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A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA ADESÃO AO
TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO ADULTO
Lohany Michely dos Reis1
Maria Gorete Nicolette Pereira2
RESUMO
A saúde mundial tem passado por inúmeras mudanças, indo desde as melhorias das
condições de vida e saúde como os agravos passiveis de intervenção como o caso
das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) a qual a hipertensão arterial
sistêmica (HAS) está inclusa. O presente estudo tratou-se de uma revisão de
literatura sobre a importância do profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da
hipertensão arterial sistêmica (HAS) no adulto, bem como em destacar as
consequências da não adesão no tratamento anti-hipertensivo, identificar quais os
fatores que influenciam na não adesão ao tratamento anti-hipertensivo, descrever
estratégias de enfermagem para aumentar a adesão ao tratamento farmacológico e
não farmacológico. Os autores pesquisados evidenciam a importância do enfermeiro
no processo de uma adesão esperada no tratamento farmacológico e não
farmacológico, e que esse profissional deve utilizar de estratégias necessárias para
o sucesso do tratamento pelos portadores da HAS. Também de acordo com
pesquisas recentes atualmente no Brasil cerca de 22,7% da população adulta são
portadores de HAS, sendo que o diagnóstico é maior entre as mulheres do que nos
homens, que a raça negra sofre mais com o aumento dos níveis pressóricos, sendo
imprescindível a mudança no comportamento do portador de HAS. Consideramos
que o profissional enfermeiro é indispensável para o tratamento da HAS, por ser o
profissional que acompanha o portador de HAS durante todo o regime terapêutico,
contribuindo para que haja um aumento da adesão ao tratamento, através de
estratégias de enfermagem que podem desenvolvidas em uma Estratégia de Saúde
da Família – ESF, que visam garantir o monitoramento desses pacientes ao
tratamento.
Acadêmica do 8ª semestre do curso de graduação em Enfermagem da FACIDER, Colíder – MT.
Orientadora do trabalho e Pesquisadora do grupo de estudo sobre morbidade referida, processo de
trabalho e gestão em saúde no contexto da vida humana – UFMT/MT, docente do curso de
graduação em Enfermagem INESUL Londrina – PR.
1
2
Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica. Assistência de enfermagem.
Tratamento. Adesão.
ABSTRACT
World Health has gone through numerous changes, ranging from improvements in
living conditions and health as the aggravations liable to act as the case of NCD
which the systemic arterial hypertension (SAH) is included. The present studies was
a review of the literature on the importance of professional nurses in the treatment of
systemic arterial hypertension (SAH) in adults, as well as to highlight the
consequences of non-membership in the antihypertensive treatment, Identify which
factors influence the non adherence to antihypertensive treatment, describe nursing
strategies to increase adherence to the pharmacological and non pharmacological
treatment. The authors surveyed evidence the importance of nurses in the process of
accession expected in non-pharmacological and pharmacological treatment, and that
this professional should use strategies necessary for successful treatment by bearers
of the HAS. Also according to recent research currently in Brazil about 22.7% of the
adult population are carriers of HAS, and the diagnosis is greater among women than
in men, that blacks suffer more with the increase of blood pressure, being essential to
the change in behavior of HAS. We believe that the professional nurse is essential to
the treatment of HAS, for being the professional that accompanies the carrier HAS
throughout the therapeutic regime, contributing to an increase in treatment
adherence, through nursing strategies that can develop in a family health StrategyFHS, which aim to ensure the monitoring of these patients to treatment.
Keywords: Hypertension. Nursing care. Treatment. Adherence.
INTRODUÇÃO
A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui-se num problema de saúde
clinico multifatorial, conceituada como síndrome, caracterizada pela presença de
níveis pressóricos elevados, alterações metabólicas bem como pela hipertrofia
cardíaca e vascular, denominada de doença silenciosa, pois na grande maioria das
vezes seu portador não apresenta nenhum sintoma, vindo a ser uma preocupação
constante, pois pode atingir órgãos alvos como rins e cérebro, e tem se constituído
num problema de saúde publica de grande magnitude no mundo e no Brasil fazendo
parte das doenças crônicas não transmissíveis (SILVA; SOUZA, 2004; GUSMÃO et
al., 2009).
