Faculdade Unisaber/AD1 IBES - Instituto Brasileiro de Educação e

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Faculdade Unisaber/AD1
IBES - Instituto Brasileiro de Educação e Saúde
Curso Licenciatura Plena de Pedagogia
Filosofia da Educação
Rosiney Gomes de Oliveira Silva.
Graduada em História pela UEG - GO.
Licenciada em História e cultura afro-brasileira pela FINOM- MG
E-mail: [email protected]
Brasília – DF
2013
Filosofia da Educação
INTRODUÇÃO
A disciplina de Filosofia da Educação tem como foco o repensar da postura do educador
frente sua realidade de sala de aula. Será que o aluno é tratado como um ser agente da educação ou
simplesmente como um ser paciente, que apenas recebe instrução e nada tem a contribuir para o seu
processo de aprendizagem. Ao se falar do aluno e dos modelos educacionais há um grande contraste,
pois os modelos são antigos e, por vezes, não condizem com a realidade do educando e do educador.
Modelos esses que visam apenas a disciplina e a aprendizagem como algo a ser absorvido. Pensar e
refletir a educação, portanto ser um filósofo educacional é questionar a postura pessoal e coletiva, é
saber ouvir os educando, é buscar a melhoria da educação.
O educar filósofo é aquele que busca algo mais, que procura o novo e interage com o todo
educacional. Refletindo sobre o meio ambiente, sobre a educação e aos parâmetros nos quais está
inserido.
O objetivo da disciplina é que o aluno reflita sobre o que é e o que significa educar no
contexto e nas situações de hoje. Junto com essa questão buscar-se-á no decorrer da disciplina
destacar a fundamental importância do pensar e do refletir no entorno educacional. Que tipo de
educação está se construindo? No desenvolvimento desse conteúdo espera-se que as respostas para
essa e outras questões sejam alcançadas. Então, vamos iniciar nossa caminhada nos meandros,
caminhos e descaminhos da educação e chegar ao caminho que leva o educador a ser um filósofo da
educação. Pensar, refletir e mudar!
1.1. A importância da filosofia da educação
Segundo o dicionário Houaiss é a “aplicação dos métodos próprios para assegurar a formação
e o desenvolvimento físico, intelectual e moral de um ser humano; pedagogia, didática, ensino”.
Portanto, educação envolve não apenas o ato em si, mas o entorno desse ato, determinando posturas
que possibilitem a formação do indivíduo como um todo. A educação formal, na escola deve
proporcionar ao indivíduo contínua transformação e, como tal, possibilitar reconstrução social. Quem
é o homem? O ser humano é um ser em eterna construção. É um ser inacabado, porque se constrói a
cada nova possibilidade que se avizinha. O ser humano é um ser potencial, pois tem possibilidade de
sempre acrescer novos conhecimentos ao seu repertório. Por isso, o homem é um ser inacabado. O
homem é um ser cultural, pois está inserido dentro de uma estrutura. Estrutura essa familiar, social,
cultural (o micro e macro).
Querer convencer uma pessoa dizendo que algo é ou não importante é sempre uma tarefa
muito difícil. Essa dificuldade é maior quando as diversidades sociais se apresentam. Os interesses e
motivações são proporcionais ao grau de vontade com que sequer algo. Por isso, pede-se, de
antemão, que a disciplina de filosofia da educação não seja objeto somente de desejo, mas sim algo
buscado com um sentimento de completude da própria existência. A importância das coisas não
precisa ser dita. O tempo e o espaço vão se encarregar de demonstrar tal realidade. Assim como os
pais, por vezes, se tornam opressores por quererem realçar alguns aspectos da formação e da
caminhada de uma pessoa enfatizar a importância da filosofia é uma forma que se encontra para olhar
o caminho pelo espelho retrovisor. Analogamente a filosofia é refletir sobre o quê é e deveria ser o
pensamento entorno da educação. A filosofia da educação não é a resposta, mas o questionamento
sobre a educação. Pitágoras, no século VI a.C, definiu a filosofia como “amor pela
sabedoria”,experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância.Cabe-nos
aqui conceituar filosofia: Filosofia (do grego philos - amor, amizade + sophia - sabedoria)
modernamente é uma disciplina, ou uma área de estudos, que envolve a investigação, análise,
discussão, formação e reflexão de ideias (ou visões de mundo)em uma situação geral, abstrata ou
fundamental. Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e
questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. As
interpretações comumente aceitas pelo homem constituem inicialmente o embasamento de todo o
conhecimento. Estas interpretações foram adquiridas, enriquecidas e repassadas de geração em
geração.
O termo filosofia refere-se ao amor à sabedoria. Por vezes, se traduz filosofia por “amor ao
saber”, mas, para os gregos, inventores do vocábulo, havia uma distinção entre o saber como
conhecimento teórico e a sabedoria como conhecimento teórico e prático, próprio dos sábios.
A questão sobre o que é a filosofia é feita inúmeras vezes. Isso não só no meio acadêmico,
mas no cotidiano de todas as pessoas, pois todos, em algum momento, se questionam sobre sua
postura, sua visão de mundo, seu modo de ser e agir, ou mesmo seu lugar no mundo. Se questionar
sobre filosofia não é um privilégio de acadêmico, doutores ou filósofos, todo ser humano em algum
momento de sua existência para para refletir sobre sua própria existência, procura resposta, faz
suposições sobre a vida. Filosofar é, num primeiro momento, refletir sobre a Vida.
O ser humano, como ser racional, questiona-se sobre tudo o que o rodeia. Essa reflexão está
mais aguçada quando nos referimos aos filósofos. O filósofo é, portanto, concebido como aquele que
busca o conhecimento puro e não se deixa corromper por sistemas pré-estabelecidos. Especulação
sobre a verdade e a natureza da verdade e do universo são preceitos típicos do espírito filosófico. Ser
filosofo vai além do saber teórico. Ser filósofo é querer saber, provar, comprovar seu conhecimento.
Num exemplo prático temos as situações de trânsito. Quando no trânsito o indivíduo que está
em deslocamento olhando à frente, através do pára-brisa, tem uma visão de perspectiva. Agora no
momento em que alcança um olhar através do espelho retrovisor apresenta aí a possibilidade da
reflexão, ou seja, do refletir no por vir e nas possibilidades que poderão se efetivar. Gostar-se-ia que,
para o começo do deslocamento, essa seja a primeira ideia a ser construída a partir da concepção da
filosofia da educação.
1º. O primeiro conceito de educação é, como se disse, o operado pelas sociedades primitivas e
também, parcialmente, nas sociedades secundárias, sobretudo no que toca à E. moral e religiosa.
Consiste na transmissão pura e simples das técnicas consideradas válidas e na transmissão simultânea
da crença no caráter sagrado, portanto imutável, de tais técnicas [...].
2º. O segundo conceito de E. é aquele pelo qual a transmissão das técnicas já adquiridas tem
sobretudo a finalidade de tornar possível, através da iniciativa dos indivíduos, o aperfeiçoamento
dessas técnicas. Desse ponto de vista, a E. é definida não do ponto de vista da sociedade, mas do
ponto de vista do indivíduo: a formação do indivíduo, a sua cultura, tornam-se o fim da educação.
Os conceitos que são elaborados ao longo da existência reproduzem a compreensão que se
tem das coisas, das pessoas, dos objetos e das circunstâncias. Em função de tal circunstância, precisase estar atentos e convictos dos conceitos e dos juízos que são feitos das realidades com as quais se
deparam. A ideia primordial que coloca o sujeito diante de tais questões, necessariamente, perpassa a
condição de necessidade e, com certeza, a filosofia da educação visa buscar a compreensão, nos dias
de hoje, da sua importância.
Emanuel Kant afirma que não há filosofia que se possa aprender e sim aprender a filosofar.
Esse será o desafio a ser buscada nessa disciplina.
1.2. O papel e os objetivos da filosofia da educação
O papel do filósofo de educação é o de ajudar e desvelar as exigências e necessidades no
processo de ensino-aprendizagem. Sobretudo o educador precisa aprender que a educação somente se
faz com pessoas. As pessoas são educadas e não doutrinadas.
Educar para o processo de orientação é sempre um desafio. Formar e educar uma pessoa são
tarefas difíceis, mas quem trabalha com educação precisa aprender que a sua função é homérica, pois
planta, semeia e muitas vezes não está mais presente para colher os frutos.
Onde entra a filosofia da educação? Qual é o porquê da filosofia da educação? Diante dessa
pergunta brota a necessidade de um momento de silêncio e reflexão.
No instante que se elabora tal questão precisa-se objetivar uma resposta. Muito mais do que
somente apresentar a resposta, o papel da disciplina está latente na circunstância em que se percebem
as atitudes e os motivos que estão orientando uma ação. As coisas, ou ações, que desenvolvemos são
frutos ocasionais ou não? Que grau de consciência se tem daquilo que se faz? Encontrar essas
respostas é o começo da compreensão do papel que a disciplina deverá desempenhar.
O mais difícil numa resposta é compreender com exatidão a pergunta. Nesse momento, entra
a questão do conceito de filosofia da educação.
1.3 O que é filosofia da educação
A filosofia da educação é a sabedoria presente no olhar, olhar de compreensão do porquê e
para quem o modelo de formação escolhido atende. Por exemplo, se o referencial for econômico, o
investimento todo será canalizado em como fazer, isto é, na elaboração da estrutura ou do prédio.
Sendo um modelo de formação de seres humanos, o investimento recairá sobre o indivíduo, a pessoa.
