chega em contato com o glomérulo corresponde a 20% do fluxo sanguíneo renal. Esse liquido é lançado nos glomérulos através da força hidrodinâmica e para que um soluto possa atravessar um glomérulo, ele precisa ter certas características porque ele vai ter que atravessar três camadas de membrana celular: o capilar sanguíneo, a membrana basal e as células epiteliais da cápsula de Bowman. Só atravessam as moléculas com peso molecular pequeno (< 20 000 daltons). Proteínas não atravessam (albumina = 80 000 daltons). Há muitos íons, muitos eletrólitos que conseguem atravessar as camadas e já entram aqui junto com a água através do processo de filtração. No túbulo contorcido proximal (TCP). 60 a 70% do sódio que é filtrado já é reabsorvido para o sangue através do TCP. Esse processo é feito por uma proteína de transporte, uma bomba de sódio-potássio-ATPase. Porém não existe nenhum diurético que bloqueia essa bomba, ou seja, que atua no TCP inibindo a reabsorção de sódio. 75% do filtrado é reabsorvido em condições isosmóticas. Ácidos e bases orgânicas e muitos medicamentos são secretados para a luz tubular e sódio, cloro, glicose, bicarbonato são reabsorvidos para o sangue. Então é uma região bastante permeável, tanto aa água quanto a eletrólitos. Há aqui uma enzima, conhecida como anidrase carbônica. Ela está no interior e na parte interna da membrana das células do TCP. Promove a reabsorção do bicarbonato de sódio. Sem ela, a gente perderia muito bicarbonato de sódio na urina. (essa figura e todas as figuras que eu vou mostrar aqui são retiradas do livro de farmacologia básica do Katzung). Então como acontece essa reabsorção de bicarbonato de sódio para o sangue? A gente tem aqui uma proteína de transporte uma bomba de sódio-hidrogênio, que absorve o sódio pra dentro da célula. Ela troca o sódio pelo hidrogênio. Quando o hidrogênio é liberado ele vai reagir com o bicarbonato e vai formar o ácido carbônico. A anidrase carbônica que está na MP da célula desidrata esse ácido carbônico em água + CO2. Esse CO2 entra por difusão passiva na célula do TCP e é re-hidratado pela anidrase carbônica e é transformado em acido carbônico outra vez. Então é a anidrase carbônica que faz desidratação na luz e re-hidratação no interior da célula. Esse acido carbônico se ioniza em íon hidrogênio e bicarbonato. O bicarbonato é reabsorvido para o vaso sanguíneo por um mecanismo de transporte e junto com o sódio ele vai se transformar em bicarbonato de sódio. Então, se não fosse a anidrase carbônica fazendo desidratação e re-hidratação do ácido carbônico a gente não teria a reabsorção de bicarbonato de sódio. O que aconteceria se a gente usasse um fármaco que inibisse essa enzima, como é o caso da cetazolamida? Acumulo de bicarbonato de sódio na luz do néfron porque ele não será reabsorvido (acidose é conseqüência). O que acontece se eu aumentar a quantidade de soluto no liquido? A pressão osmótica vai aumentar. Eu aumentei a osmolalidade desse liquido, aumentei a quantidade de soluto. O qq vai acontecer se eu tiver uma membrana separando dois líquidos, um com uma pressão alta e outro com uma pressão normal? Eu vou precisar equilibrar a pressão aqui dentro com o vaso sanguíneo. Então o qq o vaso sanguíneo vai fazer? Vai diluir esse liquido fornecendo água para a luz e eu vou ter o efeito diurético. Todo diurético que inibe reabsorção de íons vai fazer o efeito diurético porque quando acumula soluto na luz do néfron, aumenta a pressão e para equilibrar essa pressão com o vaso vai drenar água do vaso para a luz do néfron. Mas a diurese será alcalina, porque está acumulando bicarbonato de sódio; e se usar por tempo prolongado vai promover uma acidose metabólica. Por causa desse efeito da acidose, e pelo efeito diurético limitado, a cetazolamida (inibidora da anidrase carbônica) não é utilizada como diurético hoje. Ela é utilizada para tratar pressão intra-ocular (glaucoma), e também para acelerar a excreção de substancias ácidas que estão em grande quantidade no sangue, porque ela alcaliniza urina, vai ionizar essas substancias e eu posso tratar uma intoxicação por uma substancia acida. Resumo do mecanismo de ação da cetazolamida: inibiu a enzima, não vou reabsorver bicarbonato de sódio, ele vai se acumular na luz da urina, vou aumentar pressão aqui, vou drenar água e ter um efeito diurético. Na alça de Henle. Ela é dividida em duas partes, o ramo descendente e o ramo ascendente. Eles são totalmente diferentes em relação a permeabilidade a água e aos eletrólitos. O ramo descendente é altamente permeável a água, então ela vai sendo reabsorvida pro sangue constantemente conforme o liquido vai passando aqui. E o ramo ascendente, especialmente a parte espessa (ramo ascendente espesso), promove reabsorção de sódio, potássio e cloro. Então é altamente permeável a íons. A gente chama este ramo ascendente de ramo diluidor da urina porque promove a reabsorção desses eletrólitos. Essa reabsorção acontece através de uma proteína chamada proteína dissódio-potássio-2-cloros-ATPase. Se não fosse essa proteína nós não teríamos uma boa reabsorção de sódio no organismo porque ela faz MUITA reabsorção de sais. Como? Ela é uma proteína que transporta o sódio, o potássio e 2 cloros ao mesmo tempo pra dentro da célula. A gente chama de transportador eletroneutro. Ele coloca dois íons de carga positiva e dois íons de carga negativa. Então eletricamente ele é neutro. Só que quando ele promove essa reabsorção do sódio, o sódio sai e vai pro vaso pela bomba de sódio-potássio-ATPase, o cloro também sai por essa bomba de cloro-potássio e volta pro vaso e o potássio esta sendo reabsorvido aqui, entra na célula aqui e só sai um. Concorda que ta entrando dois íons de carga positiva pra dentro da célula e só um ta indo pro sangue? Então o interior da célula não vai ficar positivo? Pra equilibrar isso o potássio tem que abrir um canal e sair por aqui. Porque que isso é importante? Quando essa bomba funciona, ela cria um potencial positivo na luz do túbulo renal porque ela faz com que carga positiva saia pra equilibrar a positividade no interior da célula. E se eu começar a tirar carga positiva do interior e colocar na luz, eu vou aumentar a positividade da luz e o qq eu vou ter que fazer pra equilibrar isso? Tirar íons de carga positiva. E o qq sai? O magnésio e o cálcio sai pelo espaço entre as células. Então vejam, quando essa bomba funciona adequadamente eu promovo reabsorção de sódio, potássio, cloro, magnésio e cálcio. Olha, saem dois cloros. Não está representado aqui, mas eu não aumento a negatividade, ele acaba saindo na mesma proporção que entra. O que fica acumulado é o potássio. Para que o interior da célula não fique positivo ela vai liberar potássio. Então o liquido da luz vai ficar positivo. E para equilibrar isso ele vai fazer com que o magnésio e o cálcio sejam reabsorvidos. Quando eu inibo essa proteína (diuréticos mais potentes, os de alça, a furosemida) eu não vou promover só a perda de sódio e cloro, que é o que eu quero. Eu vou promover perda de potássio, de magnésio e de cálcio (eu não quero). Então inibir esta proteína de transporte significa acumular todos esses eletrólitos