OS 4 S’s DA ALIMENTAÇÃO S omos aquilo que comemos? O princípio de Hipócrates, o “pai” da Medicina, continua atual 2500 anos depois de ter sido formulado. O que diria o médico grego se observasse agora a forma como vivemos? Nunca como hoje se soube tanto sobre composição química dos alimentos e processos produtivos, nem se foi tão exigente na higiene e segurança alimentar. Sabemos mais sobre doenças e intolerâncias alimentares e desenvolvemos novos processos e técnicas para cozinhar. Num mundo cada vez mais global, também a gastronomia se popularizou. Colecionamos receitas de outros países e experimentamos uma enorme variedade de produtos exóticos. E, no entanto, a quantidade de doenças relacionadas com a alimentação não pára de aumentar, tais como hipertensão, diabetes e alguns tipos de cancro. Por outro lado, patologias como as doenças cardiovasculares e a hipercolesterolémia podem ser prevenidas pela adoção de uma alimentação e estilo de vida saudáveis. Por isso falamos neste livro sobre Alimentação Saudável. O Sabor é outro tópico abordado, não na defesa cega de um bucólico regresso à tradição, mas na recusa de alimentos demasiado industrializados e processados. Os componentes da Dieta Mediterrânica constituem um dos padrões alimentares mais saudáveis do mundo - e também dos mais saborosos. A Segurança é outro tema importante. Nesta edição focamos não só os princípios de higiene e segurança alimentar, mas também na garantia de um ambiente de trabalho seguro, seja na cozinha doméstica ou industrial. Afinal, a cozinha é um dos locais mais propícios a acidentes. Por último, a questão da Sustentabilidade. Os recursos da Terra não são ilimitados. Saber como reutilizar os alimentos, reciclar embalagens e reduzir o desperdício são tarefas que todos devemos desempenhar em nossas casas. A Sustentabilidade é, por isso, a nossa primeira preocupação. Sustentável Poupar é cada vez mais uma necessidade. Quem segue uma alimentação sustentável evita perder tempo e dinheiro, desperdiçar energia e recursos, deitar fora alimentos e trabalho. Mas o vetor da sustentabilidade vai muito além de uma simples questão de economia – é antes um esforço consciente do cidadão na gestão equilibrada do seu quotidiano. Afinal, optar por produtos locais e sazonais é escolher alimentos mais saborosos, que não têm de percorrer quilómetros nem consumir toneladas de energia para chegar à nossa mesa. A agricultura sustentável rejeita o abuso de conservantes e químicos nocivos à saúde, ao mesmo tempo que garante a origem e rastreio dos produtos. Por outro lado, medidas simples como reciclar embalagens, reduzir desperdícios e reutilizar alimentos são essenciais para preservar o meio ambiente. Como gerir o orçamento caseiro A discussão sobre o Orçamento passou do Parlamento para a cozinha de nossas casas. Com os alimentos mais caros e o rendimento mais curto ao fim do mês, é preciso pensar bem nas compras necessárias para alimentar a família. Poupar é mais importante do que nunca, o que não significa que se alimente pior. Pelo contrário, é tempo de investir na saúde e recuperar para a mesa as nutritivas leguminosas como feijão vermelho, frade, preto, branco ou manteiga, grão, tremoço, chícharo, fava, ervilhas e lentilhas, todos eles muito saborosos quando misturados com legumes da época. Comprar produtos frescos próprios de cada estação fica sempre mais barato do que recorrer a vegetais e frutos importados. Quem tiver um cantinho soalheiro pode plantar um pequeno jardim com ervas aromáticas, que dão sabor aos cozinhados durante todo o ano sem gastar quase nada. Nos cereais, prefira os integrais, pois são mais ricos em fibras, vitaminas e minerais protetores e reguladores do organismo. O mercado oferece muitas alternativas de arroz, massas e pão integral. Experimente comprar aveia para misturar com fruta fresca ao pequeno almoço, em vez dos cereais industrializados. As conservas de peixe e carne constituem uma boa compra, principalmente quando há promoções. Mas se os prefere frescos, procure os produtos do dia e não exagere nas quantidades. Os ovos são também uma opção a ter em conta enquanto refeição principal, uma ou duas vezes por semana, acompanhados de legumes e ervas aromáticas. Em relação aos lacticínios, faça as contas: sai mais barato comprar leite branco e misturar o cacau ou cevada em casa ou adoçar os iogurtes naturais com pedaços de fruta fresca e uma colher de café de mel. É importante evitar refrigerantes, snacks, batatas fritas e pratos pré-fabricados, que geralmente têm açúcar e sal a mais e gorduras supérfluas. Por muito baratos que pareçam, pense nos altos custos para a saúde a longo prazo. Algumas dicas de economia doméstica É em casa que podemos fazer a diferença no que respeita à poupança alimentar e há espaço para economizar ainda mais. Embora o reaproveitamento de certos ingredientes seja um tema sensível, já que a segurança alimentar é uma condição fundamental, sugerimos alguns princípios básicos: • Alimentos como o feijão, de preferência secos pois são mais económicos e saudáveis, são tão versáteis que servem para fazer feijoada, croquetes, bolinhos, pastas, sopa, arroz e até algumas sobremesas. Pesquise receitas antes de cozinhar para saber qual a quantidade de que necessita. •S e sobrar peixe em casa, guarde-o limpo, sem peles nem espinhas, no frigorífico ou no congelador e aproveite-o para fazer empadão, rissóis ou massadas. Pode fazer o mesmo com carne ou frango. •A sopa é essencial numa alimentação equilibrada e uma ótima entrada de qualquer refeição pelo seu poder saciante. Faça bases diferentes (ervilhas, couve, batata) e congele em doses individuais. Ao longo da semana vá aquecendo o que necessita juntando hortícolas de folhas ou leguminosas. •E steja atento às promoções dos supermercados, confirme o preço por quilo de cada produto e prefira produtos frescos. Além de mais baratos, são muito mais nutritivos que os processados. •R einvente receitas, adaptando os ingredientes aos produtos da estação. Alguns alimentos podem atingir preços muito