Revista de Biologia e Ciências da Terra ISSN: 1519-5228 [email protected] Universidade Estadual da Paraíba Brasil Bomfim, Bianca Samay Angelina; da Silva Rodrigues, Cristiano; Coimbra, João Luiz; Leite Lopes, Carina Mariani Efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano no desenvolvimento de Meloidogyne mayaguensis Revista de Biologia e Ciências da Terra, vol. 11, núm. 1, 2011, pp. 75-82 Universidade Estadual da Paraíba Paraíba, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=50021097007 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe , Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 Volume 11 - Número 1 - 1º Semestre 2011 Efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano no desenvolvimento de Meloidogyne mayaguensis Bianca Samay Angelina Bomfim1, Cristiano da Silva Rodrigues1, João Luiz Coimbra2, Carina Mariani Leite Lopes1 RESUMO O nematóide das galhas Meloidogyne mayaguensis Rammah e Hirschmann, 1988 vem causando prejuízos a plantios comerciais, em especial ao da goiabeira. Nenhuma estratégia de manejo tem demonstrado eficiência no controle desse patógeno. O Cerrado baiano apresenta uma diversidade de plantas que ainda não foram estudadas quanto as suas propriedades nematicidas. Dessa forma, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano no parasitismo do nematóide M. mayaguensis em tomateiros. O trabalho foi realizado com 13 extratos vegetais de folhas e sementes. O experimento foi montado em badeja de polietileno, contendo substrato com vermiculita, em duas etapas. A primeira etapa avaliou-se o efeito dos extratos vegetais na proteção do sistema radicular de tomateiros, onde nenhum dos extratos analisados protegeu o sistema radicular. Na segunda etapa avaliou-se o efeito dos extratos no controle do nematóide. Nenhum dos extratos diminuiu significativamente os números de galhas e massa de ovos, entretanto, dez dos extratos testados foram capazes de interferir no potencial reprodutivo do nematóide. Palavras-chave: nematóide das galhas, goiabeira, controle, macerado de folhas, nematicida. Effect of plant extracts obtained from plants of the Cerrado Baiano in the development of Meloidogyne mayaguensis ABSTRACT The root-knot nematode Meloidogyne mayaguensis Rammah e Hirschmann, 1988 has caused damages to commercial plantations, particularly the guava. No management strategy has proven to be efficient in controlling this pathogen. The Cerrado Bahia presents a diversity of plants that have not been studied for their properties nematicides. Thus, the aim of this work is to evaluate the effect of plant extracts obtained from plants of the Cerrado Bahia in nematode parasitism of M. mayaguensis in tomato. The study was conducted with 13 plant extracts from leaves and seeds. The experiment was a whiting polyethylene substrate with vermiculite in two steps. The first step I evaluate the effect of plant extracts to protect the root system of tomato, where none of the analyzed extracts protected the root system. In the second step we evaluated the effect of extracts on nematode control, none of the extract significantly decreased the numbers of galls and egg masses, however, ten of the plant extracts were able to interfere with the reproductive potential of the nematode. Keywords: root-knot nematode, guava, control, nematicide, extracts. 1 INTRODUÇÃO O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e um dos mais ricos do planeta, no entanto sua vegetação vem sendo substituída por pastagens e outras plantios agrícolas sem um estudo prévio do potencial econômico das plantas ai existentes. A utilização de extratos vegetais de plantas do cerrado para controle de nematóides pode apresentar vantagens em relação aos nematicidas sintéticos, principalmente no controle do nematóide de galhas. Diversos pesquisadores já demonstraram o efeito de extratos vegetais no controle de nematóides do gênero Meloidogyne (Ponte et al. 1987; Scramin et al., 1987; Silva, 1993; Frighetto e Zavatti, 1994; Silva e Ribeiro, 1989; Costa Manso et al., 1985). Dentre esses trabalhos merecem destaque os extratos obtidos de espécies