na urina, aumentar MUITO a pressão osmótica aqui na luz, drenando MUITA água nessa região pra conseguir equilibrar essa pressão osmótica. Por isso que a gente diz que furosemida (Lasics) e seus congêneres são os mais potentes de todos os diuréticos. Eles conseguem eliminar de 15 a 20% do sódio que entra na luz tubular (normalmente eliminamos 5%). Só que vai eliminar outros íons também, provocando reações adversas: hipopotassemia (câimbras), hipocalcemia e hipomagnesemia, tendo um desequilíbrio eletrolítico pelo uso excessivo de diuréticos de alça. Utilizado pra casos de hipertensão grave, que não responde a diuréticos menos potentes e também outras aplicações. Na porção inicial do túbulo contorcido distal (TCD). Aqui também eu tenho uma reabsorção moderada de sódio e cloro através de uma proteína de transporte. O sódio é reabsorvido junto com o íon cloreto através de um transportador também eletroneutro chamado de bomba de sódio-cloro. Esse 55 transportador também é alvo dos diuréticos. Os diuréticos mais utilizados são inibidores desse transportador, os diuréticos tiazidicos (em segundo lugar a furosemida, porque ela é muito potente e causa muito mais desequilíbrio eletrolítico). Da mesma forma, eles vão acumular cloreto de sódio no TCD aumentando pressão osmótica e drenando água. Esse transportador reabsorve sódio e cloro da luz do néfron para o vaso sanguíneo. E os diuréticos tiazidicos atuam nele. Eles são diuréticos de ação moderada. Aqui nessa região é também regulada a excreção do cálcio. Aqui também a gente tem a ação de um hormônio produzido pelas glândulas paratireóides, o paratormônio. A função dele é promover a reabsorção do cálcio para a corrente sanguínea. Ele faz isso atuando em receptores que estão nas células do TCD e promovendo a síntese desses canais de cálcio. Promovendo a síntese, eu promovo a reabsorção de cálcio para a corrente sanguínea. Então por isso é que nessa região é regulada a excreção do cálcio, porque ele é reabsorvido e só será excretada a parte que ficará na luz do néfron. Nos túbulos coletores. Tem baixa permeabilidade tanto a água quanto aos eletrólitos, mas tem reabsorção de sais de água nessa região. Essa reabsorção ocorre pela ação de dois hormônios: de sal, aldosterona; e de água, o hormônio antidiurético (ADH). Na célula principal, age a aldosterona em receptores intracelulares e temos a ação do ADH que vai atuar num receptor de membrana celular. A aldosterona vai atravessar a membrana, se ligar no seu receptor, vai alterar a síntese protéica dessa célula (é um receptor nuclear, interage com DNA), estimulando a síntese desses canais de sódio, e promovendo a reabsorção do sódio pra dentro da célula. Só que para equilibrar essa carga positiva que vai ficar a mais dentro da célula, o potássio vai ter que sair. Então a aldosterona funciona fazendo exatamente isso: estimulando a síntese desses canais de sódio, estimulando a atividade dessa proteína que transporta o sódio pro vaso e ao mesmo tempo estimulando a excreção do potássio. O hormônio antidiurético atua em receptores da membrana da célula, estimula a síntese desses canais de água e dessa forma a água é reabsorvida para dentro da célula e por difusão simples ela vai pro vaso sanguíneo. O ADH e a aldosterona funcionam juntos pra gente não ter uma perda excessiva nem de sal nem de água. Existem algumas patologias em que a pessoa pode ter deficiência na produção de aldosterona e ai ela perde muito sal pelo organismo e tem uma diurese grande e existem pessoas que tem também deficiência na produção do hormônio ADH ou na ação do ADH nos seus receptores. E essa pessoa também não consegue reabsorver água, e conseqüentemente ela também vai ter uma diurese muito aumentada. O álcool é antagonista do ADH e a gente acaba fazendo muito mais xixi quando a gente toma um copo de cerveja do que se eu tomasse o mesmo volume de água. Aldosterona promove a reabsorção de sódio e aumenta a excreção de potássio por uma ação tríplice: estimula o permutador sódio-hidrogênio, e através de sua ação nos receptores que estão dentro da célula ativa canais de sódio, aumenta numero de bombas de sódio basolaterais. Então ela sempre vai trabalhar para reabsorver o sódio e excretar o potássio. Tem um hormônio que vai interferir com as ações da aldosterona nesse receptor e tem algum diurético que vai interferir com as suas ações ao abrir os canais de sódio. Então existem os diuréticos poupadores de potássio que podem ou ser antagonistas do receptor da aldosterona, que é o caso da espironolactona (nome comercial Espirolactona), ou inibidores dos canais de sódio abertos pela aldosterona, que da mesma forma vai antagonizar o efeito da aldosterona, que é o caso da amilorida ou triantereno (como se fossem uma rolha, bloqueiam o canal e não deixam o sódio entrar). Esses diuréticos promovem pequena diurese porque a qtde de sódio que vai ser perdida é bem menor do que com um diurético de alça. O grande motivo de usar esse diurético não é pelo seu efeito diurético, mas sim para impedir a perda de potássio que o diuréticos depletores de potássio causam. Então eles são utilizados muito mais associados a diuréticos de alça ou tiazidicos para evitar a hipocalemia ou a hipopotassemia. Em relação ao ADH, a gente não tem nenhum antidiurético utilizado na prática que vai impedir a sua ação pra fazer um efeito diurético. A gente tem o álcool mas a gente nunca vai prescrever álcool para o paciente como diurético. (Ver desenho do katsung que ela deixou no portal. Mostra a ação dos diuréticos inibidores da anidrase carbônica, dos diuréticos de alça inibindo a proteina, dos diuréticos tiazidicos inibindo o transportador eletroneutro, e os diuréticos antagonistas da aldosterona inibindo a reabsorção de sódio.) A furosemida é contra-indicada para pacientes com osteoporose. Já os diuréticos tiazidicos, por mecanismos desconhecidos, favorecem a reabsorção desse cálcio. Então para o paciente que tem osteoporose é indicado utilizar um tiazidico e não utilizar um diurético de alça. Detalhes dos fármacos. Então os diuréticos podem exercer as suas ações por ter uma ação direta sobre a célula do néfron, e todos os que eu desenhei aqui fazem isso. Ou eles podem modificar indiretamente conteúdo dos filtrado, vcs vão ver ainda. Então eles podem ter ação em três lugares: na alça de Henle, no inicio do túbulo distal ou nos túbulos e tubos coletores. Então os diuréticos importantes são esses três aqui: diuréticos de alça, tiazidicos e antagonistas da aldosterona. A cetazolamida não é usada como diurético. Detalhes dos diuréticos de alça: são os mais poderosos, significa que 15 a 20% do sódio existente no filtrado acaba sendo eliminado com esse diurético. A furosemida é o representante principal, o protótipo de todos eles. Eles vão inibir essa proteína de transporte, uma bomba de sódiopotassio-2cloros na alça ascendente espessa. Impede a reabsorção desses íons, da água, aumentando torrencialmente o volume urinário. Ele está na RENAME. Então ele é uma arma terapêutica muito importante pra casos de hipertensão resistente. - Estrutura: derivados das sulfas (medicação antibiótica, bacteriostática, o bactrin, sulfametroxazol-dimetropina, com