altos, principalmente quando não é a época deles. Substitua o bacalhau por peixes como a cavala ou a pescada e a vitela por outra fonte de proteínas como o feijão. Quando vai às compras: • Leve o seu próprio saco – poupa dinheiro e evita poluir o planeta. • Nunca vá com fome – o mais certo é comprar um bolo demasiado calórico. •P rocure promoções, mas só compre se forem alimentos saudáveis – por exemplo, lacticínios perto do fim do prazo de consumo, grandes quantidades de conservas, ofertas de novidades… •C ertos alimentos são mais baratos a granel (cereais, leguminosas, sementes ou frutos secos, por exemplo) e duram muito tempo. • Prefira as frutas e hortícolas da época, por regra mais baratos. •V erifique os preços dos produtos – pá de porco é mais barato que lombo; salmão é mais caro que pescada. • Se tiver convidados, aceite que levem o vinho ou a sobremesa. Hortas Urbanas E m tempo de crise, troque algumas idas ao supermercado por alimentos plantados numa horta caseira e verá como alivia os gastos domésticos. Estudos recentes revelam que pode poupar, em média, cerca de 500 euros por ano!… Além de excelentes elementos decorativos e aromáticos, as culturas domésticas favorecem a aproximação a métodos de produção ecologicamente mais sustentáveis. Constituem, simultaneamente, uma fonte de atividades pedagógicas para os mais novos e uma forma de introduzir hábitos de confeção mais saudáveis - o recurso a plantas aromáticas reduz substancialmente a utilização do sal. Manjericão com tomate, sopa de coentros, estragão com frango, tomilho e alecrim com borrego, cerefólio com peixe, orégãos com queijo e ovos… Com um pouco de imaginação, e mesmo que só disponha de um canteiro em alvenaria ou de uma pequena varanda, pode cultivar as suas próprias ervas aromáticas. Para isso vai necessitar de vasos, substrato e sementes ou, em alternativa, pode comprar as plantas já desenvolvidas. Tenha em atenção que algumas ervas podem partilhar o espaço pois têm necessidades idênticas. É o caso da salsa e dos coentros que preferem uma rega abundante e sol moderado. Coloque as plantas num local soalheiro mas sem sol direto como, por exemplo, no parapeito da janela da sua cozinha sobre uma base e longe de correntes de ar, se possível. Sempre que regar faça-o pela base e tenha em atenção que as regas devem ser frequentes mas em pequenas quantidades, pois muitas plantas acabam por morrer por excesso de água. Ao fim de 2-3 semanas é aconselhável mudar a sua planta para um vaso maior o que permitirá às raízes expandirem-se. Pode começar a colher as folhas logo que a planta disponha de folhagem suficiente para sustentar o crescimento. Boas colheitas! Ao cozinhar: • A água ferve mais depressa se a panela for tapada e se o sal for acrescentado apenas no fim. • Bastam 5 minutos para pré-aquecer o forno. • Descubra novas formas de confecionar: a vapor, grelhados, assados, guisados, saladas quentes… •R ecupere a panela de pressão, que reduz o tempo de cozedura dos alimentos, mas garanta que fica sempre bem fechada. •Q uando fizer sumo de limão, aproveite o que sobra para cubos de gelo. Se quiser, adicione ervas aromáticas. Assim terá este tempero sempre disponível. • Prepare apenas as quantidades necessárias, evitando sobras e desperdícios. •R espeite as recomendações da Roda dos Alimentos em relação à proporção de frutas e legumes, cereais, carne e peixe. Lembre-se de que a água é mais saudável e barata que qualquer refrigerante. Reduzir o consumo energético C ortar alguns euros na fatura do gás e eletricidade consiste em medidas muito simples. Por exemplo, deixar sempre as panelas tapadas para manter a temperatura, escolher um bico mais pequeno que a base do tacho e cozinhar os alimentos em lume brando, apenas o tempo suficiente para não perderem nutrientes. Experimente descongelar o que necessita no frigorífico desde o dia anterior em vez de usar o micro-ondas; mas saiba que este aparelho é mais económico do que o fogão ou o forno para aquecer alimentos já confecionados. As tradicionais “comidas de tacho” como estufados, caldeiradas e ensopados, retomam a sua importância na economia doméstica, já que permitem cozinhar uma refeição inteira para várias pessoas num só recipiente. Recuperar a panela de pressão para alimentar a família também compensa, em termos de tempo e dinheiro. Saborosa Entre os cinco sentidos, o paladar é um dos mais valorizados pelo ser humano. Em parceria com o olfato, o paladar trabalha para distinguir os quatro principais sabores: doce, salgado, ácido e amargo. As células sensoriais que existem em cada uma das 10 mil papilas gustativas da língua (o órgão responsável pelo paladar) transmitem ao cérebro informação sobre tudo o que chega à boca. Por trás desta explicação científica, está toda a importância cultural do gosto. Do ponto de vista histórico, podemos definir uma cozinha nacional pelo uso de determinados ingredientes, métodos de confeção e respetivas ligações gastronómicas. Do ponto de vista pessoal, a alimentação durante a gravidez e a introdução de cada alimento na dieta da criança são também fatores determinantes do gosto de cada um. A dieta mediterrânica D esde 2010 classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, A dieta mediterrânica é uma preciosa aliada na prevenção de patologias como a obesidade, as doenças cardiovasculares, a diabetes e alguns tipos de cancro como da mama e do cólon. Rica em antioxidantes, graças ao alto teor de vitaminas e polifenóis dos alimentos que a compõem, a dieta mediterrânica ajuda a evitar o envelhecimento prematuro das células e protege-as dos radicais livres. Caracterizada pela ingestão de doses diárias de fruta, verduras, cereais integrais e laticínios com pouca gordura, além de um consumo semanal de peixe, aves, frutos secos e legumes, a dieta mediterrânica apresenta ainda um baixo consumo de carne vermelha e ovos e moderado de vinho tinto, normalmente como acompanhamento das refeições principais. De referir também o azeite como fonte primordial de gordura. A par da variedade, a dieta mediterrânica