1 Dra. TÂNIA FRAZÃO E-mail: [email protected] ARTROGRIPOSE MÚLTIPLA CONGÊNITA Sinonímia : Rigidez Articular congênita Múltipla, Amioplasia congênita, Miodistrofia fetal. Definição: É uma doença de manifestação esporádica, caracterizada por contraturas articulares congênitas não evolutivas. A contratura é uma limitação na amplitude do movimento. Os sinais clínicos, isto é, as contraturas, podem atingir poucas articulações e a limitação de movimentos pode ser muito pequena. Nos casos mais característicos de artrogripose, mãos, pulsos, cotovelos, ombros, quadris, joelhos e pés são atingidos. Nos casos severos todas articulações do corpo podem ser atingidas, inclusive a coluna e a mandíbula (queixo). Fisiopatologia: A anomalia, imediatamente aparente ao nascimento, dá à criança o aspecto e a sensação de uma boneca de pau. Não é determinada geneticamente. O defeito básico é a aplasia e hipoplasia de muitos grupos musculares durante o desenvolvimento embrionário. É algumas vezes secundário a algum defeito nas células do corno anterior da medula espinhal. Desse modo, existe nos membros fusiformes notável diminuição da quantidade de músculos microscopicamente, observa-se infiltração fibrosa e gordura entre as escassas fibras musculares. Disso resulta que as articulações controladas pelos músculos afetados nunca se movem normalmente no útero; em conseqüência tampouco se desenvolvem normalmente, quer antes quer depois do nascimento. Excessiva infiltração do tecido fibroso é encontrada nas partes moles periarticulares, bem como na gordura subcutânea; até a pele é esticada e inelástica. A anomalia muscular é mais estática do que progressiva, porém as anomalias secundárias das articulações dentro e na vizinhança tendem a se tornar mais graves durante os anos de crescimento. As deformidades clínicas mais comuns resultantes da amioplasia congênita incluem pés tortos, graves e extremamente resistentes, deformidades em flexão ou extensão do joelho (algumas vezes com luxação resultante do joelho); uma grave e irredutível forma pré-natal (teratológica) de luxação congênita do quadril, deformidades de flexão nos dedos e punhos, deformidades de extensão nos cotovelos e deformidades de adução nos ombros. O tronco é habitualmente poupado, mas quando está envolvido, pode está envolvido, pode estar presente uma escoliose. ocasionalmente as deformidades estão limitadas às mãos e aos pés. A função mental da criança se encontra dentro dos limites da normalidade. Incidência: Incidindo em 1:3000 nascimentos (National Arlhrogrypasis association - EUA). Etiologia: No passado esta “síndrome” era tida como entidade nosológica, mas atualmente, graças ao advento da biópsia muscular com histoquímica, conhecemos inúmeras patologias de base, neuropatias, miopatias e inflamatórias que cursam com artrogripose. A biópsia muscular com técnica histoquímica e o exame eletroneuromiográfico mostraram serem úteis na identificação da etiologia. Quadro clínico: Esta “síndrome” foi classificada clinicamente por Judith G. Hall e diversos colaboradores (1982 – 1985) em amioplasia (tipos A,B,C), artrogripose distais- tipo I e tipo II ( subtipos a,b,c,d,e ), com deficiência mental, por síndromes conhecidas ( Trismo-pseudocomplodactilia, Freeman- shelom, aracnidactilia contratual congênita, polegares aduzidos). Enquanto as formas amioplasicas são clinicamente muito graves, as formas distais apresentam comprometimento predominante de mãos e pés, sendo de importância clínica menor as deformidades observadas em outras articulações. Já o tipo II de artrogriposes baseados em certas características clínicas: IIa- baixa estatura, palato fendido, IIb- ptose palpebral, IIc- palato fendido, lábio leporino, IId- escoliose e irismo. Amioplasia tipo A: Nota-se, além do aspecto facial, o grave comprometimento dos quatros membros. 