ação muito restrita hoje em dia). Eles perceberam que pacientes que utilizavam sulfas tinham o efeito diurético e através dessa estrutura eles criaram derivados mais seletivos para essa proteína, a furosemida. Ela tem o radical sulfonamida. A bumetanida, outro derivado de sulfa, também tem esse radical. Só o acido etacrínico que não tem esse radical sulfonamida, ele tem o grupo metileno que também é importante pra inibir essa bomba. Por causa de a maioria deles ser derivado de sulfa eles tem uma reação adversa semelhante a da sulfa: reação de hipersensibilidade. - Efeitos indesejados: hipocalemia (perda de potássio), hipocalcemia (perda de cálcio), alcalose metabólica por aumentar a excreção de íons hidrogênio (com o uso prolongado). Outro efeito, que não está relacionado com as suas ações sobre o rim, é a ototoxicidade (perda auditiva com o uso crônico, devendo ser interrompido o uso do medicamento porque ela é reversível). Outros efeitos: excesso de ácido úrico no sangue (para exercer a sua ação, a furosemida tem que atravessar a parede do néfron e bloquear a parede de dentro penetrando na célula por uma proteína que transporta a furosemida pra dentro; essa proteína é a mesma que transporta acido úrico então eles vão competir por ela e a furosemida entra e o acido úrico fica; esse excesso é mais prejudicial pra quem já tem excesso, gota úrica), perda de magnésio e reações alérgicas por ser derivado das sulfas. 56 - Indicações clinicas: qualquer doença causada por excesso de sal e água no organismo (caso de edema pulmonar agudo, insuficiência cardíaca crônica, síndrome nefrótica, insuficiência renal, hipertensão resistente, hipercalcemia). - Interações medicamentosas: interfere na excreção renal de varias substancias: acido úrico, lítio (carbonato de lítio: usado pra transtorno bipolar, principalmente na fase maníaca, ou para mania/ o lítio tem uma janela terapêutica muito estreita, se eu usar um medicamento que diminua sua excreção eu vou aumentar seus níveis no sangue e ultrapassar essa janela, se tornando tóxico com a furosemida), aminoglicosideo (antibiótico, bastante tóxico também; são ototóxicos, se eu associar pode ser irreversível), salicilatos (aumenta a toxicidade), bloqueadores neuromusculares (reduz o efeito por acelerar a sua eliminação). Em resumo, a furosemida interfere bastante com excreção renal de fármacos. Se impedir a excreção vai aumentar a toxicidade, se aumentar a excreção vai diminuir o efeito. (é claro que vcs não vão ter que guardar essas coisas, não se assustem, mas é bom a gente criar esse raciocínio para analisar um caso que colocar para vcs). Geralmente é interação farmacocinética. Que tipo de interação é a furosemida com o aminoglicosideo? São dois fármacos ototóxicos, interação farmacodinâmica por adição. E furosemida com lítio? Interação farmacocinética com efeito de potencialização, aumentou a toxicidade do lítio. Diuréticos tiazidicos. A principal é a Hidroclorotiazida (RENAME, SUS), há também a clortalidona (não é uma tiazida, mas atua na mesma PT de transporte). Ação diurética moderada; inibem o cotransporte de sódio e cloro; se fixam no lugar do cloro impedindo a reabsorção de cloro e de sódio; provocando excreção aumentada de sódio e de água. Acabam aumentando a reabsorção do cálcio, favorecendo a ação do paratormônio (indicado para pacientes com osteoporose). Para que a hidroclorotiazida tenha uma função adequada como diurético, é preciso que haja uma produção adequada de prostaglandinas renais (PGE e PGI2). Se eu fizer o uso de um AINE que vai inibir a ação dessas prostaglandinas, eu posso ter perda da eficácia anti-hipertensiva. Os AINEs interferem só com os diuréticos tiazidicos, como interferem também com os IECA, com os beta-bloqueadores; eles podem diminuir a eficácia anti-hipertensiva de todos eles por reduzir a produção dessas prostaglandinas vasodilatadoras. - Estrutura química: também são derivados de sulfa, com o grupamento sulfonamida, podendo causar também reações alérgicas. - Efeitos indesejados/ reações adversas: hipocalemia, excreção reduzida de ácido úrico (também são contra-indicados para pacientes com Gota), excreção aumentada de magnésio e pode ocorrer alcalose. Os efeitos são parecidos com os dos diuréticos de alça, a diferença é que eles são menos acentuados. Os diuréticos tiazidicos podem causar hiperglicemia por ações fora do rim, não relacionadas as ações na célula do néfron. Eles podem reduzir a liberação de insulina e aumentar a glicogenólise e também reduzir a síntese da insulina. Por causa disso, no uso em pacientes diabéticos deve ser feito um controle para verificar se ela não está interferindo no tratamento. E o paciente que não é diabético, se for usar por muito tempo,é bom fazer testes de glicemia constantes para ver se ela não está causando o aumento da glicemia. E eles podem causar também hiponatremia (perda excessiva de sódio), assim como a furosemida. - Indicações: hipertensão leve a moderada, insuficiência cardíaca, edema grave resistente, diabetes insipidus nefrogenica. Os tiazidicos podem causar diabetes melitus; a diabetes insipidus é completamente diferente e ocorre porque a pessoa não responde ao ADH (ou os sues receptores não são sensíveis ao hormônio, ou não ocorre uma síntese adequada do hormônio ADH pela hipófise anterior). A conseqüência será uma diurese excessiva e a falta do ADH promovendo essa diurese excessiva pode levar a essa diabetes insipidus nefrogenica. Em pacientes com essa doença, os diuréticos tiazidicos provocam efeito paradoxal (efeito contrario do esperado), ou seja, diminuem o volume de urina. Então, os diuréticos tiazidicos sao indicação em diabetes insipidus e contra indicação em diabetes melitus. Então efeitos não relacionados a ação no rim são a hipergicemia, podem aumentar também os níveis de colesterol plasmático no uso prolongado, podem causar impotência masculina, mas isso é reversível com a retirada, e como são derivados de sulfa podem causar reações de hipersensibilidade. Esses efeitos adversos que eu mostrei não são comuns, mas podem acontecer. Os diuréticos antagonistas da aldosterona. Há duas formas de impedir a ação da aldosterona, ou eu posso bloquear o seu receptor e não deixar ela se ligar, ou eu posso bloquear o canal de sódio que ela promove a síntese quando ela se liga no receptor. Quem bloqueia o receptor é a espirolactona, ela é antagonista competitivo do receptor de aldosterona. E quem bloqueia os canais de sódio ativados pela aldosterona é o triantereno é a amilorida. Não importa o mecanismo de ação o resultado será o mesmo: perda de sódio e retenção de potássio. A ação diurética deles é limitada, porem eles são muito utilizados na terapia e são vendidos até associados com diuréticos que são depletores de potássio. Então e gente tem já no mercado associação de um diurético tiazidico com um diurético poupador de potássio (sua principal importância é devido a essa capacidade de poupar potássio). Qual que é o prejuízo de perder potássio? Câimbras musculares e depois as arritmias cardíacas, que, dependendo do nível de perda, pode ser muito grave, podendo levar até a uma parada cardíaca. Então