de plantas medicinais (Maciel e Ferraz, 1996). Substâncias químicas com efeito nematicida têm sido isoladas de algumas dessas plantas. Além das plantas medicinais, substâncias também de natureza nematicida têm sido encontradas em plantas como o cravo de defunto (Tagetes erecta Linn.). A grande variedade de substâncias presentes na flora continua sendo um enorme atrativo na área de controle de doenças de plantas, principalmente levando-se em consideração que apenas uma pequena parcela de plantas foi investigada com tal finalidade, sendo a maioria delas exóticas, havendo desta forma a necessidade de estudos na flora brasileira que possam propiciar descobertas importantes, a exemplo do Linchocarpus utilis L., cujo princípio ativo é um alcalóide, a “rotenona”, utilizado em diversos trabalhos como inseticida, e tem a facilidade de ser bastante comum nos cerrado brasileiro (Neves e Nogueira, 1996). Nas pesquisas realizadas com extratos de plantas, diversas substâncias com ação nematicida já foram encontradas e algumas delas purificadas, bem como caracterizadas (Salgado e Campos, 2003). Em geral, tais espécies possuem em sua constituição produtos químicos, que quando aplicados isoladamente, apresentam algum efeito sobre os nematóides (Dias et al., 2000). Diversos constituintes químicos com efeito nematicidas foram isolados de espécies vegetais, tais como o ácido asparagúsico, isolado de Aspargos officinalis (Takasugiet al., 1975), o a-terthienyl de Tagetes spp. (Gommers, 1981), e L-Dopa de Mucuna aterrima (Barcelos et al., 1997). Como exemplo, o álcool alifático 1- triacontranol e o éster triacontiltetracosanato, isolados a partir da parte aérea de mucuna preta, exibiram atividades nematicidas contra Meloidogyne incognita Chitwood, raça 3, reduzindo a eclosão de juvenis de segundo estádio (J2) em ensaios ‘in vitro’, e o número de galhas produzidas pelos nematóides, em casa de vegetação (Nogueira et al., 1996). Outro exemplo é o eugenol, um óleo essencial presente em plantas como o cravo-da-índia (Eugenia caryophyllus Spreng.) e manjericão (Ocimum basilicum L.), que apresentou atividade nematicida sistêmica quando pulverizada em quiabeiros (Bala e Sukul, 1987). Sabendo-se que muitas plantas do cerrado ainda não foram estudadas quanto à presença de substância tóxica a fitonematóides e que extratos vegetais de várias plantas têm demonstrado efeito positivo no controle do nematóide de galhas, objetivou-se com este trabalho avaliar o efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano na proteção e no controle do parasitismo do nematóide M. mayaguensis em tomateiros. 2 MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no viveiro de plantas nativas do Cerrado da Universidade do Estado da Bahia - UNEB no campus-IX em Barreiras-BA. Os extratos foram produzidos a partir de 13 espécies de plantas coletadas na região de cerrado as margens do Rio de Ondas, em Barrieras-BA. Das espécie coletadas, Myracrodruon urudeuva (Aroeira) originou extrato de sementes e as demais espécies Copaifera langsdorffi (Copaífera), Hymenaeae courbaril (Jatobá folha lisa), Annacardium humile (Cajuí), Aspidosperma spp. (Pereira), Curatela americana (Lixeira), Simarouba versicolo (Mata-cachorro), Hymenaea stigonocarpa (Jatobá folha pilosa), Eugenia dysenterica (Cagaita), Dimorphandra mollis (Faveira), Magonia pubescens (Timbó), Amburana cearensis (Umburana de cheiro), Combretum spp. (Vaqueta) originaram extratos derivados de folhas. Após serem coletadas, as folhas foram secas em estufa/microondas até a obtenção de peso constante e as sementes armazenadas em geladeira a 8°C até o momento da obtenção dos extratos. A identificação das plantas foi realizada no Herbário da UNEB campus IX com auxilio de exsicatas e chaves analíticas. Os tratamentos utilizados no trabalho foram: T1-extrato de folha de umburana, T3extrato de folha de faveira, T4- extrato de folha de cagaita, T7-extrato de folha de jatobá (folha pilosa), T8- extrato de folha de vaqueta, T9extrato de folha de jatobá (folha lisa), T10extrato de folha de mata-cachorro, T11- extrato de folha de lixeira, T12- extrato