2 Amioplasia tipo B: Nota-se, grave comprometimento global dos membros superiores com o tronco e os membros inferiores normais. Amioplasia do tipo C: Nota-se grave comprometimento dos membros inferiores com o tronco os membros superiores normais. Membro superior O grau de envolvimento varia desde uma deformidade global até uma deformação somente dos dedos. Avaliações mostram que o membro superior é envolvido em 40 a 88% dos casos de artrogripose múltipla congênita. Os ombros geralmente se encontram - se em adução e rotação interna, por causa da diminuição da força motora do músculo deltóide, tornando o paciente incapaz de abduzir o membro superior contra a gravidade. O acometimento do cotovelo é freqüente, geralmente em forma de uma contratura em extensão, havendo incapacidade de fletir o cotovelo contra a gravidade; há fraqueza dos músculos bíceps e braquial e perda dos contornos topográficos dos demais músculos, o que dá uma aparência cilíndrica ao membro. A contratura em flexão é menos freqüente. A maioria dos pacientes tem deformidade em flexão, desvio ulnar e pronação do punho. A contratura em flexão do punho é típica de amioplasia, em quanto que a contratura com extensão é típica das miopatias. As deformidades do punho acompanham - se de pregas de flexão no aspecto dorso – ulnar. As deformidades do punho são as mais severas do membro superior, mas que melhor responde ao tratamento fisioterápico. A mão apresenta um conjunto de deformidades complexas, com os dedos parcialmente fletidos ao nível das articulações metacarpofalângicas e interfalângicas, tornando a mão em forma de gancho. O polegar pode estar aduzido na palma. As deformidades são extremamente rígidas e a flexão dos dedos é quase impossível; a extensão só é produzida através de um movimento em massa. Membro inferior Os pês estão envolvidos na quase totalidade dos casos. Os quadris são acometidos em aproximadamente 80% dos casos, sendo que a luxação ocorre em 14 a 58% dos casos uni ou bilateralmente. Esta luxação é chamada teratológica porque ocorre no período de vida intra – uterina. O quadril apresenta quase sempre contraturas em flexão, abdução e rotação externa. Os joelhos apresentam contratura de flexão na maioria dos pacientes, associada a diminuição da força motora do músculo quadríceps femoral; a contratura em extensão é menos freqüente e pode estar acompanhada de subluxação ou luxação. Podem ocorrer torções tibiais. A deformidade mais comum dos pés e tornozelos destes pacientes é o pé torto equinovaro, reconhecida pela sua rigidez e resistência ao tratamento conservador. Os pés podem ainda apresentar deformidades em valgo e tálus vertical. Coluna Vertebral A escoliose não relacionada a anomalias vertebrais é encontrada em cerca de um terço dos pacientes com amioplasia. 1. Prognóstico Em geral o prognóstico é bom para os pacientes que iniciam tratamento fisioterápico precocemente. Os pais devem ser tranqüilizados de que as contraturas são piores ao nascimento e que as deformidades melhoram com o tratamento e com o passar do tempo. Deve-se enfatizar que estes pacientes não podem se tornar completamente normais, mas, na maior parte das vezes , podem ser capacitados para uma função e serem membros úteis da sociedade, principalmente porque contam com uma inteligência normal e elevado grau de adaptação às suas dificuldades motoras. Sessenta a 70% dos pacientes alcançam deambulação independente, geralmente com o uso de órteses. Embora as deformidades apresentadas tenha elevada tendência a recidiva com o crescimento da criança, muitas recorrências podem ser evitadas pelo uso de talas e órteses, além de constante supervisão de uma equipe multidisciplinar. A estes pacientes devem ser dadas todas as oportunidades de tratamento, mesmo que isto signifique múltiplas cirurgias. O objetivo principal é o desenvolvimento da maior capacidade funcional possível destas crianças. 2. Tratamento Os pais devem ser esclarecidos, de início, do caráter não progressivo da doença e, a partir daí, estabelecer planos e objetivos realísticos para a criança, mesmo a longo prazo, já que a patologia não parece afetar a 3 longevidade destes pacientes. Se um paciente portador de artrogripose múltipla congênita vai ao óbito, geralmente é por complicações respiratórias. É importante lembrar que a inteligência normal destas crianças tem influência positiva no desenvolvimento de capacidades motoras, mesmo em presença de deformidades severas, o que já não ocorre em pacientes portadores de paralisia cerebral ou mielomeningocele. É surpreendente o grau de independência que alguns pacientes gravemente afetados assumem em seus cuidados de higiene e alimentação. Com o tratamento adequado, estes pacientes podem utilizar seus membros da melhor forma possível. Os grandes objetivos para