(19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Cada logaritmo deve existir separadamente, o que implica em duas situações: 1 π π ⎧ ⎪⎪sen x < − 2 ⇒ − 2 < x < − 6 2 4sen x − 1 > 0 ⇒ ⎨ ⎪ sen x > 1 ⇒ π < x < π ⎪⎩ 2 6 2 A MATEMÁTICA NO ITA O vestibular de Matemática do ITA é, provavelmente, um dos mais justos do país. Isso se deve ao fato dessa prova ser reconhecidamente a mais abrangente possível: raramente algum tópico do Ensino Médio não é cobrado. Isso, para o candidato, traz vantagens e desvantagens. Vantagens no sentido de que existem várias questões de assuntos conhecidos e desvantagens no sentido de que podem existir temas que o aluno não domine. Porém, até nisso se faz justiça: não é possível contar apenas com a sorte, uma vez que a prova é bem variada e abrangente. E, além de uma prova bem diversificada, uma marca interessante é a presença de vários temas numa única questão (cossenos com logaritmos, progressões com circunferências, etc.), sempre com o intuito de aumentar o nível de dificuldade, favorecendo o candidato que tem o domínio de diversos temas. Mas não é só o conhecimento que é fundamental. A prova não mede apenas o quanto o candidato sabe, mas sim como o candidato lida com o que sabe. Ao longo dos anos, várias questões são tais que a aplicação de fórmulas é praticamente inviável, o que força o candidato a ter algo a mais. Não adianta apenas conhecer milhares de fórmulas. Um bom raciocínio é peça fundamental nesse vestibular. Assim, o que se espera dos candidatos é conhecimento razoável aliado com bom raciocínio. Neste material temos uma análise do vestibular de Matemática do ITA. Procuraremos ajudá-lo a melhorar o seu desempenho com algumas dicas que serão de grande valia na hora da prova. 4 − sec 2 x > 0 ⇒ −2 < sec x < 2 ⇒ como cos x > 0 , temos apenas que 1 π π 0 < sec x < 2 ⇒ cos x > ⇒ − < x < . 2 3 3 Aplicando finalmente as propriedades dos logaritmos, temos: ⎛ 4sen2 x − 1 ⎞ logcos x (4sen2 x − 1) − logcos x (4 − sec 2 x ) = logcos x ⎜ ⎟>2 2 ⎝ 4 − sec x ⎠ Lembrando que no domínio considerado temos para a base do logaritmo: 0 < cos x < 1 . Logo, ao aplicarmos a definição de logaritmo, temos que inverter a desigualdade (pois a base é menor que 1). Assim: ⎛ 4 sen2 x − 1 ⎞ 4 sen2 x − 1 > ⇔ < cos2 x logcos x ⎜ 2 ⎟ 2 4 − sec 2 x ⎝ 4 − sec x ⎠ 4 sen2 x − 1 4sen2 x − 1 − cos2 x(4 − sec 2 x ) − cos2 x < 0 ⇒ <0 2 4 − sec x 4 − sec 2 x Considerando apenas o numerador da fração, temos: 4 sen2 x − 1 − cos2 x(4 − sec 2 x ) = 4 sen2 x − 4cos2 x − 1 + cos2 x. = −(4cos2 x − 4 sen2 x ) − 1 + 1 = − cos 2 x . Assim, a desigualdade fica: − cos2 x cos2 x <0⇒ >0 4 − sec 2 x 4 − sec 2 x Por uma das condições de existência ( 0 < sec x < 2 ) , é obrigatório Bons estudos! UMA QUESTÃO INTERESSANTE O exercício a seguir, retirado do vestibular de 2005, ilustra um fato interessante da prova do ITA: normalmente, existem dois ou mais modos para se resolver um exercício. Destes, um é razoavelmente rápido, enquanto o outro é mais trabalhoso. que 4 − sec 2 x > 0 (denominador positivo). Logo, para resolvermos a inequação, basta que tenhamos para o numerador π π cos2x > 0 ⇒ − < x < . 4 4 π π Considerando todos os intervalos, chegamos em − < x < − ou 4 6 π π <x< . 6 4 A seguir, forneceremos algumas ferramentas que podem ajudá-lo na prova, a respeito destes dois assuntos. Exemplo: (ITA 2005) Sobre o número x = 7 − 4 3 + 3 é correto afirmar: a) x ∈]0;2[ d) x 2 é irracional e) x ∈]2;3[ b) x é racional c) 2 x é irracional Resolução: (Alternativa B) Num primeiro instante, é fácil “chutar” que x provavelmente é irracional. Mas, isso não nos serve de muita coisa, afinal não conseguimos encontrar nenhuma resposta que nos satisfaça apenas chutando. Uma primeira tentativa de resolução poderia ser a seguinte: FORMULÁRIO DE TRIGONOMETRIA x = 7 − 4 3 + 3 ⇒ ( x − 3)2 = 7 − 4 3 sen2 x + cos2 x = 1 x − 2 x 3 + 3 = 7 − 4 3 ⇒ x − x.2 3 − 4 − 4 3 = 0 Essa tentativa nos leva a uma equação do segundo grau não muito agradável, que exigirá um tempo razoável só pra terminar as contas. Este caminho com certeza nos levará a uma resposta correta, mas a questão não é essa. Será que não existe outro modo, menos trabalhoso, para se resolver esse exercício? A resposta é sim. 2 1 cos2 x 2 Fórmulas básicas tg2 x + 1 = sec 2 x 1 cos x 1 cosec x = sen x cotg2 x + 1 = cosec 2 x sen x cos x cos x 1 cotg x = = sen x tg x sec x = tg x = Soma e subtração de arcos sen(a + b ) = sen a.cos b + sen b.cos a tg a + tg b tg(a + b ) = 1 − tg a.tg b sen(a − b ) = sen a.cos b − sen b.cos a Observe que 7 − 4 3 = 22 − 2.2. 3 + ( 3)2 = (2 − 3)2 . Assim: x = 7 − 4 3 − 3 = 2 − 3 + 3 ⇒ x = 2 cos(a + b ) = cos a.cos b − sen a.sen b MISTURANDO TEMAS DIFERENTES tg(a − b ) = cos(a − b ) = cos a.cos b + sen a.sen b A prova de Matemática do ITA também é famosa por sua grande capacidade de “misturar” conceitos distintos. Como exemplo, temos a seguinte questão, retirada do vestibular de 2006 (se você sentir dificuldades, revise os tópicos, que abordados na questão): tg a − tg b 1 + tg a.tg b Arco duplo sen2 x = 2.sen x.cos x cos2 x = cos2 x − sen2 x cos2x = 2.cos2 x − 1 Exemplo: (ITA 2006) Determine para quais valores de x ∈ (-π/2,π/2) vale a desigualdade logcosx(4sen2x - 1) - logcosx(4 - sec2x) > 2. Resolução: Temos aqui a presença de trigonometria e logaritmos. Tanto um quanto o outro são fundamentais para a resolução desse exercício. A partir da condição de existência da base, temos: −π π ⎛ −π π ⎞ < x < 0 ou 0 < x < cos x > 0 e cos x ≠ 1 ⇒ x ≠ 0 e x ∈ ⎜ ; ⎟ ⇒ 2 2 ⎝ 2 2⎠ tg2 x = cos2 x = 1 − 2sen2 x 2.tg x 1 − tg2 x Arco triplo sen3 x = 3 sen x − 4 sen3 x cos3 x = 4cos3 x − 3cos x Arco metade 1 − cos x ⎛x⎞ sen ⎜ ⎟ = ± 2 ⎝2⎠ 39 1 + cos x ⎛x⎞ cos ⎜ ⎟ = ± 2 ⎝2⎠ 1 − cos x ⎛x⎞ tg ⎜ ⎟ = ± 1 + cos x ⎝2⎠ (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Transformação de soma em produto sen( p + q ) + sen( p − q ) = 2.senp.cos q LOGARITMOS Definição de logaritmo: p+q p−q cos 2 2 p−q p+q sen p − sen q = 2.sen cos 2 2 p+q p−q cos p + cos q = 2.cos cos 2 2 p+q p−q cos p − cos q = −2.sen sen 2 2 sen( p + q ) tg p + tg q = cos p.cos q sen p + sen q = 2.sen tg p − tg q = ⎧base > 0 e base ≠ 1 logbase x = a ⇔ basea = x , onde ⎨ ⎩x > 0 Resumo das propriedades: 1) logb ( xy ) = logb x + logb y 2) logb ( x / y ) = logb x − logb y n .logb x m logc x 4) logb x = (mudança de base) logc b 3) logbm x n = sen( p − q ) cos p.cos q Desigualdades envolvendo logaritmos Base > 1 ⇒ logbase x > logbase y ⇔ x > y (crescente) FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS As funções trigonométricas inversas são um tema muito incidente nos vestibulares do ITA. Só nos últimos anos, tivemos questões desse tipo nas provas de 2004, 2005, 2008 e 2010. A seguir temos uma tabela com as principais funções inversas: Função: Domínio: Imagem: f ( x ) = arcsen ( x ) [ −1; 1] ⎡ π π⎤ ⎢− 2 ; 2 ⎥ ⎣ ⎦ f ( x ) = arccos ( x ) [ −1; 1] [0; π] ]−∞; ∞[ ⎤ π π⎡ ⎥− 2 ; 2 ⎢ ⎦ ⎣ f ( x ) = arctg ( x ) 0 < Base < 1 ⇒ logbase x > logbase y ⇔ x < y (decrescente) PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES Um tópico bastante frequente na prova de Matemática do ITA é Determinantes. Vamos