Investir em estrutura possui um preço; já investir no ser humano requer valor, habilidade,
maestria. A sabedoria não pode ser capturada em tempo determinado, pois requer amadurecimento e
compreensão.
Na ânsia de se buscar respostas imediatas para o aqui e agora, somente terá como foco o
resultado e não as consequências imediatas do processo. Portanto, enxergará apenas o resultado fugaz
do processo. Como fica o pós-momento? Nessa relação isso não é tão importante, pois visualiza um
resultado eficaz, mas nem sempre eficiente.
Existe um modelo predefinido, quando se perde o foco o sentido do que queremos fica
ofuscado. Como exemplo, podemos descrever a seguinte situação de um cidadão comum, com sua
rotina. Um dia quando se vê forçado a mudá-la percebe as dificuldades. Exemplificando: O indivíduo
João, vítima de um desconforto orgânico, dirige-se imediatamente ao um posto de saúde. Como o
quadro dele exigia aparentemente pouco cuidado, logo lhe pedem que aguarde. Chega uma
enfermeira e lhe pergunta: “O que você está sentindo?”. Ao que prontamente João responde: “Estou
sentindo uma falta de ar.” Nesse instante, a enfermeira verificou a pressão e pediu que aguardasse por
mais um tempo. E assim o tempo foi passando até que João se irritou e começou a protestar o seu não
atendimento. Logo apareceu um segurança e pedindo que ele controlasse a sua inquietação: “Por
favor, comporte-se, pois caso contrário, terei que pedir-lhe para se retirar desse ambiente, estás
criando um tumulto.” Nesse momento João, olhando no seu entorno percebe que está chamando a
atenção de todos os presentes. Ao que prontamente reagiu com constrangimento, a ponto de dizer:
“Desculpem, não era a minha intenção.” Após tal fato, retornou a sentar-se solitariamente no seu
banco. Passados mais, aproximadamente, 40 minutos pediram que se encaminhasse para o exame e
assim o fez. Chegando ao consultório, rapidamente foi examinado e constatado um problema
inflamatório. Em função desse quadro recebeu dois medicamentos e após liberado. O tempo de
espera, de exame, atendimento, deslocamento, consumiu boa parte do dia de João. A alteração da
rotina possibilitou o surgimento de vários contratempos, pois como era pai de duas crianças e morava
sozinho, não teve tempo e condições de encaminhá-las para a escola.
Um contratempo severo na vida de uma pessoa afeta toda uma rede que está no seu entorno,
que faze parte do seu cotidiano. As consequências daquele problema sério que, aparentemente, estava
resolvido continuou replicando durante uma semana, pois no outro dia constatou que as crianças,
pelo fato de não terem ido ao colégio, perderam várias atividades significativas. Com isso ampliando
a sua situação de desconforto. Nessa rápida situação apresentada desenvolve-se toda uma realidade
de situações de difícil solução, pois a organização do dia-a-dia das pessoas não permite o surgimento
de qualquer contratempo. Portanto, se faz necessário e a grande tarefa que a filosofia da educação
precisa contribuir é que se possa pensar o que realmente se entende por educação.
A educação que João apresentou desde a sua saída de casa até o seu retorno pode ser
classificada ou entendida como alguém que compreende as consequências do seu agir.
A sabedoria não se identifica somente em momentos de êxtase, de abstrações, mas também no
momento que se sabe discernir as implicações das suas atitudes. Dessa forma, educar é preparar o
individuo para conviver sadiamente com as diversas e múltiplas situações. Portanto educação não é
um processo do aqui e do agora, mas é um processo de formação de um ser humano. No momento
em que se educa não se está produzindo uma ferramenta, mas sim, está se possibilitando uma
perspectiva de uma realização de uma pessoa.
A educação não é algo que cabe somente a instituição de ensino; compete também à família e
à sociedade. A consequência disso com certeza afeta a sociedade de forma positiva ou negativa.
Temos uma família que já não é mais modelo de perfeição e harmonia. Antes havia um modelo paimãe-filhos, hoje essa estrutura não é mais o comum de se encontrar. Na realidade que se vive hoje
temos que, em uma sala de aula, discernir entre o virtual, tão presente no cotidiano, e o real, aquilo
que se tem acesso dentro do ambiente escolar. A tarefa da filosofia da educação é de pensar essa
realidade em que cada ser humano está envolto.
Numa turma de 40 alunos, o professor se vê frente a 40 indivíduos diferentes, Cada um com
suas particularidades, com seus parâmetros. Nesse momento a filosofia da educação poderá alicerçar e dar
parâmetros aos educadores que se preocupam com compreender as diferenças.
1.3.1. Filosofia
O objetivo da filosofia é a formação de um homem integral, isto é, um homem com essência.
Cabe à filosofia desenvolver no educador um espírito que possibilita a compreensão da essência
presente em cada pessoa, entender as lógicas do agir de cada pessoa. Além disso, auxiliar na busca da
dimensão de como deveriam ser as pessoas e as possibilidades.
É tarefa da filosofia permitir um novo olhar sobre circunstâncias já existentes. O filósofo é um
ser que se encanta pela lógica e compreensão da explicação do por que a pessoa pensa e age daquela
forma.
A filosofia tem como princípio desbanalizar o banal. Cabe ao filósofo questionar posturas e
atitudes frente a situações que se tornam banais mesmo sendo absurdas. Questionar, possibilitar não
apenas o ver, mas o olhar, o entorno.
Filosofia, portanto, é tarefa. A filosofia não se ocupa do fazer, mas como fazer. E a filosofia
da educação segue essa mesma estrada que é a de refletir sobre educação.
1
1.3.2 Educação
Educar não é ensinar. Educar é formar um ser humano capaz de conviver e compreender as
diversidades presentes no ambiente educacional. Quando se ensina, se transmite conhecimento préadquirido, mas, quando se educa, se possibilita a construção do conhecimento. É na pratica educativa
que se formam seres integrais, como pregavam os gregos e sua paideia. Educador é aquele que nutre
seus educando com possibilidades reais de desenvolvimento e não aquele que trata seus educando
como gavetas a serem preenchidas.
No contexto atual vive-se uma diversidade, mas precisa-se formar um indivíduo na
pluralidade. O grande desafio da atualidade educacional está no processo de visualização das
múltiplas possibilidades de cada indivíduo. Educar não é concluir essas possibilidades, mas auxiliar a
criança, jovem ou adulto a compreender as implicações do seu agir.
Educação é um processo de acolhida das diversidades em torno de uma sociedade plural.
Sociedade essa que é onde se vive e onde se está inserido
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2. COMUNIDADE EDUCACIONAL
32.
Pensar em educação requer que se pense todo o seu entorno. Em função disso deve se
aproximar o olhar dos vários modelos institucionais que formam a instituição educacional. Um pouco
ou muito de cada membro de uma realidade social e está representada através das diversas estruturas
sociais criadas e apresentada na caminhada e no aprimoramento existencial humano. A comunidade
educacional não é composta apenas de alunos e professores. Todo o entorno faz parte da sua estrutura. Uma dá
suporte a outro e se completam. Por isso a importância de se ter uma visão ampla da educação como
estrutura comunitária.
A educação é alicerce para a construção de uma sociedade bem estruturada e arraigada. É a
educação que proporciona reflexão e reformulação de parâmetros.
2.1 A instituição
A instituição não é composta apenas do prédio. O prédio, estrutura física, é apenas uma
pequena parte do todo institucional. A instituição representa uma vontade da comunidade.
O entorno educacional é o grande laboratório do ambiente educacional. A instituição de
ensino representa ou precisa representar a extensão social da comunidade.
A instituição não está representada na construção do prédio. O prédio representão espaço
físico onde são demarcadas as situações e as possibilidades de socialização e integração do indivíduo
com a sua comunidade. Esse espaço sintetizado na construção de um prédio representa a simbologia
do acolhimento das individualidades sem prol da formação de uma postura, eminentemente, coletiva.
A formação de vínculos do indivíduo com o seu grupo significa a formação de um ser
compromissado e identificado com o seu grupo social. O nome da instituição ao qual o indivíduo se
vincula é a confirmação e a demarcação do significado simbólico.
A instituição é o espaço onde as pessoas aprendem e buscam se organizar em grupo. Essa
confere ao indivíduo a noção de pertencimento, pois a cada momento em que alguém se refere
especificamente ao nome da instituição, seja isso positivamente ou negativamente, sempre está
referindo-se ao grupo de pertencimento do indivíduo. Esta identificação requer toda uma
aproximação e acolhida por parte de todos os membros naquele contexto.
Cabe realçar que a instituição escolar, na sua essência de coletivização, não tem dono, pois ela
surge como uma possibilidade de construção e elaboração das pessoas que são membros dessa
comunidade. No momento em que o indivíduo não se sente tocado ou pertencente a essa realidade em
construção o processo ali instaurado, de construção de uma identidade social, fica seriamente
comprometido.
O espaço social é o deslocamento proporcionado no mecanismo de incorporação de todos os
aspectos sociais que ali se encontram. A invisibilidade dos movimentos sociais está representada em
cada espaço social solidificado através do tempo e da história no entorno institucional.
O sentimento de pertencimento só se dará no momento em que a instituição conseguir
representar a realidade social de todos os seus membros. A instituição escolar jamais pode ter dono,
pois se esta realidade é verificada não nasce, neste contexto, a possibilidade da dinâmica do processo
histórico da instituição. Essa é aprimorada e conta a sua história porque permitiu, a partir da sua
organização, a possibilidade do desenvolvimento das potencialidades dos seus indivíduos.
