A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL ENFERMEIRO NA ADESÃO AO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA NO ADULTO Lohany Michely dos Reis1 Maria Gorete Nicolette Pereira2 RESUMO A saúde mundial tem passado por inúmeras mudanças, indo desde as melhorias das condições de vida e saúde como os agravos passiveis de intervenção como o caso das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) a qual a hipertensão arterial sistêmica (HAS) está inclusa. O presente estudo tratou-se de uma revisão de literatura sobre a importância do profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica (HAS) no adulto, bem como em destacar as consequências da não adesão no tratamento anti-hipertensivo, identificar quais os fatores que influenciam na não adesão ao tratamento anti-hipertensivo, descrever estratégias de enfermagem para aumentar a adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico. Os autores pesquisados evidenciam a importância do enfermeiro no processo de uma adesão esperada no tratamento farmacológico e não farmacológico, e que esse profissional deve utilizar de estratégias necessárias para o sucesso do tratamento pelos portadores da HAS. Também de acordo com pesquisas recentes atualmente no Brasil cerca de 22,7% da população adulta são portadores de HAS, sendo que o diagnóstico é maior entre as mulheres do que nos homens, que a raça negra sofre mais com o aumento dos níveis pressóricos, sendo imprescindível a mudança no comportamento do portador de HAS. Consideramos que o profissional enfermeiro é indispensável para o tratamento da HAS, por ser o profissional que acompanha o portador de HAS durante todo o regime terapêutico, contribuindo para que haja um aumento da adesão ao tratamento, através de estratégias de enfermagem que podem desenvolvidas em uma Estratégia de Saúde da Família – ESF, que visam garantir o monitoramento desses pacientes ao tratamento. Acadêmica do 8ª semestre do curso de graduação em Enfermagem da FACIDER, Colíder – MT. Orientadora do trabalho e Pesquisadora do grupo de estudo sobre morbidade referida, processo de trabalho e gestão em saúde no contexto da vida humana – UFMT/MT, docente do curso de graduação em Enfermagem INESUL Londrina – PR. 1 2 Palavras-chave: Hipertensão arterial sistêmica. Assistência de enfermagem. Tratamento. Adesão. ABSTRACT World Health has gone through numerous changes, ranging from improvements in living conditions and health as the aggravations liable to act as the case of NCD which the systemic arterial hypertension (SAH) is included. The present studies was a review of the literature on the importance of professional nurses in the treatment of systemic arterial hypertension (SAH) in adults, as well as to highlight the consequences of non-membership in the antihypertensive treatment, Identify which factors influence the non adherence to antihypertensive treatment, describe nursing strategies to increase adherence to the pharmacological and non pharmacological treatment. The authors surveyed evidence the importance of nurses in the process of accession expected in non-pharmacological and pharmacological treatment, and that this professional should use strategies necessary for successful treatment by bearers of the HAS. Also according to recent research currently in Brazil about 22.7% of the adult population are carriers of HAS, and the diagnosis is greater among women than in men, that blacks suffer more with the increase of blood pressure, being essential to the change in behavior of HAS. We believe that the professional nurse is essential to the treatment of HAS, for being the professional that accompanies the carrier HAS throughout the therapeutic regime, contributing to an increase in treatment adherence, through nursing strategies that can develop in a family health StrategyFHS, which aim to ensure the monitoring of these patients to treatment. Keywords: Hypertension. Nursing care. Treatment. Adherence. INTRODUÇÃO A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) constitui-se num problema de saúde clinico multifatorial, conceituada como síndrome, caracterizada pela presença de níveis pressóricos elevados, alterações metabólicas bem como pela hipertrofia cardíaca e vascular, denominada de doença silenciosa, pois na grande maioria das vezes seu portador não apresenta nenhum sintoma, vindo a ser uma preocupação constante, pois pode atingir órgãos alvos como rins e cérebro, e tem se constituído num problema de saúde publica de grande magnitude no mundo e no