privilegia a utilização de alimentos locais da época e, acima de tudo, frescos, dispensando os de processamento industrial com altos teores de sal, açúcar e gorduras adicionados, bem como conservantes e aromatizantes. Grelhados, cozidos e assados com pouca gordura são os modos preferidos de preparação dos alimentos, evitando-se as frituras. Para temperar usam-se as ervas aromáticas e as especiarias que, para além de enriquecerem o sabor dos cozinhados, permitem uma reduzida utilização de sal. Por fim, mas não menos importante, não deve esquecer a prática regular de exercício físico, repondo sempre os líquidos com recurso à água. Para além de contribuir para o controlo do peso, o exercício físico estimula o bem-estar geral, diminuindo o stress e incrementando os benefícios resultantes da prática de uma alimentação completa, variada e equilibrada. Em Portugal pratica-se um padrão alimentar mediterrânico e atlântico. Esta última é rica em peixe e marisco, bem como em verduras e leguminosas de grão inteiro. Entre as vantagens desta apontam-se a prevenção de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, do risco de síndrome metabólica e ajuda na melhor regulação do peso corporal. Praticada há centenas de anos nos países europeus que cercam o Atlântico, a dieta atlântica tem o seu epicentro na Galiza e encontra semelhanças na alimentação de países tão distantes como a Islândia, Reino Unido e Portugal, embora os nórdicos prefiram a manteiga ao azeite, utilizado nos países do Sul. A gastronomia portuguesa «O prato nacional é como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos.» (De “À Mesa com Fialho de Almeida”) A mesa ocupa em Portugal um lugar simbólico na construção da sociedade. Partilhar uma refeição é pretexto para fortalecer amizades, assinar contratos de negócios e celebrar até as mais pequenas ocasiões. Baseada na herança deixada por romanos e árabes no território nacional, a gastronomia portuguesa vai muito além da trilogia do pão, azeite e vinho, para incluir a sardinha fresca pescada na costa, o bacalhau seco do mar do Norte e a batata trazida das Américas. Sempre permeável a novas influências mas orgulhosa das suas raízes e história, a gastronomia portuguesa é variada, rica e única. Existem mais de três centenas de produtos tradicionais portugueses registados e protegidos pela QUALIFICA (Associação Nacional de Municípios e de Produtores para a Valorização e Qualificação dos Produtos Tradicionais Portugueses) e pela Comissão Europeia. Tanto como estes enchidos, doces, frutas, queijos e muitos outros artigos listados no Guia de Produtos Tradicionais Portugueses, é a própria paisagem, o receituário e o saber fazer que importa preservar. Porque reconhecer e utilizar estes produtos é uma forma de salvaguardar um património que é de todos e de combater a desertificação rural. E é também uma forma de contrapor a tradição e o bom senso a hábitos de consumo mais recentes que se revelam pouco saudáveis. Saudável A Roda dos Alimentos é um modelo dividido em grupos de ingredientes que devem constar na nossa dieta diária. Por ser redonda, a Roda é associada a um prato, onde cada fatia representa uma porção de nutrientes, maior ou menor conforme a sua importância. Assim, o grupo de cereais e derivados e tubérculos representa 28% da alimentação diária; os produtos hortícolas outros 28%; a fruta 23%; os lacticínios 20%; o grupo de carnes, pescado e ovos pesa 18%; as leguminosas 5% e as gorduras e óleos 2%. No centro da Roda está a água, que faz parte da constituição de quase todos os alimentos e cujo consumo pode variar entre 1,5 e 3 litros por dia. A Roda dos Alimentos é uma representação do que deve ser a Alimentação Saudável: completa, equilibrada e variada. O papel dos cereais na alimentação O consumo regular de trigo, aveia, arroz e centeio integrais está relacionado com a menor incidência de doenças cardiovasculares e cancerígenas, segundo demonstram diversos estudos. No entanto, estes cereais são habitualmente consumidos na sua forma refinada, pelo que perdem grande parte da sua função protetora. Os nutrientes contidos na parte exterior do grão, o farelo e o gérmen, são removidos quando o grão é moído para obter a farinha branca. Neste processo, o grão conserva o amido, mas perde vitamina E, vitaminas do complexo B e minerais diversos, caso do selénio, zinco, cobre, ferro, magnésio e fósforo. Hoje em dia, é comum ter um pequeno-almoço com leite e flocos de cereais, refeições com arroz e massas e o pão é um alimento sempre presente. A tradicional dieta mediterrânica, considerada uma das mais saudáveis do mundo, é também associada ao pão, acompanhado por bastantes hortofrutícolas da época, poucas gorduras (com destaque para o azeite) e dando preferência ao peixe em detrimento da carne. Há que ter em conta a quantidade e variedade de alimentos, o seu valor nutricional e o equilíbrio entre aquilo que é ingerido e a energia que é gasta ao longo do dia. O segredo de uma alimentação saudável parece estar, mais uma vez, no equilíbrio. 10 A frescura da horta volta ao prato dos portugueses O sabor da sopa da avó, os tradicionais legumes cozidos ou as saladas mais originais são cada vez mais procurados por quem se preocupa com a sua saúde. Um fenómeno que se deve, por um lado, à consciência crescente de que os produtos da horta são indispensáveis numa alimentação equilibrada e, por outro, à necessidade de voltar a cozinhar mais em casa por motivos financeiros. Até porque os produtos da época, para além de mais saudáveis, são normalmente mais económicos. Exemplo disso é o regresso das receitas “do tacho”, isto é, preparados culinários onde se misturam os ingredientes todos de uma só vez, como a caldeirada, o rancho ou a sopa. Em todos eles, os vegetais ocupam um lugar imprescindível. Fonte de vitaminas e minerais, fibras e proteínas, os hortícolas apresentam-se sob variadas cores, sabores, texturas e formas, com a vantagem de muitos deles poderem ser consumidos crus ou cozinhados através de diferentes métodos: cozidos em água ou a