Atualmente no Brasil cerca de 22,7% da população adulta são portadores de
HAS, destes 25,4% dos diagnósticos feitos são em mulheres e entre os homens gira
em torno 19,5%, atingindo mais a população acima de 40 anos, porem esse número
é crescente seu aparecimento está cada vez mais precoce, decorrente de inúmeros
fatores como estilo de vida, alimentação, alto consumo de sódio entre outros
(BRASIL, 2012).
De acordo com alguns estudos apontados por Gusmão et al. (2009) as
pessoas com mais de 60 anos aderem menos ao tratamento e apresentam o pior
controle da pressão arterial, uma vez que são portadores de outras patologias
associadas e com isso necessitam de uma variada gama de medicamentos.
Em 2003 a Sociedade Brasileira de Hipertensão, destacou um estudo
realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltava, que as
consequências do não tratamento, são as complicações médica e psicossocial da
enfermidade, também a redução da qualidade de vida dos pacientes, e a maior
probabilidade de resistência aos fármacos e o desperdício dos recursos assistenciais
(ARAUJO; GARCIA, 2006).
O tratamento da HAS tem como objetivo primordial deste a redução da
morbidade e mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, o Ministério da
Saúde tem realizado uma série de ações para redução dos fatores de risco para a
HAS bem a melhor adesão ao tratamento por parte dos pacientes (BRASIL, 2006;
BRASIL, 2012).
O controle da HAS está diretamente relacionado com o grau de adesão do
paciente ao regime terapêutico, também o meio ambiente, a equipe de saúde, o
comportamento do próprio paciente, são fatores que influenciam fortemente na
adesão do tratamento anti-hipertensivo do paciente durante todo o regime
terapêutico (ARAÚJO; GARCIA, 2006; PIRES; MUSSI, 2008).
O profissional enfermeiro tem participado ativamente de todos os programas
relacionados à saúde bem como na utilização de estratégias para uma melhor
adesão ao tratamento da hipertensão, destacando desta forma a importância desse
profissional atuante nas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (GIORGI,
2006).
Para Nobre (2010) a HAS é considerada um dos principais fatores de risco
(FR) modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública, a não
adesão ao tratamento pode trazer sérias consequências ao paciente, desta forma,
por ser uma doença que atinge principalmente adulto, destaca-se que a enfermagem
tem papel fundamental no acompanhamento do tratamento da hipertensão no
adulto, onde contribui para a melhor qualidade de vida do paciente e principalmente
no aumento da adesão ao tratamento anti- hipertensivo.
Portanto, destacamos como problema de pesquisa quais as consequências
da não adesão ao tratamento anti-hipertensivo?
Sendo assim torna-se relevante pesquisa nessa abordagem, pois é
crescente o numero de hipertensos no Brasil e o profissional enfermeiro
desempenha papel fundamental na assistência aos hipertensos bem como no
incentivo a adesão ao tratamento medicamentoso.
Teve-se como objetivos desse estudo em evidenciar a importância do
profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica no
adulto, bem como destacar as consequências da não adesão ao tratamento antihipertensivo, identificar quais os fatores que influenciam na não adesão ao
tratamento anti-hipertensivo e descrever estratégias de enfermagem para aumentar
a adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico.
Considerando a importância do atendimento primário de saúde a toda
população e a atuação do profissional enfermeiro, esperamos que esse estudo
contribua para uma melhor adesão ao tratamento mediante as estratégias
disponíveis para a atuação do enfermeiro.
Conceito de Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial sistêmica é a mais frequente das doenças
cardiovasculares, está relacionado como o mais comum dos problemas relacionados
ao sistema cardiovascular como acidente vascular cerebral, infarto agudo do
miocárdio e comprometimento renal (BRASIL, 2006).
Para tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) padronizou a medida
normal da pressão arterial entre os limites pressóricos de 120/80mmHg a
140/90mmHg. Sendo definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a
140 mmhg e uma pressão diastólica maior ou igual a 90 mmhg, isso para pessoas
que não faz uso continuo de medicação anti-hipertensiva (BRASIL, 2006).
De acordo com Santos et al. (2005) é considerado um hipertenso quando
confirmado, em pelo menos três aferições consecutivas em um período de duas a
três semanas se os níveis tensionais permanecerem elevados, porém, o autor
enfatiza que:
Estas três determinações são dispensáveis quando os níveis pressóricos
estão muito elevados ou há fortes evidências de lesões nos órgãos-alvo.