de folha de pereira, T16- extrato de folha de cajuí, T17extrato de folha de copaífera, T18- extrato de folha de timbó, T19- extrato de semente de aroeira e T0- testemunha inoculada. As variáveis analisadas foram: número de galhas, número de massas e número de ovos por grama de raiz. 2.1 Obtenção dos extratos vegetais Os extratos vegetais das folhas foram preparados segundo o método utilizado por Ferris e Zheng (1999), na qual para cada grama do material seco foi adicionado 10 ml de água destilada, sendo a mistura mantida em repouso por 24 horas na ausência de luz. Posteriormente a mistura foi triturada manualmente com auxílio de almofariz e pistilo e filtrada em papel filtro comum. Os extratos foram recolhidos em erlenmayers e foram mantidos em congelador de geladeira a -5°C até o momento de utilização. Para obtenção de extratos de sementes as mesmas foram imersas em água destilada, na proporção de 1 grama de semente para cada 10 mL de água destilada. A mistura foi acondicionada em um béquer e mantida em repouso, na ausência de luz por 24 horas. Após esse período, as sementes foram trituradas em liquidificador utilizando-se a mesma solução na qual foram mantidas em repouso, sendo a solução resultante filtrada em papel filtro comum. Como para as folhas, os extratos foram recolhidos em erlenmayers e mantidos em congelador de geladeira a -5°C até o momento de utilização. Todos os extratos vegetais foram centrifugados por dois minutos a 1800rpm antes de serem utilizados. 2.2 Multiplicação do nematóide Fez-se a multiplicação dos nematóides em tomateiro (Lycopersicon esculentum) cv. Santa Cruz (Kadá) plantado em vasos com capacidade para quatro litros contendo mistura de solo e areia grossa (2:1), infestados com 4000 ovos. A multiplicação foi realizada por um período de 60 dias. 2.3 Efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano na proteção do sistema radicular do tomateiro contra o parasitismo de Meloidogyne mayaguensis O experimento foi montado em badeja de polietileno de 50 células contendo substrato com vermiculita (Bioplant). As mudas de tomate (Lycopersicon esculentum) cv. Kadá utilizadas para montagem do ensaio foram produzidas em bandeja de isopor de 288 células contendo o mesmo substrato utilizado para experimentação, sendo estas utilizadas somente quando apresentaram um par de folhas definitivas. Em cada célula da bandeja de polietileno contendo o substrato, fez-se uma fenda em formato piramidal com volume correspondente a célula da bandeja onde as mudas de tomate foram produzidas. Após essa operação o substrato foi infestado com 2 mL de uma suspensão com 2500 ovos do nematóide/mL. A infestação foi processada de forma que a suspensão de ovos fosse despejada na parede da fenda piramidal, para em seguida colocar 20 mL do extrato vegetal. Após a infestação do substrato e a aplicação extrato vegetal no mesmo, colocou-se uma muda de tomate (Lycopersicon esculentum) cv. Kadá com o sistema radicular intacto na célula da bandeja. Passados 43 dias do transplante, as mudas foram cuidadosamente removidas e o sistema radicular separado da parte aérea e lavado. Após a retirada, os ovos foram extraídos utilizando-se a técnica descrita por Hussey e Barker, modificado por Boneti e Ferraz (1981). Para isso o sistema radicular foi seccionado e triturado individualmente em sódio a 0,5%. Após essa trituração, a suspensão de raízes foi vertida em um conjunto formado de duas peneiras de 200 sob a de 400 mesh. Com auxilio de jatos de água, obtido por uma pisseta, a suspensão de ovos, retida na malha da peneira de 400 mesh foi acondicionada em tubos de centrífuga de 50 ml e colocado em seguida 3 gramas de pó de giz. Após esse processo foi realizada a centrifugação por 5 minutos a 1800rpm. Após essa centrifugação foi descartado o sobrenadante e adicionado 30 ml de uma solução de sacarose na concentração de 50%. Foi realizada uma nova centrifugação por 1 minuto a 1800 rpm. Após essa centrifugação o sobrenadante foi vertido na peneira de 400 mesh e lavado com água de torneira. A suspensão de ovos retida na peneira de 400 mesh foi coletada com auxílio de uma pisseta e acondicionada em tubos de ensaio. Em microscópio óptico/estereoscópio foi quantificado o número de ovos por grama de raiz utilizando-se lâminas de Peters. Para contagem das massas de ovos foi utilizado o método de coloração com Floxina- B a 0,0015% por 20 minutos. A contagem das galhas e das massas de ovos foi realizada com auxilio de microscópio estereoscópio. O Delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados (DBC) com 5 repetições para cada tratamento e unidade experimental de 2 plantas. Os dados obtidos foram transformados para x 0 . 