relembrar suas propriedades, a partir de algumas definições: Menor complementar: chamamos de menor complementar relativo a um elemento aij de uma matriz M, quadrada e de ordem n>1, o determinante Dij, de ordem n - 1, associado à matriz obtida de M quando suprimimos a linha i e a coluna j que passam por aij. Cofator ou complemento algébrico: número relacionado com cada elemento aij de uma matriz quadrada de ordem n dado por Aij = (-1)i+j .Dij. Teorema de Laplace: O determinante de uma matriz M, de ordem n≥2, é a soma dos produtos de todos os termos de uma fila qualquer (linha ou coluna) pelos respectivos cofatores. Cálculo do determinante para ordens 1 e 2 A = (a ) ⇒ det( A) = a = a Obs: f ( x ) = arcsen ( x ) e f ( x ) = arctg ( x ) são estritamente crescentes enquanto f ( x ) = arccos ( x ) é estritamente decrescente. Perceba que para existir a inversa, a função original tinha que ser bijetora, portanto a imagem das funções inversas são restritas ao domínio da função original. O aluno deve ser atento para não cometer erros nisso, pois, por exemplo: ⎛ ⎛ 7 π ⎞ ⎞ π 7π arccos ⎜ cos ⎜ ⎟ ⎟ = ≠ . ⎝ 4 ⎠⎠ 4 4 ⎝ ⎛a c ⎞ A=⎜ ⎟ ⇒ det( A) = ad − bc ⎝b d ⎠ Mas a restrição na composição inversa não existe, pois temos: cos ( arccos ( x ) ) = x Propriedades 1) Somente as matrizes quadradas possuem determinantes. 2) det(A) = det(At). 3) O determinante de uma matriz que tem todos os elementos de uma fila iguais a zero, é nulo. 4) Se trocarmos de posição duas filas paralelas de um determinante, ele muda de sinal. 5) O determinante que tem duas filas paralelas iguais ou proporcionais é nulo. 6) det(A-1) = 1/det A. 7) (Teorema de Binet) det(A.B) = det A.det B 8) Se uma fila da matriz for multiplicada por uma constante k, então o determinante da nova matriz será igual ao da matriz original multiplicado por k. 9) Se A é uma matriz quadrada de ordem n e k é real então det(k.A) = kn. det A 10) (Teorema de Jacobi) Se somarmos à uma fila uma combinação linear de outra fila paralela, o valor do determinante permanece inalterado. Bastando apenas que x seja do domínio da função inversa. Ao se resolver um problema de Funções Trigonométricas Inversas, o mais indicado é passar a uma função trigonométrica normal, o exemplo a seguir ilustra bem isso: Exemplo: (ITA 2008) ⎡ π π⎤ Sendo ⎢ − ; ⎥ o contradomínio da função arcoseno e [0; π] o ⎣ 2 2⎦ contradomínio da função arcocosseno, assinale o valor de: 3 4⎞ ⎛ cos ⎜ arcsen + arccos ⎟ 5 5⎠ ⎝ Resolução: 3 4 Seja arcsen = α ⇒ sen 2α + cos2 α = 1 ⇒ cos α = ± . 5 5 ⎡ π π⎤ O contradomínio da função arcsen é ⎢ − , ⎥ . ⎣ 2 2⎦ Como senα = Seja arccos [0, π] . ⎛ π⎤ 4 3 > 0 , temos que α ∈ ⎜ 0, ⎥ ⇒ cos α = . 5 5 ⎝ 2⎦ Existência da matriz inversa: uma matriz A só possui inversa se, e somente se, tem determinante não-nulo. Existe outra propriedade dos determinantes, que será trabalhada na seguinte questão, também retirada do vestibular do ITA de 2006. 4 = β . Temos que o contradomínio da função arccos é 5 4 ⎛ π⎞ > 0 ⇒ β ∈ ⎜ 0, ⎟ 5 ⎝ 2⎠ Os dois ângulos estão no mesmo quadrante e, portanto são iguais ( α = β ) . Assim: Exemplo: (ITA 2006): −2b −2c ⎤ ⎡a b c ⎤ ⎡ −2a Se det ⎢⎢ p q r ⎥⎥ = -1 então o valor do det ⎢⎢ 2p + x 2q + y 2r + z ⎥⎥ é ⎢⎣ x y z ⎥⎦ ⎢⎣ 3 x 3y 3z ⎥⎦ igual a a) 0 b) 4 c) 8 d) 12 e) 16 Como cos β = cos( α + β) = cos2α = cos2 α − sen2 α = 16 9 7 − = . 25 25 25 40 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Resolução: (Alternativa D) Inicialmente, como -2 multiplica a primeira linha e 3 multiplica a segunda, podemos retirar esses números do determinante: −2b −2c ⎤ b c ⎤ ⎡ −2a ⎡ a det ⎢⎢2 p + x 2q + y 2r + z ⎥⎥ = −6.det ⎢⎢2 p + x 2q + y 2r + z ⎥⎥ ⎢⎣ 3 x ⎢⎣ x 3y 3z ⎥⎦ y z ⎥⎦ Aqui, utilizaremos a seguinte propriedade: d g ⎞ ⎛ a ⎛a d g ⎞ ⎛a ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ A = ⎜ b + x e + y h + z ⎟ ⇒ det A = det ⎜ b e h ⎟ + det ⎜ x ⎜ c ⎜c f i ⎟ ⎜c f i ⎟⎠ ⎝ ⎝ ⎠ ⎝ Aplicando a propriedade: b c ⎤ b c⎤ ⎡ a ⎡a ⎡a ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ det ⎢2 p + x 2q + y 2r + z ⎥ = det ⎢2 p 2q 2r ⎥ + det ⎢⎢ x y z ⎦⎥ y z ⎦⎥ ⎣⎢ x ⎣⎢ x ⎣⎢ x d y f VETORES E GEOMETRIA ANALÍTICA Em alguns problemas geométricos, é interessante partir para novas abordagens. A resolução de problemas de Geometria com o auxílio de vetores fornece, em algumas situações, soluções extremamente elegantes e, em alguns casos, muito rápidas. Vamos agora comentar duas das propriedades mais importantes a respeito dos vetores, que são o produto escalar e o produto vetorial. g⎞ ⎟ z⎟ i ⎟⎠ Produto Escalar: Dados dois vetores u = ( x1, y1, z1 ) e v = ( x2 , y 2 , z2 ) em b c⎤ y z ⎥⎥ y z ⎥⎦ O último determinante tem duas linhas iguais, enquanto o primeiro tem a segunda linha multiplicada por 2. Assim: b c ⎤ ⎡ a ⎡a b c ⎤ det ⎢⎢2 p + x 2q + y 2r + z ⎥⎥ = 2.det ⎢⎢ p q r ⎥⎥ + 0 = −2 . ⎢⎣ x ⎢⎣ x y z ⎥⎦ y z ⎥⎦ Substituindo, temos: −2b ⎡ −2a det ⎢⎢2 p + x 2q + y ⎢⎣ 3 x 3y 3 , o produto escalar entre eles é definido por: u ⋅ v = x1 ⋅ x2 + y1 ⋅ y 2 + z1 ⋅ z2 Vamos deduzir uma relação muito útil entre o produto escalar e o ângulo entre os dois vetores. Considerando que dois vetores não colineares sempre determinam um plano, podemos fazer essa análise a partir de uma abordagem geométrica em 2 , embora ela seja válida para vetores em 3 : y Q (x2, y2) −2c ⎤ 2r + z ⎥⎥ = −6.( −2) = 12 . 3z ⎥⎦ v P (x1, y1) θ u x O DETERMINANTE DE VANDERMONDE O Determinante de Vandermonde é um conhecido método de calcular determinantes onde se tem em todas as linhas ou todas as colunas da matriz uma Progressão Geométrica. Seu valor é dado por: a1n −1 a2n −1 1 a1 1 a2 a12 a22 1 a3 a32 a3n −1 = ( a1 − a2 )( a1 − a3 ) ... ( a2 − a3 ) ... ( an −1 − an ) 1 an an2 ann −1 = ∏ ( ai − a j ) Aplicando a lei dos cossenos no triângulo OPQ: QP 2 = OP 2 + OQ 2 − 2 ⋅ OP ⋅ OQ ⋅ cos θ ⇒ ( x1 − x2 )2 + ( y1 − y 2 )2 = ( x12 + y12 ) + ( x22 + y 22 ) − 2⋅ | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ ⇒ x1 ⋅ x2 + y1 ⋅ y 2 = | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ ⇒ u ⋅ v = | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ Em particular, se u e v são vetores não nulos perpendiculares entre si, temos que θ = 90° ⇒ cos θ = 0 ⇒ u ⋅ v = 0 . Produto vetorial: Dados dois vetores u = ( x1, y1, z1 ) e v = ( x2 , y 2 , z2 ) i<j Exemplo: (ITA 2003) Sejam a , b , c e d números determinante da matriz: ⎡ bcd ⎢ ⎢ acd ⎢abd ⎢ ⎣⎢ abc em reais não-nulos. Exprima o valor do 1 1 1 1 3 , o produto vetorial entre eles é dado pelo determinante: i u ∧ v = x1 x2 a a2 ⎤ ⎥ b b2 ⎥ c c2 ⎥ ⎥ d d 2 ⎦⎥ j y1 y2 k y z1 = 1 y2 z2 z1 z ⋅i + 1 z2 z2 x1 x ⋅j+ 1 x2 x2 y1 ⋅k y2 O produto vetorial resulta, para cada par de vetores u e v , num Na forma de um produto de números reais. outro vetor u ∧ v , que é perpendicular ao plano determinado por esses dois vetores. Seu módulo é dado por: Resolução: Multiplicando a primeira linha por a , a segunda por b , a terceira por c e a quarta por d (e então dividindo o determinante por abcd para não alterar seu valor): 1 a a2 a3 bcd 1 a a 2 abcd a a 2 a3 acd 1 b b 2 abcd b b 2 b3 abcd 1 b b 2 b3 1 = ⋅ = ⋅ 2 abcd abcd c c 2 c 3 abcd 1 c c 2 c 3 abd 1 c c abc 1 d d 2 abdc d d 2 d 3 1 d d2 d3 | u ∧ v | = | u | ⋅ | v | ⋅ sen θ Esse módulo representa, geometricamente, a área do paralelogramo determinado pelos vetores u e v : v h = | v | ⋅ sen θ E o determinante acima é o Determinante de Vandermonde, então: θ bcd acd abd abc 1 1 1 1 a a2 1 a a2 b b2 1 b b2 = c c2 1 c c2 d d2 1 d d2 a3 b3 = c3 d3 u Observe que, se um dos vetores u ou v for nulo, ou se eles forem colineares, o produto vetorial será o vetor nulo. Com base nesses produtos, conseguimos outro exemplo de aplicação da teoria de vetores, que é o produto misto, no qual utilizamos simultaneamente o produto escalar e o produto vetorial. = ( a − b )( a − c )( a − d )( b − c )( b − d )( c − d ) . 