Brasil fazendo parte das doenças crônicas não transmissíveis (SILVA; SOUZA, 2004; GUSMÃO et al., 2009). Atualmente no Brasil cerca de 22,7% da população adulta são portadores de HAS, destes 25,4% dos diagnósticos feitos são em mulheres e entre os homens gira em torno 19,5%, atingindo mais a população acima de 40 anos, porem esse número é crescente seu aparecimento está cada vez mais precoce, decorrente de inúmeros fatores como estilo de vida, alimentação, alto consumo de sódio entre outros (BRASIL, 2012). De acordo com alguns estudos apontados por Gusmão et al. (2009) as pessoas com mais de 60 anos aderem menos ao tratamento e apresentam o pior controle da pressão arterial, uma vez que são portadores de outras patologias associadas e com isso necessitam de uma variada gama de medicamentos. Em 2003 a Sociedade Brasileira de Hipertensão, destacou um estudo realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ressaltava, que as consequências do não tratamento, são as complicações médica e psicossocial da enfermidade, também a redução da qualidade de vida dos pacientes, e a maior probabilidade de resistência aos fármacos e o desperdício dos recursos assistenciais (ARAUJO; GARCIA, 2006). O tratamento da HAS tem como objetivo primordial deste a redução da morbidade e mortalidade cardiovasculares do paciente hipertenso, o Ministério da Saúde tem realizado uma série de ações para redução dos fatores de risco para a HAS bem a melhor adesão ao tratamento por parte dos pacientes (BRASIL, 2006; BRASIL, 2012). O controle da HAS está diretamente relacionado com o grau de adesão do paciente ao regime terapêutico, também o meio ambiente, a equipe de saúde, o comportamento do próprio paciente, são fatores que influenciam fortemente na adesão do tratamento anti-hipertensivo do paciente durante todo o regime terapêutico (ARAÚJO; GARCIA, 2006; PIRES; MUSSI, 2008). O profissional enfermeiro tem participado ativamente de todos os programas relacionados à saúde bem como na utilização de estratégias para uma melhor adesão ao tratamento da hipertensão, destacando desta forma a importância desse profissional atuante nas doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) (GIORGI, 2006). Para Nobre (2010) a HAS é considerada um dos principais fatores de risco (FR) modificáveis e um dos mais importantes problemas de saúde pública, a não adesão ao tratamento pode trazer sérias consequências ao paciente, desta forma, por ser uma doença que atinge principalmente adulto, destaca-se que a enfermagem tem papel fundamental no acompanhamento do tratamento da hipertensão no adulto, onde contribui para a melhor qualidade de vida do paciente e principalmente no aumento da adesão ao tratamento anti- hipertensivo. Portanto, destacamos como problema de pesquisa quais as consequências da não adesão ao tratamento anti-hipertensivo? Sendo assim torna-se relevante pesquisa nessa abordagem, pois é crescente o numero de hipertensos no Brasil e o profissional enfermeiro desempenha papel fundamental na assistência aos hipertensos bem como no incentivo a adesão ao tratamento medicamentoso. Teve-se como objetivos desse estudo em evidenciar a importância do profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica no adulto, bem como destacar as consequências da não adesão ao tratamento antihipertensivo, identificar quais os fatores que influenciam na não adesão ao tratamento anti-hipertensivo e descrever estratégias de enfermagem para aumentar a adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico. Considerando a importância do atendimento primário de saúde a toda população e a atuação do profissional enfermeiro, esperamos que esse estudo contribua para uma melhor adesão ao tratamento mediante as estratégias disponíveis para a atuação do enfermeiro. Conceito de Hipertensão Arterial A hipertensão arterial sistêmica é a mais frequente das doenças cardiovasculares, está relacionado como o mais comum dos problemas relacionados ao sistema cardiovascular como acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e comprometimento renal (BRASIL, 2006). Para tanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) padronizou a medida normal da pressão arterial entre os limites pressóricos de 120/80mmHg a 140/90mmHg. Sendo definida como uma pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmhg e uma pressão diastólica maior ou igual a 90 mmhg, isso para pessoas que não faz uso continuo de medicação anti-hipertensiva (BRASIL, 2006). De acordo com Santos et al. (2005) é considerado um hipertenso