é muito importante os níveis de potássio no sangue, por isso que esse efeito colateral já é prevenido com a associação. Interação entre um diurético poupador de potássio com um diurético depletor de potássio é uma interação dinâmica de antagonismo fisiológico (enquanto um depleta potássio, o outro poupa potássio por ações completamente independentes). Faramcologia 04/06/09 Hipertensivo que interfere com o sistema renina angiotensina não pode associar com diuréticos bloqueadores de potássio. Inibidores da eca podem aumentar níveis plasmáticas de digoxina e lítio,digoxina é um cardiotônico e o lítio usado em no tratamento da mania e transtorno bipolar 57 Antagonistas de receptores da angiotensina: Posso inibir os efeitos da angiotensina 2 de duas formas: inibindo sua síntese ou bloqueando a ação de seus receptores. A angiotensina tem dois receptores: receptores AT1 e AT2. Os antagonistas dos receptores da angiotensina bloqueiam somente o receptor AT1. O receptor AT1 esta presente nos vasos, promovendo vasoconstrição; no rim, quando a angiotensina estimula receptor AT1 renal diminui a liberação de renina (mecanismo para a angiotensina 2 regular sua própria liberação, quando muito concentrada no sangue estimula AT1 no rim para menor liberação de renina, e assim produz menos angiotensina 2); na supra-renal, quando a angiotensina 2 se liga aumenta liberação de aldosterona. Receptor AT2 esta presente em vários locais, nos vasos, promovendo vasodilatação; da mesma forma que adrenalina e noradrenalina que tem receptores alfa e beta, o alfa 1 fazendo vasoconstrição e beta 2 faz vasodilatação, a angiotensina 2 é a mesma coisa. Quando os dois receptores estão livres se liga nos dois sendo o resultado é uma vasoconstrição, embora tenha em algumas vezes vasodilatação. Quando eu tomo um antagonista dos receptores da angiotensina 2, vou somente inibir a ação do receptor AT1, impedindo o efeito da angiotensina 2 nos vasos, tendo menor vasoconstrição, dessa forma ocorrendo vasodilatação; vou inibir na supra-renal diminuindo a liberação de aldosterona, porem vou inibir também seu efeito inibitório no rim na diminuição da liberação de renina, assim aumentando a liberação de renina e consequentemente de mais angiotensina 2. Assim quando eu tomo antagonista AT1 eu aumento a síntese de angiotensina 2, embora seus receptores AT1 estejam bloqueados. Com sua síntese aumentada a angiotensina 2 atua mais no receptor AT2 que está livre , fazendo vasodilatação. O efeito hipotensor do antagonista AT1 não é só por bloquear AT1, mas também porque aumenta a atividade da angiotensina 2 no receptor AT2, isso que da seu efeito vasodilatador. Os fármacos que fazem parte dessa classe é a família TAN, o protótipo é o losartan. Mas a partir da estrutura dele foram criados vários. Não há nenhuma diferença significativa entre eles, podem ter alguma diferença apenas na farmacocinética. São contra indicados na gravidez, da mesma forma que captopril e os inibidores da ECA. Efeitos adversos: hipotensão, e raramente pode ocorrer oliguria( diminuição da produção de urina), azotenia (aumento da uréia no sangue) e insuficiência renal aguda. A vantagem em relação aos inibidores da ECA é que esses causam menos tosse, quase não há relatos de tosse. O que significa que provavelmente os níveis de bradicinina sejam os responsáveis pela tosse porque esses não interferem nos níveis de bradicinina. Comparando os inibidores da ECA com os antagonistas do receptor da angiotensina: o nível de eficácia hipertensiva é a mesma, ambos melhoram a sobrevida do paciente no tratamento de insuficiência cardíaca e ambos têm menor eficácia em pacientes negros e idosos. A grande diferença entre eles é a tosse que pode ser menor; e o preço: os antagonistas de AT1 são bem mais caros que os inibidores da ECA. Fármacos que podem ser utilizados no tratamento da hipertensão: Simpaticolíticos: beta bloqueadores, alfa bloqueadores, e anti-hipertensivos de ação central. Inibidores do sistema renina angiotensina: inibidores da ECA e os antagonistas da angiotensina 2. Diuréticos: tiazidicos, diuréticos de alça, e os poupadores de potássio. Vasodilatadores: não são muito utilizados, mais comum no tratamento com pacientes idosos, gestantes e antianginosos. BENZODIAZEPINICOS Fármacos ansiolíticos, hipnóticos e sedativos. Atuam no SNC. Dos fármacos psicoativos esses são os mais prescritos. Diferença entre um fármaco psicoativo e psicotrópico: os psicoativos atuam no SNC alterando humor, a parte cognitiva, mas não tem propriedade reforçadora, não induzem a auto administração, a dependência. Já os psicotrópicos atuam no SNC afetando humor e cognição, porém possuem propriedades reforçadoras, causam dependência. Efeito sedativo: droga que diminui a atividade, modera a excitação e acalma. Fármaco hipnótico: produz sonolência, e facilita o início e a manutenção do sono, porém a pessoa pode ser acordada facilmente. Ansiolítico: droga utilizada para atenuar os sintomas da ansiedade patológica. Ansiedade: são reações normais ao medo, para se defender em situações perigosas. Em uma situação de medo ocorrem reflexos autônomos como: tremor, sudorese, taquicardia, reações de luta, de fuga. O medo é uma emoção negativa. Essas reações ao medo podem ser patológicas, classificada como ansiedade quando ocorrem de maneira antecipada sem nenhum estímulo para a pessoa sentir medo, sentindo os reflexos autônomos o tempo todo, como tremor, sudorese, inquietação, taquicardia. Nesses casos é necessário tratamento. 58 Classificação dos distúrbios da ansiedade: Ansiedade generalizada: pessoa agitada o tempo todo, ansiosa; Levando a situações que prejudicam qualidade de vida, pode comer demais ou muito pouco, dificuldade de concentração. Ataque de pânico: ataques de medo opressivo associado com sistema autônomo marcante. Pessoa sente sem nenhum motivo, às vezes em lugares em que passa, por exemplo, indo para o trabalho ocorre sudorese excessiva, taquicardia, dor no peito, tremor, asfixia, sensação de morte. Distúrbios de estresse pós-traumático: ansiedade gerada por lembranças de coisas estressantes que aconteceram no passado, como um assalto. Distúrbio obsessivo compulsivo: comportamentos com rituais compulsivos dominado por ansiedade irracional. Existem três classes de fármacos para tratar esses distúrbios da ansiedade: fármacos ansiolíticos, alguns antidepressivos, principalmente os inibidores seletivos de recaptação da serotonina como a fluoxetina e sua família, e algumas vezes fármacos antipsicóticos. Os mais utilizados na prescrição são os antidepressivos, e depois os ansiolíticos benzodiazepínicos. Esses fármacos também são hipnóticos, utilizados no tratamento da insônia. Porem a insônia não é uma doença, é uma queixa de uma doença primária, geralmente paciente tem insônia por um fator primário que leva a isso, devido a depressão, ansiedade, por estar passando por um momento estressante. Assim deve ser tratado a causa primaria da insônia. Esses fármacos utilizados pra tratar a insônia devem ser utilizados inicialmente, para não tratar o paciente que não dorme há uma semana, apenas para recuperar o sono do paciente, para que não haja