PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Antimicrobial resistance profile of pseudomonas aeruginosa isolated in feces of patients infected with human immunodeficiency virus Cintya de Oliveira Souza1, Danusa Martins Dias2, Carlos César da Silva Barbosa2, Simone Nahum Rodrigues3, Patrícia Shiori Yoshida4 RESUMO Pseudomonas aeruginosa é uma bactéria oportunista em indivíduos imunodeprimidos. A ocorrência de infecção periretal e enterocolite necrotizante por esse microrganismo tem sido relatada em pacientes imunocomprometidos que fazem uso freqüente de antimicrobianos. Com o intuito de avaliar a resistência aos antimicrobianos de Pseudomonas aeruginosa isoladas das fezes de pacientes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) internados e atendidos em ambulatório, 64 amostras de P. aeruginosa foram testadas pelo método de difusão em sistema de disco. Dentre as 64 amostras de P. aeruginosa, 73% (47/64) apresentaram sensibilidade a todos os antimicrobianos testados. Algumas amostras apresentaram resistência, principalmente, para gentamicina/CN (20%), amicacina/AK (14%), cefoperazona/CFP (11%) e piperacilina/PRL (9%). Foram identificados onze modelos de resistência, sendo que todos os modelos multidrogaresistentes foram identificados em amostras isoladas de pacientes hospitalizados. A prevalência dos modelos de resistência em amostras de origem hospitalar demonstra que os pacientes hospitalizados estão mais expostos ao risco de infecções secundárias por amostras multirresistentes, além de colaborar com a disseminação da mesma no ambiente hospitalar. PALAVRAS-CHAVE Pseudomonas aeruginosa, fezes, resistência bacteriana a antibióticos, HIV ABSTRACT Pseudomonas aeruginosa is an opportunistic bacterium that has immunocompromised individuals as its main target. The occurrence of perirectal infection and necrotizing enterocolitis by this microorganism has been reported in immunocompromised people under antibiotic treatment. In order to evaluate Pseudomonas aeruginosa antimicrobial resistance profile isolated in feces from both in- and outpatients 1 Mestre em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários. Consultura do Instituto Evandro Chagas/ MS-SVS; End. Tv. Mauriti Vila Carmem, casa 1 - Bairro: Pedreira - Belém - PA - CEP: 66.080-650 E-mail: [email protected] 2 Graduando(a) do curso de Farmácia-bioquímica - Universidade Federal do Pará. 3 Farmacêutica bioquímica. 4 Farmacêutica bioquímica. Estagiária do Instituto Evandro Chagas. C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 – 379 CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA, DANUSA MARTINS DIAS, CARLOS CÉSAR NAHUM RODRIGUES, PATRÍCIA SHIORI YOSHIDA DA SILVA BARBOSA, SIMONE infected by HIV, sixty-four strains of P. aeruginosa were tested by the standard disk diffusion method. Among all the P. aeruginosa strains, 73% (47/64) were sensitive to all antimicrobial agents tested. Some strains were resistant, mainly to Gentamicin/CN (20%), Amicacin/AK (14%), Cefoperazon/CFP, (11%) and Piperacilin/PRL (9%). Eleven patterns of resistance were identified among the strains but multidrug resistance was identified only among strains isolated from inpatients. The prevailing patterns of resistance in strains isolated from hospital source, shows that hospitalized patients are much more exposed to secondary infections by multiresistant strains, besides being a means of contamination in hospital environment. KEY WORD Pseudomonas aeruginosa, feces, Drug Resistance, Bacterial, HIV 1. INTRODUÇÃO A Pseudomonas aeruginosa é um bacilo gram-negativo não fermentador pertencente à família Pseudomonadaceae. É uma bactéria que sobrevive sob condições nutricionais mínimas e tolera grandes variações de temperatura, sendo encontrada com freqüência em ambientes naturais (solo, plantas, frutas e vegetais) e hospitalares (água, desinfetantes, equipamentos e utensílios). Faz parte da microbiota do intestino e da pele humana, porém comporta-se como patógeno oportunista em indivíduos imunocomprometidos (Palleroni et al., 1973; Koneman, 2001; Gales et al., 2001; Trautmann et al., 2001; Santucci et al., 2003). Sua ampla distribuição no ambiente hospitalar e resistência intrínseca a