quando confirmado, em pelo menos três aferições consecutivas em um período de duas a três semanas se os níveis tensionais permanecerem elevados, porém, o autor enfatiza que: Estas três determinações são dispensáveis quando os níveis pressóricos estão muito elevados ou há fortes evidências de lesões nos órgãos-alvo. Nestas condições, o diagnóstico e o consequente tratamento já se impõem na primeira consulta, e ressalta que o diagnóstico desta doença é feito exclusivamente através da medida da pressão arterial. (SANTOS et al., 2005, p.335). Para tanto Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) apresenta quadro de classificação da pressão arterial para adultos com mais de 18 anos (tabela 1) o qual segue abaixo: Tabela 1: Classificação da pressão arterial em adultos segundo Ministério da Saúde (2006) Fonte: (BRASIL, 2006) Já a Sociedade Brasileira de Cardiologia na VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) enfatiza que a detecção, o tratamento e o controle da HAS como sendo fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares, recomendando prazo máximo para reavaliação, desta forma vêm a contribuir com Ministério da Saúde (BRASIL, 2006). Sendo assim segue a tabela 2 com a classificação da pressão arterial em adultos. Tabela 2: Classificação da pressão arterial em adultos de acordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010) Fonte: (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). De acordo com Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) a proporção de brasileiros diagnosticados com hipertensão arterial cresceu de 21,5%, em 2006, para 24,4%, em 2009, sendo o percentual de hipertensos não passa de 14% na população até os 34 anos, dos 35 aos 44 anos, a proporção sobe para 20,9%, o índice salta para 34,5%, dos 45 aos 54, e para 50,4%, dos 55 aos 64 anos. Consequências da não adesão no tratamento anti-hipertensivo Em relação a não adesão ao tratamento anti-hipertensivo as recomendações terapêuticas tem sido uma preocupação de muitos anos das autoridades em saúde, pois os prejuízos resultantes dessa não adesão se sobressaem, visto que as complicações refletem diretamente no aumento do número de internações hospitalares e no absenteísmo no trabalho por parte de trabalhadores portadores de HAS e também na qualidade de vida dessa população (ARAÚJO, 2006). O mesmo autor destaca que estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Hipertensão a não adesão ao tratamento decorre de prejuízos importantes, sendo que complicações médicas e psicossociais da enfermidade, também uma maior probabilidade de resistência aos fármacos e o desperdício e custo dos recursos assistenciais. Gusmão et al. (2009) ressalta que inúmeros são os fatores que influenciam na não adesão ao tratamento anti-hipertensivo, nos ligados ao paciente destaca o conhecimento e a crença sobre a doença, bem como na sua habilidade para o manejo e controle, já referente ao tratamento a complexidade do regime terapêutico como duração, número de doses, horários e falhas em tratamento anteriores comprometem a qualidade de vida pelas frequentes mudanças. Outros fatores que contribuem para a desistência do tratamento estão à ausência da cura, fatores demográficos (idade e educação), grau de conscientização do paciente, relação entre o médico e paciente, qualidade do sistema público, dificuldade de conseguir o medicamento, por precisarem se locomover até a unidade de saúde, onde a maior parte dos pacientes que fazem o uso de anti-hipertensivos são os idosos. Os fatores que ainda contribuem para a não adesão ao tratamento não medicamentoso ocorrem devido à falta de local apropriado para a prática de exercícios físicos, em relação à alimentação, alguns pacientes fazem o uso de sódio, pelo fato de achar que a refeição fica sem sabor. Sabe- se que o sódio e a gordura quando restringidas da alimentação, já é um grande passo para regularizar a pressão arterial (BOSSAY et al., 2006). Segundo Landim et al., (2011), os fatores que colaboram para não adesão ao tratamento, estão relacionados com o número de fármacos a serem tomados, causando confusão e esquecimento do medicamento, sendo mais difícil o regime terapêutico para os idosos, pois utilizam mais medicamentos que qualquer outro grupo etário e possuem menor habilidade para aprender e adquirir informações. Outros fatores como não irem buscar os medicamentos na unidade quando acabam, não tomar a medicação por não sentirem bem com a sua ingestão. Portanto quanto maior o número de medicamentos administrados