vapor, grelhados, assados, guisados, fritos... É importante saber escolher, comprar, preparar e conservar os vegetais. Os mais frescos são os que apresentam maior teor em vitaminas, devendo ter um aspeto viçoso, colorido e sem manchas nem maus cheiros. Quando não existe acesso a legumes bem frescos, deve dar-se preferência aos congelados, previamente limpos e branqueados. A preparação, ou seja, lavagem e corte dos hortícolas, deve ser feita imediatamente antes da confeção, para que não se percam os seus preciosos nutrientes. Enquanto não são utilizados, os legumes devem ser conservados limpos de terra e raízes, no frigorífico, ao abrigo da luz e do calor. Refeições leves Para oferecer uma alimentação saudável a toda a família, já sabe: evite fritos, gorduras e açúcares refinados. Prefira os alimentos próprios da estação, opte por grelhados, salteados e cozedura a vapor, tenha muito cuidado com a conservação dos produtos e coma em pequenas quantidades de cada vez. Há que consumir muitos vegetais frescos, especialmente em saladas coloridas, onde a possibilidade de misturar ingredientes é infinita. Tomate, bacalhau e grão, alface, peru e ananás, cenoura, queijo e ovos, enriquecidos com um molho de iogurte ou vinagreta são algumas sugestões que deixamos. O verão é a melhor altura para comer frutos maduros enriquecidos pelo sol, como melões, meloas e melancias, pêssegos, uvas e figos. Já nas estações mais frias temos os citrinos, maçãs, peras, romãs, castanhas e nozes para enriquecer o cardápio. Peixes gordos e magros Os nutricionistas aconselham o consumo de 6 a 7 doses de peixe por semana. O peixe é um alimento que se presta às mais diversas técnicas de cozinha. Pode ser assado, grelhado, cozido, frito, fumado, em caldeirada, conservas e até em sopas. Os peixes gordos são ricos em proteínas de alto valor biológico, potássio, vitamina B e doses moderadas de ácidos gordos ómega-3. Neste grupo incluem-se a sardinha, o salmão, a cavala, o espadarte, o tamboril e o alabote. Já os peixes magros, de baixo valor calórico, demonstram ser uma boa fonte de vitamina E e ómega-3, como a raia, o imperador, o linguado, a garoupa, o atum, o carapau e a pescada. 11 Segura Por vezes são os pequenos gestos que garantem que tudo corre bem na cozinha. Para prevenir queimaduras, cortes, quedas e outros acidentes é importante organizar, planear, arrumar e limpar. Organize bem as tarefas e faça o planeamento das refeições tendo em conta as preferências alimentares do agregado familiar, o orçamento e a disponibilidade dos produtos. Tenha em atenção os prazos de validade e o armazenamento dos ingredientes, e saiba que a contaminação dos alimentos por microrganismos é rápida e invisível, mas pode causar sérios problemas de saúde. Contudo, as intoxicações alimentares são relativamente fáceis de combater. Basta seguir algumas regras básicas de higiene e segurança. Merendas Importância da segurança da merenda que levamos para o trabalho 1 P repare os alimentos com pouca antecedência. Quanto mais cedo misturar ingredientes, mais corre o risco de contaminações cruzadas, que podem provocar diversas intoxicações alimentares. Esta regra vale para sanduíches, saladas, etc. 2 F rutas e sumos. Sabe bem ter tudo já descascado, cortado e pronto a comer ou a beber, mas perdem-se muitas vitaminas e a fruta pode oxidar. Mantenha estes alimentos o mais frescos possível. De preferência, corte-os e esprema-os na altura. 3 C aixas herméticas, papel de alumínio, guardanapos de papel e termos são indispensáveis para o transporte e conservação dos alimentos. Guarde cada preparado em porções individuais. Separe os alimentos frios dos quentes. 12 4 E vite ovos, marisco, carnes cruas ou mal cozinhadas, produtos lácteos e bolos com creme, por serem mais propensos a intoxicações. 5 U tilize malas térmicas para transportar os alimentos, com acumuladores, especialmente no tempo mais quente. Se não tiver local refrigerado para guardar a sua lancheira, consuma iogurtes ou sanduíches perecíveis na primeira merenda e deixe para a tarde pão, bolachas ou biscoitos, fruta com casca, sementes e frutos secos. 6 P ara poder hidratar-se ao longo do dia, prepare um termos com uma infusão de maçã e canela ou ananás e hortelã. Basta ferver as cascas da fruta ou hortícolas e acrescentar a erva aromática ou especiaria que mais lhe agradar. Consuma-as frias sem açúcar no tempo quente ou quentes quando o frio se instala. Cuidados a ter em casa 1 L ave sempre as mãos antes de começar a cozinhar e quando mudar de tarefa (por exemplo, amanhar um peixe e preparar uma salada). As facas e placas de corte devem também ser lavadas entre tarefas. Pode optar por ter utensílios diferentes para cada tipo de alimento. Proteja qualquer corte ou ferida nas mãos com um penso e nunca espirre ou tussa sobre os alimentos. 2 Mantenha os alimentos a temperaturas abaixo dos 5ºC sempre que não estiverem a ser utilizados. Quando for às compras, evite esperas demoradas e o transporte dos bens a temperaturas elevadas. 3 A contaminação cruzada dá-se quando se transferem micróbios de um alimento ou superfície contaminados para outros não contaminados. Os alimentos crus (incluindo carne e aves, ovos, peixe e marisco, frutas e legumes) são potencialmente mais perigosos, pelo que não devem ser armazenados nem preparados junto dos alimentos cozinhados. 4 Ler os rótulos das embalagens é um bom hábito. Pode verificar a data de validade dos produtos, se inclui algum ingrediente alergénico, como deve ser preparado o alimento e o respetivo conteúdo nutricional, por exemplo. 5 A água utilizada na confeção deve ser sempre potável e, preferencialmente, canalizada – em Portugal a água de abastecimento público é submetida a controlos da responsabilidade de organismos acreditados. Se a água que tem disponível provém de poços, canais ou rios não tratados, deve ser fervida e adicionadas 3 a 5 gotas de lixívia por cada litro de água ou tratada com filtros adequados. É importante conhecer as características da água para determinar se as regras enumeradas atrás são suficientes, caso contrário é preferível recorrer a água engarrafada. 