Caracterização molecular de genes de actina isoladas de músculos

Propaganda
51º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 51º Congresso Brasileiro de Genética • 7 a 10 de setembro de 2005
Hotel Monte Real • Águas de Lindóia • São Paulo • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 85-89109-05-4
[email protected]
Palavras-chave: actina, aminoácidos, expressão gênica, Leporinus macrocephalus, seqüência nucleotídica
Alves, FA; Martins, C; Wasko, AP
Laboratório de Biologia Molecular e do Desenvolvimento, Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, Universidade
Estadual Paulista, Botucatu, SP.
Caracterização molecular de genes
de actina isoladas de músculos branco
e vermelho de Leporinus macrocephalus
(Pisces, Anostomidae)
Nos peixes, a maior parte da massa corporal é composta por tecido muscular estriado esquelético que constitui
entre 40 e 75% do peso total do animal. A musculatura estriada esquelética é formada por músculo branco
(com fibras de contração rápida e metabolismo glicolítico), músculo vermelho (com fibras de contração lenta
e metabolismo oxidativo) e músculo intermediário (com fibras de contração rápida e metabolismo oxidativo/
glicolítico), representando uma importante fonte de proteínas utilizadas na alimentação. Desta forma, o
conhecimento da organização e da expressão de seus principais componentes, como a actina, pode ampliar os
dados acerca dos mecanismos moleculares envolvidos no crescimento muscular. Seis diferentes genes de actinas
têm sido descritos no genoma dos vertebrados superiores - quatro destes genes codificam isoformas musculares
(α-esquelética, α-cardíaca, α-vascular e γ-entérica) e dois outros genes codificam os tipos β- e γ-citoplasmáticos.
Embora existam diversos dados sobre os genes de actinas em mamíferos, o padrão de organização e a diversidade
destes genes em outros vertebrados, especialmente em peixes, ainda necessitam ser investigados. Desta forma,
genes de actinas vêm sendo analisados em Leporinus macrocephalus, espécie que representa um dos principais peixes
de pesca de subsistência e esportiva no Brasil. Amostras de RNA total foram isoladas de músculo branco e de
músculo vermelho de machos e fêmeas de L. macrocephalus e utilizadas, separadamente, em RT-PCR (“Reverse
Transcriptase-Polymerase Chain Reaction”). A amplificação das amostras de cDNA gerou um fragmento de
471 pares de bases que foi clonado e seqüenciado, evidenciando que este corresponde à seqüência de um gene de
alfa-actina muscular esquelética contendo os éxons 2, 3 e 4 completos e parte dos éxons 1 e 5. Embora algumas
substituições de bases nucleotídicas puderam ser identificadas entre os diversos clones analisados, as seqüências
deduzidas de aminoácidos, referentes aos resíduos 116 a 271, mostraram-se altamente conservadas já que a maioria
das variações nucleotídicas corresponde a substituições sinônimas. Comparações com seqüências depositadas
em bancos de dados indicam que o fragmento isolado apresenta maior homologia com o gene de alfa-actina
muscular esquelética do tipo 2, descrita para diferentes espécies de vertebrados, e diversos resíduos de aminoácidos
podem ser considerados diagnósticos a esta isoforma gênica. Embora não tenham sido identificadas variações
entre as actinas isoladas de músculo branco e músculo vermelho e/ou de machos e fêmeas de L. macrocephalus, a
estrutura histológica diferencial destes tecidos e a diferença de massa corporal observada entre machos e fêmeas
da espécie sugerem que possam existir também alterações em sua organização e/ou expressão gênica. Análises
visando a identificação e caracterização de distintas isoformas de actinas musculares e experimentos de RT-PCR
semi-quantitativo para determinação dos níveis de expressão gênica poderão fornecer significativas contribuições
para uma melhor compreensão da organização molecular destes genes na espécie em estudo.
Apoio financeiro: FAPESP, CNPq e CAPES.
123
Download