por dia, menor é a adesão ao tratamento. Estratégias de enfermagem para aumentar a adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico O conceito de adesão é grau do comportamento do paciente, em relação ao tratamento proposto pelo médico e equipe de saúde, onde segue o regime terapêutico proposto, comparecendo nas consultas marcadas, tomando corretamente os remédios prescritos e mudando o estilo de vida (SILVA; LIMA; EVANGELISTA, 2009). Para Giorgi (2006), as estratégias devem ser iniciadas no primeiro contato com o paciente e repetida com grande frequência para manter o seu efeito. A utilização de estratégias de pré e pós-consultas de enfermagem é importância para aumentar a adesão ao tratamento, conduzindo assim para um maior índice de controle da pressão arterial e da persistência em acompanhamento. O acompanhamento da enfermagem e consultas nos locais de trabalho incentivam para um aumento da aderência do paciente ao medicamento. O autor ressalta ainda que muitas informações sobre a hipertensão e o seu tratamento, são bem mais explicadas através de consultas realizadas com a equipe multiprofissional (enfermeiras, nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais e psicólogos), mas o papel da enfermagem é fundamental durante todo o regime terapêutico, onde através de estratégias, como contato via telefone, realizado pela enfermagem possibilita avaliar e orientar os pacientes durante o tratamento, já que muitos pacientes não vão até a unidade de saúde para obter informações. Segundo Landim et al. (2011) e colaboradores na Estratégia de Saúde da Família – ESF o enfermeiro como integrante da equipe, pode desenvolver ações educativas, com o grupo de pacientes portadores de hipertensão e o seus familiares, realizar consultas de enfermagem, pedir para que o médico faça prescrições bem detalhadas e com letra legível, principalmente para os idosos, pedir para que o familiar investigue se realmente o hipertenso está tomando os medicamentos, visando uma participação ativa do paciente no regime terapêutico. Santos et al. (2012) ressaltam que a promoção a saúde da enfermagem, para aumentar a adesão do paciente ao tratamento, é indispensável para que haja redução da morbidade e mortalidade associada aos riscos de doenças cardiovasculares. Importância do profissional enfermeiro na adesão ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica no adulto O enfermeiro é um profissional altamente capacitado e que desenvolve atividades de promoção à saúde e prevenção de doenças, utilizando a consulta de enfermagem para tal, e instrumentalizado pela Sistematização da Assistência de Enfermagem, prescrevendo e implementando medidas que contribuam para a recuperação e reabilitação do portador de HAS (BRASIL, 2012). Dosse et al. (2009) destaca para as visitas realizadas pelo profissional enfermeiro como de suma importância no tratamento, uma vez que pode haver intervenção imediata na estratégia utilizada, visto que esse profissional possui capacitação e habilidade para avaliar os níveis pressóricos discutindo a revisão da estratégia. De acordo com os autores Kieller e Cunha (2004), na atenção a saúde a equipe multidisciplinar tem o papel de orientar, assistir e diagnosticar e acompanhar o hipertenso durante todo o tratamento. Mas dentre a equipe de multidisciplinar, o profissional enfermeiro é que possui papel indispensável na assistência ao paciente hipertenso, pois é ele que o acompanha durante todo o regime terapêutico, dispõe de orientações sobre a doença, ajuda o paciente a manter uma vida saudável, acompanha e observa se realmente o hipertenso esta tendo uma adesão ao tratamento, assegurando que tenha qualidade de vida adequada. O diagnóstico da HAS é realizado através da aferição da pressão arterial, sendo muitas vezes feita pelo enfermeiro no acolhimento, e essas aferições devem ser feitas em momentos diferentes, na chegada do paciente à unidade de saúde orientando-o a aguardar na sala de espera pelo menos uns dez minutos para a aferição, pois o paciente muitas vezes comparece na unidade de bicicleta ou deambulando, podendo ter valores alterados, devido à agitação da atividade física, também é recomendado que as aferições sejam realizadas em ambos os braços (BRASIL, 2003). Lima et al. (2013) atenta para que se realize o diagnóstico preciso da HAS pois considera um grave problema de saúde pública atingindo proporções mundiais, sendo que o profissional enfermeiro possui as ferramentas necessárias para o controle dos portadores de HAS e suas