A inibição do Sistema da Renina Angiostensina - Aldosterona na prática clinica. Resumo do artigo O autor relembra que a doença cardiovascular é um contínuo de três estadios: o primeiro quando apenas estão presentes os factores de risco cardiovascular, o segundo aquando da lesão de orgão alvo e o terceiro determinado pela ocorrência de eventos cardiovasculares, e faz uma revisão dos efeitos do bloqueio, aos vários níveis, do eixo renina-angiotensina-aldosterona no controlo tensional e nas diferentes fases do continuum cardiovascular. Comenta o impacto da hipertensão arterial como principal factor de risco cardiovascular, a sua elevada prevalência e o facto de todas as recomendações reconhecerem a necessidade dum controlo apertado da tensão arterial, independentemente da classe de fármacos utilizada. Desde a década de 90, que os inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e os antagonistas dos receptores da angiotensina II (ARA II) em monoterapia, se diferenciaram de outros grupos farmacológicos de antihipertensores, mostrando para além da redução da pressão arterial, serem capazes de proteger os sistemas cardiovascular e renal. A capacidade destes fármacos prevenirem e por vezes até reverterem a lesão de orgão alvo (em especial a albuminúria no doente diabético, a hipertrofia ventricular esquerda e a insuficiência cardíaca), levou à sua utilização generalizada em todos os estadios do continuum cardiovascular. A supressão do sistema reninaangiotensina-aldosterona (SRAA) tem sido a forma de monoterapia mais frequentemente utilizada nas coortes hipertensivas dos últimos anos. Contudo, com o tratamento a longo prazo com IECA’s ou ARA II, em monoterapia, está documentada uma regressão na supressão do SRAA, sendo evidente o desenvolvimento da doença cardiorenal mesmo sob terapêutica de supressão do eixo. A associação de IECA e ARA II foi inicialmente considerada como uma forma de se obter um bloqueio mais completo do SRAA, melhorando o prognóstico para além do conseguido com o simples controlo da pressão arterial. O autor comenta a eficácia da terapêutica combinada nos doentes com nefropatia e proteinuria e em doentes com insuficiência cardíaca e incompleta supressão neuro-hormonal (sem terapêutica beta-bloqueante ou intolerantes a doses optimizadas de IECA). O duplo bloqueio do eixo, quando comparado com IECA ou ARA II em monoterapia, não demonstrou contudo benefícios no pós-enfarte agudo do miocárdio (EAM) e nos doentes de elevado risco cardiovascular (estudo ONTARGET). A combinação de IECA e ARA II também não revelou benefício acrescido sobre a associação de cada um destes fármacos com diurético ou bloqueador dos canais de cálcio no tratamento da HTA. A associação de IECA ou ARA II com um antagonista do receptor da aldosterona (espironolactona ou eplerenona) é importante no manejo da insuficiência cardíaca (IC) grave Inês Araújo Serviço de Medicina III – Unidade de Insuficiência Cardíaca, Hospital S. Francisco Xavier, CHLO, Lisboa Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa Interna do Internato Complementar de Medicina Interna Cândida Fonseca Serviço de Medicina III – Unidade de Insuficiência Cardíaca, Hospital S. Francisco Xavier, CHLO, Lisboa Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa Assistente Graduada de Medicina Interna, Cardiologista, Professora Auxiliar Convidada FCM – UNL A propósito do artigo “ Dual RAAS suppression in clinical practice” Ruilope M., E-Journal of the ESC Council for Cardiology Practice, Vol9 N°7 (29 Oct 2010) 18 Recebido para publicação: Janeiro de 2011 Aceite para publicação: Janeiro de 2011 Revista Factores de Risco, Nº22 JUL-SET 2011 Pág. 18-25 « ... o SRAA medeia os mecanismos que conduzem à remodelagem vascular e cardíaca, tornando-se assim um alvo no tratamento da TA e na redução da progressão da doença cardiovascular.» com disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (DSVE) (estudo RALES) e no manejo da IC com DSVE pós-EAM (estudo EPHESUS), onde mostraram reduzir significativamente a