Hepatites Virais - Portal Maternidade Escola da UFRJ

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OBSTETRÍCIA
HEPATITES VIRAIS
Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola
da Universidade Federal do Rio de Janeiro
GENERALIDADES
 A doença não altera o curso da gestação.
 Nenhuma forma das hepatites virais parece ser teratogênica.
 A operação cesariana não é recomendada para a redução da transmissão vertical da hepatite
viral.
 Nenhuma forma das hepatites contraindica o aleitamento materno
 O acompanhamento das gestantes com hepatite deverá ser feito em conjunto com
infectologista.
QUADRO CLÍNICO E LABORATORIAL
 A icterícia é rara na gestação. Quando ocorre, 40 a 50% devem-se às hepatites virais.
 Quando presentes, os sintomas são inespecíficos, com duração de 3 a 7 dias: prurido cutâneo,
febre baixa, náuseas, vômitos, cefaléia, dores musculares generalizadas, astenia, artralgia, com
ou sem icterícia. Evolução e prognóstico semelhantes à não-grávidas.
 As aminotransferases – TGO e TGP – estão aumentadas (400 a 4.000 mUI/ml). Seus valores
não se associam a gravidade da doença.
 Bilirrubinas aumentadas (5 a 20mg%), podendo continuar aumentadas após queda das
aminotransferases.
HEPATITE B
 A Hepatite B, de transmissão sexual e parenteral, é responsável pela maior agressão à
gestante e ao feto, sendo a única a justificar rastreamento rotineiro no pré-natal.
 Após a infecção aguda, cerca de 90% dos infectados apresentam completa resolução dos
sintomas e adquirem imunidade para o resto da vida, 10% tornam-se cronicamente infectados e
1% apresenta hepatite fulminante.
 A transmissão transplacentária é rara.
 A transmissão vertical ocorre quando há infecção aguda próxima ao termo ou se a mãe é
portadora crônica do vírus, principalmente no trabalho de parto e no parto.
 A transmissão vertical é especialmente freqüente, caso haja replicação viral (HBeAg postivo),
situação na qual mais de 90% dos infantes infectam-se pelo vírus.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL E ACOMPANHAMENTO
 O HBsAg (antígeno de superfície) é o principal sinal sorológico da Hepatite B, sendo usado para
rastreio da infecção no pré-natal. Diagnostica a doença e atesta o poder infectante do paciente.
 A identificação na mãe dos demais antígenos (antígeno e – HbeAg- e antígenos core - HBcAg)
e seus respectivos anticorpos permite diferenciar casos agudos de crônicos, assim como a
presença de replicação viral ativa ou não.
RASTREAMENTO
 HBsAg na 1ª consulta e no 3º trimestre ,
CONDUTA




Casos agudos  sintomáticos.
Casos crônicos  não há tratamento para as gestantes.
Não são recomendadas restrições dietéticas.
Abstinência alcoólica por pelo menos 6 meses.
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 Repouso relativo durante a fase sintomática da doença com retorno gradual às atividades
físicas.
PROFILAXIA
 Gestantes não vacinadas ou com vacinação incompleta e exposição recente ao HBV
o Vacina (iniciar ou completar série) e imunoglobulina (HBIG).
 Recém-nascidos de gestante com hepatite aguda ou crônica:
o Vacina: 0,5 ml, IM. Primeira dose nas primeiras 12 horas após o nascimento; segunda dose
com 1 mês de vida; terceira dose no 6º mês de vida.
o Imunoglobulina (HBIG): 0,5 ml, IM, em região anatômica diferente da vacina, também nas
primeiras 12 horas pós-parto.
HEPATITE A
 Principal via de transmissão: oro-fecal.
 Evolução benigna.
 Diagnóstico laboratorial: anti-HAV (IgM e IgG).
 Transmissão vertical é rara. Não parece haver transmissão intraútero.
 Profilaxia pós-exposição: Imunoglobulina padrão até 2 semanas após a exposição e vacina.
 Conduta semelhante à descrita para hepatite B.
 Recém-nascidos de gestantes Anti-HAV IgM +  Imunoglobulina: 0,2 ml/Kg, IM, após o parto.
HEPATITE C
 Principal via de transmissão: parenteral (pouco freqüente pela relação sexual).
 A presença de anticorpos anti-HCV não diferencia a infecção aguda da crônica. Pode tornar-se
crônica em 50 a 80% dos casos.
 Não é recomendado rastreio de rotina.
 Recomenda-se a realização do exame apenas em situações de risco, como uso de drogas
injetáveis ou parceiro usuário, transfusões de sangue e múltiplos parceiros, além de portadoras
do HIV.
 Transmissão vertical é de cerca de 5% e parece ser maior na co-infecção com HIV.
 A carga viral elevada próxima ao parto parece ser o principal contribuinte para a transmissão
vertical, mas não há, até o momento, nenhuma recomendação frente a este resultado.
 Não há tratamento e profilaxia. Conduta semelhante à descrita para hepatite B.
 A amamentação não está contraindicada, recomendando-se restrição apenas aos casos em
que há sangramento e feridas no(s) mamilo(s).
HEPATITE E
 Principal via de transmissão: oro-fecal.
 Durante a gestação tem grande importância  20% de mortalidade.
 Infecção rara, ocorrendo principalmente nos dois últimos trimestres.
 Testes sorológicos: Anti-HEV IgM e IgG  onerosos e pouco disponíveis.
 É desconhecida a freqüência da transmissão vertical, estando associada a comprometimento
perinatal significativo.
 Não existe vacina.
HEPATITE D
 Sua manifestação dependente da presença do vírus da hepatite B.
 Principal via de transmissão: parenteral.
 Testes sorológicos: Anti-HDV IgM e IgG.
 Transmissão vertical: raramente ocorre.
 Prevenção: estratégias para prevenção da transmissão do HBV previnem a transmissão do
HDV.
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LEITURA SUGERIDA
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção ao Pré-natal de baixo risco.
Brasília: Ministério da Saúde, 2012. (Série A. Normas e Manuais Técnicos - Cadernos de Atenção
Básica, n. 32). Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/111630972/100833982-Manual-Pre-natal-2012>.
Acesso em: 14 jan. 2013.
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