VISITA À ROMA ANTIGA Olavo Leonel Ferreira

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VISITA À ROMA ANTIGA
Olavo Leonel Ferreira
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
E SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Maria Lúcia de Arruda Aranha
O AUTOR
Professor de História e autor de livros didáticos e paradidáticos.
A OBRA
Neste livro, o leitor é convidado a uma visita
aos 12 séculos da história da Roma antiga, para
conhecer não só a política, levada a efeito pelos reis, cônsules ou imperadores, mas também
para saber como era o cotidiano das pessoas nas
ruas e nas casas, como constituíam família, trabalhavam e se divertiam. O autor se refere à importância dos teatros e circos na vida cultural,
conta sobre as construções, desde os monumentais aquedutos e basílicas grandiosas até as desconfortáveis ínsulas. Explica como, ao longo do
tempo, a herança grega influenciou a religião,
as letras, as artes, a ciência e em que os romanos foram originais, como, por exemplo, na elaboração do Direito.
Da história de Roma restam vestígios não só
nos magníficos sítios arqueológicos de Pompéia
e nos monumentos que se encontram por toda a
Itália, mas também na herança cultural que chegou até nós, naquilo que podemos chamar de
civilização greco-romana.
TEMAS ABORDADOS
• Fundação de Roma • Monarquia, República e
Império • Patrícios e plebeus • Guerras e expansão •Escravidão • Ruas e casas • Alimentação
• Vestuário • Lazer e cultura • Casamento e família • Religião • Educação • Ciência, tecnologia • Letras e artes • Pompéia e arqueologia
ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS
Uma escola para o século XXI
Há bastante tempo professores e pedagogos
vêm discutindo sobre a necessidade de transformação dos procedimentos de ensino e apren-
dizagem, sobretudo no que diz respeito à superação de arraigadas heranças da escola tradicional, tais como a ênfase na transmissão do conteúdo que, em última análise, leva à passividade
dos alunos e à indesejada separação escola-vida.
Mais do que nunca sabemos que o mundo contemporâneo, em constante mudança, exige educação diferente, que possibilite aos jovens o enfrentamento de situações inesperadas. Em outras
palavras, além de adquirir conhecimentos, os alunos devem desenvolver competências que lhes
permitam continuar aprendendo por si mesmos.
As mudanças a que nos referimos são de naturezas diversas, mas destacaremos apenas duas:
a que tem ocorrido no mundo do trabalho e a da
formação da identidade pessoal. Com a globalização, algumas profissões mudam o seu perfil ou
simplesmente desaparecem, enquanto outras
novas surgem, desafiando o trabalhador em termos de maior exigência de sua qualificação bem
como capacidade de flexibilização. Sob esse aspecto, a escola precisa saber que tipo de habilidades estimular para atender às novas demandas. Quanto à formação integral do educando,
as condições de manutenção das democracias
atuais exigem cidadãos que sejam sujeitos autônomos para pensar e agir. Para tanto, não basta
transmitir informação, mas educar a partir de
valores éticos, estéticos e políticos, de modo a
permitir que cada um seja capaz de construir sua
identidade e ao mesmo tempo despertar para a
convivência e a responsabilidade social.
chances de se tornar um saber ativo, por permitir que o aluno encontre por si mesmo novos significados a partir da situação por ele vivida. Dessa forma, estará aprendendo a descobrir os laços
indissolúveis entre o conteúdo de qualquer disciplina e os valores humanos. Para tanto, é importante que seja desenvolvida, além da competência de compreensão do texto, a análise crítica
do conteúdo, que permita a sua interpretação e
problematização.
Ler textos e dar significado ao mundo
Antes da leitura
O grande desafio da educação começa pelo
desenvolvimento da capacidade leitora dos alunos, em todas as áreas curriculares, a fim de que
eles possam entender o que lêem, compreender
o que ouvem e expressar-se oralmente nos debates com seus colegas e na redação de seus textos. Dominar criticamente a linguagem supõe a
superação de deficiências de longa data e já verificadas em diversas pesquisas educacionais aplicadas no Brasil e também por órgãos internacionais. Além da constatação do baixo nível de compreensão leitora e expressão escrita, a pobreza
do vocabulário reflete a falta de hábito de leitura de crianças e jovens.
No entanto, desenvolver a compreensão leitora não se reduz à tarefa solitária de decifrar textos, mas é um processo que deve dar condições
para que o aluno se abra ao confronto com o
mundo vivido. Isso acontece não só quando ele
pode partir da experiência que já traz consigo, mas
também quando, estimulado e enriquecido pela
leitura e pelos debates em aula, for capaz de reexaminar os problemas e conflitos da realidade.