morbimortalidade. A espironolactona, em associação com IECA e ARA II, previne ainda a progressão da doença renal crónica e é eficaz no controlo tensional dos doentes com hipertensão resistente. Ruilope termina com as perspectivas agora levantadas pelos inibidores da actividade da renina. O aliscireno, primeiro inibidor directo da renina eficaz por via oral, demonstrou reduzir os valores tensionais, a albuminuria e a hipertrofia ventricular esquerda, em monoterapia ou quando prescrito em associação com ARA II (estudo AVOID e ALLAY). Aguardam-se os resultados dos estudos com o aliscireno na redução de eventos cardiovasculares em doentes de risco elevado. O autor conclui assim que a supressão do SRAA com IECA ou ARA II em monoterapia, apesar de todos os benefícios cardiovasculares descritos e comprovados, tem algumas limitações. O duplo bloqueio com antagonistas do receptor da aldosterona melhorou o prognóstico dos doentes com nefropatia e insuficiência cardíaca num número ainda limitado de casos à data da redacção do artigo. Os inibidores directos da renina e antagonistas dos receptores da aldosterona, em associação com IECA e ARA II, poderão vir a mostrar benefícios do duplo/triplo bloqueio do SRAA, mantendo um perfil de segurança aceitável. Análise Crítica A patologia cardiovascular continua a ser a principal causa de morte nos países desenvolvidos. Em Portugal, os últimos dados demonstram que a mortalidade por doenças do foro cardiovascular é de 32,27%, sendo a doença cerebrovascular e a cardiopatia isquémica as mais prevalentes(1). A hipertensão arterial (HTA) é comprovadamente dos factores de risco cardiovascular mais prevalentes e relevantes no continuum cardiovascular (Figura 1), a par com a diabetes e a dislipidemia. Em Portugal, a prevalência da HTA na população geral estimase em 42,1%, sendo que destes 39,0% estavam medicados e apenas 11,2% controlados(2). O mau controlo dos factores de risco é responsável pelo aumento contínuo da prevalência da doença cardiovascular, apesar dos constantes avanços na terapêutica, a justificar todos os esforços dispendidos na educação da população e dos profissionais de saúde nesta área, bem como a persistência nesta área de investigação. Figura 1 Continuum cardiovascular e renal – adaptado de Dzau, Braunwald. Am Heart J 1991; 121: 1244-1263 19 A inibição do Sistema da Renina Angiostensina - Aldosterona na prática clinica. « ... o duplo bloqueio do SRAA não mostrou benefícios em todos os estudos e/ou contextos clínicos do continuum cardiovascular.» ção não significativa da mortalidade. Ruilope preconiza a associação de IECA e ARA II apenas nos doentes com IC e incompleta supressão neurohormonal, baseado no pequeno número de doentes até então estudados e nos resultados algo díspares dos primeiros estudos com a referida associação(11). Estudos mais recentes (Quadro 1) demonstraram que em doentes com IC e DSVE ainda sintomáticos sob terapêutica convencional com IECA e bloqueador adrenérgico, a associação de ARA II ou espironolactona é benéfica e está actualmente preconizada nas recomendações internacionais(14). Na doença renal, no estudo COOPERATE(15) (Quadro 1) a associação de IECA (trandolapril) e ARA II (losartan), em doentes com doença renal crónica não diabéticos, reduziu a progressão para duplicação da creatinina sérica ou progressão para doença renal crónica em estadio terminal. Contudo, o duplo bloqueio do SRAA não mostrou benefícios em todos os estudos e/ou contextos clínicos do continuum cardiovascular (Quadro 1). A associação de irbesartan e ramipril, no estudo IMPROVE não reduziu a albuminuria, apesar da redução da TA(16). Ao contrário do CHARM-Added, no estudo VALIANT(17), a associação de valsartan e captopril, comparada com IECA ou ARA II em monoterapia, não reduziu a mortalidade total nem cardiovascular, em doentes com insuficiência cardíaca e/ou DSVE pós enfarte agudo do miocárdio, tendo-se verificado um aumento significativo dos efeitos adversos. Os benefícios do duplo bloqueio do SRAA poderão assim ser diferentes em