Os efeitos da globalização, emprego e desemprego: qual o seu

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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Atividade
Período – 2010/1º
Disciplina: Sociedade e Organizações
Coordenador da Disciplina: Antonio M. Fandiño
ANÁLISE DO TEXTO: GLOBALIZAÇÃO E EMPREGO: REBATIMENTO SOBRE A
FORMAÇÃO DO TRABALHADOR
Fazer análise dos tópicos abaixo, baseado no texto a seguir e nas teorias apresentadas nas
aulas um a oito da disciplina. Busque dar embasamento a sua argumentação.
Focos da argumentação:

O que vem a ser globalização e seus impactos na sociedade;

Como a sociologia ajuda a entender o processo de globalização;

Mudanças estruturais na forma de trabalho com geração de desemprego decorrente;

Mudanças na concepção do trabalho;

Os efeitos das mudanças na organização do trabalho e do desemprego no
comportamento do trabalhador;

Ações governamentais para incrementar a qualificação na realidade globalizada e
suas possíveis conseqüências.
BOM TRABALHO!
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GLOBALIZAÇÃO E EMPREGO: REBATIMENTO SOBRE A FORMAÇÃO DO
TRABALHADOR
www.ccsa.ufrn.br/anais/ix_seminario/dados/.../com_41_01.doc
INTRODUÇÃO
No início da década de 90 com a abertura econômica do país esperava-se que a
economia fosse dinamizada e com isso mais empregos fossem gerados, mas o
que aconteceu foi exatamente o inverso. O número de desempregados vem
aumentando a cada ano e as políticas públicas não têm obtido resultados
suficientes para minimizar os impactos do desemprego na economia.
A reestruturação produtiva foi necessária para dinamizar as empresas para que
estas pudessem ter mais competitividade no mercado, mas essa mudança
provocou também uma queda nos índices de emprego, porque substituía a mão
de obra pela produção automatizada.
A onda de inovações tecnológicas trouxe portanto a necessidade de novo perfil
profissional para inserção no mercado de trabalho. O número de exigências tem
aumentado a cada dia, impondo ao profissional uma formação mais generalista
que o torne apto para enfrentar o mercado de trabalho, além de torná-lo
empregável. A formação se torna uma palavra-chave quando se vive em uma
sociedade bombardeada pela informação e em que o conhecimento se torna
essencial.
O objetivo central desse trabalho é entender os efeitos da globalização no
mercado de trabalho e os rebatimentos na formação do trabalhador.
Inicialmente, faz uma discussão sobre a globalização; em seguida, discute os
efeitos da globalização na perspectiva do emprego e do desemprego; em terceiro
lugar, tece considerações sobre os rebatimentos das novas exigências do
mercado de trabalho sobre a formação do trabalhador e finalmente, conclui pela
necessidade de políticas públicas voltadas para a formação profissional.
GLOBALIZAÇÃO: efeitos no emprego e desemprego
A globalização é um fenômeno cíclico que influencia aspectos políticos, culturais,
econômicos e sociais. Ela se faz presente em diversas etapas da história da
humanidade. O primeiro grande indicio da globalização foi a invenção do alfabeto
e sua divulgação através do comércio praticado pelos fenícios e depois
aperfeiçoado pelos gregos. Na época das navegações, com os europeus
adquirindo mercados novos e se concentrando principalmente com o comércio na
Ásia. A Revolução Industrial, por sua vez, desperta novamente a necessidade de
expandir mercados e desta vez a América se torna um importante nicho.
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No Brasil, assim como na América Latina nos anos 90 tem inicio uma abertura
do mercado dentro de uma concepção política neoliberal iniciada na Europa e
nos Estados Unidos na década de 80 com a vitória dos governos de direita nos
EUA, na Alemanha, na Inglaterra. Essa abertura provocou no início a quebra de
muitas empresas no país. Houve assim uma necessidade de reestruturação
produtiva para que houvesse chances de sobreviver e ao mesmo tempo competir
em um mercado muito concorrido.