vários grupos de antimicrobianos fazem da P. aeruginosa uma importante causa de infecções nosocomiais (Jarvis & Martone, 1992; Pollack, 1998; Fernandes et al., 2000); sendo isolada com freqüência em pacientes com ventilação mecânica em UTI (David, 1998), pneumonia nosocomial (Dubois et al., 2001), bacteriemias, infecções pós-cirúrgicas (Goméz et al., 2002) e do trato urinário (Bail et al., 2006). Essas infecções ocorrem por meio da transmissão direta entre pacientes, pelo contato com a equipe médica, por objetos inanimados que podem servir como reservatórios ou vetores e por meio da própria microbiota normal do paciente após colonização (auto-infecção) (Emori & Gaynes, 1993). As pneumonias, infecções urinárias e as septicemias são as infecções mais freqüentes causadas por Pseudomonas spp em pacientes com SIDA/Aids, tanto em infecções nosocomiais como comunitárias (Manfredi et al., 2000). Manifestações não usuais têm sido descritas, incluindo otite externa maligna (Mendelson et al., 1994) e ectima gangrenoso (Levin & Arruda, 1996). Os fatores predisponentes para a infecção por P. aeruginosa em pacientes HIV-positivo são: doença avançada com baixa contagem de linfócitos CD4+, história de múltiplas infecções oportunistas, uso prolongado de anti-retrovirais, internação hospitalar recente, uso de cateter 380 – C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA venoso central (Levin & Arruda, 1996), tempo prolongado de internação e uso de antimicrobianos (Manfredi et al., 2000; Sorvillo et al., 2001). P. aeruginosa é naturalmente resistente aos antimicrobianos largamente utilizados na prática médica por meio da baixa permeabilidade de sua membrana externa, produção de betalactamases cromossômicas e sistema de expulsão ativo (López et al., 2002, Loureiro et al., 2002). Portanto, drogas específicas conhecidas como antipseudomonas são utilizadas no tratamento destas infecções. Porém, de acordo com o CLSI (2004), para que essas drogas de eleição sejam indicadas ao tratamento, é necessária a realização de testes de sensibilidade antimicrobiana, pois o crescente aumento dos casos de infecções hospitalares e conseqüente utilização indiscriminada de antimicrobianos ocasionaram a seleção de variantes resistentes às drogas de escolha para o tratamento das infecções causadas por P. aeruginosa. Diante do quadro em que as Pseudomonas são encontradas na microbiota intestinal e os pacientes com Aids apresentam sobrevida cada vez mais longa após a HAART (Highly Active Anti-retroviral Therapy), com freqüentes internações hospitalares e uso de antimicrobianos para profilaxia ou tratamento de infecções oportunistas, a associação destes dois fenômenos (uso de antibimicrobianos e hospitalização) poderia influenciar o perfil de resistência antimicrobiana destes patógenos presentes nas fezes destes pacientes e causar infecções com maior dificuldade de tratamento ou mesmo ser fonte de disseminação no ambiente hospitalar. O conhecimento da resistência antimicrobiana de Pseudomonas aeruginosa isoladas de fezes esclarecerá se esse risco pode ser real e contribuirá para maior atenção no manejo desses pacientes durante as condutas e procedimentos médicos. Este trabalho avalia o perfil de resistência antimicrobiana de Pseudomonas aeruginosa isoladas de fezes de pacientes infectados pelo vírus da imunodeficiência humana – HIV internados e atendidos em ambulatórios. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1. AMOSTRAS Foram avaliadas 64 amostras de Pseudomonas aeruginosa isoladas a partir das fezes de pacientes infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). As amostras foram isoladas de 23 dos 156 (14,7%) pacientes pesquisados e identificadas na Seção de Bacteriologia e Micologia do Instituto Evandro Chagas por métodos convencionais de cultivo e identificação automatizada (Mini-Api 32E/bioMérieux), no período de fevereiro de 2001 a junho de 2002. Dos 23 pacientes com Pseudomonas aeruginosa isoladas das fezes, 14 estavam com diarréia e nove sem diarréia. Oito pacientes foram provenientes C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 – 381 CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA, DANUSA MARTINS DIAS, CARLOS CÉSAR NAHUM