6 Cozinhe bem os alimentos – a cozedura acima dos 70ºC durante 3 a 5 minutos elimina quase todos os germes e toxinas. Quando não os consumir de imediato, deve arrefecê-los rapidamente e mantê-los no frigorífico. Prevenir acidentes na cozinha Quedas, cortes, queimaduras, deslocamentos musculares e outros contratempos são perigos reais para quem trabalha numa cozinha. e arrumar o local de trabalho, mantendo todos os utensílios e ingredientes à mão. Isto reduz improvisos e 1 Organizar evita distrações. 2 Armazenar as embalagens e objetos mais pesados nas prateleiras de baixo e os mais leves nas de cima. Nunca deixar objetos espalhados no chão, abaixo do nível de visão, pois podem provocar tropeções e quedas. 3 Estar atento ao processo de corte de alimentos e sempre que usar facas ou outros utensílios afiados. Use descascadores porque são mais seguros e aprenda a partir na placa de corte. A atenção é importante mesmo em tarefas repetitivas e rotineiras. 4 No fogão, não deixar o lume aceso sem vigilância. Virar os cabos das panelas para dentro e evitar passar à frente de outras pessoas com os recipientes enquanto eles ainda estão quentes. Usar vestuário adequado, feito de materiais não inflamáveis. 5 Limpar regularmente as superfícies de trabalho e o chão, para evitar escorregadelas. 6 N o transporte e manuseamento de volumes pesados, deve aproximar o corpo da carga e agachar-se ligeiramente, usando a força dos músculos das pernas e das costas. Deve transportar o peso equilibrado entre os dois braços e evitar passar as cargas por cima dos joelhos. É importante garantir uma boa visibilidade e esquivar-se a movimentos bruscos. Outra alternativa será a utilização de carrinhos de apoio. 13 4ª FEIRA Sopa de legumes • Lasanha de carne de vaca com couve de bruxelas cozidas • Banana Sopa de espinafres • Salmão assado com batata e cenoura • Pera Creme de cenoura • Gigot de aves com salada de tomate e orégãos p. 23 • Laranja Sopa de alface com queijo e ovo p. 18 • Escalopes de peru grelhados com esparguete e legumes salteados • Tangerina Sopa de feijão branco com couve lombarda • Abrótea cozida com batata e couve • Maçã Sobremesa • Prato • Sopa/Entrada Creme de cenoura • Salteado alegre de carne à tropical com nabiças cozidas p. 22 • Banana Sopa minestrone rústica • Solha grelhada com massa espiral tricolor e brócolos cozidos • Ananás Caldo verde • Tortilha no forno (ovo, batata, cebola, cenoura e carne de porco) e legumes grelhados (curgete, cebola e pimento) • Tarte de iogurte e frutas p. 25 Creme de abóbora e gengibre • Lasanha gratinada de atum e legumes do campo p. 21 • Maçã assada com raspa de laranja Sopa de nabiças • Pimentos recheados à Portuguesa com salada de tomate e oregãos p. 23 • Gelatina tricolor com frutas Sopa de feijão vermelho com espinafres • Pargo assado com puré de batata e couve lombarda salteada • Tangerina Sobremesa • Prato • Sopa/Entrada Sobremesa • Prato • Sopa/Entrada 3ª FEIRA Sobremesa • Prato • Sopa/Entrada PLANO DE EMENTAS 14 2ª FEIRA Sopa de nabiças • Hamburguer de cavala com arroz de legumes e salada tricolor de alface, milho e ervilhas Chefe Alberto Silva • Iogurte com gelatina aos cubos 5ª FEIRA 6ª FEIRA SÁBADO DOMINGO SEMANA 1 Sopa de grão de bico c/ couve portuguesa • Medalhões de pescada com molho de queijo p. 20 • Abacaxi Creme de alface • Escalopes de porco grelhados com esparguete e couve lombarda salteada • Kiwi Tártaro de peixe/ Canja de peixe p. 19 • Lombo de peixe com pimentos e espargos verdes cozidos • Salada de fruta fresca Creme de curgete com coentros • Perna de peru assada com batata assada e esparregado • Bolo de veludo vermelho com cobertura de creme de queijo p. 25 SEMANA 2 Creme de abóbora • Costeletas de porco grelhadas com arroz de feijão vermelho e salada mista (alface, tomate e cebola) • Laranja Sopa de grelos • Peixe vermelho no forno com puré de batata e salada mista • Pera cozida com canela Tentúgal de farinheira e espinafres p. 18 • Strogonoff de frango com arroz e brócolos cozidos • Tangerina Creme de legumes • Pescada em cama de legumes escondida • Tarte folhada de maçã p. 24 SEMANA 3 Creme de cebola • Lombinho de peixe crocante no forno com arroz de cenoura e legumes assados (beringela, alho francês e couve-flor) • Kiwi Sopa de feijão catarino e couve lombarda • Peito de peru estufado fatiado com esparguete e feijão verde cozido • Maçã Sopa de tomate • Açorda de bacalhau no pão com camarão e poejos p. 20 • Salada de fruta fresca Embrulho de bacalhau gratinado com verduras p. 19 • Salada fresca de fusilli tricolor com tirinhas de peru e ananás • Pera no forno com crosta de pão e citrinos p. 24 SEMANA 4 Creme de brócolos • Escalopes de vaca grelhados com arroz de cenoura e couve de bruxelas cozidas • Pera Juliana de legumes • Lombinhos de salmão no forno com massa espiral e brócolos cozidos • Iogurte de aromas Beringela recheada com queijo p. 21 • Lombo de vaca com guarnição à caçador p. 22 • Banana Creme de cenoura e chuchu • Choquinhos à algarvia com batata cozida e salada mista (alface, tomate e cebola) • Bolo de chocolate de laranja e malagueta 15 OS ’ 4 Ss DA ALIMENTAÇÃO IDEIAS E RECEITAS PARA UMA ALIMENTAÇÃO SEM DESPERDÍCIO TENTÚGAL DE FARINHEIRA E ESPINAFRES* • SOPA DE ALFACE COM QUEIJO E OVO* • AÇORDA DE BACALHAU NO PÃO COM CAMARÃO E POEJOS* • LOMBO DE VACA* • TARTE FOLHADA DE MAÇÃ* • BERINGELA RECHEADA COM TOFU, MILLET E OVO* • MEDALHÕES DE PESCADA COM MOLHO DE QUEIJO* • SALTEADO ALEGRE DE CARNE À TROPICAL* • PERA NO FORNO COM CROSTA DE PÃO E CITRINOS* • EMBRULHO DE BACALHAU GRATINADO COM VERDURAS • LASANHA GRATINADA COM ATUM E LEGUMES DO CAMPO • PIMENTOS RECHEADOS À PORTUGUESA • BOLO DE VELUDO VERMELHO COM COBERTURA DE CREME DE QUEIJO • JANTAR REQUINTADO DE PEIXE • GIGOT DE AVES • TARTE DE IOGURTE E FRUTA *Supervisionadas pelo Chef Hélio Loureiro 16 CHEFES Hélio Loureiro Autor de vários livros e programas televisivos. Selecionou e reviu algumas das receitas do livro, nomeadamente as da Gertal. Colabora com a Gertal, como chefe de