Segundo Brasiliano(2003, p.1), o aumento da concorrência entre as organizações
é uma tendência na qual se observam:
mudanças rápidas nas exigências do consumidor em relação a
produtos e serviços; demanda crescente do consumidor por
produtos e serviços de qualidade;alteração no poder de compra
da população; escassez de insumos produtivos e recursos
críticos; alterações tecnológicas crescentes; escassez de
determinadas habilidades; alterações no ritmo e na natureza das
mudanças sociais.
O neoliberalismo econômico propõe a regulamentação do mercado com
reduzida interferência do Estado. Atualmente, o mercado de trabalho brasileiro
encontra-se retraído dado que a procura por emprego tem sido maior do que a
oferta. As políticas públicas também não têm sido suficientes para suprir a
demanda. A reestruturação produtiva causou diversos impactos sobre a
sociedade em busca da competitividade, onde a principal delas é o desemprego.
Essa reestruturação fez com que trabalhadores com conhecimentos pouco
especializados, cuja mão de obra não era tão qualificada fosse substituída pela
automatização da industria.
Quadro1 – Consequências da Globalização
GLOBALIZAÇÃO
DIMINUIÇÃO DO
EMPREGO FORMAL
NÃO QUALIFICADO
NECESSIDADE DE
REESTRTURAÇÃO
PRODUTIVA
ABERTURA
ECONOMICA
MAIOR
COMPETITIVIDADE
Dentro desse contexto, as relações de trabalho sofrem mutações e o Brasil é um
bom exemplo disso. Há no país um enfraquecimento da força dos sindicatos que
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não conseguem garantir nem a estabilidade, nem o emprego dos filiados, quanto
mais um salário melhor. Com a inovação tecnológica e a falta de qualificação das
pessoas para ocupar esses cargos o desemprego tem aumentado no país e
chega hoje a um patamar de 12 milhões de desempregados, sem contar com
aqueles que trabalham no setor informal, cuja situação é também precária no que
se diz respeito à seguridade social.
Outro aspecto é que as novas tecnologias fazem com que o conceito de fronteira
seja posto em xeque, quando uma pessoa pode trabalhar junto a uma empresa
sem sair de casa. A passagem da economia industrial para a economia da
informação eleva salários, porém esse aumento de salários se refere aos
trabalhadores instruídos e tecnicamente competentes. Os trabalhadores sem
qualificação e instrução terão seus salários em declínio.
EMPREGO e DESEMPREGO: faces do processo de globalização
As relações de trabalho eram extremamente precárias, desde o inicio da
Revolução Industrial no século XVIII até meados do século XX .Os trabalhadores
tinham uma carga horária média de 16 horas por dia, inclusive mulheres e
crianças. Houve muitas revoltas, greves, para que o trabalhador pudesse
conquistar os seus direitos em relação a melhores condições de trabalho,
ambiente e segurança.
No Brasil, vários direitos trabalhistas começaram a ser conquistados na década
de 30, era do governo Vargas, como a garantia do décimo terceiro salário, direito
a descanso remunerado, previdência social e férias.
O mercado de trabalho foi se modificando e as relações de trabalho foram
evoluindo no intuito de proporcionar seguridade ao trabalhador e evitar a
exploração do trabalhador por parte do empregador.
Segundo Chiavenato (1999, p. 82), o mercado de trabalho é definido como:
“(...)ofertas de oportunidades de trabalho oferecidas pelas diversas organizações.
Toda organização – na medida em que oferece oportunidades de trabalho –
constitui parte integrante de um mercado de trabalho”.
O mercado de trabalho atualmente é constituído por trabalhadores que fazem
parte do mercado formal e do mercado informal.
O emprego formal tem uma série de características, segundo REINECKE (1999,
p.119 apud RODGERS,1989; GUERRA,1994): um único empregador e um único
local de trabalho; existência de contrato de trabalho entre empregador e o
empregado; serviços contínuos; dia de trabalho integral; seguridade social e
proteção a certos direitos.