eles são a deambulação, se possível independentemente, e máxima função dos membros superiores. Estes objetivos só podem ser alcançados se a criança puder ser tratada por uma equipe multidisciplinar experiente no tratamento da patologia. Ela deve ser composta por um ortopedista, geneticista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, neurologista e especialistas em desenvolvimento. Logo após o nascimento deve ser iniciado um programa de fisioterapia intensiva através de exercícios passivos que aumentem o grau de mobilidade das articulações acometidas. Estes exercícios devem ser realizados de forma constantes várias vezes ao dia; os resultados desta modalidade de tratamento têm sido encorajadores. A mobilização precoce das articulações impede a atrofia de desuso dos músculos, o que tende a gerar discrepância no tamanho dos membros. O apoio podal diminui a osteopenia dos membros inferiores e, conseqüentemente, a incidência de fraturas. As correções articulares obtidas com a fisioterapia devem ser mantidas pelo uso de talas plásticas ou de gesso de uso diurno e/ ou noturno. O tratamento cirúrgico é indicado quando o tratamento conservador não oferece resultados satisfatórios. Após a obtenção da correção da deformidade, é aconselhável o uso prolongado de imobilizações gessadas ou talas plásticas, já que é reconhecida a tendência à recidiva das deformidades articulares da artrogripose múltipla congênita. 3. Manejo das Deformidades do Membro Superior O objetivo do tratamento das deformidades do membro superior é melhorar o desempenho dos pacientes em atividades diárias, principalmente alimentação e higiene, as quais assumem papel essencial na vida adulta destes indivíduos. A habilidade de usar muletas deve ser lembrada; o tratamento das deformidades do membro superior deve ser postergado até que o paciente deambule de forma independente. Em casos de severo e generalizado acometimento em que o tratamento conservador não é muito satisfatório, e a função da mão está muito prejudicada, é aconselhável aceitar as deformidades, tentando somente melhorar a função do membro superior com uso de órteses e adequação de elementos de uso diário, tornando-os próprios às deformidades do paciente. À criança devem ser ensinadas manobras que lhe favoreçam as atividades diárias, utilizando os membros deformados e eventualmente, ela desenvolverá, espontaneamente, as melhores maneiras de utilizá-los. A conduta cirúrgica deve ser realizada após os cinco anos de idade, já que a cooperação do paciente com o tratamento é essencial, principalmente no período pós-operatório. Nas deformidades do membro superior é essencial o trabalho conjunto da fisioterapia e terapia ocupacional, bem como a obtenção de projetos especiais para objetos utilizados pelos pacientes nas tarefas diárias. Ombro. Quando a musculatura do ombro é muito fraca, uma artrodese desta articulação pode ser de ajuda significativa. Exageros da rotação interna que dificultam a higiene, por deixarem a mão em posição desfavorável, podem ser corrigidas por uma osteotomia derrotatória do úmero, fixada com placas e parafusos. Cotovelo. Se o cotovelo apresenta-se em extensão, mas tem pelo menos 30 graus de flexão, pode ser esperada uma progressão favorável com a fisioterapia. A deformidade em extensão é muito incapacitante para alimentação e, na maioria das vezes, deve receber tratamento cirúrgico, geralmente através de capsulotomia posterior e alongamento do músculo tríceps branquial. As deformidades em flexão não são usualmente tratadas. Punhos/ Mãos/ Dedos. Casos de severa flexão do punho podem ser tratados por capsulotomia posterior ou, eventualmente, artrodese, após o término do crescimento esquelético. A estabilização do punho pode ser grande auxílio na melhoria da função do membro superior na artrogripose múltipla congênita. Na mão o tratamento conservador costuma não dar bons resultados e os resultados do tratamento cirúrgico, com exceção da correção das deformidades do polegar, não são satisfatórios. A correção da deformidade do polegar incluso pode ser através de zetaplastia da prega entre o primeiro e o segundo dedos, com ou sem transferência tendinosa. Eventualmente, são necessárias a liberação muscular e capsular, ou ainda, enxertos cutâneos. Nos casos de dedos fletidos, com acentuado desvio ulnar, pode estar indicada osteotomia dos metacarpianos e liberação da musculatura intrínseca da mão ou osteotomia das falanges. 