habilidades no que cerne no momento da abordagem o que facilita tal controle. A prevenção da Hipertensão Arterial Sistêmica requer mudança no estilo de vida, onde o enfermeiro deve enfatizar o abandono do tabagismo, o controle da obesidade, a importância da pratica do exercício físico, diminuição do consumo de sal, bebidas alcoólicas e o estímulo a uma alimentação saudável (BRASIL, 2002). Assim, a estratégia de Enfermagem deve ser iniciada no primeiro contato do paciente com o enfermeiro, e repetida com grande frequência durante todo o tratamento, para melhorar a adesão do paciente no tratamento (GIORGI, 2006). Outro autor que também destaca sobre a importância do profissional enfermeiro é Calista, Vasconcelos e Oliveira (2008), ao dizer que o enfermeiro é um constante motivador para o portador de HAS no seu autocuidado, utiliza estratégias de ensino-aprendizagem e implementando como instrumento a comunicação e verbalização dos problemas apresentados pelos portadores de hipertensão, e ainda acrescenta que o enfermeiro pode ser identificado como elemento de confiança, paciencioso e dispõe-se a esclarecimentos de todas as dúvidas dos pacientes. Verzola e Costa (2006) corrobora com autor acima ao enfatizar que o enfermeiro é fundamental na adesão ao tratamento, pois na pós consulta lhe é oportunizado um momento ímpar junto ao cliente portador da HAS, sendo propício enfatizar os cuidados com o uso da medicação, falar sobre os efeitos colaterais das mesmas, sobre o autocuidado no tratamento, de forma a contribuir para que não ocorra o abandono por parte desse cliente ao tratamento ora proposto pelo médico, dessa forma evitando as crises hipertensivas as quais coloca em risco todo o tratamento bem como a vida do cliente. Moura et al. (2011) dá ênfase para o processo de enfermagem como sendo uma tecnologia de forma dinâmica, humanizada e de baixo custo, sendo ferramenta importante que o enfermeiro dispõe para sua atuação nas medidas preventivas junto ao portador de HAS. Outras estratégias que devem ser utilizadas pelo enfermeiro é dispor de espaços direcionados e específicos que oportunize o esclarecimento das duvidas por parte da equipe multiprofissional de saúde destacada por Vidoto e Kaefer (2012) e a formação de grupos específicos, pois ao agrupá-los tornam-se mais efetivas as ações educativas junto a esses clientes facilitando dessa forma o trabalho em equipe na unidade básica de saúde, sendo essa estratégia apontada por Carvalho (2012) e confirmada por Francioni e Silva (2007) ao enfatizarem que, através dos grupos específicos cria-se um vinculo maior uma vez que compartilham os mesmos objetivos. É imprescindível que o enfermeiro saiba valorizar seu trabalho em equipe e manter um bom relacionamento multiprofissional, pois através das ações em conjunto chega-se a uma assistência efetiva e com qualidade ao portador de HAS (BELLO, 2012). Mendonça e Lima (2012) destaca que o enfermeiro é um profissional extremamente estrategista nas ações de promoção e prevenção dos mais variados agravos a saúde e, que sua atuação na prevenção da HAS tem-se constituído com elemento chave e de importância inquestionável no combate a esse mal que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo, reforçado por Calista, Vasconcelos e Oliveira (2008) que para o sucesso nas estratégias utilizadas pelo enfermeiro sua conduta no atendimento ao hipertenso é fator primordial, pois a satisfação do paciente durante o atendimento faz com que ele tenha uma adesão melhor ao tratamento proposto. DISCUSSÃO De acordo com os autores pesquisados a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é um relevante problema de saúde e que seu controle acarreta problemas graves uma vez que afeta órgãos importantes do corpo, sendo de suma importância ser tratada com a devida atenção pelos profissionais da área da saúde, de forma que o enfermeiro participa ativamente desse controle. Autores como Brasil (2012) e Gusmão et al. (2009) abordam sobre a população mais afetada pela HAS, sendo crescente nos dias atuais em decorrência do estilo de vida adotado ultimamente pela população em escala mundial, sendo que vários fatores contribuem para esse aumento nos níveis pressóricos. De fato os pesquisadores concordam que os fatores para a não adesão ao tratamento são dos mais variados, indo desde o fator idade, qualidade no sistema publico e na aquisição dos medicamentos, a falta de medicamentos, bem como as dificuldades relacionadas à mudança no estilo de vida como em deixar o habito do uso de tabaco, hábitos