Muitos trabalhadores sentiram as conseqüências da abertura econômica no Brasil
através da perda do emprego. A falta de qualificação e preparo para enfrentar a
competitividade do mercado global fez com que os profissionais perdessem seus
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empregos e muitos não sabem fazer nada além do que já estavam acostumados
a fazer há anos.
O emprego formal no Brasil, nesse contexto, tem diminuído a cada dia, porque o
índice de criação de empregos não tem acompanhado a demanda. Essa situação
faz com que muitos trabalhadores se sujeitem a trabalhar sem a carteira assinada
para conseguir continuar no mercado de trabalho.
Além do emprego formal existe também no país o emprego informal, cuja situação
tem se agravado com a situação econômica. Segundo a CUT (1998, p.1) há duas
maneiras de definir o trabalho informal:
(...) De um lado, há aqueles que definem o trabalho informal como
aquele cujas atividades produtivas são executadas à margem da
lei, especialmente da legislação trabalhista vigente em um
determinado país. Aqui estariam os trabalhadores conta-própria,
grande parte dos quais não contribui à previdência, os
trabalhadores sem carteira assinada e os não-remunerados. Este
ponto de vista compreende o trabalho informal a partir da
precariedade da ocupação. De outro lado, pode-se definir o
trabalho informal como aquele vinculado a estabelecimentos de
natureza não tipicamente capitalista. Estes estabelecimentos se
distinguiriam pelos baixos níveis de produtividade e pela pouca
diferenciação entre capital e trabalho. O núcleo básico seria
formado pelos trabalhadores por conta própria, mas também pelos
empregadores e empregados de pequenas firmas com baixos
níveis de produtividade.
O trabalho informal surge como uma alternativa para resolver em curto prazo os
problemas causados ao trabalhador pela falta de emprego. A relação entre quem
tem um trabalho formal /seguridade social, quem trabalha sem carteira/seguridade
social é enorme. Dessa maneira, a seguridade social e a proteção a certos
direitos estão diretamente ligadas a formalidade do trabalho.
O emprego padrão, como a sociedade se acostumou a ter está cada vez mais
escasso.Há uma vertente de pensamento tradicional que defende a flexibilização
dos contratos trabalhistas, tendo em vista a modificação do emprego padrão, para
viabilizar o aumento da competitividade e a diminuição da quantidade de
trabalhadores informais.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (2003) houve um
decréscimo no índice do emprego formal no Brasil. É possível observar esse
declínio na Tabela 1, abaixo:
Tabela 1 – Evolução do Emprego Formal no Brasil, segundo Período e Ano
Período
Jan a Maio
Jan a Maio
Jan a Maio
Jan a Maio
Ano
2000
2001
2002
2003
%
2,18
2,14
2,58
1,95
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Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego
De acordo com especialistas, trabalho não faltará. O importante nesse momento é
encontrar saídas que possibilitem a criação de novos postos de trabalho e dessa
maneira a criação de condições para a sociedade assegurar pelo menos suas
necessidades básicas com dignidade.
Na atual conjuntura, muitos trabalhadores se encontram fora do mercado de
trabalho seja ele formal ou informal, caracterizando assim uma situação de
desemprego. Segundo o DIEESE(2002), um indivíduo que se encontra em uma
situação involuntária de não-trabalho por falta de oportunidade de trabalho ou que
exercem trabalhos irregulares com desejo de mudança, encontra-se em situação
de desemprego. Essas pessoas basicamente são classificadas, quanto à
procura, em três tipos de desemprego:
Desemprego aberto - são pessoas que procuram trabalho nos últimos trinta dias e
não exerceram nenhum tipo de atividade durante sete dias.
Desemprego oculto pelo trabalho precário - são pessoas que realizam trabalho
não-remunerado e buscam mudar de trabalho nos 30 dias anteriores ou que, não
tendo procurado neste período, o fizeram sem êxito até 12 meses atrás , ou então
aqueles que possuem um trabalho remunerado ocasional de auto-ocupação.