dependência. BENZODIAZEPINICOS Efeito ansiolítico e hipnótico. Zolpidem: não é estruturalmente um benzodiazepínico, mas atua de forma semelhante e possui menos atividade ansiolítica e mais hipnótica. Buspirona: agonista parcial dos receptores da serotonina, é um ansiolítico eficaz, porem não hipnótico. Beta-bloqueadores: não tratam a ansiedade do paciente, mas diminui os sintomas de ansiedade, o tremor, a taquicardia e a sudorese. Barbitúricos: primeiros ansiolíticos e hipnóticos utilizados, porem hoje não são muito utilizados porque possuem janela terapêutica estreita, possuem perfil de segurança pequeno, pode causar depressão respiratória. Utilizados hoje em pré anestesia e no tratamento da epilepsia. Anti histamínicos efeito hipnótico pode ser utilizado para crianças. BENZODIAZEPINICOS Até 1960 eram usados apenas os barbitúricos, para acalmar, anestesiar. Porém em doses um pouco maior que a dose terapêutica pode ocorrer depressão respiratória. Era alto o índice de suicídios com os barbitúricos. No final da década de 50 ocorreu um erro de síntese química, sintetizaram uma estrutura benzodiazepínica, anel aromático ligado a sete elementos. Essa molécula foi testada para vários efeitos (teste hipocrático de ??), e verificaram excelente efeito sedativo, hipnótico. O primeiro fármaco que foi lançado no mercado a partir dessa estrutura foi o clordiazepóxido, foi uma revolução no tratamento da ansiedade e da insônia, pois eles não causam morte por depressão respiratória em altas doses. Hoje em dia é a classe mais prescrita no tratamento da ansiedade e da insônia. Estrutura do benzodiazepínico: anel aromático com uma diazepina, estrutura de sete elementos ligada ao anel. Essa estrutura que se liga ao GABA A. A diferença entre as classes de benzodiazepínicos são os radicais ligados, isso muda a farmacocinética dos benzodiazepinicos, assim quando há mudança nos radicais a diferença entre eles está no tempo de meia vida. Dessa forma são classificados em ação ultra-curta, curta, ação intermediaria e ação longa. Mecanismo de ação: atuam no receptor do GABA, que é um receptor ligado a canal iônico. O GABA é um aminoácido inibitório, produzido no SNC, tem dois receptores GABA A e GABA B. Os benzodiazepínicos se ligam somente no receptor GABA A, que é um receptor ionotrópico (ligado a canal iônico), não tem nenhuma ação no GABA B que é um receptor metabotrópico. Todos eles então são agonistas do GABA A. O receptor GABA A tem um canal iônico no seu interior, quando o aminoácido inibitório GABA se liga em um sítio específico de ação ele vai promover alteração conformacional dessa proteína, dessa forma vai abrir o canal e íons de carga negativa vão penetrar no neurônio, hiperpolarizando essa célula e o neurônio hiperpolarizado vai diminuir sua excitação, por isso é um aminoácido inibitório. Vários fármacos atuam nesse receptor, mas em um sitio de ligação diferente do GABA. Benzodiazepínicos, barbitúricos, álcool, todos eles tem ação no receptor GABA A, mas cada um em um sitio de ligação diferente do GABA, por isso que na verdade eles não são agonistas e sim moduladores do GABA. Os benzodiazepínicos quando se ligam sozinho no receptor GABA A não tem efeito nenhum, porém quando o aminoácido inibitório se liga ao mesmo tempo tenho uma abertura muito maior do canal iônico, entrando mais íons de carga negativa, e assim deprime muito mais os neurônios do SNC e assim tenho o efeito depressor que todos eles causam. Para esse mesmo sitio de ligação onde se ligam os benzodiazepínicos existem fármacos com 59 ação agonista (benzodiazepínicos), antagonista (flumazenil - usado em casos de intoxicação por benzodiazepinicos) e agonista inverso (beta-carbonilas - promovem ação inversa do receptor, ao se ligar ao sitio de ligação fecha o canal, pode produzir efeito ansiogenico). Isso mostra que na verdade muitos receptores não estão funcionalmente silenciosos quando não tem ligação de um ligante, porque se ele não tivesse nenhuma atividade sem a ação do GABA significa que não estaria entrando nenhum íon Cl sem a ação do GABA. Mas isso não é verdade, existe já certa abertura do canal quando nenhum ligante está se ligando, é possível saber isso porque quando um agonista inverso se liga esse canal se fecha, impedindo a entrada de íon Cl, e assim havia a entrada de íon anteriormente, o que significa que ele tem uma atividade intrínseca constitutiva. Classificação dos benzodiazepínicos: Ação ultra-rápida: zolpidem, que estruturalmente não é um benzodiazepínico porem atua no mesmo receptor da mesma forma. Ação curta: tempo de meia vida menor que 6 horas; triazolam e midazolam Ação intermediaria: tempo de meia vida de 6 a 24 horas; estazolam Ação longa: tempo de meia vida acima de 24 horas; diazepam A diferença na pratica entre benzodiazepínicos de ação ultra-rapida, curta, intermediaria e longa de maneira geral é que os de ação ultra-rapida e curta como hipnóticos, pois quero que dure apenas uma noite e os de ação intermediaria e longa como ansiolíticos, porque a duração deve ser maior, durante o dia inteiro. DIAZEPAM Diazepam lançado em 1963, após o clordiazepóxido. Sendo o mais prescrito desde então. Sua concentração máxima no sangue atingida entre 30 e 90 minutos. Tempo de meia vida longo de 20 a 80 horas, pois seus metabólitos ainda estão ativos. E o efeito depende muito de função hepática. Se a função hepática estiver diminuída o tempo de meia vida vai aumentar ainda mais. Sofre reações de fase I, reações de oxidação pelas enzimas microssomais hepáticas e seus metabolitos são ativos, continuam exercendo efeito ansiolítico e hipnótico. Metabólitos nordazepam, hidrodiazepam, oxidiazepam continuam exercendo efeito. Excretado principalmente pela urina, e é metabolizado pelas enzimas do citocromo P450. Se for metabolizado no fígado e associado a fármacos indutores ou inibidores enzimáticos podem ocorrer problemas de interação medicamentosa. Fármacos que podem prolongar seu efeito e aumentar a toxicidade são os inibidores enzimáticos: eritromicina, ritonavir, itraconazol, cimetidina, todos esses fármacos podem fazer seu efeito depressor aumentado. Anti-histamínico associado a benzodiazepínico tem efeito aditivo sobre a depressão. Álcool associado ao benzodiazepinico tem efeito sinérgico, podendo levar a uma depressão cardio-respiratória. Representantes de tempo de meia vida curta a ultra-curto mais utilizado como hipnóticos: Flurazepam (Dalmadorm), Triazolam (Halcion), Midazolam (Dormonid), Flunitrazepam (Rohipnol), Bromazepam (Somalium), Lorazepam (Mesmerin), Nitrazepam (Nitrapan), Estazolam (Noctal). Esses fármacos possuem efeitos adversos mais importantes que os de meia vida longa que é o alto risco de abuso, porque o paciente vai fica sem suas ações no SNC de forma mais rápida, sentindo necessidade de tomar outra vez já que seu tempo de meia vida é mais curta. E ainda podem causar a síndrome de abstinência, o que significa que o paciente já está dependente fisicamente do medicamento. Os benzodiazepínicos no terceiro dia de uso já podem apresentar sinais de tolerância, ou seja, é necessária uma dose maior do medicamento para obter o mesmo efeito. Também podem ser utilizados em pré-anestesia, principalmente o Lorazepam (Lorax), pois é amnésico (perda de memória durante o uso do medicamento, por isso usado em cirurgias para não lembrar o que aconteceu). Os fármacos de meia vida longa são mais utilizados como ansiolíticos. Esses fármacos por possuírem tempo de meia vida mais longo apresentam mais efeitos colaterais como: sedação, diminuição da coordenação motora, amnésia. Alprazolam (Frontal), Bromazepam (Lexotam), Diazepam (Valium), Clordiazepóxido (Psicosedin), Lorazepam (Lorax). Transtorno do pânico: Alprazolam, Clonazepam (Rivotril). ANTICONVULSIVANTES: Não para prevenir, mas para tratar o paciente em convulsão. Diazepam, Clonazepam possuem tempo de meia vida longa, rápida entrada no SNC. Mecanismo de ação: atuar em receptor GABA A no SNC. Efeitos farmacológicos: diminuição da ansiedade e agressão. Teste em animais. Efeito sedativo, hipnótico. Diminuem tônus muscular e coordenação motora. Os de tempo de meia vida longa têm efeito anticonvulsivante, e também efeito amnésico. 