O surgimento de uma instituição escolar se deve a muitos fatores, dentre eles destacam-se
alguns.
a)
Pessoal: Precisa agregar o sentimento, uma visão de que a escola não tem dono. A escola
tendo um dono provoca o descomprometimento do grupo na busca dos ideais educacionais. A
instituição organizada e planejada por um indivíduo precisa estar fortemente embasada em ideais e
modelos de educação necessários para a comunidade. Não se faz uma instituição de ensino centrada
exclusivamente no entorno de uma pessoa, pois, além de fragilizar uma instituição, compromete toda
uma realidade de modelo de uma sociedade a ser construída. Quando a instituição é moldada em
torno de um único indivíduo e este tem que se ausentar o modelo corre o risco de desaparecer, pois o
comprometimento somente brota a partir de ideias e ideais educacionais, e não de fins pessoais.
b)
Grupo de amigos ou conhecidos: pode surgir a partir de necessidades que um grupo de educadores
identifica para buscar a realização de um modelo de instituição que reproduza as suas realidades
ideológicas enquanto grupo.
c)
Estruturas religiosas: são aquelas que apresentam todo modelo de formação no entorno da
existência humana em uma dimensão de espiritualidade e fé. Esse tipo de instituição tem um
compromisso com a doutrina que professa. Visam à formação ética, moral e confessional do
indivíduo.
d)
Projetos políticos governamentais: É a organização da sociedade a partir dos seus estornos
políticos, a administração do processo educacional pautado na vontade política de um determinado
contexto.
e)
Comunitários: é a busca das demandas a partir de um sentimento de uma organização
altamente pautada no sentimento de grupo. As dificuldades apresentadas em determinados contextos
requerem a intervenção de toda uma comunidade para responder a uma demanda ou necessidade
desse mesmo grupo. Assim, como isso, representa um alto grau de comprometimento da comunidade
com o seu grupo, por sua vez também pode representar a urgência de organização do mesmo grupo
em prol de respostas aos desafios e dificuldades aí verificadas.
Não se pode pensar que existem tipos de instituições melhores ou piores, e sim de que as
trajetórias percorridas pelas instituições sintetizam o comprometimento a inserção dos indivíduos
nesta esfera social. O poder não está na instituição “prédio” e sim na instituição memória e trajetória.
O momento em que se pensa que o poder da instituição está no prédio em caso do seu desabamento
ter-se-á a ruína daquele modelo. Por isso se faz necessário um modelo de instituição que visa à
representação legítima dos indivíduos em seus grupos organizacionais.
Quando um indivíduo não se sente pertencente a esta instituição, é porque de uma forma ou
outra o sentimento de inclusão e apropriação não se efetivou. A grande importância desse processo
de acolhida legitima a instituição como um espaço de realização dos seus indivíduos.
Nas circunstâncias em que a instituição ou o modelo institucional não representa esse
sentimento de pertencimento a esse ambiente social demonstram que o processo que se desenvolveu
está centrado numa relação vertical de poder. Com o passar dos anos os seres humanos como as
instituições vão amadurecendo os seus modelos, os seus referenciais e seus objetivos. Tal processo
demonstra o amadurecimento que o espaço social adquire durante o seu processo de construção e
legitimação. A instituição é o espaço aonde os indivíduos conseguem construir a extensão dos seus
interesses particulares, em prol de toda uma possibilidade e modelo social.
Nas circunstâncias em que se realiza um estudo ou uma compreensão institucional precisa se
identificar também o processo histórico e a memória simbólica de uma civilização. Se a instituição é
vista como algo inadequado reproduz-se aí a imaturidade civilizatória do entorno educacional.
A instituição não nasce pronta, aliás, nunca está pronta. Porque ela representa a síntese de
respostas que coletivamente a comunidade busca a partir das necessidades individuais e sociais e
estas estão em constante transformação, vão amadurecendo.
2.2 A família
A família é uma comunidade, ou seja, nela predomina a vontade natural dos membros do
grupo. Já na sociedade o que predomina é o caráter racional. É no seio da família, portanto, que deve
haver essa transição entre o comunitário para o social, ou seja, cabe a família preparar os seus
membros para a vida social, colocando o privado, família, em prol do público, sociedade.
A grande questão da família é conduzir o aprimoramento, ao aperfeiçoamento do indivíduo na
sua dimensão pessoal. É na família que se desenvolve a dimensão do caráter da privacidade, do
particular, do afetivo, do próximo. A transição entre o privado e o público começa a ensaiar os
primeiros passos a partir dos membros de uma família.
O modelo de família tem mudado com o passar dos anos. Hoje ela já não pode ser
considerada como a base que sustenta uma sociedade, mas, ainda assim, ela é um dos pilares centrais
dentro do todo comunitário. Apesar de ter perdido sua referência como unidade e harmonia na
sociedade, ela possui uma função essencial, como primeira instituição na formação do indivíduo.
A família mantém duas funções essenciais no que se refere à criança: de proteção e de
educação. Embora, por vezes desestruturada, ainda é o seio da afeição e do cuidar. Ela não pode se
omitir de seu papel e sua função dentro do todo social.
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2.3. Os professores
Os professores são os líderes, os representantes dos modelos referenciais em que os
estudantes solidificam as suas bases. O professor necessita ter a dimensão real de sua importância e
de seus modelos. Ele é que repassa a dimensão do coletivo, trabalhando o caráter de pertencimento
do grupo e não do privado. Isso requer um professor maduro e comprometido com sua função de
formador.
As diversidades de temática de assunto, de conteúdo, não podem comprometer o caráter
educador que o professor assume com a comunidade e com a sociedade. A dimensão de um professor
precisa estar além do comprometimento com o seu conteúdo, até mesmo porque, muitas vezes, ele
passa a ser o único modelo para os seus alunos. Torna-se referencial no que se refere à postura social,
de socialização.SAVATER (2000) coloca de forma recorrente a falta de parâmetros com que a
criança chega à escola. Isso implica em uma nova função ao professor e à própria escola, que, ao
invés de puramente ensinar conteúdo e de complementar aprendizagem, tem que formar conceitos
básicos.
Além de pensar se tem ou não função do professor fazer ou não, cumprir a tarefa que antes era
da família, ele precisa se dar conta da importância e da repercussão de uma atitude inconsequente. O
compromisso de um educador não cessa no puro e simples transmitir conteúdo. Ao contrário disso, é aí que
começa o seu compromisso de cidadão. “No entanto, essa nova situação da educação, embora
multiplique as dificuldades no caminho dos professores, também abre possibilidades promissoras
para a formação moral e social dos futuros cidadãos.”
Ser professor hoje nem sempre é fácil e compete salientar que financeiramente fica muito
aquém do que deveria ser.
No entanto, não deve se esquecer de que a aprendizagem é algo que deve vir de dentro para
fora. Procurar proporcionar ao aluno o experienciar o conteúdo é um dos desafios do educador.
Dificuldades? São muitas, só na fórmula tentativa/erro/acerto é que o professor encontrará seu
caminho, a melhor fórmula. Não há receita mágica ou milagrosa, há, sim, caminhos a serem trilhados
e só no caminhar cada um encontrará o seu próprio caminho.
O professor não é mais visto como modelo, como detentor único do conhecimento, mas cabe
a ele refletir sobre essa nova realidade e perspectiva que é a de encontrar novos caminhos. O
professor, sim, é “alguém” imprescindível na busca por uma sociedade mais humana, por isso o
professor deve ser um educador filosófico, não um conteudista, um tarefeiro.
Meirieu (2006) salienta que sempre se ensina algo para alguém, todo professor ensina algo,
possibilitando o intercambio entre os “objetos de saber” e os “sujeitos” que se apropriam desse saber.
O professor, ainda segundo o autor, é mais do que simples instrutor ou colaborador, ele é “alguém”.
Considerar o educando como “alguém” que traz, também,conhecimento para a sala de aula,
esse é um dos desafios do educador.
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2.4. Os alunos
Ao se deparar com a disciplina, a cobrança, o estudar e tudo o mais que envolve ser aluno há,
quando o aluno não teve uma boa formação familiar, um grande conflito interior. Deve se ter em
mente que a educação é algo de dentro para fora e não algo a ser imposto.
Qual o compromisso do aluno? Ele deve ter como compromisso a aquisição de novo
conhecimento. A educação é o fio condutor entre a cultura espontânea(família) e a cultura elaborada
(aquela padrão da sociedade em que se vive).
Quem é o aluno? Os conceitos de aluno na língua portuguesa são daquele que é educado por
alguém, aquele que recebe instrução.
Já na filosofia aluno é aquele que faz a pergunta e se espanta diante de uma determinada
situação e circunstância. Então, o aluno é aquele que tem ou necessita de alguém que o instrua, que
lhe mostre o caminho.
Ser aluno requer comprometimento e vontade para ser agente da construção do conhecimento. Ser
educando é procurar crescimento e aquisição de sua própria aprendizagem.
As crianças e adolescentes têm garantido, no Brasil, o direito ao ensino, à educação. A
constituição delega ao Estado o dever para com estes cidadãos, mas cabe a cada um reivindicar esse
direito, que nem sempre é efetivado de forma eficiente.
Ser aluno é uma tarefa permanente. Querer aprender e compreender a necessidade da
educação é uma tarefa árdua, mas fundamental para construção do homem integral
2.5 A escola
O que vem a ser a escola? Qual sua função dentro da sociedade? Questões essas são feitas
inúmeras vezes, porque não é raro ver-se grandes dificuldades dentro do ambiente escolar, seja de
postura, de comportamento, de atitude.