Desemprego oculto por desalento - pessoas que não possuem trabalho e nem
procuraram nos últimos 30 dias, por desestímulos do mercado de trabalho ou por
circunstâncias fortuitas, mas apresentaram procura efetiva de trabalho nos últimos
12 meses.
Em função da época ou de determinadas situações específicas, há outros tipos de
desemprego:
 Desemprego Sazonal - surge por variações de determinadas épocas do
ano.
 Desemprego Ficcional - Originado pela saída de seus empregos de alguns
trabalhadores que procuram outros melhores, porque algumas empresas
estão atravessando uma crise, ou porque os novos membros da força de
trabalho levam tempo procurando emprego.
Segundo Pochmann (1998, p.223) existem três tipos de desemprego:
Desemprego Estrutural - ocorre devido a inadequação da
estrutura econômica que opera sem utilizar plenamente a
força de trabalho disponível. Decorre, na maior parte das
vezes, do baixo dinamismo econômico, da destruição de
ocupações tradicionais do campo, da rápida mudança da
base técnica, da carência educacional, da desregulação do
mercado de trabalho, da abertura inadequada da economia.
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Desemprego Conjuntural - pode–se associar com o nível de
flutuação de atividade econômica (aceleração e
desaceleração do crescimento do PIB). Nos períodos de
prosperidade generalizada, com a ampliação de renda, de
abertura de novas fábricas e de aumento no consumo, o
emprego tende a alcançar níveis mais elevados, enquanto
nas fases de desaceleração econômica há geralmente o
aumento da taxa de desemprego.
Desemprego Disfarçado – o desemprego disfarçado ocorre
porque o trabalhador, com dificuldade de acesso ao
mercado formal de trabalho, não encontra mecanismos que
proporcionem renda adequada a manutenção do seu padrão
de vida. A busca de alternativas de sobrevivência leva esse
trabalhador a realizar pequenas tarefas e atividades
temporárias, não exercendo plenamente suas qualificações,
com o regime de trabalho sem reconhecimento legal e em
condições precárias, configurando assim uma situação de
desemprego.
O desemprego é de maneira geral traumático, pois não se restringe apenas à
perda de rendimentos e poder de consumo, mas gera o sentimento de exclusão
social. Além disso, com a perda do emprego o indivíduo perde a capacidade de
manutenção de suas necessidades básicas. Por isso, os efeitos do desemprego
podem ser percebidos no âmbito psicológico, social e físico. Eles estão
demonstrados no Quadro 2, abaixo:
Quadro 2 - Efeitos psicológicos, sociais e físicos nos desempregados
Psicológico
Resignação
Auto-estima negativa
Desespero
Vergonha
Apatia
Sensação de futilidade
Passividade
Depressão
Desesperança
Indiferença
Social
Físico
Pobreza
Várias
formas
de
doença
Perda de status
Perda de disciplina temporal e Insônia
rotina diária
Tensão e ansiedade
Desagregação da vida familiar gerando: embriaguez,
uso de drogas, violência
(incluindo divórcio)
Comportamento anti-social (roubo, intra-familiar, maustratos a crianças e
tráfico e vandalismo)
tentativas de suicídio.
Fonte: www.geocities.com/des2000
No Quadro 2 verifica-se que os efeitos do desemprego se ramificam de diversas
maneiras. Os efeitos psicológicos mais comuns são auto-estima negativa,
depressão, desesperança. Esses sintomas são agravados pelo fato do
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desempregado ser visto muitas vezes como “vagabundo”, além do tempo de
reinserção no mercado muitas vezes ser longo, o que agrava esses sintomas.
Socialmente o desempregado passa por problemas que vão da pobreza à
desagregação familiar e o mais grave, em alguns casos, inicia-se um
comportamento anti-social que por sua vez agrava o problema da violência social.