60 Efeito paradoxal: Triazolam aumentou a irritabilidade em alguns pacientes. Sintomas da síndrome de abstinência: insônia, ansiedade, disforia, irritabilidade, sudorese noturna, sincopes e tontura. Nesse caso a medicação deve ser retirada gradualmente. Diferença entre dependência física e psicológica: na física há tolerância e síndrome de abstinência. Na psicológica o paciente só pensa em obter a medicação. REDUÇÃO DO TONUS MUSCULAR E COORDENAÇÃO: Há testes (teste rotarod- ratos sobre uma barra giratória) em animais para testar novos fármacos benzodiazepínicos com efeito relaxante muscular, devido seu efeito farmacológico sobre o tônus muscular. Pacientes ansiosos geralmente possuem um aumento do tônus muscular. EFEITO ANTICONVULSIVANTE: Eficazes contra as convulsões induzidas quimicamente em animais (leptazol, bicuculina), mas não reverte a convulsão da estricnina (veneno de rato- é antagonista da glicina ). AMNÉSIA ANTERÓGRADA: Bloqueiam a memória dos eventos experimentados sob sua influência (procedimentos cirúrgicos). Classificação dos efeitos indesejáveis dos benzodiazepínicos: Efeitos tóxicos agudos resultantes de doses excessivas: causam sono prolongado, sem depressão séria na respiração ou função cardiovascular. Depressão respiratória severa em associação com álcool (tratamento- flumazenil). Efeitos indesejáveis devido seu uso em doses terapêuticas: sonolência, confusão mental, amnésia, coordenação motora prejudicada ( desempenho de dirigir), quanto mais longa duração mais efeitos colaterais. Tolerância e dependência: ocorre com todos os benzodiazepínicos, tolerância (gradual aumento da dose para produzir o mesmo efeito): devido alteração no receptor GABA A que está sendo tão estimulado que o neurônio passa a expressar menos receptor, dessensibilizando receptor GABA A, assim tem que tomar doses maiores para atingir maior numero de receptores para produzir mesmo efeito, isso é uma tolerância farmacodinâmica. Dependência: interrupção do uso após semanas ou meses pode causar a síndrome de abstinência (nervosismo, tremor, perda de apetite e convulsões). Existem novos fármacos que são agonistas dos benzodiazepínicos, mas não são classificados como benzodiazepínicos, pois sua estrutura química é diferente. Indicados no tratamento da insônia e não causam dependência, mas não são muito utilizados porque não são tão bons ansiolíticos. Assim sendo mais usado em idosos, pacientes que possuem muita sedação no uso de benzodiazepínicos e em pacientes com historia de dependência. Ansiolíticos serotoninérgicos têm apenas um representante é a buspirona. BUSPIRONA Agonista parcial de receptores 5-HT1A, esse é um auto receptor inibitório que quando a serotonina estimula, diminui a liberação dela mesma. Inibem a atividade dos neurônios noradrenérgicos interferindo com as reações de despertar. Ineficaz nos distúrbios do pânico. Efeitos colateriais: náuseas, tonteira, cefaléia, agitação. Vantagens: ausência de interação com álcool, ausência de dependência com uso prolongado e sem amnésia, usada para tratar ansiedade crônica e persistente, idosos, história de abuso. Desvantagem: retardo no início da ação (efeitos adaptativos dos receptores). BARBITURICOS Até os anos 60 eram o maior grupos de substâncias hipnóticas sedativas prescritas. Atividade depressora do SNC produzindo efeitos semelhantes aos anestésicos inalatórios. Altas doses podem causar morte por depressão respiratória e cardiovascular. Pentobarbital, fenobarbital, tiopental. Os barbitúricos causam depressão respiratória e os benzodiazepínicos não apesar de atuarem sobre o mesmo receptor, isso se deve ao fato que quando o barbitúrico se liga sozinho ele já promove a abertura do canal, não é necessário que o GABA se ligue para a abertura do canal. E o benzodiazepínico precisa da ligação do GABA para a abertura do canal. Devido a isso que os barbitúricos podem causar mais depressão respiratória, pois já tem uma função agonista sozinho. Principais efeitos colaterais: Tolerância e dependência. Interações farmacológicas muitos importantes: são indutores das enzimas do citocromo P450, aumentando seu próprio metabolismo (tolerância farmacocinética) e o metabolismo de muitos fármacos. Interage com o álcool e outros depressores do SNC potencializando seus efeitos. 61 Farmacologia 10/06/09 Uma das principais causas de incapacidade e morte prematura é a depressão severa. É a 2ª doença crônica mais comum na população (depois de hipertensão). 10 a 15% da população mundial apresentam algum sintoma depressivo, podendo caracterizar de uma depressão leva a uma severa. Pelo menos 1 em cada 10 desses pacientes apresenta depressão maior, mas a maioria não é diagnosticada e conseqüentemente inadequadamente tratada. Estudos apontam que 80% dos suicidas consultaram um clinico geral no mês que precedeu seu suicídio e não foram diagnosticados com depressão maior. TIPOS DE DEPRESSÃO - Unipolar – humor oscila sempre na mesma “vibração” (a pessoa esta sempre triste). - Bipolar – momentos de depressão alternam-se com episódios de mania (pode ser no mesmo dia). Esses episódios de mania abrangem sentimentos de exuberância, entusiasmo e autoconfiança excessivos, ações impulsivas, irritabilidade, impaciência, agressão e delírios. A depressão maior é diagnosticada pelo psiquiatra através de questionários. Esses pacientes podem apresentar insônia ou hipersonia, sentimentos de desvalorização e culpa excessiva, falta de energia, redução da capacidade de se concentrar e pensar, alteração significativa no apetite ou peso (alguns pacientes perdem o apetite, outros aumentam seu apetite, alguns ganham peso e outros perdem muito peso), retardo ou agitação psicomotora e pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. Se o paciente apresentar três ou quatro desses sintomas por mais de uma semana têm-se um dos critérios diagnósticos para a depressão maior. Outro critério que pode ser utilizado é o TESTE DE SUPRESSÃO DA DEXAMETASONA. Quando administrados corticóides exógenos a produção de corticóide endógeno fica diminuída devido a um efeito inibitório no hipotálamo e hipófise. Em pacientes com depressão esse efeito inibitório não existe, a