41 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Produto Misto: Sejam u = ( x1, y1, z1 ) , v = ( x2 , y 2 , z2 ) e w = ( x3 , y 3 , z3 ) y três vetores em 3 , tomados nessa ordem. O produto misto desses vetores é dado por: [u,v ,w ] = u ⋅ (v ∧ w ) A partir dos produtos anteriores, temos: y z z [u,v ,w ] = u ⋅ (v ∧ w ) = x1 ⋅ y 2 z2 + y1 ⋅ z2 3 3 3 2 x2 x + z1 ⋅ 2 x3 x3 y1 y2 z1 z2 x3 y3 z3 B y2 . y3 Segue que: x1 [u,v ,w ] = x2 1+ 3 C 1− 3 x 2 A Observe que é incoerente apresentar os vértices do tetraedro, uma figura tridimensional, através de apenas duas coordenadas. Vamos assumir uma identificação do plano cartesiano (esboçado acima) com o plano z = 0 de um sistema de coordenadas tridimensional, de eixos x, y e z. Assim, os três vértices apresentados seriam adequadamente Vamos determinar um significado geométrico para o produto misto dos vetores u , v e w . Considere a figura a seguir: descritos por A = (0,0,0) , B = (2,2,0) e C = (1 − 3,1 + 3,0) . v ∧w A aresta do tetraedro é dada por: = AB = (2 − 0)2 + (2 − 0)2 + (0 − 0)2 = 2 2 A A' D C u h θ O w C B v A G A partir do produto escalar, temos: [u,v ,w ] = | u ⋅ (v ∧ w ) | = | u | ⋅ | v ∧ w | ⋅ | cos θ | M B Pela figura, note que a altura h do paralelepípedo, relativa à base formada pelos vetores v e w , é h = | u | ⋅ | cos θ | . Como | v ∧ w | A altura do triângulo equilátero ABC será: 3 2 2 3 CM = = = 6 2 2 representa a área do paralelogramo de lados OB e OC , segue que o módulo do produto misto [u,v ,w ] representa o volume do paralelepípedo determinado pelos vetores u , v e w . Sendo G o baricentro do triângulo ABC, correspondente à projeção do vértice V no plano da base ABC, temos: 2 2 CG = CM = 6 3 3 Como consequência imediata, também podemos calcular o volume do tetraedro OABC. Para tanto, observe que a área do triângulo OBC é metade da área do paralelogramo de lados OB e OC . Como essa área é dada pelo módulo do produto vetorial | v ∧ w | , temos: SOBC Aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo retângulo DGC, determinamos a altura DG relativa à base ABC: 1 = ⋅|v ∧w | 2 2 ⎛2 6⎞ (DG )2 + (CG )2 = (DC )2 ⇒ (DG )2 + ⎜ = 2 2 ⎜ 3 ⎟⎟ ⎝ ⎠ Além disso, a altura do tetraedro, relativa a essa base OBC, será a mesma altura h considerada para o paralelepípedo. Assim: 1 1 ⎛1 ⎞ VOABC = ⋅ SOBC ⋅ h = ⋅ ⎜ ⋅ | v ∧ w | ⎟ ⋅ | u | ⋅ | cos θ | ⇒ 3 3 ⎝2 ⎠ 1 VOABC = ⋅ [u,v ,w ] 6 ) 2 ⇒ DG = 4 3 O volume do tetraedro será dado por: 1 1 (2 2)2 3 4 8 VABCD = ⋅ SABC ⋅ DG = ⋅ ⋅ ⇒ VABCD = 3 3 4 3 3 Vamos agora analisar o mesmo problema por um ponto de vista vetorial: Exemplo: (ITA 2005) Em relação a um sistema de eixos cartesiano ortogonal no plano, três vértices de um tetraedro regular são dados por A = (0,0) , B = (2,2) e C = (1 − 3,1 + 3) . O volume do tetraedro é 8 3 3 5 3 a) . b) 3 . c) . d) . 3 2 2 ( 2ª Resolução: Seguindo o mesmo desenho da 1ª resolução, seja D = ( xD , y D , zD ) o vértice do tetraedro fora do plano determinado pelo triângulo ABC, com altura (cota) zD > 0 (escolhemos por simplicidade e) 8 . o ponto de altura positiva, embora exista uma segunda solução com zD < 0 , totalmente análoga a esta). Como sua projeção sobre o plano 1ª Resolução: (Alternativa A) Desenhando a figura no plano cartesiano de acordo com os pontos dados, temos: do triângulo ABC é exatamente o baricentro G, sua abscissa xD e sua ordenada y D são dadas por: 42 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA ⎧ x A + xB + xC 0 + 2 + (1 − 3 ) = = 1− ⎪ xD = xG = ⎪ 3 3 ⎨ y A + y B + y C 0 + 2 + (1 + 3) ⎪ = = 1+ ⎪⎩ y D = y G = 3 3 De acordo com o enunciado, a área da superfície lateral é o dobro da área da base: w ⋅ SM × 4 = 2 ⋅ w 2 ⇒ SM = w 2 3 3 3 3 Sendo h a altura da pirâmide, no triângulo ΔSOM , retângulo em O, aplicamos o teorema de Pitágoras: Para determinar sua altura zD , lembrando que o tetraedro é regular: AB = AD 2 2 w 3 ⎛w ⎞ h2 + ⎜ ⎟ = w 2 ⇒ h = 2 ⎝2⎠ 2 ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ 3 3 − 0 ⎟ + ⎜1 + − 0 ⎟ + ( zD − 0)2 (2 − 0)2 + (2 − 0)2 + (0 − 0)2 = ⎜ 1 − ⎜ ⎟ ⎜ ⎟ 3 3 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ zD 2 = ⎛ w 3⎞ Assim, temos as coordenadas de S = ( 0,0, h ) = ⎜ 0,0, ⎟ , de modo ⎜ 2 ⎟⎠ ⎝ 4 4 3 ⇒ zD = (lembrando que tomamos zD > 0 ) 3 3 que as coordenas de P e Q, pontos médios dos segmentos SC e Colocando o ponto A = (0,0,0) como origem de três vetores u , v e SD , respectivamente, são dadas por: w , que representam as três arestas do tetraedro, suas componentes serão iguais a: ⎧ ⎪ ⎪u = AB = B − A = (2,2,0) ⎪ ⎨v = AC = C − A = (1 − 3,1 + 3,0) ⎪ ⎪w = AD = D − A = ⎛⎜ 1 − 3 ,1 + 3 , 4 3 ⎞⎟ ⎜ ⎪ 3 3 3 ⎟⎠ ⎝ ⎩ P= Os vetores DP e AQ , por sua vez, serão dados por: ⎧ ⎛ w w w 3 ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛ 3w w w 3 ⎞ , , ⎪DP = P − D = ⎜⎜ − , − , ⎟⎟ − ⎜ , − ,0 ⎟ = ⎜⎜ − ⎟⎟ ⎪ ⎝ 4 4 4 ⎠ ⎝2 2 ⎠ ⎝ 4 4 4 ⎠ ⎨ ⎛ w w w 3 ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛ w 3w w 3 ⎞ ⎪ ⎪ AQ = Q − A = ⎜⎜ 4 , − 4 , 4 ⎟⎟ − ⎜ 2 , 2 ,0 ⎟ = ⎜⎜ − 4 , − 4 , 4 ⎟⎟ ⎠ ⎝ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎩ Desse modo, segue que o volume do tetraedro é dado por: 2 VABCD 2 0 1 1 = ⋅ [ u, v , w ] = ⋅ | 1 − 3 6 6 1+ 3 0 3 1− 3 3 1+ 3 4 3 3 VABCD = ( ) ( S +C ⎛ w w w 3 ⎞ S + D ⎛w w w 3 ⎞ = ⎜ − ,− , = ⎜ ,− , . ⎟⎟ e Q = ⎜ ⎜ 4 4 4 ⎟⎟ 2 2 ⎝ 4 4 4 ⎠ ⎝ ⎠ Finalmente, lembramos que o produto interno u ⋅ v entre dois vetores u e v se relaciona com o ângulo θ entre esses vetores por: | u ⋅ v = | u | ⋅ | v | ⋅ cos θ ⇒ cos θ = ) 1 4 3 ⎡ 8 ⋅ ⋅ 1 + 3 − 1 − 3 ⎤ ⇒ VABCD = ⎦ 6 3 ⎣ 3 2 2 2 w 13 ⎛ 3w ⎞ ⎛ w ⎞ ⎛ w 3 ⎞ DP = ⎜ − + ⎟ = ⎟ ⎜ ⎟ +⎜ 4 ⎝ 4 ⎠ ⎝ 4 ⎠ ⎜⎝ 4 ⎟⎠ Exemplo: (IME 2010) A área da superfície lateral de uma pirâmide quadrangular regular SABCD é duas vezes maior do que a área de sua base ABCD. Nas faces SAD e SDC traçam-se as medianas AQ e DP. Calcule o ângulo entre estas medianas. 