UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO

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PESQUISA DE PSEUDOMONAS AEROGINOSA E INDICADORES EM ÁGUA DOS
BEBEDOUROS DE ESCOLAS PÚBLICAS DA CIDADE DE SÃO LUIS, MA
RESEARCH AND PSEUDOMONAS AERUGINOSA INDICATORS OF WATER
FOUNTAINS IN PUBLIC SCHOOLS OF THE CITY OF SAN LUIS, MA
Odara Pinheiro Costa1, Ana Lúcia Coelho Alves2, Elka Machado Ferreira3, Ilderlane da Silva
Lopes3, Nacylene Pinto Chaves Bezerra1, Lucélia da Cunha Rodrigues3
1
Médica Veterinária – Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
Professora Adjunto – Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
3
Mestranda em Ciência Animal – Universidade Estadual do Maranhão - UEMA
2
Palavras chave: potabilidade, bactérias, colimetria.
Introdução
Atualmente, a qualidade das águas de abastecimento tem sido considerada tema de grande
importância, uma vez que diversas doenças têm sua origem na água contaminada e
respondem por mais da metade das internações hospitalares na rede pública de saúde
(GUEDES, 2004). Diante disto, a fiscalização da qualidade da água nas escolas é
primordial, tendo em vista a maior susceptibilidade de jovens e crianças às infecções por
microrganismos de veiculação hídrica (PEREZ, 2000). Este trabalho objetivou avaliar a
qualidade higiênico-sanitária da água dos bebedouros de escolas da rede pública de ensino
da cidade de São Luís, MA, no período de dezembro de 2008 a junho de 2009.
Material e métodos
Foram coletadas 30 amostras de água de bebedouros de escolas públicas da cidade de São
Luís, MA. As amostras foram coletadas em frascos de vidro esterilizados, contendo 0,5 mL
de inibidor de cloro, composto de tiossulfato de sódio a 10% e acondicionados em caixas
isotérmicas sob refrigeração, sendo encaminhados ao Laboratório de Microbiologia de
Alimento e Água da Universidade Estadual do Maranhão, para colimetria, determinação de
Pseudomonas aeruginosa e contagem de bactérias heterotróficas mesófilas, segundo o
Standard Methods for The Examination Of Water And Wastewater (APHA, 2001).
Resultados e discussões
Das 30 amostras analisadas, 13(43,33%) apresentaram-se fora dos padrões estabelecidos
pela legislação vigente para coliformes a 35°C, visto que os valores encontrados foram
superiores a 1.1NMP/100mL da amostra. Destas, sete (23,33%) apresentaram resultado
positivo para coliformes a 45°C, caracterizando possível contaminação por dejetos.
Resultados similares foram encontrados por Moura et al. (2002) ao analisarem o perfil
microbiológico de água de bebedouros de escolas da rede publica de Recife, verificando
que 35% das 20 escolas analisadas apresentavam água não potável do ponto de vista
bacteriológico, devido à presença de coliformes a 35° e/ou 45°C. Constataram ainda que,
das sete escolas que apresentaram água não potável, três demonstraram contaminação da
água de abastecimento por coliformes a 45°C. O alto índice de contaminação da água dos
bebedouros por coliformes pode ser atribuído à sua localização, em muitas escolas,
próximos aos banheiros dos alunos e/ou funcionários, elevando a probabilidade de
contaminação destes.
Para contagem de bactérias mesófilas heterotróficas, 14 (46,67%) amostras estavam em
desacordo coma a legislação vigente, que determina um limite de 500 UFCs/mL da amostra
de água (BRASIL, 2004). Segundo Freitas (2008) a detecção de bactérias mesófilas
heterotróficas em amostras de água não as torna imprópria para consumo humano, mas
permite uma avaliação das condições higiênico-sanitárias do sistema industrial. A falta de
higienização das caixas d’água das escolas em períodos regulares favorece a proliferação
de bactérias heterotróficas mesófilas tanto na caixa como na tubulação. Além da falta de
higienização, também é relevante ressaltar a importância da temperatura da água nos
bebedouros que devem sempre estar ligados, para que ocorra o resfriamento adequado da
água e o processo de filtragem, pois a baixa temperatura inibe o crescimento de bactérias
oportunistas e/ou patogênicas.
Apesar da legislação não preconizar valores de referência para Pseudomonas aeruginosa,
na avaliação da qualidade da água de consumo humano, este trabalho utilizou o padrão
estabelecido para águas minerais envasadas, cujo limiar é 2.2 NMP/100mL da amostra
(ANVISA, 2000). Nesta pesquisa cinco (16,67%), amostras estavam contaminadas por P.
aeruginosa, resultado este, similar ao encontrado por Moura et al. (2002), que apresentou
quatro (20%) amostras positivas para P. aeruginosa das vinte escolas analisadas em
Fortaleza. A importância do estudo de Pseudomonas na água reside na sua capacidade de
multiplicação, inclusive naquelas com reduzido teor de nutrientes.
Conclusão
A qualidade higiênico-sanitária da água dos bebedouros das escolas públicas estudadas é
imprópria para o consumo, com 43,33% das amostras analisadas, em desacordo com a
legislação vigente.
Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 54, de 15 de junho de 2000.
Dispõe sobre o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Água
Mineral
Natural
e
Água
Natural.
Disponível
em:
<
http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/2000/54_00rdc.htm >. Acesso em 25 de janeiro de 2011.
APHA. American Public Health Association. Compendium of Methods for Methods
for Microbiological Examination of Foods. 3th. Ed. Washington, DC, 2001.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 23 de março de 2004. Estabelece os
procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água
para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Disponível
em: < http://www.agrolab.com.br/portaria%20518_04.pdf >. Acesso em 25 de janeiro de
2011.
FREITAS, R. M.; CARDOSO, B. B.; GUIMARAES, F. R.; SILVA, G. Y. Avaliação da
qualidade microbiológica de águas minerais comercializadas na cidade de Limoeira do
Norte, CE. Revista Higiene Alimentar. V.22, n°1, p.86-89, 2008.
GUEDES, Z. B. L. Controle sanitário da água consumida Na Unidade de Saúde do município
de Fortaleza. CE. Revista Higiene Alimentar, v. 18 nº 125,p 28-31, set, 2004.
MOURA, G. J. B.; ARAUJO, J. M. SOUZA, M. F. V. Q; CALAZANS, G. M. T. Análise
bacteriológica da água em escolas públicas. III CONGRAD. Anais... Fortaleza- CE. 2002
PÉREZ, H. J. S; MORALES, M. G. V.; SANCHEZ, J. D. M. Calidad bacteriológica del água
para consumo humano en zonas de alta marginación de Chiapas. Salud Pública de
México. vol. 42, no.5, p. 397-406, 2000.
Autor a ser contactado: Elka Machado Ferreira, Cidade Universitária Paulo VI, CP 09 - Tirirical - CEP
65055-970 - São Luís-MA, Médica Veterinária - e-mail: [email protected]
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