A escola é, portanto, o ambiente de aprendizagem, de saberes coletivos e sociais. É na escola
que se faz a transição definitiva entre o particular o público. A família fez sua parte e é na escola que
esses saberes se transformam ou se moldam dentro do contexto social.
Qual a extensão que a escola tem nesta formação? A escola não pode roubar da criança a
vontade de aprender. Por isso, precisa ser um espaço de incentivo e motivação para auxiliar na
formação integral da criança, do adolescente, do aluno.
mo ser integral.
3. Modelos de educação
Desde os gregos a educação é visto como o alicerce de uma sociedade. Os gregos usavam a
palavra Paideia como ápice do processo educacional, pois significava a formação integral do homem.
Não apenas o ler e escrever, ou seja, informação, informar. A formalidade do ler e escrever
simplesmente significa a trajetória desenvolvida pela sociedade.
A idéia básica é formar, formação do homem. É permitir. Educar é um processo de permissão,
autorização. A educação sintetiza a caminhada que a sociedade enquanto organizada, desenvolveu
numa perspectiva de coletividade. A educação apresenta e reproduz o modelo de sociedade que o
grupo entende como ideal. Ele é reflexo da sociedade, do todo social.
A educação é um fenômeno social e universal. Só o homem tem consciência e visa à educação
como modo de aprendizagem, de melhoramento. O homem é um ser em formação, inacabado, social
e cultural.5
A educação não é, porém, a simples transmissão de herança dos antepassados,mas o processo
pelo qual também se torna possível a gestação do novo e a ruptura com o velho.
Hoje esta ruptura com “o velho” é muito mais dinâmica, pois existe muita informação em
circulação. Mesmo em sociedade primitivas existe essa ruptura, são poucos os locais em que se está
isolado da realidade de mudança pela informação.
Cabe aos educadores proporcionar uma transformação e entendimento dessas várias
possibilidades para formação do ser integral. Paideia não é, para os gregos, um aspecto exterior da
vida. É formação pessoal, integral, intrínseca, inerente a cada indivíduo. Pensar os modelos
educacionais é pensar sobre as possibilidades de aprimoramento, aperfeiçoamento da educação como
um todo.
3.1 Ensino
Como pensar o ensino? O objetivo da disciplina de Filosofia da Educação não é criar novos
modelos, mas, sim, refletir sobre o que se tem e o que se gostaria de aprimorar. Reflexão é a primeira
tarefa de um educador.
O ensino hoje é baseado, moldado a partir de modelos predeterminados pelo Estado. É dever
do Estado assegurar, à criança e ao adolescente, acesso ao ensino fundamental. Mas como trabalhar
as diversidades e pluralidade dentro da comunidade escolar específica?
O ensino é o momento da sistematização do conhecimento, é quando se transmitem
informação, conceitos. O ensino formaliza a educação.
Ensinar e educar se relacionam, se completam; mas não dependem uma da outra. Isso deve ser
um dos motivos de reflexão do educador. Ensinar sem educar ou educar sem ensinar serão processos
incompletos na formação do educando. Ensinar, instruir, proporcionar conhecimento, mas não
mostrar sua prática, sua importância, suas possibilidades é uma falha do sistema educacional. Deve se
relacionar teoria e prática e não, simplesmente, dar a conhecer a informação.
Caso se tenha uma atitude na relação de ensino aprendizagem puramente de repassar
informações as instituições de ensino terão pouca possibilidade de sucesso diante de um modelo
social que gira em torno da mídia, da informação. O apelo midiático, hoje, trabalha muito a questão
da imagem e é exatamente nesse momento que as estruturas educacionais precisam acessar e
trabalhar o imaginário que é, em última instância, desenvolver uma atitude de reflexão onde o pensar
se torna uma característica básica.
Somente este desenvolvimento do imaginário permite o desenvolvimento da condição de ser
humano. Olhar a imagem é uma possibilidade pura e simples de percebê-la e captá-la, mas
transformar essa percepção e captação em sentido e significado é transportar ao indivíduo a
possibilidade de desenvolver a sua subjetividade, isto é, o seu imaginário.
A pessoa não é o que vê, mas o que consegue enxergar. Para isso precisa-se desenvolver na
pessoa um sentimento e a ideia de que a aprendizagem é a trajetória que cada indivíduo percorre ou
percorreu durante a sua existência. Essa aprendizagem torna-se sábia e eficaz no instante em que o
que se aprendeu pode ser inserido na vida desse indivíduo.
Na sabedoria não se pode aprender a excluir, e sim identificar o que precisa ser aprendido.
3.2 Sociedade
A sociedade é a criadora das normas, regras e parâmetros da educação. Não pode se pensar a
educação sem ter em mente a sociedade na qual ela será aplicada.Como pensar a educação no Brasil
pegando os modelos da Suíça? Isso seria impossível, ou melhor, imprópria. Pensar a educação é
pensá-la dentro do social e não isolada dele.
Portanto, deve-se ter em mente, quando se considera a educação, que a sociedade, como o
homem, não é estática e, por isso, está em constante transformação. Então a sociedade e o ensino
devem estar sempre em harmonia de pensamento e concepções para que uma não caminhem em
estradas opostas e não possibilitem a formação integral dos seus membros.
A sociedade pode ser definida como a chave mestra do pensar do ensino, pois este reflete as
aspirações e necessidades do todo social.
Por vezes, a sociedade apresenta um modelo e a escola tem que ser uma cópia desse modelo,
porém é salutar que a escola consiga amenizar as dificuldades que se encontram na estrutura social. A
estrutura educacional precisa auxiliar a redefinir apresentando perspectivas e novos horizontes para o
modelo de sociedade identificada. Esse é o compromisso que a escola tem com a sociedade.
3.3 Posturas éticas
É fundamental que o professor consiga passar, nas suas atitudes e gestos, coerência, que seja
modelo. A postura ética, portanto, está além da teoria.
A ética é normativa, visa controlar e preservar a paz e harmonia dentro da comunidade.
Ensinar, ou melhor, demonstrar uma atitude ética é o primeiro passo para que um professor possa
contribuir para a formação de seus alunos. Dentro do ambiente escolar há pluralidade, e cabe ao
educador através de dialogo e conversação valorizar e discutir a postura ética e moral de seus
educandos.
A ética é a ciência da conduta; já a moral é a conduta de valores. A ética é o código que
estabelece o comportamento humano e a moral é a conduta em si.
A ética são os parâmetros contratuais que se procura estabelecer para que o grupo possa
estabilizar as suas relações. A postura ética apresenta sempre uma relação de modelo, ou seja, quando
a noção do dizer, no ambiente educacional, não corresponder com o fazer ter-se-á sérias dificuldades
nas relações morais.
O espaço, o ambiente educacional é, com certeza um dos grandes redutos e tambores para o
desenvolvimento da ética na sociedade. Precisa-se ter imenso cuidado para que esse ambiente se
mantenha sadio e compromissado com os respeitos e a busca virtuosa dos modelos que dignificam as
relações sociais e humanas aí apresentadas.
3.4
Acessibilidade
Acessibilidade significa não apenas permitir que pessoas com deficiências participem de
atividades que incluem o uso de produtos, serviços e informação, mas a inclusão e extensão do uso
destes por todas as parcelas presentes em uma determinada populaçãom.
Quando se fala em acessibilidade pensa-se e relaciona-se ao acesso, mas não é “apenas” isso.
Quando se fala em acessibilidade inclui principalmente a inclusão de pessoas com deficiência no
âmbito social e cultural. No que se refere à educação a acessibilidade diz respeito a possibilitar a
inclusão do educando deficiente no dia-a-dia da escola.
Acessibilidade também diz respeito à possibilidade de se formar educadores aptos a trabalhar
com a pluralidade dentro de um mesmo ambiente; ambientes que possibilitem acesso e livre
trânsito destas pessoas. A acessibilidade exige a inclusão a partir da sensibilidade humana. Permitir a
pessoa a ter acesso a todas as conjunturas e realidade socioculturais significa incluir a sociedade ou o
Estado na relação com os seus indivíduos apresentando, com isso, uma postura cidadã, acolhedora e
responsável no encaminhamento de uma sociedade civilizada.
Ter acesso a toda e qualquer situação requer uma maturidade e uma preocupação com o ser
humano. Não se pode dar acesso ao prédio, mas, sim, à pessoa. Enquanto a sociedade, os indivíduos
estiverem pensando em somente construírem rampas ou outras estruturas logísticas, significa que há
uma enorme distância entre a realidade teórica da realidade prática.
Por que uma sociedade civilizada precisa criar normas em torno da questão da deficiência
para que a sociedade perceba as suas deficiências? Essa percepção deveria ser um ato contínuo e
natural. Enquanto o deficiente for visto como o “diferente” nada do que se tem como lei será eficaz.
Deve-se enxergar o outro na sua pluralidade e diferença e não somente na normalidade.
Cada indivíduo deve se dar conta que todos são deficientes, pois é da natureza humana.
Enquanto estiver se criando estereótipos universais e definitivos ter-se-á uma sociedade demarcada
pelo espírito excludente. É na descoberta da dimensão do humano que cada indivíduo capta e percebe
as suas limitações. Nessa circunstância logo surge a grande definição de Sócrates sobre o ser
humano: “Conhece-te a ti mesmo”. Por vezes é exatamente esse processo de introspecção que está
faltando, pois é nessa perspectiva que se, percebe que numa perspectiva racionalista,normativa,
desenvolve-se um olhar enxergando o diferente como excluído. É aí que falta a concepção
emocional, pois é na dimensão da afetividade que desenvolvemos e aprimoramos o olhar enxergando
o diferente numa perspectiva de possibilidade humana.