2 2 2 w 13 ⎛ w ⎞ ⎛ 3w ⎞ ⎛ w 3 ⎞ AQ = ⎜ − ⎟ + ⎜ − +⎜ ⎟⎟ = ⎟ ⎜ 4 4 4 4 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ Substituindo: 3w 2 3 ⎛ 3 ⎞ 16 cos θ = = = ⇒ θ = arccos ⎜ ⎟ ⎝ 13 ⎠ DP ⋅ AQ w 13 w 13 13 ⋅ 4 4 Resolução: Estabelecendo um sistema de coordenadas tridimensionais, como indicado na figura a seguir, e chamando o lado do quadrado da base da pirâmide de w, temos: DP ⋅ AQ z CÔNICAS S ELIPSE Dados dois pontos F1 e F2 distantes 2c. Uma elipse de focos em F1 e F2 é o conjunto dos pontos P(x,y) cuja soma das distâncias a F1 e F2 é constante e igual a 2a, com 2a > 2c. y a 2 = b2 + c 2 y B1 ( b,0 ) Q a x A1 ( −a,0 ) O M e= a A B C |u |⋅|v | Assim, calculando cada termo separadamente: 2 ⎛ 3w ⎞ ⎛ w ⎞ w ⎛ 3w ⎞ w 3 w 3 3w DP ⋅ AQ = ⎜ − ⋅ = ⎟⋅⎜− ⎟ + ⋅⎜− ⎟+ 4 4 16 ⎝ 4 ⎠ ⎝ 4⎠ 4 ⎝ 4 ⎠ O próximo exemplo ilustra como a introdução dos vetores pode simplificar a resolução de um exercício que, se resolvido apenas com ferramentas de Geometria Espacial pura, poderia se tornar muito trabalhoso. P u ⋅v F1 ( −c,0 ) O F2 ( c,0 ) A 2 ( a,0 ) x B2 ( −b,0 ) D O: centro F1, F2: focos A1, A2, B1, B2: vértices A1A2: eixo maior (2a) As coordenadas dos vértices da base quadrada são: ⎛w w ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛ w w ⎞ ⎛w w ⎞ A = ⎜ , ,0 ⎟ , B = ⎜ − , ,0 ⎟ , C = ⎜ − , − ,0 ⎟ e D = ⎜ , − ,0 ⎟ . ⎝2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝ 2 2 ⎠ ⎝2 2 ⎠ 43 B1B2: eixo menor (2b) F1F2: distância focal (2c) e: excentricidade c <1 a (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Interpretação de uma equação do 2o grau Dada a eq. Geral do 2o grau: Ax2 + 2Bxy + Cy2 + 2Dx + 2Ey + F = 0 é sempre possível eliminar o seu termo retângulo (2Bxy) através de um rotação de eixos de um ângulo θ tal que A=CÆθ=π/4 A ≠ C Æ tg 2θ = 2B/(A – C) é possível também identificar a cônica através de sua equação pelo determinante: Equações reduzidas – centro em (x0, y0) • A1A2 // Ox: • A1A2 // Ou: ( x − x0 ) a 2 + 2 ( y − y0 ) a 2 + 2 ( y − y0 ) 2 =1 b2 ( x − x0 ) b 2 =1 2 HIPÉRBOLE Dados dois pontos F1 e F2 distantes 2c. Uma hipérbole de focos em F1 e F2 é o conjunto dos pontos P(x,y) cujo módulo da diferença das distâncias a F1 e F2 é constante e igual a 2a, com 2a < 2c. y B1 ( b,0 ) F1 ( −c,0 ) A1 ( −a,0 ) A 2 ( a,0 ) O c (i) Se , então a equação representa uma parábola. (ii) Se , então a equação representa uma elipse. (iii) Se , então a equação representa uma hipérbole. Obs: A identificação não indica se a cônica é degenerada ou não, para isso é necessária a rotação de eixos. c 2 = a2 + b2 c e = >1 a x F2 ( c,0 ) Em 2006 tivemos 2 questões de cônicas, uma delas discursiva. Confira! B2 ( −b,0 ) O: centro F1, F2: focos A1, A2: vértices e: excentricidade Exemplo (ITA 2006): Sabendo que 9y2-16x2-144y+224x-352=0 é a equação de uma hipérbole, calcule sua distância focal. A1A2: eixo real (2a) B1B2: eixo imaginário ou conjugado (2b) F1F2: distância focal (2c) Completando os quadrados na equação acima, temos: 9( y 2 − 16 y + 64) − 576 − 16.( x 2 − 14 x + 49) + 784 − 352 = 0 Equações reduzidas – centro em (x0, y0) • • A1A2 // Ox: A1A2 // Ou: ( x − x0 ) 2 − a2 ( y − y0 ) 2 a2 − ( y − y0 ) ( y − 8)2 ( x − 7)2 − =1 16 9 Logo, a equação reduzida da hipérbole é: ⎧a = 4 ( y − 8)2 ( x − 7)2 − = 1⇒ ⎨ 2 2 4 3 ⎩b = 3 2 b2 ( x − x0 ) 9( y − 8)2 − 16.( x − 7)2 = 144 ⇒ =1 2 =1 b2 A partir das relações notáveis da hipérbole, temos: c 2 = a 2 + b 2 = 16 + 9 = 25 ⇒ c = 5 Assim, a distância focal é 2c = 10. PARÁBOLA Dados um ponto F e uma reta d (F∉d). Uma parábola é o conjunto dos pontos P(x,y) equidistantes de F e d. d y V ' V = VF = p NÚMEROS COMPLEXOS E GEOMETRIA ANALÍTICA 2 e⊥d V' (−p 2,0 ) F ( p 2,0 ) V Uma das aplicações mais interessantes dessa mistura de temas que pode ocorrer em uma questão do vestibular do ITA é usar conceitos de Geometria Analítica para resolver uma questão de Números Complexos. Sabendo que todo número complexo pode ser representado por um ponto do plano cartesiano (Plano de ArgandGauss), desenvolvemos algumas ideias. x e F: foco V: vértice V’F: p – parâmetro e: eixo de simetria A partir da forma algébrica z = x + y ⋅ i do número complexo, temos: (I) a identificação de cada número complexo z = x + y ⋅ i com o ponto Equações reduzidas – centro em (x0, y0) • e // Ox: ( y − y 0 ) = 4 p ( x − x0 ) • e // Ou: ( x − x0 ) = 4 p ( y − y 0 ) P = ( x, y ) do plano cartesiano, dito afixo de z; 2 2 (II) Sendo O a origem do plano cartesiano, definimos OP = x 2 + y 2 como o módulo | z | do número complexo z = x + y ⋅ i ; RECONHECIMENTO DE UMA CÔNICA Dada uma equação do 2o grau redutível à forma ( x-x0 ) k1 2 + ( y-y0 ) k2 (III) Se z = x + y ⋅ i , z ∈ 2 =1 qualquer, temos: e z0 = a + b ⋅ i é um número complexo z − z0 = ( x + i ⋅ y ) − (a + b ⋅ i ) = ( x − a )2 + ( y − b )2 , k1 = k 2 Circunferência que é a distância entre dois pontos da Geometria Analítica; k1>0, k2>0 e k1>k2 Elipse de eixo maior horizontal (IV) De (III), temos que: k1>0, k2>0 e k1<k2 Elipse de eixo maior vertical • z − z0 = R é uma circunferência de centro z0 e raio R; k1>0 e k2<0 Hipérbole de eixo real horizontal • z − z1 + z − z2 = 2k é uma elipse de focos z1 e z2 , e eixo k1<0 e k2>0 Hipérbole de eixo real vertical maior de comprimento 2k , para k > 0 ; • Rotação de eixos As coordenadas de um ponto P(x,y) após a rotação de eixos de um ângulo θ são dadas por (x’,y’) tais que x = x’.cosθ - y’.senθ y = x’.senθ + y’.cosθ z − z1 − z − z2 = 2k é uma hipérbole de focos z1 e z2 , e eixo transverso de comprimento 2k , para k > 0 . (V) Com relação ao argumento de z, temos que arg( z ) = θ é uma semirreta iniciada na origem, e arg( z − z0 ) = θ é uma semirreta com início em z0 . 44 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA (VI) No Plano de Argand-Gauss, cada complexo pode ser associado a (ou representar) um vetor, ou seja, z = x + iy ≡ ( x, y ) . Ao se multiplicar um vetor nos complexos por um complexo de módulo unitário e argumento α , estamos rotacionando nosso vetor em α radianos no sentido anti-horário, pois ρ ( cos θ + i sen θ ) ⋅ ( cos α + i sen α ) = ρ ( cos ( θ + α ) + i sen ( θ + α ) ) . Substituindo x na primeira fórmula, temos: i 2θ2 i 3 θ3 i 4 θ4 i 5θ5 i 6θ6 ei θ = 1 + i θ + + + + + ... 2! 3! 4! 5! 6! θ2 θ3 θ4 θ5 θ 6 −i + +i − ... ei θ = 1 + i θ − 2! 3! 4! 5! 6! Observe que cada termo de potência ímpar está multiplicado por i, de modo que podemos colocar a unidade imaginária em evidência: ⎛ θ2 θ 4 θ6 ⎞ ⎛ θ3 θ5 ⎞ + − + ... ⎟ + i ⎜ θ − + ... ⎟ ei θ = ⎜1 − 2! 4! 6! 3! 5! ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ Exemplo: (ITA 2000) Seja z0 o número complexo 1 + i . Sendo S o conjunto solução no plano complexo de | z − z0 | = | z + z0 | = 2 , então o produto dos elementos de S é igual a a) 4(1 − i ) b) 2(1 + i ) c) 2(i − 1) cos θ d) −2i Assim, temos então que e = cos θ + i .senθ , a conhecida identidade de Euler. A partir daí, conseguimos determinar a forma exponencial de um número complexo: z = ρ.(cos θ + i .sen θ) ⇒ z = ρ.e i θ (ρ = módulo ) A forma exponencial de um número complexo consegue simplificar a maior parte das fórmulas que envolvem números complexos, além de suas respectivas demonstrações. Como exemplo, considere a primeira fórmula de De Moivre: z = ρ.[cos(θ) + i .sen(θ)] ⇒ z n = ρn .[cos(nθ) + i .sen(nθ)] Esta fórmula possui, normalmente, duas demonstrações. A primeira utiliza o Princípio De Indução Finita, e é um pouco demorada (sugerimos, como exercício, que cada candidato tente demonstrar tal fórmula). A segunda demonstração é baseada na forma exponencial, e é praticamente imediata: z = ρ.(cos θ + i .sen θ) = ρ.e i θ ⇒ z n = (ρ.e i θ )n = ρn .e inθ e) 2i Resolução: (Alternativa E) Identificando no plano complexo o afixo de z0 = 1 + i como o ponto (1,1) , e o afixo de − z0 = −1 − i como ( −1, −1) , temos as circunferências λ1 : | z − z0 | = 2 , de centro (1,1) e raio 2, e λ 2 : | z − ( − z0 ) | = 2 , de centro ( −1, −1) e raio 2. A representação no plano cartesiano seria: y λ1 Q (1,1) ( −1, −1) ⇒ z n = ρn .