alimentares como o não uso de sódio nos alimentos e uma pratica de atividade física. Landim et al. (2011) chama a atenção em especial quando se trata dos mais idosos para a não adesão ao tratamento da HAS, pois relaciona a quantidade de fármacos usada por eles o que pode ser causada pela confusão na hora de tomar, na dificuldade de buscar os medicamentos na unidade de saúde pois não sentem-se bem com os medicamentos. Outro fator importante é a interação entre os profissionais envolvidos, onde as equipes de trabalho mantenham um diálogo entre os diferentes campos de atuação, pois são cada vez mais crescentes as equipes multiprofissionais no acompanhamento e no tratamento da HAS. Para Brasil (2012) conceitua-se como a prática profissional na qual o paciente é o principal beneficiário das ações do enfermeiro, sua atuação profissional inclui uma somatória de atitudes, comportamentos, corresponsabilidades e habilidades na prestação da farmacoterapia, com o objetivo de alcançar resultados terapêuticos eficientes e seguros, privilegiando a saúde e a qualidade de vida do paciente acometido pela HAS. Nos estudos de Giorgi (2006) fica evidente que o enfermeiro deve utilizar de estratégias durante a pré e pós-consulta de enfermagem, pelo fato de inúmeras vezes o portador buscar a assistência e encontrar esse profissional com maior frequência, e que as explicações geralmente são mais detalhadas tornando-se assim mais entendível pelo idoso. Gusmão et al. (2009) destaca a importância da conscientização do portador de HAS para uma adesão esperada no seu tratamento por parte dos profissionais em especial o enfermeiro, e enfatiza sobre o monitoramento dessa pessoa com as visitas no domicilio e ligações telefônicas e esclarecimentos de toda e qualquer duvida. Vários pesquisados evidenciam a importância do enfermeiro nas atividades de promoção, prevenção e reabilitação da saúde, que esse profissional deve-se instrumentalizar utilizando como meio a Sistematização da Assistência de Enfermagem, pois possui habilitação legal na prescrição de medidas que contribuem para a manutenção de uma saúde boa almejada por todos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Consideramos que com a mudança no estilo de vida mundial contribui para o aumento de inúmeras patologias especialmente as DCNT onde a HAS é uma delas, sendo um dos principais fatores contribuintes para surgimentos de doenças cardiovasculares. O presente trabalho pretendeu estimular as discussões sobre a importância da inserção do profissional enfermeiro dentro das atividades que lhe são pertinentes na busca incessante da recuperação e manutenção da saúde, pois os portadores de patologias controláveis tem um impacto considerável em sua qualidade de vida. Consideramos que a o profissional enfermeiro é indispensável para o tratamento da HAS, por ser o profissional que acompanha o portador de HAS durante todo o regime terapêutico, contribuindo para que haja um aumento da adesão ao tratamento, através de estratégias de enfermagem que podem desenvolvidas em uma Estratégia de Saúde da Família – ESF, que visam garantir o monitoramento desses pacientes ao tratamento. O enfermeiro deve buscar ser um profissional atuante em seu campo de desenvolvimento profissional e conhecedor do perfil epidemiológico da sua região, comunicativo, educador e líder e que necessita estar inserido nas discussões e ações que envolvam a assistência farmacológica e não farmacológico garantido assim a qualidade e a promoção de saúde do portador de HAS. A atuação do enfermeiro na rede pública de saúde consolidou-se pelo Ministério da Saúde como uma das grandes forças para a promoção da saúde e também para o gerenciamento sustentável do sistema, onde as diretrizes estabelecidas pelo SUS ajudam no processo de trabalho das equipes multiprofissionais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, Gilmara Barbosa Silva; GARCIA, Telma Ribeiro. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: uma analise conceitual. Rev. Eletrônica de Enfermagem, João Pessoa/PB, v. 08, n.02, p. 259-272, 2006. Disponível em <http://www.revista.ufg.br>. Acesso em 12 jun. 2012. BELLO, Daniel dos Santos. Crise Hipertensiva no Atendimento de Urgência e Emergência: implicações e Atribuições da Enfermagem. Rio de Janeiro, 2012 Disponível em <http://www.redentor.inf.br/arquivos/pos/publicacoes>. Acesso em 18 maio 2013. BOSSAY, D. et al. Fatores associados à não – adesão ao tratamento da hipertensão arterial. Rev. 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