4. Modelos filosóficos
Desde os gregos a educação é visto como o alicerce de uma sociedade. Os gregos usavam a
palavra Paideia como ápice do processo educacional, pois significava a formação integral do homem.
Não apenas o ler e escrever, ou seja, informação, informar. A formalidade do ler e escrever
simplesmente significa a trajetória desenvolvida pela sociedade. A ideia básica é formar, formação do
homem. É permitir. Educar é um processo de permissão, autorização. A educação sintetiza a
caminhada que a sociedade enquanto instituição organizada desenvolveu numa perspectiva
de coletividade. A educação apresenta e reproduz o modelo de sociedade que o grupo entende como
ideal. Paideia não é, para os gregos, um aspecto exterior da vida, mas o desenvolvimento das
potencialidades do ser humano.
O primeiro conceito de educação, segundo Abbagnano (1982), consiste na pura e simples
transmissão de valores morais e religiosos. Nas sociedades primitivas a educação tinha duas funções:
a educação moral e a espiritual do ser humano. Na formação moral se trabalhava a questão do que se
via como importante, válido, no processo formativo de uma pessoa; já no religioso o caráter sagrado
das crenças, imutáveis, dessa forma as técnicas tinham grandes funções norteadores para a
coletividade.
O segundo conceito de educação, ainda referindo-se a Abbagnano, em síntese consiste no
aperfeiçoamento das técnicas de formação de um indivíduo para enfrentaras diferentes circunstâncias
e situações na sua trajetória existencial. Já não é mais definida pela sociedade, mas pelo indivíduo.
4.1 O modelo de Aristóteles
A virtude é fruto da prática-realismo. A imitação é o princípio da aprendizagem. É função da
educação aprimorar a potência que cada um recebeu da natureza. O modelo de Aristóteles parte da premissa
que ato e potência, natural e cultural estão interligados. Ato, para Aristóteles, é a confirmação das
possibilidades. Potência é a possibilidade ainda não efetivada. Potência é o natural, o inato, a pessoa
já nasce com ela. O ato é o que consegue realizar do seu potencial. Se uma criança tem um
extraordinário potencial precisa da efetivação das possibilidades, o ato, para desenvolvê-lo.
A dificuldade de se lidar num ambiente de sala de aula e permitir que esses potenciais tenham
visibilidade são os desafios do educador. Toda criança tem em si potenciais infinitos, porém quantas
serão realmente estimuladas para desenvolver essas potencialidades? Cabe, falando-se em ambiente
formal de educação, possibilitar que o ato seja efetivado.
O modelo de grupo, em grande parte, são modelos de massa, de massificação, visão única. A
educação passa as ser um processo monolítico, de manutenção. Aristóteles coloca em prática sua
visão quando levava às ruas sua forma de educar, que era de levar os discípulos a questionar sua
forma de ver e pensar o mundo. Utilizava-se de postura interrogativa. A expressão “Por quê?” era sua
ferramenta de trabalho. Questionar e não simplesmente aceitar.
4.2 Sócrates
Luta pela liberdade e justiça. Platão escreve em seu Teeteto sobre o método da maiêutica de
Sócrates onde ele se compara a uma parteira que ajuda a dar à luz a sabedoria de seus alunos.
O método socrático de questionar e, através deste questionamento, multiplicar perguntas,
fazendo com que o outro descobrisse suas próprias verdades, chama-semaiêutica. O método da
maiêutica é: primeiro comece fazendo de conta que você não sabe nada para no segundo momento
questionar sobre as lógicas dos seus argumentos. Esse dar-se conta é o mecanismo de progresso e
aprimoramento que necessitam ser percebidos para poderem ser processados e solidificados. A
multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na
conceituação geral de um objeto, esse era o método difundido por Sócrates. “Conhece-te a ti
mesmo”. Essa é a base da filosofia de Sócrates. A máxima socrática de “conhece-te a ti mesmo” nada
mais é do que a busca da identidade pessoal e social do indivíduo e da sociedade. “Conhece-te a ti
mesmo” confere a relação da finitude com as potencialidades.
4.3 Platão
Luta para que a sociedade aprenda a formar sábios e homens virtuosos. Para Platão o
educador precisa ser motivador a auxiliar o discípulo a caminhar na direção da sabedoria da justiça.
Precisa-se pensar sobre o próprio pensar e refletir dos alunos e dos professores. Não
esquecendo que pode-se buscar na experiência individual um subsidio fundamental para
a aprendizagem.Platão vê no educador um facilitador, um motivador.
4.4
Erasmo Roterdan
Defendeu a importância da leitura dos clássicos e o desenvolvimento integral do
homem.Erasmo de Roterdan ressalta que “ninguém pode escolher os próprios pais ou a pátria, mas
cada um pode moldar sua personalidade pela educação”, ou seja, o ser humano pode escolher
construir conhecimento e formar-se como ser integral. É uma opção de cada um. Por isso a
responsabilidade do fazer-se é responsabilidade de cada um. Não pode se transferir
essa responsabilidade nem para a escola, nem para o Estado, para ninguém. É pessoal e individual.
Na visão de Erasmo de Rotterdam, podemos busca a perfeição através do conhecimento.
4.5
Michel de Montaigne
Segundo ele, as crianças precisam conhecer o mais breve possível a filosofia, pois assim
entram em contato com a necessidade de conhecer a prudência e a moderação.
Montaigne defende a filosofia como caminho para a liberdade, pois é na filosofia que se
aprende a olhar e se espantar com o entorno. É somente quando se dá esse olhar de deslumbramento
que há a percepção do entorno. Permitir que a criança possa criar e não somente repetir.
Algumas das premissas de Montaigne eram “Que sou EU”? e “Os homens são bons ou maus,
úteis ou inúteis, graças a sua educação”.
4.6
Rousseau
Para Rousseau a principal tarefa do mestre é a de ensinar a criança a viver e aprender o
exercício da liberdade.
Rousseau vê a criança como um ser puro, que deveria ser levada a formar-se um ser integral,
visando à busca da liberdade. O professor é, na visão de Rousseau, o condutor na busca da humanização.
Segundo Rousseau, a educação é uma tarefa impossível.
4.7 Augusto Comte Augusto Comte
Augusto Comte é um dos pensadores que inaugura o movimento do positivismo do século
XVIII. A ideia básica que o positivismo procura defender é a iniciativa privada, a liberdade, a ordem
e o progresso.
As sociedade que eram denominadas como civilizadas ou cultas eram dessa forma porque
tinham alcançado um alto grau de desenvolvimento e progresso. Se uma sociedade apresentasse uma
estrutura problemática demonstravam que as estruturas e as funções que as instituições sociais ali
presentes não desempenhavam adequadamente as suas funções. Acreditava que era possível planejar
o desenvolvimento de sociedade e dos indivíduos com critérios das ciências exatas e biológicas.
A organização que é fruto de todo um planejamento e preparação auxilia e possibilita o
desenvolvimento social e cultural de uma organização. Por isso uma instituição ou país que consegue
se organizar e definir as funções prepara as condições básicas para o aprimoramento constante da sua
esfera social.
A liberdade, outro aspecto importante na concepção de Comte, serve como pedra de toque
para permitir as iniciativas, sejam individuais ou de organizações no contexto sociocultural. Quanto
menos o estado interferir nas organizações de instituições privadas melhor será o resultado e a
dinâmica das iniciativas.
Por que a grande questão é a ordem e o progresso? Não se chega a um processo de avanço e
evolução se não existir um planejamento e uma organização. O sucesso e as conquistas não
acontecem pó acaso elas são fruto de toda uma organização estrutural capaz de alavancar o
aprimoramento e a identificação da função e das tarefas de cada membro dessa sociedade.
Uma sociedade não organização nãodistribui claramente a visão do que precisa ser feito Dessa
forma se compreende a necessidade de que numa instituição de ensino exista a famosa e importante
função da pessoa responsável pela disciplina, pois é tarefa desse funcionário organizar e disciplinar o
ambiente social. Uma escola que não tiver (segundo esse modelo) uma disciplina modelar terá
dificuldades de permitir o correto e bom desenvolvimento das capacidades intelectuais de seus
alunos. Nesse
sentido, a escola precisa preservar a disciplina e a hierarquia para poder funcionar.
Os professores assumem uma espécie de tarefa que legitima a sua situação de superioridade
em relação ao aluno. Em síntese, “Obedece quem precisa, manda quem pode”
A grande tarefa da escola é preparar jovens capazes e competentes para desempenhar
corretamente e adequadamente as suas funções no mundo das corporações e do trabalho. Inaugura-se
com esse a concepção do Homo faber.
7.8 Michel Foucault
Michel Foucault vê basicamente nas instituições uma estrutura condicionante de poder. Toda
e qualquer instituição procura fortalecer um vínculo condicionante de poder. Dentro dessa
perspectiva as relações que se estabelecem são numa relação de hierarquia entre o dominante na
direção do dominado. Esta estrutura procura estabelecer um vínculo de somente um caminho e uma
direção. A escola produz um determinado tipo de sociedade.
Os condicionantes do modelo educacional, aonde a premiação se transfere totalmente a
atividade racional permite que se desenvolva nas instituições educacionais toda uma perspectiva de
aplauso para quem, através de sua capacidade intelectual, consegue reproduzir o modelo e as
estruturas aí apresentadas. Faz-se necessário que se olhe com profunda atenção a supremacia da
racionalidade nos modelos educacionais atualmente em vigência. Quando se lê e se observa inúmeros
debates enfatizando as inteligências múltiplas, se faz necessário que a instituição de ensino permita o
desenvolvimento saudável das condições A educação moderna apresenta atitudes de vigilância
e adestramento do corpo e da mente humana.