Nestas condições, o diagnóstico e o consequente tratamento já se impõem
na primeira consulta, e ressalta que o diagnóstico desta doença é feito
exclusivamente através da medida da pressão arterial. (SANTOS et al.,
2005, p.335).
Para tanto Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) apresenta quadro de
classificação da pressão arterial para adultos com mais de 18 anos (tabela 1) o qual
segue abaixo:
Tabela 1: Classificação da pressão arterial em adultos segundo Ministério da Saúde
(2006)
Fonte: (BRASIL, 2006)
Já a Sociedade Brasileira de Cardiologia na VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão (2010) enfatiza que a detecção, o tratamento e o controle da HAS como
sendo fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares, recomendando
prazo máximo para reavaliação, desta forma vêm a contribuir com Ministério da
Saúde (BRASIL, 2006). Sendo assim segue a tabela 2 com a classificação da
pressão arterial em adultos.
Tabela 2: Classificação da pressão arterial em adultos de acordo com a VI Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão (2010)
Fonte: (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
De acordo com Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) a proporção de
brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para
24,4%, em 2009, sendo o percentual de hipertensos não passa de 14% na
população até os 34 anos, dos 35 aos 44 anos, a proporção sobe para 20,9%, o
índice salta para 34,5%, dos 45 aos 54, e para 50,4%, dos 55 aos 64 anos.
Consequências da não adesão no tratamento anti-hipertensivo
Em relação a não adesão ao tratamento anti-hipertensivo as recomendações
terapêuticas tem sido uma preocupação de muitos anos das autoridades em saúde,
pois os prejuízos resultantes dessa não adesão se sobressaem, visto que as
complicações refletem diretamente no aumento do número de internações
hospitalares e no absenteísmo no trabalho por parte de trabalhadores portadores de
HAS e também na qualidade de vida dessa população (ARAÚJO, 2006).
O mesmo autor destaca que estudos realizados pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão a não adesão ao tratamento
decorre de prejuízos importantes, sendo que complicações médicas e psicossociais
da enfermidade, também uma maior probabilidade de resistência aos fármacos e o
desperdício e custo dos recursos assistenciais.
Gusmão et al. (2009) ressalta que inúmeros são os fatores que influenciam
na não adesão ao tratamento anti-hipertensivo, nos ligados ao paciente destaca o
conhecimento e a crença sobre a doença, bem como na sua habilidade para o
manejo e controle, já referente ao tratamento a complexidade do regime terapêutico
como duração, número de doses, horários e falhas em tratamento anteriores
comprometem a qualidade de vida pelas frequentes mudanças.
Outros fatores que contribuem para a desistência do tratamento estão à
ausência da cura, fatores demográficos (idade e educação), grau de conscientização
do paciente, relação entre o médico e paciente, qualidade do sistema público,
dificuldade de conseguir o medicamento, por precisarem se locomover até a unidade
de saúde, onde a maior parte dos pacientes que fazem o uso de anti-hipertensivos
são os idosos. Os fatores que ainda contribuem para a não adesão ao tratamento
não medicamentoso ocorrem devido à falta de local apropriado para a prática de
exercícios físicos, em relação à alimentação, alguns pacientes fazem o uso de sódio,
pelo fato de achar que a refeição fica sem sabor. Sabe- se que o sódio e a gordura
quando restringidas da alimentação, já é um grande passo para regularizar a
pressão arterial (BOSSAY et al., 2006).
Segundo Landim et al., (2011), os fatores que colaboram para não adesão
ao tratamento, estão relacionados com o número de fármacos a serem tomados,
causando confusão e esquecimento do medicamento, sendo mais difícil o regime
terapêutico para os idosos, pois utilizam mais medicamentos que qualquer outro
grupo etário e possuem menor habilidade para aprender e adquirir informações.
Outros fatores como não irem buscar os medicamentos na unidade quando acabam,
não tomar a medicação por não sentirem bem com a sua ingestão. Portanto quanto
maior o número de medicamentos administrados por dia, menor é a adesão ao
tratamento.