O conhecimento contextualizado oferece mais
É estimulante iniciar a leitura com os conhecimentos que os alunos já trazem consigo, levantando questões que provoquem a curiosidade ao
antecipar o que vai ser lido, a fim de instigar a
participação.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
A seguir, apresentamos algumas sugestões de
atividades, lembrando que elas poderão ser aproveitadas de diversas maneiras, seja para seu uso
integral, seja selecionadas segundo o tempo disponível e as características dos alunos. Você poderá ainda inspirar-se nelas para elaborar outras
questões, de acordo com os acontecimentos de
sua comunidade. É importante destacar que, ao
lado do trabalho individual, devem ser estimulados os diálogos, o confronto de opiniões, as atividades em equipe.
Distribuímos as questões segundo três momentos significativos: as propostas de discussão
para antes da leitura; o acompanhamento durante a leitura; e, para após a leitura, a verificação da compreensão dos conteúdos, bem como
os elementos para a discussão crítica dos conceitos aprendidos.
1. Nessa fase, você deve aproveitar para acostumar os alunos ao manuseio do livro: identificar o autor e a editora, verificar se o título é
sugestivo, consultar o sumário, ler a 4a capa,
observar as imagens e outros aspectos gráficos do livro.
2. Perguntar aos alunos se já assistiram a filmes
ambientados na Roma antiga, se reconhecem
algumas esculturas ou monumentos famosos,
se sabem descrever como os romanos se vestiam etc.
Durante a leitura
Embora os alunos tenham ritmos diferentes
de leitura, é importante que o professor os
acompanhe, a fim de contornar possíveis dificul-
dades e tornar o processo mais sistemático. Por
exemplo, chamar a atenção para a estrutura do
texto, esclarecer dúvidas de vocabulário, de gráficos, tabelas ou de alguns temas abordados, utilizar
mapas quando for o caso etc. Para que a leitura se
torne ainda mais ativa, é bom propor que o leitor
faça sinais a lápis nas margens das páginas: (!) se
ficou surpreso com alguma passagem por sua novidade; (?) se não compreendeu bem algum trecho; ou (#) quando não concordou com o autor.
3. Perguntar quais são as principais dúvidas de
vocabulário, orientando a utilização do dicionário.
4. Verificar se estão sendo bem situados no tempo os diversos acontecimentos históricos relatados. Se for o caso, pedir que seja feita uma
linha do tempo.
5. Utilizar um mapa para que os alunos possam
localizar os diversos lugares citados no livro.
Após a leitura
Algumas questões servem para verificar a compreensão de conceitos e para identificar as principais teses do autor. A seguir, as discussões devem
permitir a retomada das considerações iniciais para
examiná-las à luz dos novos conceitos aprendidos
e para aplicá-las ao contexto vivido. Nessa etapa,
a interpretação e problematização são importantes para o desenvolvimento do pensamento crítico. Esse processo será enriquecido pelo exercício
da interdisciplinaridade, ao se relacionar o que foi
discutido com outras áreas do conhecimento humano. Em algumas questões há pistas de respostas ou desdobramento da própria questão.
6. Dividir a classe em grupos, incumbindo cada
um deles de resumir para os demais o conteúdo de alguns tópicos do livro, por exemplo: a) A política; b) Ruas, arquitetura das moradias e de outras construções; c) Vida social:
casamento, infância, situação da mulher, educação, lazer; d) Divisão social; e) Religião, letras, artes, ciência.
7. Explicar a diferença entre patrícios e plebeus,
e a luta desses últimos para conquistarem direitos de cidadania. Discutir como hoje em dia,
de certa forma, pode-se dar continuidade à
crítica aos privilégios nas sociedades que pretendem ser democráticas.
Após a exposição da luta dos plebeus na república romana, discutir como a má distribuição
de renda e de terras atualmente tem criado uma
situação de desigualdade incompatível com os
ideais de democracia. Embora todos devessem ser
iguais perante a lei, a maioria não tem acesso
aos bens produzidos pela sociedade.
8. O grego Lívio Andrônico (século III a.C.) foi levado para Roma como escravo. Mais tarde, liberto pelo seu senhor, cujos filhos educara, escreveu livros e traduziu a Odisséia de Homero
para o latim. Com base nesse relato, analisar
três questões da Roma antiga: a escravidão, a
educação dos jovens, a literatura romana.