O homem é um ser OBJETO porque pouco se permite o desenvolvimento das suas
subjetividades. Em relação a isso é necessário que se perceba e se chame atenção de que o professor
não é meramente o agente emissor de informações. O ser humano precisa ser visto e olhado numa
dimensão de sujeito e não somente de objeto, ou seja, de produto. Numa relação de objeto o aluno
desempenha o papel de quem precisa ouvir o que tem a dizer quem sabe e entende dos assuntos. Ser
objeto em uma relação de ensino e não permitir a possibilidade do desenvolvimento e da caminhada
de cada aluno com o sujeito. Quando se está diante do aluno objeto está-se trabalhando numa relação
capitalista de produção. Dentro dessa perspectiva se faz muito necessário a compreensão de
dominação. Professor é alguém que precisa tomar as rédeas e o rumo do processo ensinoaprendizagem. Por isso a importância da disciplina. A sala de aula precisa apresentar um modelo
doce, agradável e atrativo.
5. HOMEM E MUNDO
Refletir sobre o homem é uma tarefa difícil. Não existe mais um modelo predeterminado, mas
vários modelos disponíveis e possíveis.
O homem está inserido dentro de seu contexto social e cultural. É formado dentro de modelos
aos quais está exposto. O modelo que há algum tempo era o modelo da comunidade onde o indivíduo
estava, hoje é um modelo mundial; basta termos o controle remoto da TV na mão e podemos estar no
outro lado do mundo. Recebemos informações de lugares distantes, os modelos são inúmeros, não
são apenas os que estão próximos, mas também modelos no que está distante e passa a ser parâmetro
para a formação deste homem.
Aí surge questões variadas: Quem é o homem? Como ele está sendo formado? Como lidar com
este novo homem? Devemos ter em mente que isso não é um problema, pois traz inúmeros benefícios
para a formação. A questão é como trabalhar isso dentro da educação formal.
5.1 Quem é o homem?
Ao falarmos do homem, podemos lançar inúmeros questionamentos. O homem não é um ser
amorfo, mas um ser que busca sempre superação, e isso fica claro na evolução pela qual passou.
A dificuldade dos referenciais hoje é inúmera, mas a formação deste homem moderno é
múltipla, no sentido da diversidade de informação. Por isso, necessita-se que o olhar do educador seja
plural. Não adianta que haja aceitação do diverso; mas tem que ter a noção das ligações e
compreender sua importância na formação do homem.
As possibilidades que compõem o homem são as possibilidades de conhecimento, escolha,
crenças e realização.
a) A possibilidade de conhecimento:
O que o homem conhece e precisa se conhecer?
Conhecimento é o grau de consciência que o indivíduo desenvolve em relação ao seu entorno.
É o conhecimento que confere a possibilidade da autonomia e orientação dos atos de uma pessoa. O
conhecimento também possibilita o desenvolvimento da capacidade de discernimento necessário para
organizar e orientar as ações e as reações.
Em cada confirmação de conhecimento, abre-se uma imensidão de possibilidades de se
realizar uma trajetória diferente. A superação de uma postura monolítica e conservadora é
proporcional ao grau de conhecimento que se adquire. As estruturas sócias que não apresentam novas
possibilidades de desenvolvimento para o indivíduo o condicionam a reproduzir o processo realizado
no início da elaboração dessa estrutura. O que fortalece uma estrutura está vinculado às
complexidades de ações e reações que ela permitiu que se construíssem. Então, cabe ao
conhecimento essa tarefa nobre e complexa de redimensionar e permitir o desenvolvimento das
estruturas existentes. A possibilidade de conhecer requer uma estrutura biológica, anatômica, mas,
para a sua confirmação necessita que o indivíduo, a sociedade, o seu meio, perceba a necessidade de
complementar a condição embrionária.
Quando Francis Bacon afirmou que “conhecer é poder” pode-se hoje complementar que
conhecer confere ao poder as condições de poder exercê-lo.
b) Possibilidade de escolha: O que e como o homem faz?
O ser humano vive uma circunstância em que o espírito prático se sobressai, pois tudo o que
se faz leva a questionamento: Por que fazer isso? Quem diz que isso é importante? Essa circunstância
de pragmaticidade é típica de uma sociedade tecnicista e materialista, pois é um grande apelo para o
imediato. Diante de toda essa perspectiva o mínimo que é esperado frente a qualquer situação é que a
ação desencadeada pelo indivíduo tenha que retornar com algum benefício.
Com a visão utilitarista, o que entra em jogo sempre é a questão do benefício e da vantagem.
Não é permitida gratuitamente uma ação que não contemple uma gratificação ou um benefício ao que
se faz. Na perspectiva epicurista, toda ação devia proporcionar uma sensação prazerosa, e algo
similar é o que se identifica no processo atual das relações de caráter utilitário. O que é buscado não é
simplesmente a satisfação, mas sim a gratificação como recompensa.
Um exemplo concreto e prático desta circunstância no ambiente escolar se confere as
atividades de ensino aprendizagem. Quando se faz uma atividade, pergunta-se: O que se ganha com
isso? Qual o benefício?
c) Possibilidades de crenças: no que acredito? Qual a esperança e importância disso
O ser humano, nas relações de crença, constrói ou precisa construir relações de credibilidade,
no que acreditar.
Na perspectiva hedonista procura-se acreditar em algo que não cause desconforto ou
decepções. A trajetória de uma sociedade, de uma pessoa, está repleta de descrições socioculturais
que descrevem ou redescrevem modelos de crença onde nem sempre a verdade era o seu ponto
referencial.
A crença é algo que se incorpora, é um estado mental de credibilidade em algo ou alguém, é a
convicção profunda e sem justificativas racionais sobre determinado fato ou acontecimento.
7 6
A realidade que se vive é de custo-benefício: faço, mas tenho que ter uma vantagem. Se não
se ganha nada, não se faz. Isso fica evidente.
Quando se esvazia a relação de credibilidade, de confiança, está se esvaziando a noção de
verdade e do outro. A credibilidade e confiança é que dá segurança para o indivíduo no caminho que
precisa ser trilhado. Na circunstância em que falece a situação de crença, instaura-se um sentimento e
uma realidade niilista.
A possibilidade de crença é a convicção que o indivíduo tem ou necessita formar.
d) Possibilidade de realização: O que é realização? Como chegar a realização pessoal?
b)
A realização é uma aspiração humana. Esta é a grande missão que é conferida a cada pessoa.
É projeto que não aceita transferência de responsabilidade, pois é algo que precisa ser trabalhodo e
buscado por cada indivíduo. É o processo da construção da felicidade. Realizar-se profissionalmente,
socialmente e economicamente são elementos importantes, mas o essencial é a realização pessoal.
Porque é esta realização que confere um sentimento de felicidade. A conquista da felicidade é um
sentimento de realização plena de uma pessoa. A realização não é construída em função de um ou
outro momento, mas precisa ser um projeto de vida.
c)
Felicidade é uma conquista e não uma herança.
Para Aristóteles o homem sempre precisa buscar o meio-termo nas questões afetivas,
emocionais, racionais, individuais. Para Aristóteles toda e qualquer possibilidade de realização e de
justificação do caminhar humano precisa estar sempre orientado pelo meio termo, ou seja, pelo
equilíbrio. O excesso em nenhuma circunstância serve na conquista da realização.
O indivíduo centrado em demasia no seu ego estabelece uma relação desigual com qualquer
possibilidade de conquista. Agora, o indivíduo que, por sua vez, se ignora ou se considera incapaz,
da mesma forma não se realiza É essa busca de equilíbrio que confere poder às ações que visam à
busca da realização.
O homem é um ser em constante formação. Ao nascer, ele começa a receber do meio
(comunidade) as primeiras referências da cultura. Daí em diante, está sempre aprendendo e
desenvolvendo sua percepção e adequação ao entorno cultural e social. É o homem, um ser essencialmente
cultural, pois é no meio cultural que ele aprende a sobreviver e viver como tal.
5.2 Inquietação humana
O homem não é um ser que se contente com o que tem, ele está sempre buscado algo mais.
O homem é um ser inquieto, pois está na sua natureza crescer, buscar o melhoramento
individual e social. O ser humano está em constante busca pelo aprimoramento, é um ser em
permanente insatisfação intelectual. Procura, pesquisa, vai em busca de resposta. Desde os
primórdios da história da humanidade, o homem procurou respostas às coisas que não compreendia:
vieram os mitos, as fábulas, as lendas; em seguida, procurou explicá-las por meio de métodos,
surgindo, então, a ciência.
É a inquietação humana que proporciona ao homem a possibilidade de crescer e se
desenvolver. Poderíamos perguntar: o que isso tem a ver com o ensino? Tudo, pois é na escola que
se deve propiciar e incentivar a inquietude. Estimular os questionamentos, procurar respostas,
pesquisar.
5.3 Quem e o que está se formando?
Poderíamos afirmar que se educa para auxiliar na adaptação da criança ao entorno social,
inicialmente no âmbito familiar, primeiro núcleo da educação e, em seguida, a escola.
78
Educar não é um processo estático, mas contínuo e progressivo, não se interrompe e está
em constante aprimoramento.
Essa é uma questão que cada educador precisa responder. Mas, para poder responder essa
questão cada professor deverá ter em mente os objetivos e metas a serem trabalhadas. A educação
requer e exige do educador projetos e, como tal, o compromisso que o mesmo desenvolve em relação
à formação do indivíduo integral.