RODRIGUES, PATRÍCIA SHIORI YOSHIDA DA SILVA BARBOSA, SIMONE de atendimento ambulatorial (unidades municipal e estadual de referência em doenças infecciosas e parasitárias) e 15 de internações, na cidade de Belém/Pará. 2.2. TESTES DE SENSIBILIDADE A sensibilidade aos antimicrobianos foi avaliada pelo método de difusão em sistema de disco, de acordo com Bauer et al. (1966) e recomendações do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI, 2004). Cepas padrão de Escherichia coli (ATCC: 25922) e P. aeruginosa (ATCC: 27853) foram utilizadas como controle de qualidade dos discos antimicrobianos. Foram testados 10 antimicrobianos anti-pseudomonas nas seguintes concentrações: amicacina/AK (30mg), cefepime/FEP (30mg), cefoperazona/CFP (75mg), ceftazidima/CAZ (30mg), piperacilina/PRL (100mg), piperacilina+tazobactan/TZP (100/10mg), imipenem/IPM (10mg), meropenem/ MEM (10mg), aztreonam/ATM (30mg) e gentamicina/CN (10mg). Por ter ocorrido discordância entre os testes com as cepas padrão e os discos de ciprofloxacina disponíveis para o estudo, os resultados para este antimicrobiano foram desconsiderados. Para evidenciar a associação ou não de amostras resistentes isoladas de pacientes internados ou atendidos em ambulatórios, os cálculos estatísticos foram realizados por testes não-paramétricos (Qui-quadrado com correção de Yates), utilizando o programa Bioestat (Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas) de acordo com as recomendações de Ayres et al. (1998). 3. RESULTADOS Das 64 amostras de P. aeruginosa, 73% (47/64) apresentaram sensibilidade a todos os antimicrobianos testados. Somente 27% (17/64) das amostras apresentaram resistência a pelo menos um antimicrobiano. As amostras de P. aeruginosa apresentaram resistência principalmente à gentamicina/CN (20%), amicacina/AK (14%), cefoperazona/CFP (11%) e piperacilina/PRL (9%) (Tabela 1). Com exceção de três antimicrobianos, o percentual de sensibilidade das amostras variou de 84% a 98%, com destaque para os antimicrobianos imipenen/IPM (98%), ceftazidima/ CAZ (97%) e cefepime/FEP (94%). Nenhuma amostra apresentou 100% de sensibilidade. A sensibilidade abaixo de 84% foi observada em amostras de P. aeruginosa com resistência intermediária ao meropenen/MEM (14%), aztreonam/ ATM (17%) e gentamicina/CN (27%). Dos vinte e três pacientes, nove (39%) estavam colonizados por amostras de P. aeruginosa resistentes a pelo menos um antimicrobiano. Destes pacientes, três eram de procedência hospitalar e seis, de atendimento ambulatorial (Tabela 2). 382 – C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Tabela 1 Freqüência absoluta e relativa da susceptibilidade de P. aeruginosa categorizadas como sensíveis, intermediárias e resistentes aos antimicrobianos. Tabela 2 Modelos de resistência das amostras de P. aeruginosa de acordo com os pacientes. Amicacina/AK; cefepime/FEP; cefoperazona/CFP; ceftazidima/CAZ; piperacilina/PRL; piperacilina + tazobactan /TZP; imipenem/IPM; meropenem/MEM; aztreonam/ATM; gentamicina/CN. C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 – 383 CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA, DANUSA MARTINS DIAS, CARLOS CÉSAR NAHUM RODRIGUES, PATRÍCIA SHIORI YOSHIDA DA SILVA BARBOSA, SIMONE Dos nove pacientes, três deles, pacientes 2, 7 e 8, apresentaram amostras de P. aeruginosa resistentes a múltiplas drogas. Os demais apresentaram amostras mono-resistentes. Os três pacientes que apresentaram P. aeruginosa multirresistentes encontravam-se hospitalizados. O paciente 2 pertencia ao grupo de pacientes sem diarréia e apresentava, no momento da coleta das fezes, infecção urinária de repetição por P. aeruginosa. Nas fezes desse paciente, foram encontradas amostras de P. aeruginosa com resistência múltipla a seis drogas (AK, CFP, PRL, TZP, IPM, CN). O paciente 7 apresentava diarréia crônica, sem outras doenças associadas. O paciente 8 apresentava diarréia líquida profusa, emagrecimento e fraqueza generalizada. Nas fezes desse paciente, foi encontrada Escherichia coli enteroinvasora. O mesmo realizou antibioticoterapia durante esta internação (penicilina G benzantina, sulfadiazina e fluconazol). Durante uma segunda internação, apresentou estafilococcia (abscesso na