Democracia Ateniense Quando pensamos em democracia logo nos vem à cabeça um sistema de governo onde o povo é quem comanda, através de seus representantes, afinal DEMO significa povo e CRACIA governo, ou seja, governo do povo. Entretanto, tratando-se de democracia ateniense a história não é bem assim. Antes do surgimento da democracia em Atenas, o poder político era concentrado nas mãos dos eupátridas, que era a elite aristocrática detentora das terras férteis. Todavia com o surgimento dos demiurgos, uma poderosa classe de comerciantes que exigia a participação na política, somado a pressão dos pequenos comerciantes e proprietários levados a escravidão por dívidas, que reivindicavam a revisão do poder político ateniense, os eupátridas viram-se obrigados a reformular as instituições políticas da Cidade-Estado. Neste processo gradual de mudança, Drácon estabeleceu um conjunto de leis escritas, deste modo o controle total não estava mais com os eupátridas, mais tarde Sólon deu sua contribuição ampliando o leque de reformas políticas, como por exemplo, eliminado a escravidão por dívidas e dividindo a população por poderio econômico de cada individuo, desta forma sanando os pedidos dos demiurgos e pequenos proprietários. Essas reformas são conhecidas como “as reformas de Drácon e Sólon”. Além disso, novas instituições políticas foram adotadas: A Bulé, A Eclésia e o Helieu. Bulé: Na antiga Grécia, a Bulé, uma assembléia encarregada de elaborar projetos de lei, era também chamada Conselho dos Quinhentos, por compreender cinquenta membros (pritania) de cada tribo, que eram presidentes deste Conselho (pritaneus) durante cerca de trinta e seis dias por ano. Helieu: O Helieu era composto por 6000 juízes (600 por cada tribo), sorteados anualmente, que funcionavam divididos por secções; os julgamentos constavam das alegações do acusador e do acusado, posto o que se seguia o veredito dos juízes que decidiam coletivamente, por maioria, através do voto secreto. Eclésia: Eclésia, ou Assembléia, era formada por indivíduos livres do sexo masculino, era a Assembléia dos cidadãos, onde se votavam as leis e o ostracismo, decidia-se acerca da guerra e da paz, também onde se controlava os magistrados e se discutia assunto de interesses gerais. Clístenes, considerado o pai da democracia, institucionalizou-a em Atenas, após diferentes formas de governo (monarquia, oligarquia e tirania), esta democracia atingiu seu apogeu no governo de Péricles. Vale lembrar que a democracia de Atenas era direta, ou seja, participava da vida política todo cidadão ateniense. É importante ressaltar que este governante fortaleceu a Eclésia. Atribui-se a Clístenes ainda a instituição do Ostracismo, que consistia na suspensão dos direitos políticos e no exílio por dez anos dos cidadãos considerados perigosos para o Estado. Para Clístenes, era declarado cidadão todo e qualquer indivíduo cujo nascimento tenha ocorrido em Atenas e fosse livre (não escravo). Já para Péricles, em sua reforma democrática era cidadão quem nascesse em Atenas e não se enquadrasse nos requisitos descritos abaixo. Não são considerados cidadãos: - Mulher; - Escravos; - Estrangeiros; - Quem não nasceu em Atenas; - Menos de 21 anos; - Filho de pais não atenienses. Percebe-se que a democracia ateniense, de um modo geral não era muito justa, pois apenas uma quantidade limitada de pessoas participava das decisões tomadas nas assembléias, ou seja, apesar de ser um governo dito do povo, não era a maioria que decidia o futuro da população e sim apenas e tão somente os gloriosos cidadãos atenienses. Diego Souza