[cos( nθ) + i .sen( nθ)] Dois lemas úteis também podem ser retirados facilmente da identidade de Euler: θ iθ2 ⎧ iθ ⎪⎪1 − e = −2i ⋅ sen 2 ⋅ e ⎨ ⎪1 + e i θ = 2 ⋅ cos θ ⋅ e i θ 2 ⎪⎩ 2 A demonstração da primeira é: iθ −i θ 2 ⎞ iθ iθ iθ ⎛ e 2 − e −i θ θ iθ ⎟ = −2i ⋅ sen ⋅ e 2 1 − e i θ = e 2 e 2 − e 2 = −2i ⋅ e 2 ⎜ ⎜ ⎟ 2i 2 ⎝ ⎠ x O sen θ iθ P ) ( λ2 θ θ⎞ ⎛ θ θ⎞ θ ⎛ = ⎜ cos + i sen ⎟ − ⎜ cos − i sen ⎟ = 2i ⋅ sen . 2 2⎠ ⎝ 2 2⎠ 2 ⎝ A demonstração do segundo lema é análoga e fica como exercício. Pelo desenho, claramente os pontos em comum às duas circunferências são P = (1, −1) e Q = ( −1,1) , de modo que o conjunto S Pois e é dado por S = {1 − i , −1 + i } . Assim, o produto de seus elementos é: (1 − i ) ⋅ ( −1 + i ) = 2i . iθ 2 −e −i θ 2 Observe a questão a seguir, retirada do vestibular ITA-97. Essa questão é uma boa aplicação da forma exponencial, ao invés da utilização direta da fórmula de De Moivre. A IDENTIDADE DE EULER Você sabe qual é a origem da identidade de Euler? A resposta está em Taylor! Em Matemática, uma série de Taylor é uma série de potências utilizada para aproximar funções. Elas recebem esse nome em homenagem ao matemático inglês Brook Taylor. Várias funções podem ser aproximadas por esse método, que, por envolver derivadas de funções, só é ensinado nas disciplinas de Cálculo. Entre as funções que estudamos, existem três que merecem destaque: x2 x3 ex = 1+ x + + + ... 2! 3! x2 x4 x6 cos x = 1 − + − + ... 2! 4! 6! x3 x5 x7 sen x = x − + − + ... 3! 5! 7! A partir destas fórmulas, podemos calcular o valor das funções seno, cosseno e exponencial em pontos não só reais, como também complexos! De fato, como o lado direito de cada expansão depende apenas do valor “x”, nada impede que utilizemos valores complexos. Ora, isso motivou vários matemáticos a fazerem a seguinte substituição: x = i .θ , onde i é a unidade imaginária Exemplo: (ITA 1997) Considere os números complexos z = 6 w + 3z + 4i z 2 + w 3 + 6 - 2i e w = 1 + i 3 . Se m = a) 34 4 b) 26 2 , então m vale: c) 16 d) 4 Resolução: (Alternativa A) Utilizando a forma exponencial, temos: z = 2e iπ 4 e w = 2e iπ 3 Dessa forma, temos então que o numerador é dado por: w 6 + 3.z 4 + 4i = 64.e 2 πi + 3.16.e πi + 4i = 16 + 4i Fazendo o mesmo para o denominador: z 2 + w 3 + 6 − 2i = 4.e iπ 2 Dessa forma temos m = 45 + 8.e i π + 6 − 2i = −2 + 2i 16 + 4i 2 −2 + 2i 2 = 272 = 34 . 8 e) 1 2 +i 2 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA TEOREMAS DE PAPPUS-GULDIN Essa expressão pode ser escrita na notação somatório: n ⎛n⎞ (ax + by )n = ∑ ⎜ ⎟ ⋅ (ax )n − k ⋅ (by )k . k =0 ⎝ k ⎠ Dois teoremas importantes ao se trabalhar com superficies (ou sólidos) de revolução, são os teoremas de Pappus–Guldin. Tais teoremas permitem calcular o volume ou a área gerada pela rotação de uma curva em torno de um eixo fixo. A partir disso, podemos destacar o termo geral do binômio: ⎛n⎞ Tk +1 = ⎜ ⎟ ⋅ (ax )n − k ⋅ (by )k ⎝k ⎠ (I) ÁREAS: PAPPUS-GULDIN Seja L o comprimento da linha, EE’ o eixo de rotação e d a distância do centro de massa da linha ao eixo de rotação EE’. Sendo S a área gerada pela rotação da linha em torno do eixo, temos: S = 2π ⋅ L ⋅ d E fazendo x = y = 1 , temos a soma dos coeficientes do binômio: E n ⎛n⎞ Soma = ∑ ⎜ ⎟ ⋅ a n − k ⋅ bk = (a ⋅ 1 + b ⋅ 1)n = (a + b)n k =0 ⎝ k ⎠ Exemplo: (ITA 2004) O termo independente de x no desenvolvimento ⎛ 33 x 5x −3 do binômio ⎜ ⎜ 5x x 3 ⎝ CM d a) 729 3 45 12 ⎞ ⎟ é: ⎟ ⎠ c) 8913 b) 972 3 15 3 5 d) 376 3 5 3 e) 165 3 75 Resolução: (Alternativa E) Do binômio de Newton, temos: E' ⎛ 33 x 5x ⎜ −3 ⎜ 5x 3 x ⎝ (II) VOLUMES: PAPPUS-GULDIN Seja S a área da figura e d a distância do centro de massa ao eixo de rotação EE’. O volume V do sólido obtido pela rotação da figura em torno do eixo EE’ é dado por: V = 2π ⋅ S ⋅ d 1 ⎡ ⎤ ⎛ 12 ⎞ ⎛ 3 ⎞ 2 − 1 = ∑ ⎜ ⎟ ⋅ ⎢⎜ ⎟ x 3 ⎥ ⎢⎝ 5 ⎠ ⎥ k =0 ⎝ k ⎠ ⎣ ⎦ 12 12 − k 12 12 1 1 − ⎛ ⎞ ⎞ 3 2 −1 3 3 1 ⎟ = ⎜ ⎜⎛ ⎟⎞ x 3 − ⎜⎛ ⎟⎞ x 6 ⎟ = ⎟ ⎝5⎠ ⎜⎜ ⎝ 5 ⎠ ⎟⎟ ⎠ ⎝ ⎠ k 1 36 − 5 k − ⎡ 1⎤ 3 k − 24 12 ⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ 3 ⎛3⎞ 6 ⋅ ⎢ − ⎜ ⎟ x 6 ⎥ = ∑ ⎜ ⎟ ⋅ ( −1)k ⎜ ⎟ ⋅x 6 ⎢ ⎝5⎠ ⎥ ⎝5⎠ k =0 ⎝ k ⎠ ⎣ ⎦ E S • 36 − 5 k 3 k − 24 ⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ 6 ⋅x 6 . E o termo geral de tal binômio é: Tk +1 = ⎜ ⎟ ⋅ ( −1)k ⋅ ⎜ ⎟ ⎝5⎠ ⎝k ⎠ Assim, para que tenhamos o termo independente de x, o expoente de 3k − 24 x deve ser zero. Logo, = 0 ⇔ k = 8 . Portanto, o termo 6 independente de x é obtido se k = 8 , e tal termo é: d ⎛ 12 ⎞ ⎛3⎞ T9 = ⎜ ⎟ ( −1)8 ⎜ ⎟ ⎝5⎠ ⎝8⎠ E’ − 4 6 x 0 = 495 3 25 ⇔ T9 = 165 3 75 . 9 Exemplo: (IME 2010) Sejam ABC um triângulo equilátero de lado 2 cm e r uma reta situada no seu plano distante 3 cm do seu baricentro. Calcule a área da superfície gerada pela rotação desse triângulo em torno da reta r. a) 8π cm2 b) 9π cm2 c) 12π cm2 Se podemos desenvolver o binômio de Newton, também podemos desenvolver o polinômio de Newton, que é conhecido como polinômio de Leibniz. d) 16π cm2 Pensando analogamente ao binômio de Newton, podemos desenvolver o polinômio de Leibniz como uma generalização do binômio. Assim: Tal polinômio é obtido do desenvolvimento de ( x1 + x2 + e) 36π cm2 Resolução: (Alternativa E) Como a distância x do centro de massa do triângulo à reta r é 3 cm, temos, pelo teorema de Pappus-Guldin, que a área da superfície gerada é dada por A = 2π ⋅ x ⋅ p , onde p é o perímetro do triângulo equilátero. Logo: A = 2π ⋅ x ⋅ p = 2π ⋅ 3 ⋅ 6 ⇔ A = 36π cm2 ( x1 + x2 + onde α1 + α 2 + n! x1α1 x2α2 α1 ! α 2 ! α p ! Chamamos de Binômio de Newton a expressão da forma (ax + by )n , onde a, b, x e y são números reais (ou complexos) e n é um número natural. Tal expressão é desenvolvida pela fórmula: ⎛n⎞ ⎛n⎞ ⎛n⎞ (ax + by )n = ⎜ ⎟ ⋅ (ax )n ⋅ (by )0 + ⎜ ⎟ ⋅ (ax )n −1 ⋅ (by )1 + ⎜ ⎟ ⋅ (ax )n − 2 ⋅ (by )2 + 0 1 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ 2⎠ α xp p , + αp = n . Exemplo: (ITA 2006) Determine desenvolvimento de (1 + x + x 2 )9 . BINÔMIO DE NEWTON + + x p )n = ∑ + x p )n . o coeficiente de x4 Resolução: A partir do desenvolvimento do polinômio de Leibniz, temos: 9! i j 2 k 9! x j + 2 k , onde i + j + k = 9 . (1 + x + x 2 )9 = ∑ 1x x =∑ i ! j !k ! i ! j !k ! ⎛ n ⎞ ⎛n⎞ 1 n −1 0 n +⎜ ⎟ ⋅ (ax ) ⋅ (by ) + ⎜ ⎟ ⋅ (ax ) ⋅ (by ) − n n 1 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ 46 no (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA se B está em S, B é subconjunto de An, e, portanto, deve possuir n – 1 elementos (se B tem n elementos então B = An). Afirmamos que B é o único subconjunto com n – 1 elementos. De fato, se existir um conjunto C com n -1 elementos com C ≠ B então teríamos que B ⊄ C e C ⊄ B , o que contraria nossa hipótese. Logo, B é único. Seja então B = An-1. Prosseguindo com o raciocínio, montamos a seguinte cadeia de inclusões: { } = A0 ⊂ A1 ⊂ ... ⊂ An −1 ⊂ An ⎧i + j + k = 9 Assim, devemos resolver o seguinte sistema: ⎨ , com i, j, k ⎩ j + 2k = 4 inteiros não-negativos. Com isso, podemos montar uma tabela: i 7 6 5 j 0 2 4 k 2 1 0 Essa sequência é a maior possível, e respeita as condições impostas por S. Logo, o número máximo de elementos que S pode ter é n + 1. Como comentário, essa foi uma questão que exigiu uma boa dose de raciocínio por parte dos candidatos, e ilustra bem um vestibular que não quer apenas fórmulas decoradas. Logo, o coeficiente de x 4 em (1 + x + x 2 )9 é: 9! 