Nessa questão, além da exposição factual sobre a escravidão, analisar a influência da cultura
grega na educação, nas artes, nas ciências na
Roma antiga.
9. Os desempregados recebiam uma cota de
pão, além de poderem freqüentar os espetáculos nos circos, por serem gratuitos. Explicar
qual era a intenção do governo com esse procedimento. E hoje, qual seria nosso “circo”?
O objetivo era evitar distúrbios populares. Ainda hoje usamos a expressão “pão e circo” quando os governos recorrem a estratégias semelhantes para impedir manifestações políticas de revolta. Essa expressão adquire conotação pejorativa, decorrente da necessidade de “distrair”, ou
seja, de “desviar a atenção” das pessoas com um
pouco de alimento e diversão, impedindo-as de
se conscientizarem da exclusão em que vivem.
Hoje isso seria feito, por exemplo, pelos programas de tevê, pelos filmes e pelas revistas de conteúdo fraco ou duvidoso, e também pela ausência de informações políticas que as tornem cidadãs conscientes.
10. Fazer uma lista dos deuses gregos e seus
correspondentes romanos, indicando o
principal atributo de cada um. Discutir as
diferenças entre a religião romana pagã e
a religião cristã que a sucedeu.
Zeus • Júpiter; Hera • Juno; Atena • Minerva; Apolo • Febo; Ártemis • Diana; Hermes •
Mercúrio; Ares • Marte; Afrodite • Vênus; Hefestos • Vulcano; Posêidon • Netuno; Hades •
Plutão; Dioniso • Baco.
11. Explicar o processo pelo qual o cristianismo passou de religião perseguida a religião oficial. Em seguida, discutir a importância da tolerância religiosa na sociedade
democrática.
Discutir a liberdade de credo, o ecumenismo,
a aceitação daqueles que são ateus. Discutir tam-
bém sobre os riscos do fanatismo e todos os fundamentalismos, que levam à violência, na tentativa de imposição de uma verdade única.
12. Explicar qual a importância do direito romano na Roma antiga e sua contribuição
para a posteridade. Discutir também como
eram cruéis as penas aplicadas aos condenados: transpor esse tema para hoje, abrindo o debate sobre tortura e pena de morte.
Na segunda parte da pergunta, é importante
considerar o significado do “estado de direito”
na sociedade democrática, na luta contra o arbítrio dos poderosos. Discutir o caráter da pena,
que visa afastar o condenado do convívio social
e punir o seu delito, mas deveria respeitá-lo como
ser humano que é. A pena não é uma vingança,
uma vez que do Estado se exigem soluções racionais e não emotivas.
13. Ler e comentar algumas aventuras de Asterix, personagem de histórias em quadrinhos.
Essas histórias foram criadas pelos franceses
Goscinny e Uderzo e contam as artimanhas dos
gauleses de uma aldeia que se opõem à ocupação
romana na Gália. Observar também os desenhos
das construções, das vestimentas, dos alimentos.
ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES
Ciências
14. Fazer uma pesquisa sobre Galeno, médico
que viveu em Roma.
Galeno nasceu em Pérgamo, na atual Turquia, estudou medicina em diversos centros
importantes da época, inclusive em Alexandria. Foi médico de gladiadores e soldados
e, já em Roma, escreveu diversos livros de
anatomia e fisiologia, tendo chegado a ser
médico da família imperial. Sua importância
se estendeu até o Renascimento, quando co-
meçaram a ser feitas dissecações em cadáveres humanos.
Artes
15. Fazer um levantamento iconográfico dos
afrescos de Pompéia. Além das análises estéticas, observar como eles refletem o
modo de vida do seu tempo.
Geografia
16. Comparar um mapa histórico, com a máxima extensão do Império Romano (século II
d.C.), com um mapa recente, a fim de identificar os países que dele faziam parte.
Matemática
17. Discutir sobre a dificuldade de se fazer contas com algarismos romanos, donde a necessidade de se usar o ábaco. Mostrar como funciona esse aparelho de “contar e calcular”.
Educação física
18. “Mens sana in corpore sano”: discutir a atualidade dessa conhecida expressão latina
que significa “Mente sã em corpo são”.
Além da inegável importância dos exercícios
e dos esportes, discutir como o movimento de
valorização do corpo, que começou a partir da
década de 1960, hoje em dia tem adquirido
características de corpolatria, ou seja, de excessiva valorização do corpo. Debater como
essa tendência se alarga até no campo da estética corporal, com as cirurgias plásticas.
Língua portuguesa
19. Fazer o levantamento de algumas palavras
de origem latina que constam do nosso vernáculo.
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