4. Manejo das Deformidades do Membro Inferior No caso de haver acometimento nos três níveis ( quadril, joelho, tornozelo/ pé ), a primeira atenção deve ser dada ao pé, depois ao joelho e após, ao quadril. O tratamento das deformidades do membro inferior deve estar completo ao final do primeiro ano de vida, quando habitualmente os esforços para a marcha são iniciados . freqüente é necessário o uso de órteses que suprem de certa forma as exigências musculares dos membros inferiores para a deambulação. Quadril. 4 Se não há luxação, as contraturas de flexão, abdução e rotação externa devem ser tratadas através de fisioterapia intensiva e uso de talas para manutenção das correções obtidas. Em caso de acometimento concomitante do joelho, este pode ser tratado junto com o quadril. Sabe-se que, devido a mobilidade da coluna lombar, contraturas do quadril de até 35 graus são compatíveis com uma marcha satisfatória; acima disto a marcha e o uso de órtese são muito difícil está indicado ao tratamento cirúrgico com liberação musculares e eventual osteotomia proximal do fêmur. Os casos com luxação do quadril são de difícil tratamento, já que geralmente há severa displasia acetabular e rigidez articular. Há consenso que raramente o tratamento conservador dá bons resultados e, em quase todos os casos, é necessário o tratamento cirúrgico posteriormente. A redução incruenta só deve ser tentada em casos atípicos, onde a rigidez e o deslocamento articular forem mínimos. Quando a luxação é unilateral, a conduta atual é iniciar- se com manipulações e só quando o quadril tiver boa mobilidade, proceder- se à redução aberta com extensa liberação de partes moles, geralmente ao redor do primeiro ano de vida e quando as deformidades dos pés e joelhos estão corrigidas. A correção da luxação unilateral previne o aparecimento de obliqüidade pélvica e, por conseguinte, o surgimento de escoliose compensatória. Para os casos de luxação bilateral do quadril, a conduta é muito controversa. Até bem pouco tempo, a redução não era tentada e a criança só era submetida à fisioterapia e uso de órtese; isto pela elevada incidência de complicações do tratamento cirúrgico, como reluxação, necrose avascular da cabeça femoral e, principalmente, aumento da rigidez articular. Sabe-se ainda que o quadril luxado, mas em posição simétrica, podem conferir uma marcha satisfatória. A conduta atual para os casos de luxação bilateral com uma boa mobilidade articular e deslocamento da cabeça femoral não além da altura do acetábulo, é a tentativa de redução cruenta. Para os casos com má mobilidade articular e/ou cabeça femoral grandemente deslocada acima do nível acetabular e com displasia acetabular severa, a conduta tem sido conservador somente para incentivar a mobilização articular. Joelho. Quando fixo em extensão, deve Ter seu tratamento iniciado logo após o nascimento, com manipulação e imobilização gessada seriada. Se após dois a três de tratamento, a melhora é marginal a conduta cirúrgica deve ser indicada, através de uma liberação do músculo quadríceps femoral, acompanhada de capsulotomia anterior do joelho, seguida de talas por longo períodos de tempo. Quando o joelho se apresenta fletido, as manipulações e gessos seriados também devem ser tentados, mas geralmente é necessário a liberação cirúrgica das partes moles e cápsula posterior, tendo- se o cuidado de evitar o estiramento exagerado do feixe vásculo- nervoso posterior. As contraturas em flexão de até 20 graus são compatíveis com o uso de órtese e marcha satisfatória. As cirurgias ósseas a nível do joelho devem ser postergadas ao máximo, preferencialmente após os 10 a 12 anos de idade, devido à elevada incidência de recidiva da deformidade. Casos de deformidades muito severas podem beneficiar- se com a desarticulação do joelho e uso de prótese adequada. Pé. Para o pé equinovaro, os usos de imobilizações gessados seriados devem ser iniciados logo após o nascimento e, se os joelhos são acometidos, eles podem ser tratados conjuntamente. O tratamento conservador não tem bons resultados, devido à severidade e rigidez da deformidade as cápsulas articulares são espessas e há fibrose intra-articular, o