região glútea), infecção do trato urinário, neurotoxoplasmose e isosporíase. Fez uso de cefalotina, sulfadiazina e ciprofloxacina. De modo geral, entre os vinte e três pacientes colonizados com Pseudomonas, dos oito pacientes de origem ambulatorial, apenas dois relataram uso de sulfametoxazol-trimetoprima ou metronidazol. Dos 15 pacientes internados, todos faziam uso de antimicrobianos, sendo o sulfametoxazol-trimetoprim utilizado em torno de 40% dos casos. O uso de cefotaxima, cefalexina, ciprofloxacina, gentamicina e oxacilina também foi observado em casos isolados. Foram identificados 11 modelos de resistência entre as amostras de P. aeruginosa. Os mais freqüentes foram os modelos monodrogas CN (17,6%), AK (11,8%), MEM (11,8%) e multidrogas AK-CFP-CN (11,8%) e AK-CFP-PRL-TZP-CN (11,8%). Vale ressaltar que a gentamicina esteve presente em todos os modelos de multirresistência (Tabela 3). Todos os modelos de resistência com múltiplas drogas foram encontrados entre amostras de P. aeruginosa isoladas de pacientes hospitalizados e apenas três modelos, de resistência a uma única droga, foram de amostras isoladas de pacientes provenientes de atendimento ambulatorial. A análise do χ2 demonstrou que existe associação estatisticamente significativa (p < 0,05) entre os modelos de resistência identificados e a procedência das amostras bacterianas (Tabela 3). Os modelos de resistência estiveram presentes em P. aeruginosa isoladas de pacientes com diarréia e sem diarréia. A análise do χ2 não demonstrou associação estatisticamente significativa (p > 0,05) entre freqüência de cepas resistentes e a presença ou ausência de diarréia. 384 – C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Tabela 3 Freqüência dos modelos de resistência das amostras de P. aeruginosa, de acordo com a procedência e classificação dos pacientes. Amicacina/AK; cefepime/FEP; cefoperazona/CFP; ceftazidima/CAZ; piperacilina/PRL; piperacilina+tazobactan/TZP; imipenem/IPM; meropenem/MEM; aztreonam/ATM; gentamicina/CN. 4. DISCUSSÃO Apesar do crescente aumento de resistência antimicrobiana (CLSI, 2004), as amostras de P. aeruginosa isoladas a partir das fezes de pacientes HIV-positivo apresentaram baixo percentual de resistência aos antimicrobianos anti-pseudomonas (27%, 17/64). Resultados semelhantes foram encontrados por Shehabi et al. (2005) em amostras de Pseudomonas isoladas de fezes de pacientes na Jordânia, indicando que possíveis infecções secundárias por estes agentes não ofereceriam dificuldades para tratamento, desde que fossem utilizados antimicrobianos apropriados. As amostras de P. aeruginosa apresentaram maior sensibilidade ao imipenen/IPM (98%), ceftazidima/CAZ (97%) e cefepime/FEP (94%). A ceftazidima é a droga de primeira escolha terapêutica, considerada apropriada para inclusão em testes primários de monitoramento da resistência. Mesmo assim, as amostras de P aeruginosa apresentaram boa sensibilidade. O cefepime e o imipenem, por serem antimicrobianos de escolha para tratamento de infecções nosocomiais, apresentaram resultados esperados. Resultados de sensibilidade semelhantes foram descritos por Freitas e Barth (2002), em que amostras de P. aeruginosa obtidas do trato C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 – 385 CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA, DANUSA MARTINS DIAS, CARLOS CÉSAR NAHUM RODRIGUES, PATRÍCIA SHIORI YOSHIDA DA SILVA BARBOSA, SIMONE respiratório (54%), urina (28%), sangue (6,5%) e de uma variedade de fontes, como cateter, secreção abdominal e pele (11,5%), apresentaram acima de 80% de sensibilidade para cefepime, ceftazidima e imipenem. Paviani et al. (2004), analisando amostras de P. aeruginosa coletadas de diversos materiais biológicos (sítio respiratório, urina, sangue) de pacientes em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), encontraram sensibilidade de 67% para cefepime e 65% para imipenem. No entanto, resultados similares ao nosso estudo (98% de sensibilidade ao imipenem) foram descritos em outros trabalhos realizados no Brasil (Menezes et al., 2004) e nos Estados Unidos (Rhomberg et al., 2003). Os maiores percentuais de resistência encontrados entre as P. aeruginosa foram para gentamicina/CN (20%) e piperacilina/PRL (9%), considerados antimicrobianos de primeira escolha terapêutica, e amicacina/AK (14%) e cefoperazona/CFP (11%), antimicrobianos de escolha terapêutica hospitalar, dos quais se espera maior sensibilidade. Outra observação importante nos resultados deste estudo é que, apesar da cefoperazona/CFP e da ceftazidima/CAZ serem cefalosporinas de terceira geração, os resultados apontam para crescente resistência da primeira (CFP, 11%) em detrimento da segunda (CAZ, 2%) (Tabela 1). Vale ressaltar que as P. aeruginosa apresentaram baixa resistência (6%) frente à combinação de dois antimicrobianos: betalactâmicos e inibidores da betalactamase (piperacilina/tazobactam). Resultados semelhantes foram relatados por Lopez et al. (2002) em amostras isoladas de pacientes hospitalizados no nordeste da Argentina. Rodriguéz et al. (2002), analisando amostras clínicas de P. aeruginosa isoladas de saliva de pacientes HIV-positivo, evidenciaram que a gentamicina foi uma das drogas mais ativas, com 100% das amostras sensíveis. Nos resultados encontrados no presente trabalho (Tabela 1), as amostras apresentaram resistência de 20% à gentamicina e de 14% à amicacina. A resistência à gentamicina (20%) é de especial importância, pois este antimicrobiano é freqüentemente utilizado no tratamento de infecções causadas por P. aeruginosa. Os aminoglicosídeos, tais como gentamicina e amicacina, vêm tendo sua efetividade reduzida em conseqüência da resistência bacteriana, que adquire maior expressão, principalmente, em ambientes hospitalares. Um dos mecanismos de resistência é a ação de enzimas inativadoras capazes de modificar a estrutura dos aminoglicosídeos (Salles et al., 2000). Resistências ainda maiores à gentamicina e à amicacina são observadas em amostras de P.aeruginosa provenientes de infecções hospitalares (Paviani et al., 2004; Vilela, 2004). Foi encontrada resistência intermediária ao meropenem (14%), aztreonam (17%) e gentamicina (27%) (Tabela 1). Este resultado torna-se relevante, uma vez que o meropenem é a droga de segunda escolha terapêutica a partir do momento em que ocorre falha do tratamento primário. De acordo com Rodriguez et al. (2002), 386 – C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA os percentuais de resistência intermediária servem de sinais de alerta para uma melhor vigilância no surgimento de amostras resistentes. P. aeruginosa são geralmente mais sensíveis ao meropenem que ao imipenem, porém resistência concomitante ao imipenem e ao meropenem é detectada com freqüência em amostras provenientes de infecções hospitalares (Martínez & Hernàndez, s/d; Soares, 2005). Esta resistência aos carbapenêmicos pode ser pela produção de um tipo específico de enzimas que hidrolisam (inativam) estes antimicrobianos, também conhecidas como metalo-beta-lactamases, pela modificação nas porinas da parede celular bacteriana que reduzem a permeabilidade para a entrada da droga ao interior da bactéria ou pela superexpressão dos sistemas de efluxo (Köhler et al., 1999; Maseda et al., 2000; Livermore, 2001). Amostras de Pseudomonas aeruginosa resistentes ao imipenem e sensíveis ao meropenem podem ocorrer devido a um maior poder de penetração do meropenem através da membrana externa, sua maior estabilidade à ação hidrolítica das beta-lactamases da Classe C (AmpC ) e sua menor concentração para inibir as proteínas fixadoras de penicilina (Martínez & Hernàndez, s/d). No entanto, amostras sensíveis ao imipenem e resistentes ao meropenem já foram isoladas de infecções hospitalares, porém em menor freqüência quando comparadas as amostras de fezes isoladas deste estudo. De acordo com Gales et al. (2005), a resistência ao meropenem e sensibilidade ao imipenem são mais freqüentes entre bacilos gram-negativos não fermentadores, como as P. aeruginosa, e que os testes de sensibilidade para estes agentes devem incluir os dois cabapenêmicos separadamente. As amostras de P. aeruginosa resistentes ao meropenem em nosso trabalho foram retestadas pelo método de difusão em sistema de disco e os resultados confirmados. Porém, futuras análises quanto à produção de metalo-beta-lactamases serão propostas para melhor caracterização destas amostras perante