Os efeitos físicos são diversos, sendo que os mais graves vão da embriaguez,
utilização de drogas, maus-tratos e até mesmo tentativas de suicídio. Esses
sintomas demonstram que os efeitos do desemprego, em relação ao ser humano,
podem ser muito mais graves do que se imagina. Por isso se faz necessário
combater o desemprego, para que a sociedade brasileira possa ter uma qualidade
de vida melhor e a garantia de atendimento das necessidades básicas.
EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO E OS REBATIMENTOS NA
FORMAÇÃO
Essas inúmeras transformações do mercado de trabalho, principalmente no inicio
da década de 90 no Brasil, marcam a abertura econômica e o processo de
globalização da economia. A globalização trouxe uma nova realidade para o país.
Os níveis de desemprego aumentaram e o nível de exigência para contratação
aumentou em contrapartida. Novos conceitos como o de empregabilidade
(capacidade do profissional em se manter empregado) foram surgindo e até
mesmo a visão de que não era emprego que faltava, mas encontrar pessoas que
se adequassem aos novos perfis dessa economia.
O mercado de trabalho na medida em que possui uma oferta maior do que a
procura possibilita aos profissionais escolherem melhor onde trabalhar e com isso
a oportunidade de receber um salário melhor também aumenta. Quando
acontece a situação contrária, o profissional fica em desvantagem porque existe
uma grande massa de trabalhadores e com isso ele se sujeita a receber salários
menores e passa a não arriscar tanto uma saída de um emprego que não o
agrade por medo de não conseguir outro. Além disso, a exigência para a
contratação quanto a formação também aumenta .
Esse processo de reestruturação implica em fortes impactos nos aspectos
econômicos, políticos, sociais e de trabalho. Essas transformações nos cenários
do mercado de trabalho vêm exigindo mais qualidade, produtividade e
flexibilidade. Surge então a necessidade de qualificar e requalificar profissionais
para que as pessoas tenham mais chances de conseguir se inserir novamente no
mercado de trabalho.
Em 1996, segundo a Resolução nº 126 do dia 23 de outubro o governo cria a
SEFOR (Secretaria de Formação e Desenvolvimento Profissional) que tem como
missão executar ações de qualificação e requalificação no âmbito do programa de
seguro-desemprego através da utilização dos recursos do FAT (Fundo de Amparo
ao Trabalhador), segundo orientações emanadas do CODEFAT (Conselho
Deliberativo do FAT). Essa Secretaria atua em três linhas: avanço conceitual,
articulação institucional, apoio à sociedade civil.
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O apoio à sociedade civil se concretiza através do PLANFOR - Plano Nacional de
Educação Profissional. O Planfor tem como meta qualificar e requalificar pelo
menos 20% da População Economicamente Ativa (PEA).
O Planfor tem como objetivo mobilizar e articular, gradualmente, toda a
capacidade e competência disponível de educação profissional no país através
das políticas de qualificação e requalificação.
Um dos mecanismos de implementação do Planfor são os Planos Estaduais de
Qualificação (PEQ). Esses planos passam pela aprovação das Comissões
Estaduais de Emprego, organismos tripartites e paritários, com representação do
governo, empresariado e trabalhadores de cada estado.
A articulação institucional é necessária para mobilizar, ligar e integrar toda a
capacidade de atendimento ao trabalhador existente no país tendo como foco a
política pública.
O avanço conceitual tem como escopo a elaboração e revisão conceitual e
metodológica sobre questões chaves na área de trabalho, qualificação e
educação.
A educação profissional é composta por uma variedade de sistemas púbicos e
privada, que operam em âmbito local, regional ou nacional. Os sistemas ou
modelos de educação profissional (EP) encontrados no país refletem basicamente
duas condições:
 Organização Federal do país em três níveis governo federal, estadual e
municipal – combinando alto grau de centralização política e burocrática no
governo federal, com larga margem de descentralização econômica e
executiva nos governos estadual e municipal.
 Ampla diversidade de instituições e organismos públicos e privados,
envolvidos em ou responsáveis pela EP no país, sem uma efetiva
coordenação nacional.