contextos de estimulação aguda e crónica do eixo. Assim, no período pós EAM, perante a estimulação aguda do SRAA um único fármaco poderá, numa primeira fase, ser suficiente para suprimir o eixo adequadamente. Já na IC crónica, onde haverá um SRAA cronicamente activado com um mecanismo de escape estabelecido, apesar das doses optimizadas de IECA, os benefícios de um duplo bloqueio podem ser superiores como sugere o estudo CHARM-Added(12). Outra hipótese colocada por alguns autores e ainda não esclarecida será a possibilidade de um bloqueio completo do SRAA não trazer in vivo os benefícios teoricamente esperados. É matéria que contínua em investigação. Por último, o estudo ONTARGET, que incluiu doentes de alto risco cardiovascular, mas sem IC, não mostrou redução da morbimortalidade, levando também a um aumento das reacções adversas(18). O SRAA Sabe-se que o SRAA medeia os mecanismos que conduzem à remodelagem vascular e cardíaca, tornando-se assim um alvo no tratamento da TA e na redução da progressão da doença cardiovascular(3). São efectivamente muitos os estudos que confirmam os benefícios dos IECA’s e ARA II no tratamento da HTA em monoterapia: ALLHAT(4) (lisinopril), HOPE(5) (ramipril), VALUE(6) (valsartan), entre muitos outros. Contudo, a progressão para insuficiência cardíaca continua a ocorrer em 3 a 9% dos doentes(7). Continuamos assim a assistir à emergência de uma população hipertensa, diabética ou com doença arterial coronária que, apesar de tratada com IECA ou ARA II em monoterapia ou adicionado a outros grupos farmacológicos, vai progredindo inexoravelmente para insuficiência cardíaca. IECA’s ou ARA II ou IECA’s e ARA II? Os IECA’s e os ARA II, mostraram-se superiores a outros anti-hipertensores em doentes com múltiplos factores de risco(3, 8) e para além de conseguirem uma redução da TA, têm-se demonstrado capazes de alterar a história natural da insuficiência cardíaca, da doença renal com proteinúria e de conferir protecção cardiovascular em vários contextos clínicos(9). Os IECA’s reduzem a morbimortalidade nos doentes com insuficiência cardíaca crónica e disfunção sistólica do ventrículo esquerdo, mas a formação de Angiotensina II dependente da ECA não é totalmente prevenida, existindo um mecanismo de escape, que se agrava progressivamente. Assim, de um modo teórico, procurou-se com a associação de IECA’s e ARA II produzir um bloqueio mais completo e sustido do SRAA, esperando daí usufruir maiores benefícios(10). Estudos recentes mostraram que a adição de um ARA II a um IECA melhora o prognóstico cardiovascular na insuficiência cardíaca crónica (Quadro 1). O estudo Val-HeFT(11) mostrou uma redução da hospitalização nos doentes com IC e numa subanálise de doentes com fracção de ejecção do ventrículo esquerdo (FEVE) inferior a 30% este benefício foi ainda mais pronunciado. No estudo CHARM-Added(12) para além de uma redução da hospitalização por IC verificou-se também uma redução da mortalidade cardiovascular. O CHARM-Preserved(13) mostrou ainda uma redução da hospitalização por IC em doentes com função sistólica preservada, com uma redu20 Revista Factores de Risco, Nº22 JUL-SET 2011 Pág. 18-25 Quadro I Estudos envolvendo fármacos com acçãõ no SRAA nas várias fases cardiovascular 21 A inibição do Sistema da Renina Angiostensina - Aldosterona na prática clinica. «É espectável que os antagonistas da aldosterona sejam eficazes na regressão da fibrose miocárdica bem como da IC por disfunção diastólica predominante. Um estudo recentemente realizado mostrou melhoria dos parâmetros ecocardiográficos de disfunção diastólica.» minal, sugerindo uma possível relação entre obesidade e potencial excesso de aldosterona(22). A eplerenona é um novo antagonista da aldosterona, com maior selectividade para o receptor mineralocorticoide. No estudo EPHESUS(23), este fármaco mostrou uma redução importante e precoce (aos 30 dias) da morbimortalidade, incluindo a morte súbita, em doentes pós EAM com DSVE (FEVE < 40%)e IC ou diabetes, em especial nos doentes com FEVE <30% (Quadro 