Pesquisa e Ação v.2 n. 1 - Universidade Braz Cubas

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Pesquisa e Ação v.2 n. 1: 22-28, Abril de 2016
COMPARAÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS PARA A NIMESULIDA
Antonio Carlos; Adélio Junior; Mayko Fernandes; Reverton Siqueira; Rudney
Borges1; Sueli Yoshidda2
1. INTRODUÇÃO
1.1.
Anti-inflamatório não esteroide
Estão dentro da lista de classe farmacológica, comumente usada, em
diversas partes do mundo. Além da denominação de (AINE), também são
chamados
por
fármacos
semelhantes
ao
ácido
acetil
salicílico.
As
micromoléculas (fármacos) pertencentes a este grupo, farmacologicamente tem
indicação terapêutica para: inflamação, analgesia (leve a moderada), e
antitérmico (Rang e Dale; 2008).
Os anti-inflamatórios não esteroides, molecularmente possuem o seguinte
mecanismo de ação, ligam-se as isoformas das enzimas cicloxigenase 1 e
cicloxigenase 2,
(COX – 1 e 2), promovendo a inibição da síntese de
mediadores inflamatórios, sendo os principais representantes: prostaglandinas
e tromboxanos. Fisiologicamente a enzima (COX -1) apresenta atividade na
síntese de mediadores inflamatórios, mas a sua principal ação é conhecida por
caráter, constitutivo, uma das prostaglandinas que ela sintetiza é responsável
pela ação cito protetora, ao estômago. Em contrapartida, a (COX – 2) possui
uma atividade pró-inflamatória, na qual sua ação é voltada a síntese de
mediadores que promovam a inflamação. Anatomicamente e fisiologicamente,
a COX – 1 já esta presente de maneira localizada em tecidos com papel
fisiológico sobre eles, enquanto que a COX – 2 é estimulada a ser expressa
principalmente, quando ocorre o processo inflamatório e sua presença é difusa
pelo organismo (Rang e Dale; 2008).
1 Graduandos do Curso de Farmácia da Universidade Braz Cubas
2 Professor Orientador
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A nimesulida é um fármaco, que é subclassificado em coxibe, isso porque sua
ação corresponde à inibição seletiva da enzima COX-2, diferente de antiinflamatórios não seletivos, que inibindo as duas isoformas, proporcionar uma
gama maior de efeitos adversos, na figura 1 é possível visualizar a estrutura
do fármaco nimesulida (Rang e Dale; 2008).
FIGURA 1 – Estrutura do fármaco nimesulida (C13H14O5N2S).
1.2.
Características físico-químicas da nimesulida
A nimesulida é uma molécula que bioquimicamente comporta-se como um
ácido fraco, mas tal denominação, não é pela presença em sua estrutura do
ácido carboxílico o que normalmente ocorre em ácidos fracos. No caso da
nimesulida a ocorrência em sua estrutura do grupo metanossulfonamida,
proporciona o comportamento de ácido fraco (Rang e Dale; 2008).
Em água, tal fármaco é praticamente insolúvel, apresenta boa solubilidade
em acetona. Para determinação do pKa, o método potenciométrico é uma das
técnicas mais utilizadas, sendo utilizada proporções metanol:água (Rang &
Dale; 2008).
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2. OBJETIVO
Realizar a síntese de cremes base e gel base para ativação da nimesulida,
promovendo uma comparação de formas farmacêuticas, para o fármaco
nimesulida.
3. Materiais e Métodos
Materiais e reagentes utilizados
Água destilada (qsp);
Béqueres de vidro;
Balança semi-analítica;
Bastão de vidro;
Base não iônica;
Base aniônica;
Base AMP – 2000;
Carbopol;
Chapa elétrica;
Espátula;
Grau;
Metilparabeno;
Propilparabeno;
Pão duro;
Pistilo;
Provetas;
Papel manteiga;
Recipientes de armazenamento;
Termômetro;
Vaselina liquida.
3.1.
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3.2.
Método
3.2.1. Método de preparação do creme base aniônica
Para preparação da fase aquosa do creme lanette, em béquer previamente
tarado foi pesado 10 mL de propilenoglicol, em seguida no mesmo, 0,15g de
nipagin e na proveta obtido o volume de água destilada em (qsp) 100 mL de
água.
Para prepara a fase oleosa foi pesado béquer separado 20g de lanette, 30
mL de vaselina liquida e 0,05g de nipazol.
Ambos foram aquecidos ate atingirem cerca de 60 °C e a preparação aquosa
foram vertidas na preparação oleosa. Após ser realizada a mistura o béquer foi
retirado da chapa aquecedora e mantido em constante agitação até baixar a
temperatura, com cuidado para não formar espuma, até que apresente uma
consistência cremosa de coloração branca leitosa. Após a preparação
acondicionar o creme em recipiente fechado protegido da luz.
3.2.2. Método do creme base não iônica
Para preparação da fase aquosa foi pesado em béquer previamente tarado,
7,5 mL de propilenoglicol, 0,255g de nipagin, 0,15g de EDTA e (qsp) 150 mL de
água.
Para preparação da fase oleosa foi pesado em outro béquer, 22,5 g de base
não iônica, 7,5 mL de vaselina liquida, 9 mL de cetiol
(oleato de isodecila) e
0,075g de propilparabeno.