Há inúmeros apelos latentes em todos os espaços sociais. Quem sabe aonde quer chegar
procura trilhar os passos na direção do seu caminho proposto. O que não pode estar ausente são os
objetivos, o compromisso que cada indivíduo tem em relação ao vínculo estabelecido na esfera
sociocultural e educacional.
Quando Aristóteles faz menção de que os fins são frutos de nossos desejos e os meios estão
representados pelas nossas escolhas, o que precisa pautar e orientar uma conduta humana não são os
dogmas nem a revolta ou o descontentamento com tudo, mas sim a capacidade virtuosa de orientar-se e
alertar os objetivos propostos e construídos. Ainda referente à pergunta: “Quem estamos formando?”.
Precisamos ter informações e um breve conhecimento da história e da trajetória de cada membro do
ambiente educacional. O desconhecimento ou a inexistência dos objetivos, tanto individuais quanto
coletivos, permite o surgimento de um ambiente extremamente favorável ao desinteresse e à
indiferença.
No que se refere à questão “Para que formar?”, podemos, em primeira instância, direcionar o
indivíduo a pensar em situações profissionais, mas não é somente essa a realidade que precisa ser
desenvolvida. A escola precisa preparar o jovem para a realidade e o contexto profissional, ou seja,
instrumentalizar, a través do ensino e da instrução, a escola precisa dar um suporte ao estudante,
Prepará-lo para os desafios profissionais do hoje e do amanha.
Imagine-se como um navegador em alto-mar, desorientado: por não saber aonde quer chegar,
em nenhuma situação as questões climática, atmosférica, geográficas lhe são favoráveis. O
estabelecimento de metas, prioridades vai permitir que a casa educacional da sociedade possa
visualizar as perspectivas e os seus horizontes. Assim como os novos desafios ensinam e apontam
distâncias longínquas em relação aos horizontes propostos, a mesma realidade precisa ser
constantemente redefinida nos planos e metas de uma instituição. Cabe, portanto, a cada instituição
de ensino formar e desenvolver um modelo de ser humano proposto por ela.
A instituição de ensino que não apresenta os seus modelos construídos em função da dimensão
do ser humano abre uma grande perspectiva de permitir que, como o passar do tempo, a crianças se torne um
adulto que meramente aperta parafusos, ou seja, um ser humano tarefeiro. O compromisso
relacionado às ideias de “para quem” e “o que” é um compromisso de formação de um ser humano.
Sabemos que a pessoa ou o indivíduo se torna humano durante todo o processo de sua existência.
Oferecer a ele elementos que o auxiliem a se valer dos meios que podem ajudá-lo a se decidir com
mais clareza e a controlar os seus apetites ou desejos em prol do alcance dos seus fins são tarefas
intransferíveis das instituições educacionais.
Claro que quando se pensa nas questões educacionais, muitas vezes se parte da não inserção
da comunidade específica nas discussões sobre planejamento. Nesse sentido, todos os planos e
modelos teóricos de ensino e educação são maravilhosos ou, poderíamos dizer, quase perfeitos.
Agora, no segundo passo, quando se observam as realidades concretas, identifica-se, por vezes, um
grande abismo entre o que se planeja e o que se executa. Essa distância não auxilia na formação de
uma pessoa comprometida com a sua realidade.
Na sociedade moderna, a formação visa, principalmente, o mercado de trabalho e, como tal,
deve haver um cuidado muito especial com a formação integral, ou seja, pensar apenas no mercado
de trabalho implica uma formação puramente tecnicista.
5.4 Rumos da educação
A educação formal, cada vez mais, está se encaminhando para uma formação técnica, onde
aprender, se formar, significa receber um “canudo” um comprovante de que se está apto para entrar no
mercado de trabalho.
O educador, como parte da sociedade em que a escola foi fundada, deve ter em mente que
formar é muito mais do que preparar para o trabalho. Formar é levar o educando a “filosofar” sobre o
que aprende, sobre o conteúdo formal, sobre as coisas que o rodeiam.
Qual o rumo da educação? O rumo da educação deve ser de formação integral de seus
integrantes. Formar seres humanos que buscam e aspiram entender o mundo. Quem sabe o educar
não deva refletir sobre o ensino integrado ao meio-ambiente? Deve se rever as metas que a educação
deve chegar, pois os objetivos devem ser claros e funcionais, no sentido de despertar interesse e
preocupação e não simplesmente ter como fim preparação profissional. Os rumos da educação devem
ser reformulados dentro da postura ética e prática visando o futuro. Educa-se pensando na
preservação da memória da comunidade, mas também no sentido de perpetuação do ambiente e do
porvir social.
815.5 Tendências e exigências
As exigências de hoje são que cada vez mais que as pessoas consigam apresentar um
equilíbrio pessoal, familiar, profissional, moldando-se às diversas exigências do aqui e agora. A
pessoa ao obter um certificado apresentável, repleto de boas notas, conceitos positivos, ou seja, foi
um aluno a altura do que se esperava dele como educando,consegue o emprego desejado. A exigência básica
para a sua atuação (preenche todos os requisitos técnico) é, no contexto atual, somente a porta de entrada
para o acesso livre às interações sociais. Isso, porque em virtude de cada vez mais e maiores
exigências em todas as esferas sociais, individuais e profissionais, as pessoas demonstrem equilíbrio
ao atuar em situações de adversidade. A cada dia que passa em função da competitividade existente,
requer-se uma preparação maior, que não diz respeito apenas ao aspecto técnico, de competências na
função exercida. Aí novamente retorna a questão não somente profissional, mas sim de uma forma
holística universal.
As tendências da educação estão mudando pelo próprio redefinir do mundo. O mundo está
mudando pelas circunstâncias em que foi “colocado” pelo agir do homem no meio. As tendências da
educação, portanto, se redefinem, ou devem assim proceder, pensando no ambiente em que o humano está
vivendo. Repensar a educação é aplicá-la ao todo social e, como tal, pensar nas gerações que virão e,
caso não haja uma mudança de atitudes, ficarão sem uma casa habitável. O planeta pede socorro e é
pela educação que se poderá mudar e redefinir os rumos para o amanhã.
Há pouco tempo o progresso era representado pelas chaminés das fábricas, hoje o progresso
desenfreado é visto com o olhar crítico daqueles que sabem aonde se chegará se nada for feito. A educação é a
grande porta de acesso a conscientização de uma atitude de harmonia e respeito com a natureza.
As exigências e tendências da educação precisam urgentemente ser repensadas, pois é na formalidade
do ensino que iniciamos a mudança de postura e atitude frente à preservação do “velho” e à
reformulação do “novo”.
Atualmente o que se requer é uma “educação CLEAN”, ou seja, são as aspirações da sociedade,
pois deve ser compromisso cada vez maior com as estruturas ambientais, climáticas, geográficas,
porque as poucas reservas naturais e ecológicas precisam ser preservadas. O espírito de
descompromisso cada vez tem menos espaço dentro da sociedade. O que se aspira é um automóvel
menos poluente, o uso de energias alternativas, à preservação dos ambientes de mata, a luta pela
preservação das espécies, à limpeza urbana e a preocupação com o lixo (aterros sanitários), como
descartar objetos que poluem e não são de fácil desintegração (pilhas, sacos plásticos, óleos de
cozinha etc.). Educação passa, aos poucos, a ser sinônimo de consciência ecológica. Essa também é
uma das tarefas imperativas do educador filosófico, fazer refletir sobre o ontem, o hoje e o amanhã.
A era do descartável está começando a cobrar o preço do despreparo da sociedade em relação
ao uso do seu meio ambiente. Usar um produto e após o seu uso jogar fora seu recipiente permitiu o
desenvolvimento de um espírito onde cada um visa livra-se de seus entulhos. Essas ações e atitudes
precisam ser urgentemente revistos. Essa revisão precisa dar início a uma revisão conceitual. É
dentro desta perspectiva que novamente a filosofia precisa desempenhar o seu papel, lançando os
seguintes questionamentos: No que as ações pessoais do dia a dia têm auxiliado em diminuir a
degradação do meio ambiente? Qual o compromisso que se tem com o amanhã para que o ser
humano possa ter um futuro promissor? As questões do meio ambiente estão latentes, e o educador
não pode deixar de atentar para elas.
6. A importância da filosofia para crianças
1
Ao falar de filosofia logo se pensa em uma pessoa séria, sisuda, compenetrada. Essa imagem
precisa ser revista, pois os maiores filósofos são aqueles que mais questionam, experimentam,
experiênciam, buscam respostas. É a criança que deveria ser o símbolo da filosofia, pois nela está
aguçada a curiosidade e a busca por respostas.96
Uma das grandes questões que devem ser redefinidas é que a criança precisa ser conduzida de
forma suave, e explorando-se seu lado questionador e curioso. Desenvolver o espaço da ludicidade,
porque é no espaço da ludicidade que se permite a criatividade. O educador filosófico é aquele que
utiliza do saber de seus educandos para estimulá-los desejar aprender, estar na escola.
Hoje busca se trabalhar na perspectiva de formação intelectual racional, esquecendo a
formação interior. Nesse ponto, voltamos a tratar da formação integral do homem. E isso só pode ser
efetivado pela formação integral a partir da infância, ou seja, alimentar e estimular a curiosidade.
Trabalhando o interior, o emocional e, assim o lúdico, o professor pode formar o ser humano integral
tal exaltado pelos gregos. A escola que se preocupa com o fora do currículo, com o fora do padrão e
possibilita a experimentação, o lúdico, será formadora de seres humanos adultos criativos e curiosos.