5 , sendo as médias de cada tratamento comparadas entre si pelo teste de Scott e Knott (Scott e Knott, 1974) ao nível de 5% de significância. 2.4 Efeito dos extratos vegetais no controle do parasitismo do nematóide M. mayaguensis em raízes de tomateiro em casa de vegetação O experimento foi montado em quatro bandeja de plástico tipo tubetes, com cinqüenta células cada, contendo o substrato comercial BioPlant. Foram utilizadas sementes de tomate ‘Santa Cruz Kadá’, sendo semeadas duas sementes por tubete, quatro dias após a germinação realizou-se o raleio das plantas. Quinze dias após a germinação, estando às mudas com duas folhas verdadeiras se adicionou ao substrato 20 mL do extrato vegetal, obtido conforme descrito Foram realizadas mais duas aplicações dos extratos vegetais, em volume de 15 mL e 10 mL respectivamente, totalizando três aplicações espaçadas no intervalo de 5 dias. Um dia após a primeira aplicação dos extratos vegetais foi realizada a infestação do substrato com 2 mL de uma suspensão com 250 ovos de M. mayaguensis/mL. A infestação foi feita com auxílio de pipeta automática e um bastão de vidro. Foram feitos dois orifícios em volta de cada plântula se adicionado 1 mL da suspensão de ovos em cada orifício. Trinta dias após a infestação do substrato com os ovos de Meloidogyne mayaguensis, foi realizado a avaliação do experimento. Cada planta foi retirada cuidadosamente dos tubetes e cortada na altura do coleto para separar a parte aérea das raízes. A altura da parte aérea foi medida com auxílio de uma régua graduada. As raízes foram imersas em solução de floxina B a 0.0015% durante 20 minutos para colorir as massas de ovos. Em seguida, realizou-se a contagem do número de galhas e massa de ovos empregandose um contador manual e lupa eletrônica. Todo o sistema radicular foi cortado em pedaços de 0.5cm de comprimento e extraíram-se os ovos pela técnica de Hussey e Barker, modificado por Boneti e Ferraz (1981). Sendo os ovos quantificados com auxílio de uma lâmina de Peters e microscópio óptico. O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC) com quatro repetições por tratamento e duas plantas por unidade experimental, sendo a testemunha constituída de tomateiro inoculado com nematóide, mas sem aplicação do extrato vegetal. As médias de cada tratamento foram agrupadas pelo teste de Scott e Knott ao nível de 5% de significância, após transformação dos dados em arco seno x 1 . 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Efeito de extratos vegetais obtidos de plantas do Cerrado baiano na proteção do sistema radicular do tomateiro contra o parasitismo de Meloidogyne mayaguensis. Nenhum dos extratos vegetais testados apresentou capacidade de proteger o sistema radicular do tomateiro contra o parasitismo do nematóide M. mayaguensis (Tabela 1). No eficiência dos extratos de Myracrodruon urudeuva (aroeira), Copaifera langsdorffi (Copaífera), Curatela americana (lixeira) e Magonia pubescens (Timbó) em reduzir o parasitismo do nematóide de galhas no tomateiro. Porém os autores fizeram três aplicações ao invés de uma aplicação do extrato vegetal. A infestação do substrato com os extratos vegetais foi realizada apenas no momento do transplantio das mudas de tomateiro, desse modo, o número de infestações feitas pode ter sido insuficiente. A ineficiência dos extratos vegetais pode também ter sido causada pela biodegradação do principio ativo por microorganismo presentes no substrato ou no próprio extrato vegetal. Segundo Ferris e Zheng (1999) a ausência de controle de alguns extratos vegetais contra nematóide pode ocorrer devido à presença de microorganismos (ou seus metabólitos). Embora não tenha sido observado o potencial nematicida dos extratos (Tabela 1), o uso de outra metodologia de extração poderá obter substâncias com essa propriedade. Dias et al. (2000), adaptando o método de extração de Ferris e Zheng (1999), obtiveram resultados diferenciados de mortalidade de nematóides juvenis do Meloidogyne incognita, em extratos aquosos de plantas medicinais em relação ao procedimento original de obtenção dos extratos. 