1). De referir que os doentes neste estudo estavam sob IECA ou ARA II, betabloqueante, aspirina, hipolipemiante e terapêutica de reperfusão coronária, o que mostra a real mais valia da eplerenona nesta população com tratamento já optimizado. Outro estudo mais recente, o estudo EMPHASIS(24), também mostrou um benefício consistente da junção da eplerenona à terapêutica convencional dos doentes com IC crónica moderada e DSVE na redução da morbimortalidade (Quadro 1). É espectável que os antagonistas da aldosterona sejam eficazes na regressão da fibrose miocárdica bem como da IC por disfunção diastólica predominante. Um estudo recentemente realizado mostrou melhoria dos parâmetros ecocardiográficos de disfunção diastólica(25). Está actualmente em curso o estudo TOPCAT(19) que irá avaliar o efeito a longo prazo, dos antagonistas da aldosterona, na morbimortalidade nos doentes com IC e função sistólica preservada. Nos doentes com doença renal crónica, TFG >30mL/min/1,73m2 e proteinuria persistente, apesar de doses máximas de IECA ou ARA II, os antagonistas da aldos- Terapêutica combinada: IECA’s ou ARA II e Antagonistas da Aldosterona Já os antagonistas dos receptores da aldosterona são opções terapêuticas importantes na insuficiência cardíaca crónica(18) e as suas indicações continuam a crescer(19). Na IC crónica os níveis de aldosterona estão elevados devido à activação do SRAA. A aldosterona provoca retenção de sódio e expansão do volume extracelular, agravamento do estado hemodinâmico, redução do débito cardíaco e da perfusão renal, levando, por sua vez, a maior activação do SRAA. A aldosterona estimula ainda a fibrose miocárdica com progressão para disfunção cardíaca e IC crónica, revelando-se um factor importante na patogénese da IC diastólica(19). O tratamento com a espironolactona adicionada à terapêutica convencional mostrou, no estudo RALES(20) (Quadro 1), reduzir a mortalidade, a hospitalização por IC e a classe funcional em doentes com insuficiência cardíaca grave com DSVE, sob tratamento com IECA. Mais recentemente o efeito benéfico da espironolactona na remodelagem reversa do ventrículo esquerdo foi demonstrado em doentes com insuficiência cardíaca ligeira a moderada (classe I e II NYHA) e FEVE ≤ 40%, com melhoria da FEVE e redução dos volumes telediastólicos e telessistólicos do VE(21). Para além deste papel inegável na insuficiência cardíaca, a espironolactona tem também um papel na HTA resistente (falência do controlo tensional com três ou mais anti-hipertensores de classes diferentes nas doses óptimas). Os doentes com HTA resistente que melhor respondem são os com maior perimetro abdo- «IECA’s, ARA II e antagonistas da aldosterona são bloqueadores potentes do SRAA, com provas dadas, em monoterapia e em associação, nos inúmeros estudos aleatorizados ... » 22 Revista Factores de Risco, Nº22 JUL-SET 2011 Pág. 18-25 urinária em doentes hipertensos com insuficiência cardíaca em classe II a IV da NYHA sob terapêutica optimizada. Já nos doentes com diabetes mellitus tipo 2 e nefropatia, onde a maior parte dos estudos mostram uma progressão da doença renal, apesar do tratamento com IECA ou ARA II e estando demonstrada uma maior activação da renina plasmática na diabetes, o aliscireno, no estudo AVOID(32), mostrou ter um efeito renoprotector independente do seu efeito tensional, quando adicionado a terapêutica antihipertensiva optimizada com o efeito renoprotector máximo recomendado. Por outro lado, e tal como já aconteceu com o VALIANT(17), o estudo ASPIRE(33) (efeito do aliscireno em doentes pós-EAM com DSVE sob terapêutica standard) não mostrou qualquer melhoria na morbimortalidade. Mais uma vez, isto poderá significar uma menor eficácia e/ou necessidade de duplo/triplo bloqueio do SRAA nas situações hiperagudas de estimulção do eixo. Ao diminuir o nível da actividade da renina plasmática o aliscireno aumenta a sua concentração plasmática, estando por determinar eventuais complicações a longo prazo(9). Estão actualmente em curso/planeados estudos de