cozinha, desde 2013. Maria de La Salete Rocha Chefe de cozinha / Responsável pelo projeto “Refeições Gourmet” Desde 1988 na Gertal André Vale Chefe de cozinha / Gestor de unidade Desde setembro 1992 na Gertal David Viseu Chefe de cozinha / Formador Desde 1974 no ITAU Miguel Castro e Silva Com vasto currículo nacional e internacional, tendo participado em eventos gastronómicos em diversos países e representado Portugal no estrangeiro em várias ocasiões. Consultor do ITAU desde 2013. Paulo Silva Chefe de cozinha / Formador na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril Consultor do ITAU no projeto Spiga Café desde 2015 Paulo Alexandre Silveira Chefe de cozinha / Participou em vários projetos, nomeadamente num restaurante que entrou para o Guia Michelin. Desde 2012 na Gertal Pedro Andrea Filipe Chefe de cozinha / Responsável de restaurante grill e serviços especiais Desde 2014 na Gertal Rosa Costa Cozinheira de 1ª Desde 1984 no ITAU Amélia Siva Cozinheira de 1ª Desde 2004 no ITAU Alberto Silva Cozinheiro Desde 1991 no ITAU Fernando Machado Cozinheiro de 1ª Desde 2009 no ITAU Daniel Teixeira Cozinheiro / Formador / Gestor de unidade Desde 1997 no ITAU João Pedro Oliveira Cozinheiro / Responsável pelo projeto Gourmet na CUF coordenado pelo Chefe Hélio Loureiro Desde 2013 na Gertal 17 Tentúgal de farinheira e espinafres Dose: 4 Dificuldade: Tempo: Chefe Pedro Andrea Filipe 4 folhas de massa filo 50 g de margarina 100 g de farinheira 300 g de espinafres lavados cortados com talos Em água temperada com sal coza brevemente os espinafres e escorra-os bem. Entretanto, retire a pele à farinheira. Numa superfície polvilhada com farinha estenda a massa filo e pincele-a com a margarina já derretida. Dobre as folhas ao meio. Numa frigideira, salteie a farinheira com os espinafres. Coloque um quarto da mistura em cada folha de massa filo, feche as laterais e pincele com a restante margarina. Leve cerca de 12 minutos ao forno pré-aquecido a 180ºC. Sopa de alface com queijo e ovo Chefe Paulo Silveira Dose: 10 Dificuldade: Tempo: Adequado a ovolatovegetarianos 150 g de cebola 10 g de alho 50 g de coentros 5 cl de azeite 5 g de sal 400 g de alfaces com talos 200 g de aparas de queijo 4 ovos 3 litros de água Lave as alfaces e corte-as em juliana. Leve ao lume o azeite com o alho e a cebola, junte a alface e os coentros e deixe refogar um pouco. Acrescente três litros de água e deixe cozinhar quarenta minutos. Passe pela varinha. Acrescente as aparas de queijo. À parte, bata os ovos e verta-os em fio mexendo sempre. Sirva a sopa de seguida, temperada com sal. 18 Embrulho de bacalhau gratinado com verduras Dose: 4 Dificuldade: Tempo: Chefe Amélia Silva 0,5 Kg de migas de bacalhau 1 embalagem de massa filo 1 alho francês 1 cenoura Azeite, sal e pimenta q.b. 3 dentes de alho 2 cebolas médias 1 folha de louro Salsa Molho branco q.b. Coza o bacalhau. Reserve a água para a preparação do molho branco. Forre um tabuleiro com papel vegetal e disponha sobre este as folhas de massa filo, deixando meio palmo de massa para fora a toda a volta do tabuleiro. Salteie o alho francês e a cenoura num fio de azeite, um dente de alho e a folha de louro. Pique a cebola e o restante alho e deixe refogar o bacalhau no preparado anterior. Junte o molho branco ao bacalhau e retifique os temperos. Faça um embrulho com a massa. Levar ao forno a 200ºC, até que fique com um aspeto dourado. Jantar requintado de peixe (entrada, sopa e prato de peixe) Dose: 6 1 peixe de aproximadamente 3,5 kg 1 cebola roxa 1 malagueta vermelha 1 lima Azeite q.b. Vinagre q.b. Flor de sal e sal grosso q.b. 1 molho de salsa Dificuldade: Chefe Miguel Castro e Silva Tempo: 1 pé de alho francês 3 cebolas 1 cenoura 1 folha de louro 2 dentes de alho 1 pimento verde 1 pimento vermelho Mistura de alfaces a gosto Recomenda-se peixe de carne firme, como corvina, pargo, robalo ou garoupa. Peça para amanhar o peixe e retirar as vísceras. Retire os lombos do peixe, separe a espinha da cabeça. Corte a parte alta do lombo em tranches de 120 g e retire a pele à parte mais baixa. Tártaro de peixe: Corte a parte a que retirou a pele em cubos. Junte cebola roxa picada e a malagueta limpa de pevides cortada em cubos pequenos. Tempere com o sumo de lima, um fio de azeite, flor de sal e um pouco de salsa picada. Serve com uma salada temperada de azeite e vinagre. Canja de peixe: Coza numa panela o alho francês limpo e cortado em bocados com duas cebolas em gomos, a cenoura descascada às rodelas, o louro, um pouco de salsa e um dente de alho esmagado. Deixe cozer meia hora. Adicione a espinha e cabeça do peixe. Quando voltar a levantar fervura reduza o lume ao mínimo e deixe tapado por 15 minutos. Reserve a cabeça e passe o caldo. Retire toda a carne que se encontra na cabeça. Retifique o caldo de sal, adicione o peixe e finalize com um pouco de salsa picada. Se desejar pode adicionar um pouco de arroz cozido e uma folha de hortelã. Lombo de peixe com pimentos: Num tacho sue em lume brando a restante cebola cortada em meia-lua, os pimentos limpos em tiras e um pouco de alho picado. Tempere com um pouco de sal. Quando a cebola se apresentar translúcida coloque as tranches temperadas de sal sobre o preparado com a pele para cima. Tape o tacho e deixe cozinhar lentamente por aproximadamente 10 a 15 minutos. Sirva com batata cozida e legumes a gosto. 