9! 9! + + = 36 + 252 + 126 = 414 7!0!2! 6!2!1! 5!4!0! EQUAÇÕES POLINOMIAIS RECÍPROCAS TEORIA DOS CONJUNTOS Equações algébricas que são importantes no vestibular do ITA, sendo um assunto recorrente nesse vestibular, são as equações polinomiais recíprocas. Vamos desenvolver dois pontos: como reconhecer tais equações e como trabalhar com elas. No vestibular de 2006, o tópico de Teoria dos Conjuntos rendeu um total de três questões, ou seja, 10% da prova. Pode parecer pouco, mas na verdade esse foi um dos tópicos mais cobrados, justamente por ser um tema que exige boa capacidade de abstração por parte dos candidatos. (I). Reconhecimento Uma equação da forma an ⋅ x n + an −1 ⋅ x n −1 + Conjunto: é uma coleção de elementos. a) vazio: não possui elementos b) unitário: possui um único elemento c) universo: conjunto que possui todos os elementos Relação de pertinência: se x é um elemento do conjunto A ⇒ x ∈ A . Caso contrário, x ∉ A . conjunto de equações “simétricas”, por exemplo: a) 2 x 2 + 3 x + 2 = 0 ; b) 4 x 3 − 3 x 2 + 3 x − 4 = 0 ; c) a ⋅ x 6 − b ⋅ x 5 + c ⋅ x 4 − c ⋅ x 2 + b ⋅ x − a = 0 , com a ≠ 0 ; Subconjunto: se todos os elementos de um conjunto A pertencem a um conjunto B então A é subconjunto de B, ou seja, A ⊂ B . d) a ⋅ x 5 + b ⋅ x 4 + c ⋅ x 3 + c ⋅ x 2 + b ⋅ x + a = 0 , com a ≠ 0 . (II). Classificação e Resolução Se ak = an − k , como em (a) e (d), a equação é classificada como Operações com conjuntos: a) união: A ∪ B = { x / x ∈ A ou x ∈ B } b) intersecção: A ∩ B = { x / x ∈ A e x ∈ B } c) diferença: A − B = { x / x ∈ A e x ∉ B } . + a1 ⋅ x + a0 = 0 é dita recíproca se e somente se ak = ±an − k , com 0 ≤ k ≤ n . Isto fornece um equação recíproca de primeira espécie; Se ak = −an − k , como em (b) e (c), a equação é classificada como equação recíproca de segunda espécie. Complementar: se A ⊂ B então o complementar de A com relação à B é o conjunto CAB = B − A . Exemplo: (ITA 2008 adaptada) É dada a equação polinomial (a + c + 2) ⋅ x 3 + (b + 3c + 1) ⋅ x 2 + (c − a ) ⋅ x + (a + b + 4) = 0 , com a, b, c União de dois conjuntos: n( A ∪ B ) = n( A) + n(B ) − n( A ∩ B ) reais e a + c ≠ −2 . Sabendo-se que essa equação é recíproca de primeira espécie e que 1 é uma raiz, então o produto a ⋅ b ⋅ c é igual a: a) –2 b) 4 c) 6 d) 9 e) 12 Conjunto das partes: dado um conjunto A, o conjunto das partes de A, P(A), é o conjunto de todos os possíveis subconjuntos de A. Se A possui n elementos, então o conjunto P(A) possui 2n elementos. Partições de um conjunto: seja A um conjunto não-vazio e finito. Dizemos que P = { A1, A2 ,..., An } é uma partição de A se cada conjunto Resolução: (Alternativa E) Do fato de ser recíproca de primeira espécie, temos: ⎧a + c + 2 = a + b + 4 ⎧b = c − 2 ⇔⎨ . ⎨ ⎩b + 3c + 1 = c − a ⎩a = 1 − 3c em P é não-vazio, se a união de todos os elementos em P é igual ao conjunto A e se a intersecção desses conjuntos, tomados dois a dois, sempre é vazia. Usando o fato de que x = 1 é raiz, temos: (a + c + 2) ⋅ 13 + (b + 3c + 1) ⋅ 12 + (c − a ) ⋅ 1 + (a + b + 4) = 0 ⇔ a + 2b + 5c = −7 Exemplo: A = {1, 2, 3, 4, 5} Fazendo A1 = {1, 2, 3} e A2 = {4, 5}, temos que A1 ∩ A2 = { } e Resolvendo o sistema de três equações a três incógnitas: ⎧b = c − 2 ⎧a = 4 ⎪ ⎪ a c 1 3 = − ⇔ ⎨ ⎨b = −3 ⎪ ⎪ ⎩a + 2b + 5c = −7 ⎩c = −1 A1 ∪ A2 = A ⇒ { A1, A2 } é uma partição de A. Agora, uma questão muito interessante do vestibular de 2006: Exemplo: (ITA 2006) Seja U um conjunto não vazio com n elementos, n ≥ 1. Seja S um subconjunto de P(U) com a seguinte propriedade: Se A, B ∈ S então A ⊂ B ou B ⊂ A . Então, o número máximo de elementos que S pode ter é: a) 2n-1 b) n/2, se n for par, e (n + 1)/2 se n for ímpar; c) n+1 d) 2n - 1 e) 2n-1 + 1 Resolução: (Alternativa C) Se A e B são conjuntos em S, temos que eles possuem, no máximo, n elementos. Considere An um conjunto em S com n elementos. Assim, Assim, o produto pedido vale: a ⋅ b ⋅ c = 4 ⋅ ( −3) ⋅ ( −1) ⇔ a ⋅ b ⋅ c = 12 A partir da classificação, podemos deduzir que: a) x = 1 é raiz de uma equação recíproca de segunda espécie; b) x = −1 é raiz de uma equação recíproca de primeira espécie e grau ímpar. Resolvendo uma equação recíproca de segunda espécie com x = 1 , caímos em uma equação recíproca de primeira espécie de grau par ou grau ímpar. Se o grau for impar, x = −1 é raiz; se o grau for par, a 47 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Se a = 2 , ficamos com a equação 0 ⋅ x = 0 , que é satisfeita para todo x ∈ . Nesse caso, temos conjunto verdade V = . p técnica de resolução é dividir a equação por x 2 , onde p é o grau do polinômio resultante, e usar as identidades a seguir: 1 1 1 x + = α , x 2 + 2 = α 2 − 2 , x 3 + 3 = α3 − 3α ,... x x x Se a = −2 , ficamos com a equação 0 ⋅ x = −4 , que não é satisfeita para nenhum valor real de x. Assim, temos conjunto verdade V = ∅ . Exemplo: (ITA 1997) Seja S o conjunto de todas as raízes da equação 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 0 . Sobre os elementos de S podemos afirmar que: a) todos são números reais. b) 4 são números reais positivos. c) 4 não são números reais. d) 3 são números reais positivos e 2 não são reais. e) 3 são números reais negativos. Se a ≠ 2 e a ≠ −2 , temos x = a−2 1 = e, nesse caso, o (a + 2) ⋅ (a − 2) a + 2 ⎧ 1 ⎫ conjunto verdade V = ⎨ ⎬ é unitário. ⎩a + 2 ⎭ Via de regra, nesse tipo de exercício, o aluno deve ficar muito atento para as condições de existência sobre a variável x, principalmente com relação a valores do parâmetro que zeram algum denominador, raízes de índice par (que só existem em para radicandos nãonegativos), etc. Resolução: (Alternativa D) A equação é recíproca de segunda espécie, de modo que x = 1 é raiz. Dividindo p( x ) = 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 por x − 1 , temos: Um cuidado extra é necessário ainda para resolver inequações envolvendo parâmetro, pois nesse caso, deve-se atentar para as condições em que o sinal da inequação se mantém ou se inverte. Considere, por exemplo, a inequação, na variável x: (a 2 − 4) ⋅ x ≥ a − 2 p( x ) = 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 2 ⋅ ( x − 1) ⋅ ( x 5 − x 4 − x 3 − x 2 − x + 1) A equação x 5 − x 4 − x 3 − x 2 − x + 1 = 0 , por sua vez, é recíproca de primeira espécie e grau ímpar, de modo que x = −1 é raiz, e podemos dividir por x + 1 : p( x ) = 2 ⋅ ( x − 1) ⋅ ( x + 1) ⋅ ( x 4 − 2 x 3 + x 2 − 2 x + 1) Começamos, novamente, fatorando a expressão no primeiro membro: (a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2 A equação x 4 − 2 x 3 + x 2 − 2 x + 1 = 0 é recíproca de primeira espécie e Se a = 2 , ficamos com a inequação 0 ⋅ x ≥ 0 , que é satisfeita para todo x ∈ . Nesse caso, temos conjunto verdade V = . grau par. Como x = 0 não é raiz, dividindo os dois membros por x 2 , vem que: 2 1 x 4 − 2x 3 + x 2 − 2x + 1 = 0 ⇔ x 2 − 2x + 1 − + 2 = 0 x x Se a = −2 , ficamos com a inequação 0 ⋅ x ≥ −4 , que também é satisfeita para todo x ∈ . Assim, aqui também temos conjunto verdade V = . 