Saída do Reino Unido da União Europeia gera oportunidades para

Saída do Reino Unido da União
Europeia gera oportunidades para
comércio com outros países
Para FecomercioSP, busca por novos acordos e parceiros comerciais
possibilita às empresas brasileiras firmarem negócios com o Estado
britânico
Economia britânica já perdeu 200
bilhões de libras, o que corresponde a
24 anos de contribuições britânicas para
o orçamento da União Europeia.
O referendo realizado pelos britânicos
na semana passada, que teve como
resultado a decisão pela saída do Reino
Unido da União Europeia (UE), já
produziu e continua gerando diversos
efeitos na economia e na política mundiais.
Para o Global Managing Partner da True Bridge Consultancy, Bernardo Ivo
Cruz, consultor da Fecomercio Internacional, a mudança irá imputar na
organização do bloco europeu e, de forma ainda mais acentuada, na presença
do Estado britânico no mercado mundial. “O Reino Unido terá que refazer a sua
rede de acordos comerciais pelo mundo todo e estará buscando novo parceiros
comerciais com quem trabalhar”, diz.
Para as empresas brasileiras aproveitarem a possibilidade de vender e
comprar em terras britânicas, o País deverá procurar estabelecer o mais cedo
possível uma plataforma de entendimento com o Reino Unido. Isso porque o
Brasil está muito afastado dos grandes centros de comércio mundial.
“O Reino Unido é um mercado muito maduro, rico e concorrencial, o que
poderá obrigar as empresas brasileiras a se prepararem para competir no
mercado mundial de forma mais profissional e aberta”, ressalta Cruz.
Reflexos políticos
Entre os efeitos políticos que a decisão já gerou estão a movimentação de
países membros do Estado britânico. A Escócia, por exemplo, já pretende
iniciar conversas imediatas com as instituições da UE a fim de encontrar um
mecanismo para ficar no bloco. Se não conseguir, o país, cuja maioria votou
pela permanência, avança para o referendo sobre a independência antes da
saída formal do Reino Unido.
Também com maioria que votou a favor da manutenção dos britânicos no
bloco, a Irlanda do Norte pergunta como acordos de Paz entre as
Comunidades Católica e Protestante podem continuar a ser implementados
fora da União Europeia.
Já o primeiro ministro do País de Gales (país cuja maior parte da população
votou pela saída), Carwyn Jones, demanda que o orçamento do Reino Unido
substitua integralmente os fundos recebidos pelos galeses da EU.
Na Inglaterra
O presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, exige participar das
negociações do Brexit para defender os interesses dos 10 milhões de londrinos
– que votaram a favor da permanência na UE. Uma petição pedindo um
segundo referendo juntou mais de 3.7 milhão de assinaturas. O primeiro
ministro britânico, David Cameron, renunciou ao cargo e será substituído antes
do Congresso do Partido Conservador, ao qual pertence, em outubro.
Nigel Farage (líder do United Kingdom Independence Party, que pedia a saída
do bloco europeu) e Ian Duncan Smith, antigo Ministro da Segurança Social do
Governo de Londres, reconhecem publicamente que a promessa de transferir a
contribuição britânica da União Europeia para o Serviço Nacional de Saúde não
irá acontecer.
Economia
A Morgan Stanley, empresa global de serviços financeiros, vai realocar 2 mil
funcionários que estão em solo britânico para Dublin, na Irlanda, e Frankfurt, na
Alemanha. Também, o HSBC, um dos principais bancos britânicos, anunciou
que poderá realçar mil funcionários para Paris, na França.
O Banco da Inglaterra disponibilizou 250 bilhões de libras para proteger o
sistema bancário.
Durante as primeiras 36 horas do Brexit, a economia britânica perdeu 200
bilhões de libras, o que corresponde a 24 anos de contribuições britânicas para
o orçamento da União Europeia.
A agência de classificação de risco Moody's colocou o Reino Unido
em outlook negativo, ou seja, rebaixou de estável para negativa a perspectiva
da nota de crédito do Estado britânico.
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