19 Açorda de bacalhau no pão com camarão e poejos Chefe Paulo Silveira Dose: 4 300 g de aparas de bacalhau 100 g de miolo de camarão 400 g de pão duro 1 ovo 20 g de alho 30 g de pimento Dificuldade: Tempo: 20 g de coentros 20 g de poejo 5 g de sal 5 cl de azeite 3 g de pimenta Demolhe o pão em água fria e escorra-o bem. Coza o bacalhau com as espinhas e pele. Lasque-o depois de cozido. Deixe as espinhas e a pele continuarem a cozer durante mais uns 5 minutos. Passe este caldo por um passador e verta-o sobre o miolo do pão. Deixe repousar. Leve um tacho alto ao lume com azeite e alho picado. Quando o alho fritar, junte o camarão e o pimento cortado aos cubos. Tempere com sal e pimenta. Retire o camarão quando estiver frito e reserve. Baixe o lume e junte o miolo do pão, mexendo sempre. Quando atingir a fervura, acrescente o bacalhau lascado e os poejos e coentros picados. Envolva tudo muito bem e disponha o camarão por cima. Parta o ovo para o centro do preparo e envolva tudo novamente. Medalhões de pescada com molho de queijo Dose: 10 Dificuldade: Tempo: Adequado a ovolatovegetarianos 1 pescada com 1,2 kg 60 g de limão 10 g de sal 3 g de pimenta branca 200g de bacon fatiado 20 g de alho 50 g de coentros com os talos 2dl de azeite 60 g de queijo flamengo* 50 g de pão ralado 200 g de alface com os talos cortada em juliana fina 200 g de tomate-cereja *Podemos usar as fatias que ficam mais secas ou que já não se podem cortar na fiambreira Amanhe o peixe e corte-o em oito medalhões. Reserve as espinhas e as peles. Tempere os medalhões com a raspa e o sumo de limão e parte do sal e pimenta. Enrole as fatias de bacon em volta do peixe e prenda-as com palitos. Leve ao lume as espinhas do peixe com dois litros de água fria. Deixe ferver durante 10 minutos e passe por um passador. Reserve a água da cozedura das espinhas e peles. Aproveite, depois de frias, as partes de peixe que estão junto às espinhas. Reserve. Num liquidificador, coloque os dentes de alho, os coentros arranjados e o azeite, o peixe que retirou das espinhas e 2 dl do caldo do peixe. Tempere com sal e pimenta e triture até obter um molho. Misture com o queijo e o pão ralado e triture tudo de novo. Numa frigideira antiaderente doure os medalhões. Num tabuleiro que possa ir ao forno e à mesa coloque no fundo os tomates cereja cortado a meio e a juliana de alface. Regue com um fio de azeite, coloque os medalhões por cima e regue-os com o molho. Leve-os ao forno a 180ºC durante 20 minutos. Sirva os medalhões acompanhados de puré de batata e cenoura. 20 Chefe LaSalete Rocha Lasanha gratinada com atum e legumes do campo Dose: Chefe Fernando Machado 250 g atum 350 g massa de lasanha 600 g de couve coração 200 g de cenoura 200 g tomate maduro Cebola e alho q.b. 4 Dificuldade: Tempo: Piripiri e sal a gosto Queijo ralado para polvilhar a gosto Caldo de legumes (batata, talos, alho francês e cenoura com casca) Para o caldo de legumes: Coloque todos os ingredientes numa panela com água e sal e deixe cozer. Triture e reserve. Para a lasanha faça um refogado com a cebola e o alho. Deixe alourar. Misture o tomate maduro, acrescente meio litro de água e tempere com sal e piripiri a gosto. Lamine a couve (guarde os talos para o creme de legumes) e a cenoura com casca e acrescente-as ao refogado. Deixe cozer durante 15 minutos e misture o atum. Coloque em camadas alternadas num tabuleiro: três camadas de lasanha e duas de atum. Regue com o creme de legumes e leve ao forno, pré-aquecido a 200ºC, durante 20 minutos. Retire e polvilhe com queijo ralado. Beringela recheada com tofu, millet e ovo Dose: 4 Dificuldade: Chefe João Pedro Oliveira Tempo: Adequado a ovolatovegetarianos 150 g de beterraba 3 cl de vinagre 8 g de sal 150 g de millet demolhado para cozer (milho painço) 400 g de beringela 3 g pimenta 10 cl azeite 100 g de cebola 10 g de alho 300 g de curgete 100 g de pimentos 200 g de couve branca 200 g de tofu 4 fatias de queijo 4 ovos 150 g de alface 250 g de tomate Descasque e corte a beterraba. Coloque-a a marinar em sal e vinagre umas horas antes de ser usada na salada. Reserve. Coza o millet e reserve. Corte a beringela ao meio e retire-lhe o recheio, que vai usar nos legumes estufados. Tempere a beringela com sal e pimenta e um fio de azeite e leve-a uns minutos ao forno. Prepare os legumes em brunesa pequena (corte em cubos pequenos) e leve-os a estufar com o alho, a cebola, um fio de azeite e o tofu (este também cortado em brunesa). Tempere com sal e pimenta. Os legumes estufados têm de ficar secos e sem molho. Envolva-os no millet. Depois de ter o recheio e a beringela prontos, recheie a beringela com o preparado. No cimo coloque uma fatia de queijo e o ovo cru. Leve ao forno a 180ºC a deixe gratinar até cozer o ovo. Entretanto prepare a salada de beterraba, alface e tomate, temperando-a com um pouco de azeite e vinagre. Sirva a beringela recheada com a salada. 21 Lombo de vaca com guarnição à caçador Dose: 6 1 kg de lombo de vaca 6 dentes de alho Sal a gosto Pimenta em grão a gosto 1 dl de azeite 1 dl de vinho branco Chefe Pedro Andrea Filipe Dificuldade: Tempo: 1 cebola 2 cenouras Ervas aromáticas a gosto 1 colher de sopa de amido de milho Limpe o lombo de vaca e reserve as aparas. Tempere o lombo com sal, pimenta, alho, azeite e vinho branco. Deixe marinar cerca de 30 minutos. Frite as aparas em azeite e alho cerca de 2 minutos para selar. Coloque as aparas e o molho resultante das frituras numa panela, juntamente com cebola picada, cenouras, ervas aromáticas, pimenta em grão e sal. Deixe ferver durante 30 minutos. Coe o caldo e ligue com o amido de milho. Com o forno bem quente (a 200ºC), asse o lombo durante cerca de 10 minutos, rodandoo a meio do tempo. Baixe a temperatura do forno para 160º/170ºC e deixe confecionar durante 20 a 30 minutos. Retire do forno e adicione o molho. 1 fio generoso de azeite 1 cebola 2 dentes de alho 4 cenoura baby 100 g de cogumelos frescos 200 g de castanhas congeladas, previamente assadas no forno 2 chalotas 1 ramo de tomilho Em lume brando faça um estufado com azeite, cebola e alho picados. Junte os restantes ingredientes cortados em pedaços e deixe cozinhar durante 15 minutos. Verta sobre o assado. Salteado alegre de carne à tropical Chefe André Vale Dose: 360 g de bifes de porco 600 g de batata branca 20 g de azeite 10 g de alho picado 80 g de tomate aos cubos 40 g de pimento verde aos cubos 40 g de pimento vermelho aos cubos 4 Dificuldade: Tempo: 240 g de cogumelos frescos aos cubos 1 abacaxi aos cubos 1 g de sal Pimenta q.b. Cebolinho picado Azeitonas q.b. Corte os bifes aos cubos e tempere com sal e pimenta. Corte a batata aos cubos pequenos (com casca) e leve-as à fritadeira a alourar num pouco de azeite. Num tacho aqueça os 20 cl de azeite juntamente com o alho. De seguida junte a carne, mexendo sempre até alourar. Junte os pimentos, os cogumelos, os tomates e o abacaxi. Retifique os temperos e deixe cozinhar em lume médio. Junte depois a batata alourada e sirva decorado com azeitonas e cebolinho picado. 