3.2 Efeito dos extratos vegetais no controle do parasitismo do nematóide M. mayaguensis em raízes de tomateiro em casa de vegetação Todos os extratos vegetais testados foram incapazes de inibir a formação de galhas e massas de ovos nas raízes do tomateiro (P≤0,05) quando comparados com a testemunha (Tabela 2). Porém, com exceção dos extratos de Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm, Curatela americana, Combretum sp., todos os demais extratos foram capazes de diminuir o potencial reprodutivo de M. mayaguensis reduzindo o numero de ovos por grama de raiz (Tabela 2). A inibição da reprodução do nematóide pode ter sido causada pela ativação de substâncias de defesa da planta afetando a biologia do nematóide. As plantas possuem diferentes mecanismos estruturais e bioquímicos que podem contribuir para a resistência das mesmas contra fitopatógenos (Paschlati e Leite, 1995). A indução de resistência envolve a ativação de mecanismos de defesa latente existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes bióticos ou abióticos (Romerio, 1999). No entanto, extratos vegetais, mesmo com algum efeito direto sobre o patógeno apresentam potencial em induzir resistência em plantas (Franzener et al., 2003). A indução de resistência a nematóides caracteriza-se pela interrupção ou alongamento do ciclo do parasitismo, que pode atuar de forma direta ou indireta no estímulo da eclosão, capacidade do juvenil localizar ou invadir a planta hospedeira, indução e manutenção do sitio de alimentação e, consequentemente, desenvolvimento de fêmeas adultas e produção de ovos (Cook et al., 2007). No presente trabalho foi avaliado apenas treze extratos vegetais diferentes, o que não expressa à grande diversidade de plantas existentes no Cerrado baiano. Diante disso, é relevante que se façam mais estudos com espécies diferentes das aqui mencionadas, visto que outros autores relataram a presença de efeito nematicida em diversos extratos vegetais. characterization. Revue de Nématolgie, 10:4556 4 CONCLUSÕES Nenhum extrato vegetal testado reduziu o número de galhas, massas de ovos e ovos por grama de raiz do tomateiro, não expressando dessa forma efeito em proteger o sistema radicular do tomateiro contra o parasitismo do nematóide. Quanto ao controle do parasitismo, nenhum dos extratos vegetais testados foi capaz de controlar o nematóide, pois não inibiu a formação de galhas e massas de ovos nas raízes do tomateiro. Entretanto, os extratos de Amburanacearensis, Curatela americana e Combretum sp. foram os únicos extratos incapazes de diminuir o numero de ovos por grama de raiz do nematóide M. mayaguensis. FERRAZ, S.; VALLE, L. A. Controle de fitonematóides por plantas antagonistas. Viçosa – MG: UFV. 73p. 1997 FERRIS, H.; ZHENG, L. Plant sources of chinese herbal remedies: effects on Pratylenchusvulnus and Meloidogyne javanica. Journal of Nematology, 31(3): 241-263 1999. FRIGHETTO, R. S. T.; ZAVATTI, L. M. S. Avaliação de espécies vegetais no controle de Meloidogyne incognita. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE NEMATOLOGIA, 18. Campinas, 1994. Resumos. Campinas: Sociedade Brasileira de Nematologia, p.33, 1994. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALA, S. K.; SUKUL, N.C. nematicidal effect of Nematropica,17(2):219-222. 1987. Sistemic eugenol. CARNEIRO, R. M. D. G.; ALMEIDA, M.RA. 2001. Primeiro registro de Meloidogyne mayaguensis em goiabeira no Brasil. Nematologia Brasileira 25(2):223-228. CARNEIRO, R. M. D. 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