Os paradigmas de trabalho e qualificação se encontram em profunda
transformação e esses modelos pedagógicos estão sendo colocados em xeque.
Revela-se uma tendência à reformulação do ensino médio para que ele retorne a
seu caráter generalista, deixando a educação profissional a cargo do sistema S:
SENAI, SENAC, SENAR, SENAT. A educação profissional é ministrada por
instituições de diversos tipos, combinada com uma ampla diversidade de modelos
organizacionais, pedagógicos e de financiamentos.
A qualificação tem um papel fundamental: evitar que os trabalhadores fiquem à
margem do mercado de trabalho, ou seja, tornar o profissional empregável.
Segundo vários autores o profissional, para ser empregável, deve apresentar uma
série de características tais como: ter visão sistêmica do negócio e dos processos
da empresa, buscar aprendizagem e aperfeiçoamento continuo, utilizar a
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capacidade criativa, ser capaz de se relacionar e trabalhar com equipes,
capacidade de se comunicar com clientes internos e externos, ser flexível, ter
uma visão generalista e especialista ao mesmo tempo.
Segundo Salm (1998, p.240):
A escola, certamente não constitui a única fonte de aquisição
dessas competências. A família, os meios de comunicação, o
convívio social ou a própria experiência de trabalho são, também,
instâncias importantes de qualificação. Entretanto, não há duvida
de que as oportunidades ocupacionais vêm exigindo perfis de
qualificação para os quais a responsabilidade da escola é cada
vez mais proeminente.
O desenvolvimento do conhecimento é um conceito chave para cuidar da
empregabilidade e consequentemente para permanecer no mercado. Cada
profissional é responsável por cuidar da sua empregabilidade. Isto significa livrar
as empresas de ajudar os profissionais a se reciclarem, tornando assim o
profissional o único responsável pela sua situação de emprego ou desemprego. A
reciclagem de conhecimento e a constante qualificação profissional são
necessárias para que as pessoas consigam acompanhar as rápidas mudanças
que existem em função do avanço tecnológico. A sociedade da informação nos
condiciona a isto se houver o desejo de continuar inserido no mercado de
trabalho.
Mas dentro desse contexto é importante ressaltar que a responsabilidade pela
inserção do profissional não é apenas do operário, como a mídia, o governo e as
empresas tem divulgado, mas deve ser um esforço conjunto de todos os setores
da sociedade. O desenvolvimento de políticas publicas integradas permitirá a
expansão do mercado de trabalho e consequentemente da economia, além do
crescimento pessoal dos profissionais.
CONCLUSÃO
O mercado de trabalho brasileiro e mundial passa por uma série de
transformações que refletem a atual conjuntura política, social e econômica que
se encontram. Os efeitos da globalização transformaram a concorrência e
tornaram o mercado cada vez mais competitivo, através da abertura de mercado.
A globalização modificou a maneira de pensar o mercado de trabalho, mudou as
concepções de emprego, ampliou o conceito de trabalho. Por isso a necessidade
de qualificação fica evidente e se faz necessária para enfrentar as exigências do
mercado de trabalho que por sua vez são cada vez maiores, por causa da
competitividade e da reestruturação produtiva.
A qualificação profissional assim como o mercado de trabalho sofre mudanças
para poder acompanhar as necessidades de um mundo globalizado, aonde o
perfil do trabalhador vem sendo modificado. Novos conceitos como o da
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empregabilidade são criados, enquanto outros como o do emprego formal passam
a ser uma realidade cada dia mais distante.
A qualificação profissional é uma das saídas para tentar reinserir o profissional em
um mercado mutante. O crescimento da economia é vital para que empregos
possam ser gerados, juntamente com as políticas públicas de incentivo ao
emprego nas esferas federais, estaduais e municipais são emergenciais e
necessitam ser colocadas em prática rapidamente para evitar que profissionais
continuem a margem do mercado de trabalho sem ter condições de inserção.
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