22 Pimentos recheados à portuguesa Dose: 4 Dificuldade: Tempo: Se quiser fazer um prato ovolatovegetariano, substitua a carne por soja e o chouriço por um substituto Chefe Rosa Costa Azeite q.b. 2 dentes de alho 1 cebola 100 g de chouriço 0,5 kg de carne picada 2 tomates pequenos aos cubos Azeitonas às rodelas q.b. Sal e pimenta q.b. Salsa picada q.b. Farinha q.b. 2 pimentos vermelhos 2 pimentos amarelos Queijo para gratinar Numa frigideira, em lume médio, deixe estalar a cebola e o alho no azeite. Acrescente o chouriço e a carne picada e deixe cozinhar. Junte o tomate, as azeitonas, a salsa e tempere com sal e pimenta a gosto. Polvilhe com um pouco de farinha para ligar todos os ingredientes. Entretanto, corte os pimentos ao meio, retirando-lhes as sementes. Recheie os pimentos com o refogado. Cubra com queijo ralado e leve ao forno, pré-aquecido a 200ºC, a gratinar. Acompanhe com batatinha a murro. Gigot de aves Chefe David Viseu Dose: 480 g de frango assado e desfiado 520 g de perna de peru assada e desfiada 600 g de batata palito frita 80 g de cebola cortada em meia-lua fininha 4 Dificuldade: Tempo: Alho picado q.b. Azeite q.b. Sumo de limão q.b. Folha de louro q.b. Pimenta q.b. Salsa q.b. Uma receita que aproveita carnes de um assado anterior. Misture a cebola, alho, azeite, louro, sumo de limão e salsa. Adicione um pouco de molho do assado das carnes. Coloque num tabuleiro um pouco de preparado anterior, uma camada de batata palito frita, as carnes desfiadas e outra camada de batata palito frita. Tempere com pimenta. Termine com a restante cebolada. Nota: Pode fazer o mesmo prato com carne de vaca estufada e carne de porco cortadas às tirinhas (Gigot de carnes mistas), utilizando 80 g de carne de vaca e 80 g de carne de porco, num total de 160 g de carne por pessoa. 23 Tarte folhada de maçã Dose: 4 Dificuldade: Tempo: Para adequar a sobremesa a ovolatovegetarianos, verifique se a massa folhada foi preparada com margarina vegetal Chefe Pedro Andrea Filipe 1 base de massa folhada 400 g de maçãs com casca 30 g de açúcar (+ algum para a calda) 1 pau de canela Descasque as maçãs. Reserve as cascas e a parte central das maçãs para fazer a calda. Coza 3 maçãs com um pau de canela e o açúcar. Esmague com um garfo e coloque o preparado sobre a massa folhada, estendida numa superfície lisa e enfarinhada. Corte as restantes maçãs em quartos e dê uns golpes. Coloque por cima do preparo anterior e polvilhe com açúcar granulado. Cozinhe no forno durante 30/40 minutos a 180ºC. Entretanto prepare a geleia. Pese as cascas e a parte central da maçã. Coloque num tacho e adicione igual quantidade de açúcar. Cubra o preparado com água. Deixe ferver até ter consistência de geleia. Coe e deixe arrefecer. Quando a tarte sair do forno, pincele-a com a geleia. Pera no forno com crosta de pão e citrinos Dose: 10 Dificuldade: Tempo: 3 peras médias 1 lima 1 laranja 1 colher de chá de canela moída 80 g manteiga 2 pães de véspera 2 colheres de sopa de mel Corte as peras com casca em gomos finos. Leve-as a lume brando com sumo de lima, sumo de laranja e canela moída para caramelizar um pouco. Num recipiente, coloque a manteiga amolecida com o pão de véspera triturado grosso. Junte a raspa da casca da lima, a raspa da casca da laranja e o mel. Misture todos os ingredientes. Coloque a pera num pirex e, sobre esta, coloque o preparado de pão. Leve ao forno a 200ºC até ficar dourado. 24 Chefe André Vale Bolo de veludo vermelho com cobertura de creme de queijo Dose: 8 Dificuldade: Tempo: Adequado a ovolatovegetarianos Chefe Daniel Teixeira 250 g de beterraba inteira 2 ovos 1 laranja pequena com casca 125 g de farinha com fermento 4 colheres de sopa de óleo Molho e cobertura: Casca da beterraba 1 embalagem de queijocreme Água q.b. Açúcar a gosto Descasque a beterraba. Reserve as cascas. Coloque no liquidificador os ovos, a laranja e a beterraba descascadas e partidas aos cubos. Bata até obter uma massa homogénea. Retire e envolva a farinha. Deite a massa numa forma untada com manteiga e polvilhada com farinha. Leve ao forno a 180ºC durante 40 minutos. Reserve. Entretanto, para o molho, bata o queijo creme com o açúcar. Reserve. Demolhe a casca da beterraba em água e açúcar durante algum tempo. Passe a varinha até ficar com a espessura ideal. Regue o bolo com este líquido. Parta o bolo ao meio e recheie com o queijo-creme. Cubra a parte de cima de igual modo com o mesmo creme. Tarte de iogurte e fruta Chefe Paulo Silva Dose: 200 g de bolo seco ou sem graça 100 g manteiga 100 ml de leite 6 folhas de gelatina 6 Dificuldade: Tempo: 3 iogurtes gregos açucarados Fruta tocada ou sem apresentação 100 g açúcar Corte o bolo em fatias e leve ao forno a secar um pouco. Rale e misture a manteiga amolecida. Forre uma tarteira com esta base. Aqueça um pouco de leite e junte 3 folhas de gelatina demolhada. Deixe arrefecer e misture com o iogurte grego (ou outro a gosto). Leve ao frio. Coloque o iogurte por cima da base de bolo. Leve novamente ao frio. Descasque a fruta e corte em pedaços uniformes. Prepare uma calda com o açúcar e 50 ml de água e deixe ferver 3 minutos. Adicione a fruta e deixe cozinhar. Deixe arrefecer e triture. Adicione à mistura de fruta 3 folhas de gelatina e misture bem. Deixe arrefecer. Cubra a tarte com a fruta e leve ao frio durante 2 horas. 25 TRIVALOR (SGPS), S. A. Av. Infante Santo, 21A 1350-177 LISBOA Tel.: 210 420 005 / 210 420 808 [email protected] www.trivalor.pt Projecto gráfico, conteúdos e paginação: Notiforma, S. A. • ITAU, S. A. • Gertal, S. A. Produção fotográfica: Luísa Flores 1ª Edição: Setembro 2015 Revisão técnica: Secretaria de Estado da Alimentação e Investigação Agroalimentar e TRIVALOR, SGPS. Reprodução interdita salvo pedido de autorização a TRIVALOR. Apoio: www.trivalor.pt