morbimortalidade, para estabelecer o efeito do aliscireno na IC aguda e crónica com disfunção sistólica (ASTRONAUT(34) e ATMOSPHERE(35) respectivamente) e com fracção de ejecção normal, bem como na redução de eventos cardiovasculares e renais a longo prazo, em doentes diabéticos (ALTITUDE) e o efeito na aterosclerose em doentes com doença arterial coronária(32). terona mostraram-se eficazes numa maior redução da proteinúria(26), mostrando que apesar dos IECA’s e ARA II reduzirem a proteinuria e a evolução para doença renal terminal em 20-30%, também existe um escape de aldosterona. Terapêutica combinada: IECA’s ou ARA II e Inibidores directos da Renina Mais recentemente, tornou-se evidente que a renina e a prorenina (seu percursor), até então pouco valorizadas na etiopatogenia da doença cardiovascular, estão consistentemente aumentadas aquando do bloqueio do SRAA, com IECA’s e/ou ARA II a ou bloqueadores da aldosterona e exercem efeitos fisiológicos independentes da produção de Angiotensina II (Quadro 2). Aumentam a contractilidade miocárdica e a hipertrofia celular, fibrose e apoptose(9). São predictores independentes de morbimortalidade cardiovascular(27, 28). O aliscireno, inibidor da renina, surgiu então como uma nova abordagem de supressão do SRAA, inibindo o sistema a nível proximal e sendo capaz de prevenir, ao contrário do IECA ou ARA II, a subida da renina plasmática (Quadro 2)(28, 29). Nos estudos realizados até à data verificou-se que tem igual eficácia na redução da TA em doentes hipertensos que o ramipril, hidroclorotiazida, losartan, irbesartan e valsartan(9). E que em terapêutica combinada é mais eficaz do que usado em monoterapia(30). O aliscireno, no estudo ALLAY(27), mostrou-se tão eficaz como o losartan na redução da massa do ventrículo esquerdo em doentes hipertensos após 36 semanas de tratamento e igualmente bem tolerado. Deste modo, o aliscireno em monoterapia ou associado a ARA II é uma opção terapêutica eficaz e bem tolerada nos doentes hipertensos com HVE. O aliscireno também tem demonstrado efeitos positivos noutros contextos clínicos. Muito recentemente, o estudo ALOFT(31) mostrou um efeito neuro-hormonal favorável, com uma redução do BNP, NT-proBNP e aldosterona Conclusões Pelo seu papel primordial na morbimortalidade ao longo de todo o continuum cardiovascular os antagonistas do SRAA são pedras basilares na terapêutica cardiovascular a curto e longo prazo. IECA’s, ARA II e antagonistas da aldosterona são bloqueadores potentes do SRAA, com provas dadas, em Quadro II Antagonistas do SRAA: efeitos dos fármacos nos níveis séricos de angiotensinogénio, angiotensina I, angiotensina II e na actividade da renina plasmática ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ¡ ARP ¡ Angiotensina II ¡ ¡ ¡ Angiotensina I ¡ IECA ARA II Aliscireno Angiotensinogénio ¡ Antagonista SRAA SRAA = Sistema Renina - Angiotensina – Aldosterona; ARP = Actividade da Renina Plasmática; IECA = Inibidor da Enzima Conservora da Angiotensina; ARA II = Antagonista dos Receptores da Angiotensina II 23 A inibição do Sistema da Renina Angiostensina - Aldosterona na prática clinica. Bibliografia monoterapia e em associação, nos inúmeros estudos aleatorizados, totalizando certamente o maior número de doentes alguma vez estudados com um mesmo grupo farmacológico. Contudo, o escape da angiotensina II e/ou da aldosterona, aquando do tratamento a longo prazo, limita comprovadamente os seus benefícios. Por outro lado, os benefícios destes fármacos parecem ser diferentes, em contextos clínicos com níveis diferentes de estimulação do SRAA. Os inibidores directos da renina, actuando numa fase precoce da cascata do SRAA poderão ultrapassar algumas destas limitações, destacando-se actualmente de entre os fármacos mais promissores. A investigação, ao longo do tempo, de novos fármacos capazes de antagonizar o SRAA aos vários níveis, não cessou de se avolumar da década de 90 até aos nossos dias, mantendo todo o interesse e actualidade. 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