1 1 = α , temos x 2 + 2 = α 2 − 2 , de x x modo que caímos na equação em α : 1 α 2 − 2α − 1 = 0 ⇔ α = 1 ± 2 ⇔ x + = 1 ± 2 x Fazendo a troca de variáveis x + Se a ≠ 2 e a ≠ −2 , devemos agora analisar o sinal do coeficiente a 2 − 4 . Considerando a função f (a ) = a 2 − 4 , temos graficamente: + Temos: x+ 1 1+ 2 ± 2 2 − 1 = 1 + 2 ⇔ x 2 − (1 + 2) ⋅ x + 1 = 0 ⇔ x = x 2 + –2 E ainda: 1 x + = 1 − 2 ⇔ x 2 + ( 2 − 1) ⋅ x + 1 = 0 x – 2 a Assim, se a < −2 ou a > 2 , tem-se a 2 − 4 > 0 , de modo que: 1 ⎡ 1 ⎡ (a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2 ⇒ x ≥ , + ∞⎢ ⇒V = ⎢ a+2 ⎣a + 2 ⎣ Δ = ( 2 − 1)2 − 4 ⋅ 1⋅ 1 = −2 2 − 1 < 0 Portanto, das seis raízes (complexas) da equação 2 x 6 − 4 x 5 + 4 x − 2 = 0 , temos quatro raízes reais, das quais três Por outro lado, se −2 < a < 2 , tem-se a 2 − 4 < 0 e, portanto: 1 1 ⎤ ⎤ (a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x ≥ a − 2 ⇒ x ≤ ⇒ V = ⎥ −∞ , a+2 a + 2 ⎦⎥ ⎦ 1+ 2 ± 2 2 − 1 ) e uma negativa (–1), além de duas 2 complexas não-reais. positivas (1 e EQUAÇÕES COM PARÂMETROS O exemplo a seguir foi, originalmente, uma das questões, proposta pela então Tchecoslováquia, presentes na prova da quinta Olimpíada Internacional de Matemática (IMO), realizada em 1963. Discutir uma equação, ou uma inequação, em função de um ou mais parâmetros, consiste em determinar, para cada valor assumido pelos parâmetros, o conjunto verdade das mesmas. Considere, por exemplo, a equação a seguir, na variável x: (a 2 − 4) ⋅ x = a − 2 Exemplo: (ITA 2007) Considere a equação: Vamos analisar o conjunto verdade, em , dessa equação, em função do parâmetro real a. Observe que podemos fatorar o coeficiente de x no primeiro membro da equação: (a + 2) ⋅ (a − 2) ⋅ x = a − 2 a) Para que valores do parâmetro real p a equação admite raízes reais? b) Determine todas essas raízes reais. x2 − p + 2 x2 − 1 = x . Resolução: Da condição de existência em temos: Muito cuidado para não cancelar diretamente o fator (a − 2) , pois ele pode ser zero. 48 sobre as raízes de índice par, (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA 2 2 ⎪⎧ x − p ≥ 0 ⎪⎧ x ≥ p ⇔⎨ 2 ⎨ 2 ⎪⎩ x − 1 ≥ 0 ⎪⎩ x ≥ 1 Se (I) (II) Além disso, desde que essas condições sejam satisfeitas, tem-se por consequência: ⎧⎪ x 2 − p ≥ 0 ⇒ x = x 2 − p + 2 x 2 − 1 ⇒ x ≥ 0 (III) ⎨ 2 ⎩⎪ x − 1 ≥ 0 ≥0 ≥0 Sendo o primeiro membro da última inequação um quadrado perfeito, a desigualdade sempre será satisfeita (para p < 2 ). ( p − 4)2 ≥1 8 ⋅ (2 − p) Novamente levando em consideração que o denominador é positivo para p < 2 , como no caso anterior, segue que: Para a condição (II), temos: x 2 ≥ 1 ⇔ Levando em consideração as restrições (I), (II) e (III), elevamos ambos os membros da equação irracional ao quadrado, observando, porém, que podemos introduzir novas raízes na equação obtida a partir desse ponto, que não satisfazem a equação original. Daí a necessidade de verificar as três condições obtidas até então. ) ( 2 ( p − 4)2 ≥ 8 ⋅ (2 − p ) ⇔ p 2 − 8 p + 16 ≥ 16 − 8 p ⇒ p 2 ≥ 0 x 2 − p + 2 x 2 − 1 = ( x ) ⇔ 4 x 2 − p x 2 − 1 = ( p + 4) − 4 x 2 Sendo p < 2 , o denominador é positivo, de modo que podemos multiplicar os dois membros da inequação por 8 ⋅ (2 − p ) , mantendo o sinal da inequação: p 2 − 8 p + 16 ≥ 16 p − 8 p 2 ⇔ 9 p 2 − 24 p + 16 ≥ 0 ⇔ (3 p − 4)2 ≥ 0 2 ⎧⎪ x 2 − p ≥ 0 ⇒ 4 x2 − p x2 − 1 ≥ 0 , ⎨ ⎪⎩ x 2 − 1 ≥ 0 Essa desigualdade também é sempre satisfeita. Finalmente, para a condição (IV), fazemos: temos mais uma ( p + 4) − 4 x 2 ≥ 0 ⇔ 4 x 2 ≤ p + 4 ⇔ 4 ⋅ condição: ( p + 4) − 4 x 2 ≥ 0 (IV) Mais uma vez, para p < 2 , isso equivale a: ( p − 4)2 ≤ 2 ⋅ (2 − p ) ⋅ ( p + 4) ⇔ 3 p 2 − 4 p ≤ 0 ⇔ 0 ≤ p ≤ Nesse caso, elevamos novamente os dois membros da equação irracional ao quadrado: (4 ) x2 − p x2 − 1 2 = ( ( p + 4) − 4 x 2 ) ⇔ (16 − 8 p ) ⋅ x 2 = p2 − 8 p + 16 2 ⎧p < 2 4 ⎪ 4 ⇒0≤p≤ ⎨ 3 ⎪0 ≤ p ≤ 3 ⎩ Se p = 2 , temos a equação incompatível: 0 ⋅ x 2 = 4 . Se p = 4 , temos: x = 0 , o que não satisfaz a condição (II). Resumimos toda essa análise respondendo formalmente aos dois itens do exercício: 4 a) A equação admite raízes reais apenas para 0 ≤ p ≤ . 3 ⎧⎪2 − p < 0 ( p − 4)2 Se p > 2 e p ≠ 4 , temos: ⎨ ⇒ x2 = < 0 , também 2 8 ⋅ (2 − p ) ⎪⎩( p − 4) > 0 . ⎧⎪2 − p > 0 ( p − 4)2 ⇒ x2 = > 0 , de modo que as Para p < 2 , temos ⎨ 2 8 ⋅ (2 − p ) ⎪⎩( p − 4) > 0 possíveis raízes são: | p−4| x=± 2 2 ⋅ (2 − p ) Entretanto, descartamos a possibilidade x = − | p−4| 2 2 ⋅ (2 − p ) b) A única raiz real, para 0 ≤ p ≤ A substituição trigonométrica é um método muito utilizado para resolver integrais em Cálculo. Também podemos lançar mão desse procedimento em algumas equações, cuja resolução por métodos puramente algébricos seria muito trabalhosa, ou praticamente impossível. Considere o seguinte exemplo, retirado da 24ª OBM (Olimpíada Brasileira de Matemática), nível universitário. < 0 , pois |p−4| 2 2 ⋅ (2 − p ) Exemplo: (OBM) Determine todas as soluções reais da equação: , para x = 2+ 2− 2+ x . p < 2 . Devemos descobrir para quais valores do parâmetro p < 2 ela verifica simultaneamente as condições (I), (II), (III) e (IV). Resolução: Observe que o procedimento de ir elevando ao quadrado os dois membros da equação nos conduziria a uma equação polinomial de 8º grau, além de introduzir diversas condições de existência para cada vez que elevássemos os dois membros ao quadrado. Entretanto, ao invés disso, podemos observar de início que, das condições de existência sobre as raízes de índice par: ⎧⎪2 + x ≥ 0 ⎧ x ≥ −2 x ⇔⎨ ⇔ −2 ≤ x ≤ 2 ⇔ −1 ≤ ≤ 1 ⎨ 2 ⎪⎩2 − 2 + x ≥ 0 ⎩x ≤ 2 Inicialmente, observe que, se p < 2 , então p − 4 < 0 , de modo que | p − 4 | = 4 − p . Assim, podemos reescrever x = 4−p 2 2 ⋅ (2 − p ) . A condição (III) é claramente satisfeita para p < 2 , já que, nesse caso, tem-se x = 4−p 2 2 ⋅ (2 − p) >0. Para a condição (I), temos: x 2 ≥ p ⇔ 4 4−p ,é x= . 3 2 2 ⋅ (2 − p ) SUBSTITUIÇÃO TRIGONOMÉTRICA claramente ela não satisfaz a condição (III), que exige x ≥ 0 . Assim, nos resta analisar a possibilidade x = 4 3 Assim, a condição sobre o parâmetro real p para que se tenha 4−p x= como raiz da equação apresentada é: 2 2 ⋅ (2 − p ) ⇔ 8 ⋅ (2 − p ) ⋅ x 2 = ( p − 4)2 impossível em ( p − 4)2 ≤ p+4 8 ⋅ (2 − p ) Nesse caso, associamos, para cada x ∈ ( p − 4)2 ≥p. 8 ⋅ (2 − p ) θ ∈ [0, π] tal que 49 , com −1 ≤ x ≤ 1 , um único 2 x = cos θ ⇔ x = 2cos θ . Além disso, garantida a 2 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA Como tomamos θ ∈ [0 , π] , temos, nesse intervalo, necessariamente existência das raízes, tem-se x = 2 + 2 − 2 + x ≥ 0 , de modo que sen θ ≥ 0 , de modo que sen θ = sen θ , e a equação se reduz a: ⎡ π⎤ cos θ ≥ 0 . Assim, podemos restringir θ ∈ ⎢0, ⎥ . Fazendo então a ⎣ 2⎦ substituição: sen θ ≥ a − cos θ ⇔ sen θ + cos θ ≥ a Multiplicando e dividindo o primeiro membro por 2cos θ = 2 + 2 − 2 + 2cos θ ⇔ 2cos θ = 2 + 2 − 2 ⋅ (1 + cos θ) A partir daqui é que a Trigonometria começa a simplificar a resolução da equação. Observe que, da identidade de arco duplo: ⎛ θ⎞ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ cos θ = cos ⎜ 2 ⋅ ⎟ = 2cos2 ⎜ ⎟ − 1 ⇔ 1 + cos θ = 2cos2 ⎜ ⎟ ⎝ 2⎠ ⎝2⎠ ⎝2⎠ Assim, voltando à equação: π⎞ ⎛ a ≤ 2 ⋅ sen ⎜ θ + ⎟ ≤ 2 ⋅ 1 = 2 ⇒ a ≤ 2 4⎠ ⎝ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ 2cos θ = 2 + 2 − 2 ⋅ 2cos2 ⎜ ⎟ ⇔ 2cos θ = 2 + 2 − 2 cos ⎜ ⎟ ⎝2⎠ ⎝2⎠ Como ⎡ π⎤ θ ∈ ⎢0, ⎥ , ⎣ 2⎦ temos 2 , temos: 1 π⎞ ⎛ 1 ⎞ ⎛ 2 ⋅⎜ ⋅ sen θ + ⋅ cos θ ⎟ ≥ a ⇔ 2 ⋅ sen ⎜ θ + ⎟ ≥ a 4⎠ 2 ⎝ ⎝ 2 ⎠ π⎞ ⎛ Pela limitação da função seno, temos sen ⎜ θ + ⎟ ≤ 1 e, portanto: 4⎠ ⎝ Poderíamos também resolver esse exercício graficamente, o que inclusive ajuda a entender, geometricamente, o sentido da substituição trigonométrica feita acima. ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ cos ⎜ ⎟ ≥ 0 ⇔ cos ⎜ ⎟ = cos ⎜ ⎟ , e a 2 2 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝2⎠ 2ª Resolução: Considere, para tanto, a função ⎛ ⎛ θ ⎞⎞ equação se reduz a 2cos θ = 2 + 2 ⋅ ⎜ 1 − cos ⎜ ⎟ ⎟ . ⎝ 2 ⎠⎠ ⎝ f ( x ) = 1 − x 2 , e a função g : Novamente por arco duplo: ⎛θ⎞ ⎛ θ⎞ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ cos ⎜ ⎟ = cos ⎜ 2 ⋅ ⎟ = 1 − 2sen2 ⎜ ⎟ ⇔ 1 − cos ⎜ ⎟ = 2sen2 ⎜ ⎟ ⎝2⎠ ⎝ 4⎠ ⎝4⎠ ⎝ 2⎠ ⎝4⎠ Assim, voltando à equação: f : [ −1, 1] → , definida por , definida por g ( x ) = − x + a . → Por um lado, devemos observar que a condição de existência sobre o domínio da função f limita a resolução da inequação também ao intervalo fechado [ −1, 1] , ou seja, não precisaríamos considerar a função g definida para todo x real. ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ 2cos θ = 2 + 2 ⋅ 2sen2 ⎜ ⎟ ⇔ 2cos θ = 2 + 2 sen ⎜ ⎟ ⎝4⎠ ⎝4⎠ A função g, na verdade, representa uma família de funções do 1º grau, uma para cada valor real do parâmetro a. Entretanto, independente do valor de a, necessariamente seu gráfico será uma reta decrescente, de coeficiente angular –1, que intercepta o eixo das abscissas no ponto (a,0) , como esboçado na figura a seguir: ⎡ π⎤ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ ⎛θ⎞ Também para θ ∈ ⎢0, ⎥ , temos sen ⎜ ⎟ ≥ 0 ⇔ sen ⎜ ⎟ = sen ⎜ ⎟ , e ⎣ 2⎦ ⎝4⎠ ⎝4⎠ ⎝4⎠ ⎛ ⎛ θ ⎞⎞ a equação se reduz a 2cos θ = 2 ⋅ ⎜ 1 + sen ⎜ ⎟ ⎟ . ⎝ 4 ⎠⎠ ⎝ Para podermos utilizar mais uma vez a identidade de arco duplo, ⎛θ⎞ ⎛π θ⎞ ⎛π θ⎞ fazemos: 1 + sen ⎜ ⎟ = 1 + cos ⎜ − ⎟ = 2cos2 ⎜ − ⎟ . Logo: 4 2 4 ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝4 8⎠ y a<0 ⎛ ⎛ π θ ⎞⎞ ⎛π θ⎞ 2cos θ = 2 ⋅ ⎜ 2cos2 ⎜ − ⎟ ⎟ ⇔ 2cos θ = 2 cos ⎜ − ⎟ ⎝ 4 8 ⎠⎠ ⎝4 8⎠ ⎝ a>0 x ⎛π θ⎞ ⎛π θ⎞ ⎛π θ⎞ ⎡ π⎤ Para θ ∈ ⎢0, ⎥ , temos cos ⎜ − ⎟ ≥ 0 ⇔ cos ⎜ − ⎟ = cos ⎜ − ⎟ , ⎣ 2⎦ ⎝4 8⎠ ⎝4 8⎠ ⎝4 8⎠ ⎛π θ⎞ e a equação se reduz a: cos θ = cos ⎜ − ⎟ . ⎝4 8⎠ ⎛π θ⎞ Como θ e ⎜ − ⎟ são dois arcos do primeiro quadrante com o ⎝4 8⎠ mesmo cosseno, a única possibilidade é que eles sejam iguais: π θ 2π θ= − ⇔θ= 4 8 9 ⎛ 2π ⎞ Finalmente, a única raiz real da equação é x = 2cos ⎜ ⎟ . ⎝ 9 ⎠ O próximo exemplo aparece no livro “Mathematical Olympiad Challenges”, dos autores romenos Titu Andreescu e Razvan Gelca. ⎧⎪ y ≥ 0 . ⎨ 2 2 ⎪⎩ x + y = 1 Assim, o gráfico de f corresponde a uma semicircunferência de centro (0, 0) e raio 1, para y ≥ 0 . Observe que, sendo uma Por outro lado, fazendo semicircunferência de raio 1, cada ponto de coordenadas ( x, y ) pode ser descrito por (cos θ,sen θ) , sendo isso que justifica, geometricamente, a substituição trigonométrica feita na 1ª resolução: y Exemplo: (ITA 2004) Determine os valores reais do parâmetro a para os quais existe um número real x satisfazendo y = f ( x ) = 1 − x 2 , temos: sen θ 1− x2 ≥ a − x . 1ª Resolução: Pela condição de existência sobre a raiz quadrada, temos: 1 − x 2 ≥ 0 ⇔ −1 ≤ x ≤ 1 θ –1 Assim, para cada x ∈ [ −1, 1] , podemos associar um e somente um cos θ 1 x θ ∈ [0 , π] tal que x = cos θ . Nesse caso, a equação se transforma Queremos descobrir para quais valores do parâmetro a obtemos um conjunto verdade não vazio para a inequação f ( x ) ≥ g ( x ) , isto é, para em: os quais existe pelo menos um x ∈ [ −1, 1] tal que f ( x ) ≥ g ( x ) . 1 − cos2 θ ≥ a − cos θ ⇔ sen2 θ ≥ a − cos θ ⇔ sen θ ≥ a − cos θ Geometricamente, isso significa que a única posição relativa entre a reta (função g) e a semicircunferência (função f) que não pode ocorrer 50 (19) 3251-1012 www.elitecampinas.com.br DICAS PARA A PROVA DO ITA COMENTÁRIOS FINAIS DE MATEMÁTICA é a reta ficar totalmente acima da semicircunferência. Assim, o maior valor do parâmetro a que ainda dá certo é aquele que torna a reta tangente à semicircunferência, como ilustra a figura: y É importante ficar claro que, embora o vestibular do ITA seja uma prova de grande inteligência, na qual muitas vezes existem dois ou mais métodos de resolução para uma dada questão (um normalmente mais rápido e outro um pouco mais trabalhoso), o mais importante é RESOLVER O EXERCÍCIO. De fato, não importa o caminho, e sim o resultado. Embora seja muito importante manter o espírito crítico e refletir a cada questão, não vale à pena perder muito tempo procurando um caminho curto quando se sabe uma maneira de resolver a questão, pois tempo é um bem precioso nesse vestibular. Boa prova! 1 45° 45° –1 a 1 x 1 ⇔a= 2 . a Portanto, de acordo com os gráficos, a inequação tem solução se e Nesse caso, temos cos 45° = somente se a ≤ 2 . FÓRMULA DE PROBABILIDADE TOTAL E TEOREMA DE BAYES Seja um espaço amostral Ω , para quaisquer dois eventos A, B ⊂ Ω temos a Formula de Probabilidade Total: ( ) ( ) P ( B ) = P ( B | A ) ⋅ P ( A ) + P B | AC ⋅ P AC Para o caso geral, seja { A1, A2 , A3 ,..., An } uma partição de Ω , ou seja, A1 ∪ A2 ∪ ... ∪ An = Ω e Ai ∩ Aj = ∅ para qualquer i ≠ j . Assim a forma geral da Formula de Probabilidade Total é dada por: P ( B ) = P ( B | A1 ) ⋅ P ( A1 ) + P ( B | A2 ) ⋅ P ( A2 ) + ... + P ( B | An ) ⋅ P ( An ) Essa formula é equivalente ao nosso intuitivo “separar em casos”, pois condicionamos cada evento a um caso possível. Sejam 2 eventos A, B ⊂ Ω com P ( A ) ≠ 0 e P ( B ) ≠ 0 , então o Teorema de Bayes diz que: P ( A | B) = P ( A) ⋅ P (B | A) P (B ) . A questão 4 do ITA-2011 (Que foi anulada) mostra bem a utilidade desses 2 teoremas, principalmente juntos. Exemplo: Numa caixa com 40 moedas, 5 apresentam duas caras, 10 são normais (cara e coroa) e as demais apresentam duas coroas. Uma moeda é retirada ao acaso e a face observada mostra uma coroa. A probabilidade de a outra face desta moeda também apresentar uma coroa é 7 5 5 3 3 a) . b) . c) . d) . e) . 8 7 8 5 7 Resolução: Primeiramente definimos os eventos: A={ A moeda selecionada tem 2 caras } B={ A moeda selecionada é normal (cara e coroa) } C={ A moeda selecionada tem 2 coroas } D={ A face observada é uma coroa } Agora, computemos p(D ) através do Teorema da Probabilidade Total (já que A, B e C são disjuntos e A ∪ B ∪ C = Ω , onde Ω é o espaço amostral): p(D ) = p(D | A) ⋅ p( A) + p(D | B ) ⋅ p(B ) + p(D | C ) ⋅ p(C ) p(D ) = 0 ⋅ 5 1 10 25 3 + ⋅ + 1⋅ = 40 2 40 40 4 Agora computemos nossa probabilidade desejada p(C | D ) através do Teorema de Bayes: 25 ⋅1 p(C ∩ D ) p(C ) ⋅ p(D | C ) 40 5 p(C | D ) = = = = 3 p(D ) p(D ) 6 4 Desta forma, nenhuma alternativa está correta. 51