que dificulta até mesmo o tratamento cirúrgico. Estes pés devem ser tratados cirurgicamente entre os 9 e 12 meses de idade, através de uma ampla liberação de partes moles, incluindo cápsulas ,tendões e ligamentos, além de completa derrotação do tálus e calcâneo. Coluna Vertebral. A escoliose que se apresenta ao nascimento neste paciente geralmente não é devida a malformações vertebrais e responde bem ao tratamento conservador com exercícios de estiramento da musculatura do tronco. Nos pacientes adolescentes a curvatura mais comum é a escoliose lombar ou toracolombar, que deve ser tratada de forma conservadora (uso de órtese toracolombar de contato total) se estiver entre 20 a 40 graus. As curvaturas torácicas, menos freqüentes, não respondem bem a está medida. Curvaturas maiores de 50 graus devem ser operadas, através de uma artrodese com abordagem anterior e posterior. Prognostico / Evolução Diminuição dos movimentos fetais. O parto difícil e a apresentação pélvica são ocorrências freqüentes.O parto traumático pode levar as fraturas dos membros. No recém-nascido, as mãos apresentam posição própria, pé torto de grau variável. Algumas pacientes com formas atípicas desta síndrome apresentam dificuldades para mamar. A Inteligência é normal exceto nos pacientes sujeitos aos toco traumatismo causados pela rigidez articular. Observa-se diminuição do crescimento ósseo nos membros afetados; com o tempo a flexão das grandes articulações pode aumentar. Estes pacientes quase sempre conseguem caminhar e manter-se a si próprios, desde que submetidos a fisioterapia bem conduzida. Necessitam geralmente de varias operações ortopédicas, com as quais se conseguem resultados funcionalmente aceitáveis. E importante instituir precocemente a fisioterapia, a fim de mobilizar o quanto antes 5 o tecido muscular porventura existente (sobretudo dos músculos intrínsecos); a aplicação de talas aparelhos de gesso podem levar as atrofias musculares. Tratamento O tratamento das deformidades articulares associado com amioplasia congênita representa um dos mais intricados problemas no sistema muscoloesquelético e demanda toda paciência, engenhosidade e habilidade do terapeuta. A variedade de quadros clínicos e graus de acontecimento exigem que o tratamento do paciente seja feito de forma individualizada. O Tratamento fisioterapêutico tem dois objetivos principais: marcha e independência nas atividades diárias. O sucesso terapêutico depende não apenas da técnica utilizada, mas sim do acompanhamento reabilitacional desde o nascimento. O tratamento de reabilitação atua em diversos campos, sempre tendo em mente não apenas as deformidades, mas o desenvolvimento global do individuo e suas possibilidades de integração ao meio. Fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, professores especializados e técnicos em órteses atuam durante anos ao lado do ortopedista. Os principais objetos dessa equipe multidisciplinar são: - Manutenção da amplitude de movimento articular. - Fortalecimento da musculatura residual e melhora da hipotonia. - Facilitação da aquisição das etapas do desenvolvimento motor e cognitivo. -Promoção da melhor integração do esquema corporal e desta forma facilitar a aquisição de padrões de movimentos necessários à realização das atividades de vida diária e prática. Comentário Em alguns pacientes pode ser demonstrada a presença de inserções tendinosas anormais, de fraqueza ausência de tendões de mãos e pés estas anomalias podem ser pela instalação das contraturas in útero. Convém tentar obter a comprovação pré-natal do diagnóstico mediante aplicação da ultra-sonografia de tempo real, são normais ou não; pode estar indicado para tranqüilizar os pais e descobrir eventuais anomalias da motilidade fetal. Bibliografia BRUSCHINI.Ortopedia Pediátrica.São Paulo, Atheneu,1993. HERBERT, Sizínio. Ortopedia e Traumatologia: Princípios e prática. (et. Al.) Porto Alegre: Artes Médicas,1995. HOWARD, R: a case of Congenital de fect of the muscular sysem and its association with congenital talipes equinovarus.Proc.Roy.Soc.Med, 1:157, 1907. HALL, J.G, et al; Amyoplasia .j. Pediatr., in press, 1981. TACHDJIAN. Ortopedia pediátrica. 2ª. ed, vol. 1, Ed. Manole, 1995. WILLIAMS. P.F Arthrogryposis. Management of Limb problemas in Arthrogryposis.clin orthop, V.194, P.60, 1985.