É na criança que se desperta o gosto pelo conhecer, pelo aprender, pelo criar.
6.1 Como lidar com crianças
Ser filósofo é uma atitude, busca a compreensão e não o domínio. O espanto faz com que o
ser humano mergulhe na imensidão e na complexidade daquilo que está diante dos seus olhos. A
atitude filosófica é a atitude do olhar ao redor. O filósofo não aquele que passa as horas a refletir, mas
sim aquele que sabe contemplar, olhar ao redor.
Quando se questiona como lidar com crianças deve-se ter em mente, primeiramente, que os
indivíduos educandos são “crianças” e como tal devem ser tratadas. Atente para a seguinte ideia: ao
preparar uma aula de educação infantil, preparam-se momentos de descontração e de brincadeiras,
mas esses momentos, no planejamento, tem início e momento para terminar. Esse engessamento tira
a espontaneidade da aula e traz como consequência o desprazer. Quando o educador está em sala de
aula, ele precisa ter em mente a realização de aspirações e o prazer que o estar ali proporciona aos
alunos. Quando se fala em criança. essas impressões são muito maiores.
As crianças não são e nem devem ser tratadas de forma despretensiosa, pois elas tem em seu
agir a espontaneidade das atitudes, das relações. Montaigne já dizia que “a criança não é uma garrafa
que se deve encher; mas um fogo que se deve acender”. Acender esse fogo é o objetivo da filosofia
para crianças.
Nas histórias em quadrinhos, feitas principalmente tendo como receptor as crianças, vê-se
reflexões e questionamentos. Um exemplo disso são os quadrinhos da Mafalda (Disponível em
http://clubedamafalda.blogspot.com/2007_08_01_archive.html) do cartunista Quino. Onde pode se
deparar com uma menina que não se contenta em apenas ouvir, mas pergunta e questiona tudo. Ela
tem a percepção de que o mundo está doente ao ouvir as notícias no rádio. Apesar de ironizar, o pai
dela se dá conta, ao sair de casa, de que realmente há algo errado: vê um menininho descalço
vendendo jornal. Fica arrasado. Aos olhos das crianças, tudo é mais límpido, ainda não há um
velamento do olhar, se olha com olhos límpidos e questionadores. Ouvir as crianças e dar
importância ao que tem para dizer, pois não podemos tratá-las como simples recipientes a serem
completados.
Estar preparado para responder aos questionamentos das crianças é fácil? Claro que não. No
ambiente escolar, pela pluralidade e diferença não há uma receita básica, por isso a importância da
filosofia dentro da educação para possibilitar reflexão, o pensar questionador e investigativo. 98
A questão com a qual temos que ter cuidado se refere ao modo como a filosofia é ensinada,
porque ela muito mais prejudica do que auxilia se for ensinada de forma errônea. Como foi dito
anteriormente, as crianças são filósofos natos e, portanto, ao se propor uma atividade que envolva
reflexão e conversação, elas dão respostas espontâneas e, como tal, livres de amarras. Ensinar e
educar utilizando-se de princípios filosóficos não significa fazer a criança aprender ou “decorar” o
nome de filósofos e suas teorias. Ensinar a filosofar é estimular posicionamento, estimular opinião,
reflexão e conversação.
6.2 As atividades formais e informais
Os vários espaços são formados pelo ambiente e também pela postura tanto de educandos
quanto de educadores. Espaço não tem muito a ver com edificação, mas com possibilidades de
expansão de horizontes.
O formal e o informa podem estar lado a lado, devem ser parceiros contínuos. Formal é aquilo
que não deixa dúvidas, é claro; já o informal é o que não tem uma forma definitiva.
6.3 A importância do lúdico
99
Os espaços do lúdico são os grandes espaços e laboratórios da consciência social.
O lúdico envolve o brincar com a possibilidade do erro. A cada dia que passa, esses espaços
propícios à ludicidade estão diminuindo, pois o que hoje é praça, amanhã ou ainda hoje passa a ser um
espaço privado ou um condomínio fechado.
Vivemos num ambiente social repleto de insegurança. Isso dificulta a possibilidade de as
crianças terem um espaço físico para a socialização, bem como de brincarem e, assim, chegarem ao
final do dia cansado. Como isso não é mais comum, as escolas precisam encontrar uma forma
de criar esse espaço.
O brincar é importante, porque faz com que a criança se infantilize e não passe direto para
uma perspectiva já adulta. Os modelos sociais que hoje são apresentados auxiliam o desenvolvimento
saudável de uma criança? Esse espaço é pensado pelas crianças e pelos adolescentes ou somente
pelos adultos? Já Exupéry dizia em seus escritos que “todos os adultos um dia foram crianças, pena
que agora como adultos esquecem disso”.
O desaparecimento das praças provoca a falência do espaço público, onde as brincadeiras, as
conversas informais sobre o dia a dia dos moradores, encontros e a comunicação, as discussões
políticas eram processadas. A cada dia que passa, os espaços públicos estão sendo transformados
em espaços privados.
A falência do espaço público dificulta o pensar que leva em consideração o outro. Os modelos
são apresentados e comprados conforme os consumidores.
A educação, no modelo que se tem hoje, é séria e desnecessariamente mal-humorada. A
criança gosta do informal porque ele permite também a possibilidade do criativo.
Espaços ou atividades como música, teatro, poesia, oratória, jogos deveriam estar presentes
no cotidiano escolar, pois são nessas atividades que o “gostar” da escola ganha importância e
evidência.
6.4 O fazer e dizer
Fazer é produzir algo através de uma determinada ação; já dizer refere-se à exposição de
ideias por meio de palavras. As ações fazer e dizer devem, na educação, ser caminhos contíguos, que
estejam em sintonia.
Dizer que o melhor é isto ou aquilo, mas não colocar em prática não trará nenhum benefício
nem para o educador, nem ao educando.
Qual é o papel da filosofia? No cotidiano do educando, a filosofia tem o papel de sistematizar
o pensamento. Aproximar a filosofia das crianças e as crianças da filosofia, essa é a tarefa ou
briga que merece ser encarada.
A questão que não pode acontecer é simplesmente por decreto, definir que acriança não pode
ter acesso à filosofia porque ela é complexa e difícil. O que precisa ser feito não é passar a visão de
que tendo filosofia à criança será crítica, somente o fato de se ter filosofia não confere criticidade a
ela e sim o que precisa ser feito é despertar o interesse pela filosofia e isso pode ser conquistado de
muitas maneiras. Um exemplo que auxilia essa aproximação é a poesia, o uso dos jogos, teatro,
música e ainda, outras atividades que permitem a possibilidade de se fazer filosofia.
6.5 Compreender e explicar os motivos
O mais importante em uma relação é o uso de diálogo franco. Utilizar-se desse recurso é
possibilitar questionamento e nutrir investigação. O diálogo investigativo é fruto da relação entre
ensinar e construir conhecimento. Auxiliar a criança e o adolescente a pensarem de forma crítica e
reflexiva, mesmo que não tenham nenhum conhecimento dos grandes filósofos. Pensar na prática e
deixar a teoria para adiante. Certamente, quando esses jovens, conhecerem Platão, Sócrates e tantos
outros, poderão dizer eu já os conheciam e que já aprenderam sobre esses homens e suas teorias.
Se o docente simplesmente se ativer às dificuldades, sofrerá muito, mas, se pensar nas
conquistas que alcançará, tornar-se –á um ser humano feliz e realizado. Ele irá pensar o hoje projetando
o amanhã.
Qual o motivo que leva cada um a estar onde está? No que se refere ao professor, é
fundamental que esses motivos proporcionem encantamento e satisfação, pois é o guia e o condutor
de conquistas de individualidade. Quando os motivos que levam ao encantamento são eliminados,
não há motivação ou prazer no que se almeja. Na criança os motivos estão sempre relacionados à sua
curiosidade, estimule a curiosidade e a criança estará atenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pensar e refletir sobre a educação sempre é um grande desafio na caminhada de todo ser humano. É
importante que nesta caminhada se leve em consideração as diferenças e as diversas etapas que cada
ser humano se encontra.
Educação é um processo permanente e é muito mais do que, pura e simplesmente, ensinar. Educação é a
capacidade de aprendizagem e adaptação dos indivíduos na sua estrutura e organização social. A
aprendizagem, além de contínua é um processo de aprimoramento permanente. É pela educação que
pode se potencializar as possibilidades que cada indivíduo possui.
A aprendizagem é um processo de constantes descobertas. Assim como, Merleau-Ponty, afirma
que filósofo é aquele que reaprende a ver o mundo com seus próprios olhos, o caminhar dentro da
educação é o identificar e o aprimorar das potencialidades dos indivíduos em prol de uma
organização coletiva. Por isso que educar é preparar o indivíduo para superar as suas dificuldades e
propulsioná-lo para as descobertas de novas perspectivas e possibilidades.
No processo educacional, a aprendizagem requer paciência e insistência. Paciência porque procura
se dar espaço e valor para cada indivíduo; insistência, porque muitas são as dificuldades e grandes os
desafios.
O objetivo maior da disciplina de Filosofia da Educação é propiciar um momento de reflexão e
repensar a postura de cada educador e das instituições de ensino. Reeducar o olhar da educação como
momento de aprendizagem e construção individual dentro do coletivo.
Há uma necessidade urgente do ser humano aprimorar as relações de gentileza. Isso só será possível
através da educação.
* Texto retirado do livro “Filosofia da Educação” de Laíno Alberto Schneider, 2008.
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