a resistência aos cabapenêmicos. Os modelos de resistência a múltiplas drogas estiveram associados às amostras isoladas de pacientes hospitalizados (p < 0,05), ao passo que, em pacientes provenientes de atendimento ambulatorial, foi encontrado apenas resistência a uma única droga (Tabela 3). Esse resultado sugere que os pacientes hospitalizados correm maior risco de adquirir infecções por P.aeruginosa resistentes do que os pacientes de ambulatório. Isto pode ocorrer por diferentes processos, tais como translocação bacteriana ou solução de continuidade pela lesão do próprio HIV nos enterócitos (D’Acampora et al., 2004). Além disso, pacientes hospitalizados submetidos à antibioticoterapia de amplo espectro estão mais suscetíveis a desenvolver infecções por P. aeuginosa devido à pressão seletiva das drogas, que elimina as bactérias presentes na microbiota normal do intestino, deixando as Pseudomonas livres de competição. C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 – 387 CINTYA DE OLIVEIRA SOUZA, DANUSA MARTINS DIAS, CARLOS CÉSAR NAHUM RODRIGUES, PATRÍCIA SHIORI YOSHIDA DA SILVA BARBOSA, SIMONE Pacientes diarréicos que apresentam P. aeruginosa multirresistentes podem colaborar com a manutenção das infecções nosocomiais, pois freqüentes evacuações associada à debilidade dos pacientes (sem condições de ir ao banheiro) e à falta de manejo adequado pela equipe médica quanto à higiene podem propiciar a disseminação das mesmas para o ambiente hospitalar e para a pele do próprio paciente. Em um paciente foi encontrada amostra com resistência múltipla a seis antimicrobianos (AK, CFP, PRL, TZP, IPM, GN). A ocorrência desta multirresistência gera questionamentos, pois o paciente era do sexo masculino e encontrava-se hospitalizado com infecção urinária recorrente de repetição por P. aeruginosa. Esta observação sugere possível colonização entérica ou contaminação das fezes pela urina do paciente. Os dados apresentados neste estudo tornam-se relevantes, pois, de acordo com Sorvillo et al. (2001), o risco de infecção por P. aeruginosa em pacientes infectados com HIV está associado ao maior tempo de internação destes pacientes, à menor contagem de linfócitos CD4+ e à maior freqüência de utilização de sulfametoxazoltrimetoprim, fato este também observado no presente estudo. Mesmo o paciente não manifestando infecção hospitalar no momento da internação, a contaminação e a colonização do mesmo pela bactéria pode ocorrer no âmbito hospitalar e propiciar uma infecção tardia. Em virtude desta situação, muitas infecções nosocomiais por P. aeruginosa podem ser subestimadas. 5. CONCLUSÃO As P. aeruginosa isoladas das fezes de pacientes infectados pelo HIV apresentaram sensibilidade à maioria dos antimicrobianos testados. Das que apresentaram resistência, observou-se que as amostras multirresistentes foram encontradas apenas entre pacientes hospitalizados. A prevalência dos modelos de multirresistência em amostras de origem hospitalar demonstra que pacientes HIV-positivo hospitalizados estão mais expostos ao risco de infecções secundárias causadas por P. aeruginosa multirresistentes, além de colaborar com a disseminação da mesma no ambiente hospitalar. Apesar de não haver registros de gastroenterite causada por esse microrganismo entre imunocompetentes e imunocomprometidos, as Pseudomonas são dotadas de fatores de virulência, como a capacidade invasiva e toxigênica, que torna relevante sua investigação em pacientes debilitados e sob condições de imunodeficiência, particularmente no âmbito hospitalar. 388 – C A D . S A Ú D E C O L E T ., R I O DE J A N E I R O , 15 (3): 379 - 392, 2007 PERFIL DE RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA DE PSEUDOMONAS AERUGINOSA ISOLADAS DE FEZES DE PACIENTES INFECTADOS PELO VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AYRES, M.; AYRES-JUNIOR, M.; AYRES, D. L.; SANTOS, A. S. BioEstat – Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Sociedade Civil Mamirauá. Brasília: MCT- CNPq, 1998. 262p. BAIL, L.; ITO, C. A. S.; ESMERINO, L. A. Infecção do trato urinário: comparação entre o perfil de susceptibilidade e a terapia empírica com antimicrobianos. 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