administração de dexametasona não é capaz de inibir a secreção de CRF e ACTH. Recentemente descobriu-se que existem mecanismos neuroendócrinos alterados nos pacientes que apresentam depressão, com aumento dos níveis de cortisol sanguíneo. Sabe-se também que a produção de GH diminui no paciente deprimido e a de prolactina aumenta. A depressão está envolvida também gera processos neurodegenarativos (Alzheimer, Parkinson, esclerose, corea de Hunginton). A explicação bioquímica para a depressão é muito antiga. Em 1965 foi postulada a TEORIA MONOAMINÉRGICA DA DEPRESSÃO. Uma teoria muito antiga que embora falha ainda é a única aceita para explicar a depressão. Ela diz que a depressão resulta de um déficit funcional das monoaminas no SNC e que a mania resulta de um excesso desses transmissores. Essas monoaminas são principalmente a noradrenalina e a serotonina (as que são alteradas pelos anti-depressivos). Para essa teoria o paciente com distúrbio bipolar teria alterações constantes nesses níveis de monoaminas, hora apresentando altos níveis e hora baixos níveis. O paciente com depressão maior teria esses níveis sempre baixos e o paciente com mania teria constantemente altos níveis de monoaminas. É uma teoria simplista, porem, todos os fármacos presentes no mercado para tratar depressão trabalham alterando os níveis de monoaminas e tem uma ótima eficácia antidepressiva. A teoria nos diz então que pacientes normais, sem sintomas de depressão, teriam a síntese, armazenamento e liberação das monoaminas de uma forma normal. O que aconteceria então no cérebro de um paciente depressivo seria uma baixa liberação de monoaminas com conseqüente baixa estimulação de neurônios pós-sinápticos. Essa baixa estimulação resulta na UP-REGULATION, que seria uma super-expressão de receptores pós sinápticos, porque ele tem pouco neurotransmissor para estimular esses receptores. Sabe-se que existe um componente genético (ainda não definido) que aumenta a possibilidade de um paciente desenvolver a depressão. Essa teoria não deixa de ser uma teoria porque ela não explica tudo. Existem evidencias a favor e evidencias contra essa teoria. (DESENHANDO UMA TRANSMISSÃO MONOAMINÉRGICA NO QUADRO) De uma forma geral precursores entram na célula e no citoplasma sofrem a ação de uma enzima que o transforma em uma monoamina. Essa monoamina, para não ser degradada no citoplasma, é coloca dentro de vesículas, as quais vão se fundir à membrana do neurônio quando o nível de 62 Cálcio intracelular aumentar (em resposta ao potencial de ação) liberando esses transmissores na fenda sináptica. Essa monoamina atua nos receptores pós-sinápticos e após isso acontecem os processos de recaptação. Quais as evidências que confirmam a teoria monoaminérgica? 1º Sabe-se que quando é usada uma droga que, por qualquer mecanismo de ação, diminua os níveis de monoaminas têm-se efeitos depressivos. Por exemplo: A α-metil-tirosina inativa a enzima envolvida na síntese de noradrenalina e dopamina (tirosina hidroxilase). Muito pouco desses neurotransmissores são então sintetizados e liberados quando o paciente está sob o efeito dessa droga, o que resulta em efeitos depressores (efeito colateral do medicamento). Portanto, a diminuição dos níveis de monoaminas gerando efeitos depressores confirma a teoria monoaminérgica. 2º A reserpina impede o armazenamento de monoaminas (dopamia, serotonina e noradrenalina) nas vesículas. Isso diminui o nível de monoaminas na fenda sináptica, e sua principal reação adversa é a depressão. Mais uma evidência que confirma a teoria monoaminérgica. 3º Antidepressivos aumentam os níveis de monoaminas, seja por bloquear a recaptação ou por inativar a MAO (enzima que degrada as monoaminas nos neurônio pré-sinápticos). Esses fármacos (inibidores seletivos de recaptação ou inibidores da MAO) têm efeito antidepressivo porque aumentam os níveis de monoaminas. Quais as evidências que contradizem a teoria monoaminérgica? 1º Se administrados triptofano, tirosina ou L-dopa (precurssores da serotonina, noradrenalina e dopamina respectivamente) há um aumento nos níveis desses transmissores, porém não se tem efeito antidepressivo. 2º A cocaína e as anfetaminas bloqueiam a recaptação desses transmissores e consequentemente aumentam seus níveis, mas não têm efeitos antidepressivos. 3º O carbonato de lítio melhora a depressão sem aumentar os níveis de monoaminas. 4º Os antidepressivos tricíclicos e inibidores da MAO aumentam imediatamente os níveis de monoaminas, mas o efeito antidepressivo só se percebe de 7 a 21 dias após o início do tratamento. Isso se da provavelmente porque o efeito antidepressivo é causado pela neuroadaptação gerada pelo aumento constante dos níveis moniaminérgicos, e não pelo aumento imediato das monoaminas. Por isso não podemos pensar que somente o aumento dos níveis de monoaminas é suficiente para que se tenha um efeito antidepressivo, é necessário que haja a neuroadaptação dos receptores dos neurônios para que esse efeito seja percebido. Pesquisadores postularam também que a depressão maior está associada à perda neuronal no hipocampo e no córtex pré-frontal e que as terapias antidepressivas de diferentes tipos autuam por inibição ou reversão dessa perda por estimularem neurogênese (formação de novos neurônios). Como a hipótese monoaminérgica se relaciona com a neurodegeneração neuronal e o aumento dos níveis de cortisol para explicar a depressão? Quando as monoaminas, em quantidades normais, estimulam seus receptores no SNC, mecanismos de transdução de sinal celular ativam os genes de resposta benéfica para a neurogênese, e inibem os genes responsáveis pela apoptose. Se o paciente é deprimido as monoaminas estão em níveis mais baixos (teoria monoaminérgica), e, portanto, não estimulam receptores, isso culmina na não ativação desses genes que promovem a neurogênese, além dos genes da apoptose continuarem ativos. Altos níveis de cortisol por sua vez estimulam os genes de apoptose, levando à neurodegeneração. Na Síndrome de Cushing, por exemplo, os pacientes apresentam sintomas depressivos pelos altos níveis de cortisol. 