Estratégias
de
enfermagem
para
aumentar
a
adesão
ao
tratamento
farmacológico e não farmacológico
O conceito de adesão é grau do comportamento do paciente, em relação ao
tratamento proposto pelo médico e equipe de saúde, onde segue o regime
terapêutico
proposto,
comparecendo
nas
consultas
marcadas,
tomando
corretamente os remédios prescritos e mudando o estilo de vida (SILVA; LIMA;
EVANGELISTA, 2009).
Para Giorgi (2006), as estratégias devem ser iniciadas no primeiro contato
com o paciente e repetida com grande frequência para manter o seu efeito. A
utilização de estratégias de pré e pós-consultas de enfermagem é importância para
aumentar a adesão ao tratamento, conduzindo assim para um maior índice de
controle
da
pressão
arterial e
da
persistência
em
acompanhamento. O
acompanhamento da enfermagem e consultas nos locais de trabalho incentivam
para um aumento da aderência do paciente ao medicamento.
O autor ressalta ainda que muitas informações sobre a hipertensão e o seu
tratamento, são bem mais explicadas através de consultas realizadas com a equipe
multiprofissional (enfermeiras, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais e
psicólogos), mas o papel da enfermagem é fundamental durante todo o regime
terapêutico, onde através de estratégias, como contato via telefone, realizado pela
enfermagem possibilita avaliar e orientar os pacientes durante o tratamento, já que
muitos pacientes não vão até a unidade de saúde para obter informações.
Segundo Landim et al. (2011) e colaboradores na Estratégia de Saúde da
Família – ESF o enfermeiro como integrante da equipe, pode desenvolver ações
educativas, com o grupo de pacientes portadores de hipertensão e o seus familiares,
realizar consultas de enfermagem, pedir para que o médico faça prescrições bem
detalhadas e com letra legível, principalmente para os idosos, pedir para que o
familiar investigue se realmente o hipertenso está tomando os medicamentos,
visando uma participação ativa do paciente no regime terapêutico.
Santos et al. (2012) ressaltam que a promoção a saúde da enfermagem, para
aumentar a adesão do paciente ao tratamento, é indispensável para que haja
redução da morbidade e mortalidade associada aos riscos de doenças
cardiovasculares.
Importância do profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da
hipertensão arterial sistêmica no adulto
O enfermeiro é um profissional altamente capacitado e que desenvolve
atividades de promoção à saúde e prevenção de doenças, utilizando a consulta de
enfermagem para tal, e instrumentalizado pela Sistematização da Assistência de
Enfermagem, prescrevendo e implementando medidas que contribuam para a
recuperação e reabilitação do portador de HAS (BRASIL, 2012).
Dosse et al. (2009) destaca para as visitas realizadas pelo profissional
enfermeiro como de suma importância no tratamento, uma vez que pode haver
intervenção imediata na estratégia utilizada, visto que esse profissional possui
capacitação e habilidade para avaliar os níveis pressóricos discutindo a revisão da
estratégia.
De acordo com os autores Kieller e Cunha (2004), na atenção a saúde a
equipe multidisciplinar tem o papel de orientar, assistir e diagnosticar e acompanhar
o hipertenso durante todo o tratamento. Mas dentre a equipe de multidisciplinar, o
profissional enfermeiro é que possui papel indispensável na assistência ao paciente
hipertenso, pois é ele que o acompanha durante todo o regime terapêutico, dispõe
de orientações sobre a doença, ajuda o paciente a manter uma vida saudável,
acompanha e observa se realmente o hipertenso esta tendo uma adesão ao
tratamento, assegurando que tenha qualidade de vida adequada.
O diagnóstico da HAS é realizado através da aferição da pressão arterial,
sendo muitas vezes feita pelo enfermeiro no acolhimento, e essas aferições devem
ser feitas em momentos diferentes, na chegada do paciente à unidade de saúde
orientando-o a aguardar na sala de espera pelo menos uns dez minutos para a
aferição, pois o paciente muitas vezes comparece na unidade de bicicleta ou
deambulando, podendo ter valores alterados, devido à agitação da atividade física,
também é recomendado que as aferições sejam realizadas em ambos os braços
(BRASIL, 2003).