Após a pesagem, as preparações oleosas e aquosas foram aquecidas em
temperatura de
60 °C. Após atingirem a temperatura, a fase aquosa foi
vertida na fase oleosa e retirada da chapa aquecedora. Mantido a mistura em
constante agitação para baixar a temperatura e apresentar uma aparência
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cremosa de coloração branca. Acondicionar o creme em recipiente fechado e
protegido da luz.
3.2.3. Método de preparação da base gel
Em béquer previamente tarado, pesar a massa de 0,5 g de carbopol, em
seguida em papel manteiga, realizar a pesagem da massa de metilparabeno.
Em grau diluir, o metilparabeno geometricamente com proporções equivalentes
de álcool, visando à solubilização total do metilparabeno. No béquer contendo
carbopol, acrescentar água destilada (qsp), e assim acrescentar a solução
alcoólica de metilparabeno. Levar o béquer a chapa aquecedora e mantê-lo
sob constante agitação, alternando entre chapa aquecedora e bancada com
borracha. Observando a presença de viscosidade e consistência, visual de gel,
o mesmo foi transferido a um grau, onde foi gotejado de forma crescente, cinco
gotas de base AMP-2000, e com auxílio do pistilo mantido sob constante
agitação. Com o término do processo, se observou a formação de base gel,
com uma leve opacidade e pouca presença de bolhas de ar.
3.3.
Ativação do fármaco nimesulida nos cremes base e gel
A primeira a ativação da nimesulida, foi realizada no creme base aniônica, o
mesmo foi realizado em grau onde a nimesulida, foi solubilizada em 20 gotas
diluídas geometricamente em propilenoglicol. Após a formação de uma espécie
de pasta, o grau e o pistilo foram tarados na balança e acrescentado, creme
base aniônica até a completar a massa.
Para a base não iônica e base gel, o mesmo procedimento foi realizado para
a obtenção do creme ou gel com o fármaco.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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A realização do procedimento experimental proporcionou a obtenção de três
bases, sendo: creme base aniônica, creme base não iônica e base gel.
O primeiro a ser realizado foi à base aniônica onde, após a pesagem em
béqueres separados das fases oleosas e aquosas, foi observada a
solubilização da mistura, onde ao iniciar o aquecimento o metilparabeno na
fase aquosa era o ponto de controle, para permitir o inicio do aquecimento da
fase oleosa, isto porque a fase oleosa aquece rapidamente, e para realizar o
processo de versão da fase aquosa na oleosa, as duas deveriam estar na
mesma temperatura ou em temperaturas próximas. A partir da inversão, da
aquosa em oleosa, a mesma foi mantida fora da chapa sobre constante
agitação, isto para promover a total mistura dos componentes, permitindo a
formação do creme. O mesmo fisico-quimicamente é obtido quando a base
(aniônica) encontra-se totalmente dissolvida na mistura e a tensão superficial
entre óleo e água, é inativada formando assim, a emulsão.
O segundo, a ser realizado foi o creme base não iônica comparada à base
aniônica, sua síntese foi mais fácil, quimicamente a solubilização da base não
iônica foi rápida, sem nenhuma formação de precipitado, que exigisse a
agitação em saco plástico. Com a realização das misturas sob temperatura de
60°C, ao verter a fase aquosa na oleosa, em poucos minutos de agitação, já foi
observado à apresentação de viscosidade e coloração ideais para a base.
O terceiro, a ser realizado foi à base gel. Após a agitação constante na
chapa aquecedora, embora a mistura estivesse apresentando viscosidade, a
mesma ainda não era a ideal para a base gel; ao acrescentar a base AMP2000, e manter a agitação, houve uma mudança rápida de viscosidade
apresentando uma consistência coerente, com a fórmula esperada.
Com a realização da ativação da nimesulida nas bases, foi observada uma
melhor ativação, na base gel, isso porque o gel em sua composição possui
apenas, substâncias polares, quimicamente a nimesulida em sua estrutura
possui grupamentos polares, portanto a melhor estaria melhor “incorporada”,
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em uma base de mesma polaridade. Entre os dois cremes bases, a base
aniônica, apresentou uma melhor ativação de nimesulida. Tal resultado foi
obtido,
observando
macroscopicamente
a
coloração
características
do
creme
como,
após
coloração,
a
ativação,
e
viscosidade
e
permeabilidade.
5. CONCLUSÃO
Com a realização do presente trabalho, foi possível comparar a forma
farmacêutica gel para nimesulida, que já é disponível no mercado, com cremes
base (aniônica e não iônica), que não estão disponíveis no mercado. De fato, o
gel apresenta-se como a melhor base para a nimesulida, devido a suas
características químicas e físicas, mas a base aniônica, por permitir a quebra
da tensão superficial das cargas e por ser um creme com fácil absorção
lipídica, seria uma boa forma farmacêutica, para ser colocada no mercado.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Atkins, P.W.; Jones L. Princípios de química: questionando a vida moderna e
o meio ambiente. 5°ed., Porto alegre, Bookman, 2012.
2. Alberts, B.; Johnson A.; Lewis, J.; Roberts, R.; Walter, P. Biologia molecular
da céula. 4° ed., São Paulo, Bookman, 2002.
3. Aulton.; M.E. Delineamento de formas farmacêuticas, Porto alegre, ed.
Artmed, 2005.
4. Korolkovas, A.; Burckhalter, J.H. Química farmacêutica. 1° ed., Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 2008.
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