Conteúdo 2 Equações Lineares de Primeira Ordem 11 2.1 - Equações Lineares Homogêneas . . . . . . . . . . . . . . 11 2.2 - Equações Lineares de Primeira Ordem não-homogêneas . 13 1 Equações Lineares de Primeira Ordem EDA Aula 2 EUAÇÕES LINEARES DE PRIMEIRA ORDEM Objetivos • Introduzir as Equações Diferenciais Lineares Homogêneas e Nãohomogêneas, como “generalizacões” da Equação Diferenciail Fundamental; • Resolver as equações diferenciais lineares utilizando “multiplicadores”. P Nobrega 10 Capı́tulo 2 Equações Lineares de Primeira Ordem 2.1 - Equações Lineares Homogêneas Vamos chamar de equação diferencial linear de primeira ordem homogênea no intervalo I qualquer equação que pode ser posta na forma dy + p(x)y = 0 dx onde p é uma função contı́nua, conhecida, definida no intervalo I. Obtenção de soluções da equação linear homogênea 11 Equações Lineares de Primeira Ordem EDA Suponhamos que y 6= 0. dy dy/dx + p(x)y = 0 ⇐⇒ = −p(x) dx y i d h ⇐⇒ ln y(x) = −p(x) dx Observe que essa última é uma equação do tipo da fundamental. Z i h i d h ln y(x) = −p(x) ⇐⇒ ln y(x) = − p(x) dx + c dx Z − p(x) dx + c ⇐⇒ y(x) = e ou ainda Z p(x) dx − y(x) = ce Nas aplicações, normalmente estamos iteressados em descobrir uma solução especı́fica y(x), que assume um valor dado (conhecido) y0 quando a variável independente vale x0 .Ou seja ,desejamos calcular a função y(x) que seja solução do Problema de Valor Inicial (PVI) dy + p(x)y = 0 dx y(x ) = y 0 0 Z − p(x) dx Uma maneira de fazer isso é calcular a solução y(x) = ce , dy = p(x)y, envolvendo uma constante arbitrária c, e depois calcular o de dx valor de c, para o qual no “instante inicial” x0 a solução assume o valor y0 . Obtemos então a solução (única) do PVI. Alternativamente , a solução do PVI acima pode ser dada diretamente por Z x − y(x) = y0 e P Nobrega 12 x0 p(t) dt . Equações Lineares de Primeira Ordem Aula 2 Exercı́cio 2.1 a) Calcule a solução geral de (dy/dx) + 3xy = 0 Resp: y = Ce(−3/2)x 2 b) Determine o comportamento, quando x → +∞ das soluções da equação (dy/dx) + axy = 0, sedo a uma constante real. Resp: Se a > 0 as soluções tendem a zero. Se a < 0 e C < 0 as soluções tendem a −∞. Se a < 0 e C > 0 as soluções tendem a +∞ c) Resolva o problema de valor inicial ( dy/dt + (sen t)y = 0 y(0) = 3/2 Resp: y = 32 e(cos t−1) d) Resolva o problema de valor inicial ( 2 dy/dt = −et y y(1) = 2 Z Resp:y = 2 e t 2 e−u du 1 Atenção !!! Quando a equação não está na forma normal (i.é: com o coeficiente de dy/dx = 1), devemos, primeiramente, escrevê-la naquela forma, especificando o intervalo onde se está trabalhando. 2.2 - Equações Lineares de Primeira Ordem não-homogêneas Por definição as equações diferenciais lineares de primeira ordem em um intervalo I são as equações que podem ser postas na forma 13 GMA-UFF Equações Lineares de Primeira Ordem EDA dy + p(x)y = q(x) dx sendo p e q funções contı́nuas em I. Obtenção de soluções da equação linear não-homogênea Seja Z µ(x) = e p(x) dx Multiplicando ambos os lados da equação não-homogênea por µ(x), obtemos Z Z Z p(x) dx p(x) dx p(x) dx e y ′ + p(x)e y = q(x)e Imediatamente percebemos que o lado esquerdo da equação multiplicada por µ(x) é a derivada de Z e p(x) dx ·y A equação não-linear, depois de multiplicada por µ(x) se converte em Z Z p(x) dx p(x) dx d e y =e q(x), dx que é uma equação do tipo fundamental. Calculamos então (“integrando os dois lados”) Z Z Z p(x) dx p(x) dx q(x) dx + C e y= e Assim as soluções da equação não homogênea são dadas por Z 1 µ(x)q(x) dx + c y= µ(x) ou ainda P Nobrega 14 Equações Lineares de Primeira Ordem Aula 2 Z y=e − p(x) dx h Z Z p(x) dx e q(x) dx + c i Obs: Quando g(x) é a função nula, a equação se reduz a uma equação homogênea. Consistentemente a fórmula acima se reduz à solução geral da homogênea. Essa homogênea é dita ser a homogênea associada. Exercı́cio 2.2 Calcule as soluções de (dy/dx) − 2xy = x 2 Resp:y = cex − 1/2 Observação Se estivermos interessados numa solução especı́fica da equação linear não-homogênea satisfazendo à condição inicial y(x0 ) = y0 , isto é se queremos resolver o problema de valor inicial dy + p(x)y = q(x) dx y(x ) = y 0 0 então podemos obter a fórmula geral das soluções, envolvendo a constante c, e depois determinar o valor de c adequado, ou então, alternativamente, utilizar a integral de Riemann e o teorema fundamental do Cálculo, integrando diretamente ambos os lados de Z p(x) dx d µ(x)y = µ(x)q(x), com µ(x) = e dx entre x0 e x obtendo Z x µ(x)y − µ(x0 )y0 = µ(t)q(t) dt x0 i.é 1 h µ(x0 )y0 + y= µ(x) Z x x0 i µ(t)q(t) dt 15 GMA-UFF Equações Lineares de Primeira Ordem EDA Exemplo 2.1 Resolva o problema de valor inicial dy x2 dx = 2e + y y(0) = 1 2 Solução: f (x) = 1, g(x) = 2ex . Aplicando as fórmulas acima obtemos µ(x) = e−x , e Z x n o x −t t2 y =e 1·1+ e 2e de 0 i.é x y=e 1+2 Z x 2 −t et 0 dt Exercı́cio 2.3 A função definida por 2 Erf(x) = √ π Z x 2 e−t dt 0 é chamada de função erro. Vamos mostrar que 1 2√ 2 y(x) = ex + ex π Erf(x) 2 é a solução de dy dx = 2xy + 1 y(0) = 1 Solução: Por um lado 2 2 √ 2 2 √ y ′ (x) = 2xex + xex = 2xex + xex 1 2√ 2 2 π Erf(x) + ex π √ e−x 2 π πErf (x) + 1 Por outro lado, é imediato que 2 2xy + 1 = 2xex + xex 2 √ πErf (x) + 1 Além disso, claramente 1 x2 √ 1 2√ 2 x2 e + e π Erf(x) = e0 + e0 π Erf(0) = 1 2 2 x=0 o que conclui o exercı́cio. P Nobrega 16