Lima et al. (2013) atenta para que se realize o diagnóstico preciso da HAS
pois considera um grave problema de saúde pública atingindo proporções mundiais,
sendo que o profissional enfermeiro possui as ferramentas necessárias para o
controle dos portadores de HAS e suas habilidades no que cerne no momento da
abordagem o que facilita tal controle.
A prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica requer mudança no estilo de
vida, onde o enfermeiro deve enfatizar o abandono do tabagismo, o controle da
obesidade, a importância da pratica do exercício físico, diminuição do consumo de
sal, bebidas alcoólicas e o estímulo a uma alimentação saudável (BRASIL, 2002).
Assim, a estratégia de Enfermagem deve ser iniciada no primeiro contato do
paciente com o enfermeiro, e repetida com grande frequência durante todo o
tratamento, para melhorar a adesão do paciente no tratamento (GIORGI, 2006).
Outro autor que também destaca sobre a importância do profissional
enfermeiro é Calista, Vasconcelos e Oliveira (2008), ao dizer que o enfermeiro é um
constante motivador para o portador de HAS no seu autocuidado, utiliza estratégias
de ensino-aprendizagem e implementando como instrumento a comunicação e
verbalização dos problemas apresentados pelos portadores de hipertensão, e ainda
acrescenta que o enfermeiro pode ser identificado como elemento de confiança,
paciencioso e dispõe-se a esclarecimentos de todas as dúvidas dos pacientes.
Verzola e Costa (2006) corrobora com autor acima ao enfatizar que o
enfermeiro é fundamental na adesão ao tratamento, pois na pós consulta lhe é
oportunizado um momento ímpar junto ao cliente portador da HAS, sendo propício
enfatizar os cuidados com o uso da medicação, falar sobre os efeitos colaterais das
mesmas, sobre o autocuidado no tratamento, de forma a contribuir para que não
ocorra o abandono por parte desse cliente ao tratamento ora proposto pelo médico,
dessa forma evitando as crises hipertensivas as quais coloca em risco todo o
tratamento bem como a vida do cliente.
Moura et al. (2011) dá ênfase para o processo de enfermagem como sendo
uma tecnologia de forma dinâmica, humanizada e de baixo custo, sendo ferramenta
importante que o enfermeiro dispõe para sua atuação nas medidas preventivas junto
ao portador de HAS.
Outras estratégias que devem ser utilizadas pelo enfermeiro é dispor de
espaços direcionados e específicos que oportunize o esclarecimento das duvidas
por parte da equipe multiprofissional de saúde destacada por Vidoto e Kaefer (2012)
e a formação de grupos específicos, pois ao agrupá-los tornam-se mais efetivas as
ações educativas junto a esses clientes facilitando dessa forma o trabalho em
equipe na unidade básica de saúde, sendo essa estratégia apontada por Carvalho
(2012) e confirmada por Francioni e Silva (2007) ao enfatizarem que, através dos
grupos específicos cria-se um vinculo maior uma vez que compartilham os mesmos
objetivos.
É imprescindível que o enfermeiro saiba valorizar seu trabalho em equipe e
manter um bom relacionamento multiprofissional, pois através das ações em
conjunto chega-se a uma assistência efetiva e com qualidade ao portador de HAS
(BELLO, 2012).
Mendonça e Lima (2012) destaca que o enfermeiro é um profissional
extremamente estrategista nas ações de promoção e prevenção dos mais variados
agravos a saúde e, que sua atuação na prevenção da HAS tem-se constituído com
elemento chave e de importância inquestionável no combate a esse mal que atinge
cada vez mais pessoas em todo o mundo, reforçado por Calista, Vasconcelos e
Oliveira (2008) que para o sucesso nas estratégias utilizadas pelo enfermeiro sua
conduta no atendimento ao hipertenso é fator primordial, pois a satisfação do
paciente durante o atendimento faz com que ele tenha uma adesão melhor ao
tratamento proposto.
DISCUSSÃO
De acordo com os autores pesquisados a Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) é um relevante problema de saúde e que seu controle acarreta problemas
graves uma vez que afeta órgãos importantes do corpo, sendo de suma importância
ser tratada com a devida atenção pelos profissionais da área da saúde, de forma
que o enfermeiro participa ativamente desse controle.
