P8 - O Movimento Global de Trabalho e Desenvolvimento Sustentável

Propaganda
P8 - O Movimento Trabalhista Mundial e Desenvolvimento Sustentável - Questões
Críticas na Organização do Trabalho, Redes, Cooperações e Transformações
O rápido crescimento das redes de produção globais de comércio, finanças e
investimento, que são construídas em torno do interesse das empresas multinacionais
(redes transacionais políticas, culturais e econômicas contra hegemônicas alternativas)
estão surgindo. Elas visam contestar as respostas dominantes para o desenvolvimento
sustentável, impulsionando diferentes convenções e normas ou entendimentos
ideológicos distintos das geografias morais da produção mundial (Evans 2000,
Chatterton, Featherstone & Routledge 2013).
A rede transnacional central é o movimento trabalhista mundial que incide sobre as
normas fundamentais do trabalho. As ações mundiais desse movimento não estão
limitadas a tividades trabalhistas nacionais que visam organizações globais, mas
também incluem a formação de sindicatos ao redor do mundo. Ao mesmo tempo, o
movimento trabalhista internacional ainda não experimentou um crescimento,
semelhante ao de redes de advocacia transnacional e redes de consumo
transnacionais. Assim, tem lutado para estabelecer uma agência de globalização. Por
um lado, em alguns lugares, os trabalhadores podem estar sujeitos à coerção e,
portanto, têm pouca ou nenhuma agência, que a literatura lhes atribui (Castree 2007).
Por outro lado, no Norte global, há questões relativas à política de identidade e efeitos
individualizantes. O ativismo de rede é visto como envolvendo uma sensação mais
personalizada e híbrida de auto identidade enquanto que a política de classe tradicional
é vista como submergindo "uma identidade dentro de uma massa maior e
desenvolvendo uma consciência coletiva” (Cumbers et al 2008, p.186).
Isto levou a apelos dos sindicatos para se deslocarem de um sindicalismo com base
territorial para um sindicalismo de movimento social que atrai os mais diversos grupos
sociais, o desenvolvimento de uma agenda do 'mundo trabalhista' ao adotar uma forma
de organização em rede (ibid, 186), formando redes através das quais diferentes
movimentos de base local tornam-se conectados a coligações mais globais com um
interesse comum em articular as demandas de maior justiça social, econômica e
ambiental (Cumbers, Routledge & Nativel 2008, p.184). Estas redes são caracterizadas
pela sua natureza temporal e amorfa; elas reúnem diferentes participantes, como
movimentos sociais, sindicatos, ONGs, movimentos políticos e grupos religiosos que,
ao compartilhar interesses gerais comuns (ou seja, abordando as injustiças e
desigualdades produzidas pela globalização), ainda estão incorporados localmente e,
portanto, podem também representar diferentes agendas e até mesmo interesses
conflitantes e concorrentes.
Com este raciocínio queremos incitar a discussão em torno do movimento trabalhista
mundial e a variedade de participantes e redes que trabalham pelos direitos dos
trabalhadores. Conectando-se ao tema da conferência "Governança e
Sustentabilidade", três questões particulares emergem: 1) como o movimento
trabalhista mundial é e pode ser organizado em torno de direitos trabalhistas, mas ao
redor de uma agenda maior de desenvolvimento sustentável, e 2) se e como, sob o jugo
do capital global, o trabalho pode neutralizar os problemas sociais e ambientais gerados
pelo capitalismo desenfreado 3) os desafios de avançar para o sindicalismo do
movimento social e as formas de organização em rede.
Com este raciocínio, estamos à procura de trabalhos que abordam a função do
movimento sindical na agenda do desenvolvimento sustentável, incluindo, mas não
limitado aos seguintes tópicos:
• A função do trabalho no discurso do desenvolvimento sustentável;
• Formas de cooperação em rede entre o trabalho e outras formas de redes contra
hegemônicas, tais como grupos de consumidores, movimentos de mulheres, grupos
religiosos e outras organizações não governamentais;
• A função dos sindicatos globais na gestão de cadeias de suprimentos globais;
• Estratégias do movimento trabalhista, em nível local, nacional e global em relação à
agenda do desenvolvimento sustentável;
• Os desafios da solidariedade trabalhista em várias escalas geográficas.
Coordenação: Nikodemus Solitander and Mikko Laamanen | Hanken School of
Economics, Helsinki, Finlândia.
Download