63 ANTIDEPRESSIVOS INIBIDORES DA MAO TRANILCIPROMINA – Inibidor irreversível da MAO MOCLOBEMIDA – Inibidor reversível ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (inibem recaptação de serotonina e/ou noradrenalina) *IMIPRAMINA (Trofanil), *AMITRIPTILINA (Tryptanol), *CLOMIPRAMINA (Anafranil) e NORTRIPTILINA (Pamelor) (Os com “asterístico” estão na RENAME) INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA FLUOXETINA, CITALOPRAM, ESCITALOPRAM, PAROXETINA, SERTRALINA e FLUVOXAMINA. INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE DOPAMINA ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Porque o efeito antidepressivo dos fármacos só acontece após aproximadamente 20 dias após o início do tratamento? Porque existe um mecanismo de neuroadaptação cerebral ao uso do antidepressivo. Essa mudança acontece nos receptores pós-sinápticos, com diminuição da sua expressão (DOWN-REGULATION). Isso acontece para qualquer inibidor seletivo de recaptação ou para qualquer inibidor da MAO. O efeito só é percebido quando já aconteceu essa neuroadaptação. No início do tratamento, quando os receptores estão expressos em maior quantidade, acontecem mais efeitos colaterais. Daí a importância de orientar o paciente de que nos primeiros dias haverá o surgimento de efeitos colaterais e não melhora do quadro depressivo, para que ele não abandone o tratamento. A fluoxetina agudamente causa muitos efeitos colaterais, mas isso cessa em algumas semanas, diferente dos antidepressivos tricíclicos que não causam tanto efeito colateral agudamente, mas os efeitos que aparecem persistem durante todo o tratamento. INIBIDORES DA MAO Inibindo a enzima que degrada as monoaminas (monoamiaoxidase) elas são mais armazenadas em vesículas no neurônio pré-sináptico e consequentemente mais liberadas. Primeiros criados, mas hoje utilizados como segunda escolha porque tem perfil de interação medicamentosa e reação adversa ruim. Utilizados para os tipos de depressão resistentes aos outros antidepressivos, em casos de ansiedade e transtorno do pânico e fobia associada. Existem dois tipos de monoaminaoxidase: MAOA e MAOB, e os inbidores da MAO podem ser seletivos (para a MAOA) ou não-seletivos (inibem a MAOA e na MAOB). Seletivos para a MAOB não tem efeito antidepressivo, eles agem principalmente inibindo a degradação de dopamina e são então usados no tratamento do Parkinson. Os inibidores não seletivos irreversíveis da MAO (representante - tranilcipromina) têm uma interação muito perigosa com alimentos fermentados, como queijos, cerveja e vinhos. Esses alimentos contêm tiramina, substância que estimula a liberação de monoaminas pelas células nervosas. A enzima não estando ativa causa um excesso da liberação de noradrenalina podendo levar a um quadro de hipertensão, principalmente em pessoas que tem histórico de hipertensão. Pode levar à morte. Nos inibidores reversíveis esse efeito é diminuído pela competição pela MAO entre o medicamento e as monoaminas. O principal motivo então para que esses fármacos sejam de segunda escolha é por eles apresentarem interação perigosa com alimentos e com outros fármacos. Estão em segundo dos fármacos que mais interagem com outros fármacos (1º - varfariiiiina). 64 Os inibidores reversíveis podem causar boca seca, cefaléia, desconforto gástrico e etc. Os inibidores irreversíveis podem causar agitação, aumento do apetite, bradcardia, diminuição do desejo sexual, etc. ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS A Imipramina foi sintetizada com finalidade antipsicótica. Porém não foi eficaz para esse fim, mas teve sucesso como antidepressivo. *PROVA – QUAIS OS EFEITOS COLATERAIS DOS ANTIDEPRESSIVOS TRICICLICOS E PORQUE EXISTEM ESSES EFEITOS? Esses medicamentos não são específicos, inibem a recaptação de serotonina e adrenalina e são ainda antagonistas muscarínicos, antagonistas α1 e antagonistas H1. Efeitos colaterais: - Pelo bloqueio dos receptores muscarínicos – boca seca, visão turva e constipação. - Pelo bloqueio dos receptores α1 – hipotensão. - Pelo bloqueio H1 – sedação e aumento do apetite. - Causam ainda hepatotoxicidade, depressão medular (raro), convulsões, fotossensibilidade, efeitos cardiovasculares severos (cardiotoxicidade – Amitriptilina é o mais cardiotóxico e a Imipramina o menos cardiotóxico) e neuropatia periférica. Quando administrar então um tricíclico? Pensar no seu perfil de efeito colateral. Se um paciente depressivo come demais não se deve prescrever os tricíclicos, porque isso vai piorar, se ele tem hiperssonia também deve-se evitar os tricíclicos porque eles tem efeito sedativo (bloqueio de H1). Se, por outro lado, o paciente deprimido tem insônia ou falta do apetite, os tricíclicos seriam uma indicação. A Amitriptilina tem alta ligação as proteínas plasmáticas e é extensamente metabolizada no fígado. Por isso causa interação com outros medicamentos que se ligam às proteínas plasmáticas e àqueles que são indutores ou inibidores enzimáticos. INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA Tem pouco efeito sobre os receptores α1 e H1, não causando então tantos efeitos colaterais comparado com os tricíclicos. Não acontece morte por altas dosagens como com os tricíclicos, isso porque os inibidores seletivos de recaptação de serotonina têm a janela terapêutica mais larga. Por isso são os de primeira escolha para o tratamento de depressão. A Flouxetina age nos dendritos e no terminal axônico. Nos dendritos tem os receptores 5HT14 para a serotonina, um receptor auto-inibitório que quando ativado diminui a liberação da serotonina. Com as altas concentrações causadas pelos ISRS acontece uma neuroadaptação em forma de diminuição da expressão desses receptores auto-inibitórios, o que gera perda do efeito inibitório com conseqüente aumento maior ainda a liberação da serotonina. Nos primeiros dias do tratamento com os ISRS, como ainda não aconteceu a DOWN-REGULATION dos receptores serotoninérgicos póssinápticos e os receptores pré-sinápticos já estão diminuídos acontecem muitos efeitos colaterais. Depois de 1 mês os efeitos colaterais tendem a diminuir e os efeitos terapêuticos aparecem, devido a neuroadaptação (down-regulation dos receptores pós-sinápticos). Os efeitos colaterais relacionados à ação aguda da fluoxetina nesses receptores pós-sinápticos hiper-expressos são, de uma forma geral, representados pela agitação, ansiedade, ataque de pânico, dificuldade de coordenação motora, não controle dos movimentos de mãos e pés, despertar noturno, movimentos oculares rápidos, disfunções sexuais, náuseas, vômito e alterações do apetite (a maioria das pessoas apresentam falta de apetite, mas algumas apresentam aumento do apetite). Relembrar a importância da orientação ao paciente sobre esses efeitos. A fluoxetina se liga altamente as proteínas plasmáticas e é altamente metabolizada no fígado. (Interação medicamentosa). INIBIDORES SELETIVOS DE RECAPTAÇÃO DE DOPAMINA Bupropiona – mais utilizada no tratamento de pacientes que querer parar de fumar. Por aumentar os níveis de dopamina gera a sensação de prazer que o cigarro trás. Só ela não resolve os quadros de depressão. 65 ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Os mais recentemente lançados. Além de inibir a recaptação de serotonina são antagonistas seletivos dos receptores de serotonina. Aqueles efeitos colaterais causados pelo excesso de serotonina são diminuídos porque os receptores estão bloqueados. Prazolona – antagonista 5HT2 (bloqueia também H1). INTERAÇÕES IMPORTANTES COM ANTIDEPRESSIVOS Dois medicamentos que aumentam os níveis de serotonina administrados concomitantemente podem causar a Síndrome Serotoninérgica – excesso de serotonina no SNC que causam alterações como ansiedade, confusão, agitação, alucinação, inquietação, tremor, convulsão, hiperreflexia, incoordenação motora, febre, sudorese, vômito, diarréia e hipertensão e coma. Esses medicamentos são os INIBIDORES DA MAO, INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA, ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS e o TRIPTOFANO. Fármacos antidepressivos utilizados concomitantemente que se liguem a proteínas plasmáticas ou que tenham alta metabolização hepática também podem gerar interação medicamentosa. 66