Autores como Brasil (2012) e Gusmão et al. (2009) abordam sobre a
população mais afetada pela HAS, sendo crescente nos dias atuais em decorrência
do estilo de vida adotado ultimamente pela população em escala mundial, sendo que
vários fatores contribuem para esse aumento nos níveis pressóricos.
De fato os pesquisadores concordam que os fatores para a não adesão ao
tratamento são dos mais variados, indo desde o fator idade, qualidade no sistema
publico e na aquisição dos medicamentos, a falta de medicamentos, bem como as
dificuldades relacionadas à mudança no estilo de vida como em deixar o habito do
uso de tabaco, hábitos alimentares como o não uso de sódio nos alimentos e uma
pratica de atividade física.
Landim et al. (2011) chama a atenção em especial quando se trata dos mais
idosos para a não adesão ao tratamento da HAS, pois relaciona a quantidade de
fármacos usada por eles o que pode ser causada pela confusão na hora de tomar,
na dificuldade de buscar os medicamentos na unidade de saúde pois não sentem-se
bem com os medicamentos.
Outro fator importante é a interação entre os profissionais envolvidos, onde as
equipes de trabalho mantenham um diálogo entre os diferentes campos de atuação,
pois
são
cada
vez
mais
crescentes
as
equipes
multiprofissionais
no
acompanhamento e no tratamento da HAS.
Para Brasil (2012) conceitua-se como a prática profissional na qual o paciente
é o principal beneficiário das ações do enfermeiro, sua atuação profissional inclui
uma somatória de atitudes, comportamentos, corresponsabilidades e habilidades na
prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos
eficientes e seguros, privilegiando a saúde e a qualidade de vida do paciente
acometido pela HAS.
Nos estudos de Giorgi (2006) fica evidente que o enfermeiro deve utilizar de
estratégias durante a pré e pós-consulta de enfermagem, pelo fato de inúmeras
vezes o portador buscar a assistência e encontrar esse profissional com maior
frequência, e que as explicações geralmente são mais detalhadas tornando-se assim
mais entendível pelo idoso.
Gusmão et al. (2009) destaca a importância da conscientização do portador
de HAS para uma adesão esperada no seu tratamento por parte dos profissionais
em especial o enfermeiro, e enfatiza sobre o monitoramento dessa pessoa com as
visitas no domicilio e ligações telefônicas e esclarecimentos de toda e qualquer
duvida.
Vários pesquisados evidenciam a importância do enfermeiro nas atividades
de promoção, prevenção e reabilitação da saúde, que esse profissional deve-se
instrumentalizar utilizando como meio a Sistematização da Assistência de
Enfermagem, pois possui habilitação legal na prescrição de medidas que contribuem
para a manutenção de uma saúde boa almejada por todos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que com a mudança no estilo de vida mundial contribui para o
aumento de inúmeras patologias especialmente as DCNT onde a HAS é uma delas,
sendo um dos principais fatores contribuintes para surgimentos de doenças
cardiovasculares.
O presente trabalho pretendeu estimular as discussões sobre a importância
da inserção do profissional enfermeiro dentro das atividades que lhe são pertinentes
na busca incessante da recuperação e manutenção da saúde, pois os portadores de
patologias controláveis tem um impacto considerável em sua qualidade de vida.
Consideramos que a o profissional enfermeiro é indispensável para o
tratamento da HAS, por ser o profissional que acompanha o portador de HAS
durante todo o regime terapêutico, contribuindo para que haja um aumento da
adesão ao tratamento, através de estratégias de enfermagem que podem
desenvolvidas em uma Estratégia de Saúde da Família – ESF, que visam garantir o
monitoramento desses pacientes ao tratamento.
O enfermeiro deve buscar ser um profissional atuante em seu campo de
desenvolvimento profissional e conhecedor do perfil epidemiológico da sua região,
comunicativo, educador e líder e que necessita estar inserido nas discussões e
ações que envolvam a assistência farmacológica e não farmacológico garantido
assim a qualidade e a promoção de saúde do portador de HAS.
A atuação do enfermeiro na rede pública de saúde consolidou-se pelo
Ministério da Saúde como uma das grandes forças para a promoção da saúde e
também para o gerenciamento sustentável do sistema, onde as diretrizes
estabelecidas
pelo
SUS
ajudam
no
processo
de
trabalho
das
equipes
multiprofissionais.
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