Relatório de Prática de Ensino Supervisionada Catarina Vicente Relatório de Estágio de Mestrado em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário Lisboa, Setembro de 2013 Relatório de Estágio apresentado para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Ensino de Filosofia no Ensino Secundário realizado sob a orientação científica da Professora Doutora Marta Mendonça RELATÓRIO DE PRÁTICA DE ENSINO SUPERVISIONADA REPORT OF SUPERVISED TEACHING PRACTICE CATARINA VICENTE RESUMO A primeira parte do presente documento concerne um relatório da nossa experiência prática supervisionada de aprendizagem de Ensino de Filosofia no Ensino Secundário. Apresentaremos uma auto-avaliação das nossas planificações de aulas, unidades temáticas e anuais, da nossa aprendizagem, leccionação e métodos avaliativos, do decorrer das actividades de Núcleo de Estágio, da caracterização da Escola e de uma turma do 10º ano e uma turma do 11º ano de Filosofia. A segunda parte consagra-se a uma dissertação sobre Filosofia e Arte tendo como base O Banquete de Platão. PALAVRAS-CHAVE: relatório de prática de ensino supervisionada, filosofia, dissertação, arte, O Banquete, Platão ABSTRACT The first part of the following document concerns a report of our learning experience with teaching Philosophy in high school under supervision. We shall present a selfevaluation of our class plans, unit plans and anual plans, our teaching, learning and evaluation methods, school activities and event plans, school characterization and characterization of both a 10th and 11th grade philosophy classes. The second part concerns a dissertation on Philosophy and Art based on Plato’s Symposium. KEYWORDS: report on supervised teaching practice, philosophy, dissertation, art, Symposium, Plato ÍNDICE Nota Introdutória …………………………………………………………………………………………………….... 1 Introdução …………………………………………………………………………………………………………………. 1 I Descrição da Prática de Ensino Supervisionada A – Caracterização do Estabelecimento de Ensino …………………………..…………………….….. 2 1. Caracterização das Instalações da Escola e dos respectivos recursos ……………… 2 2. Caracterização Social da Escola e dos Alunos …………………………………………………. 4 B – Caracterização Geral dos Grupos-Turma ……………………………………………………....…….. 5 Introdução …………………………………………………………………………………………………………..….... 5 1. Caracterização e apreciação final da turma 10º C ……………………………………..……. 8 2. Caracterização e apreciação final da Turma 11ºE …………………………………..…….. 11 C – Actividades da Escola Secundária de Casquilhos ………………………………..………….…… 13 1. Colóquio dos Jovens Filósofos ……………………………………….……………………….…….. 13 2. Tutorias com pequenos grupos de alunos ………………………………………….………… 13 3. Projecto de Educação Sexual ………………………………………………………………..………. 15 4. Retratar Filósofos – 10ºD ……………………………………………………….…………….………. 16 5. Idas ao Teatro …………………………………………………………………………………..………….. 17 D – Prática de Ensino Supervisionada – uma auto-avaliação crítica …………………………. 18 Introdução ………………………………………………………………………………………………………….…… 18 1. Planificação ……………………………………………………………………………………………….…. 19 2. Realização ……………………………………………………………………………………………………. 21 3. Testes de Avaliação …………………………………………………………………………….………… 24 4. Núcleo de Estágio ………………………………………………………………………………….……… 26 5. Integração na Escola e Intervenção no Meio Escolar ………………………………...…. 28 Conclusão ………………………………………………………………………………………………………………… 30 II Relação entre Filosofia e Arte no processo de ensino-aprendizagem Primeira parte ………………………………………………………..………………………..………………….….. 33 Introdução .……..……………………………………………………..………………………..………………….….. 33 1. Contextualização da relação “ensino-aprendizagem” com base em algumas obras de Platão …………………………………………………………….……………………………… 34 2. A ascese epistémica presente na República …………………………………………………. 35 3. Análise de passagens significativas de algumas obras de Platão – O problema da ensinabilidade da Filosofia ………………………,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,…………………………. 37 Conclusão da primeira parte – caracterização da actividade filosófica e do ensinoaprendizagem ………………………………………………………..………………………..………………….….. 39 Segunda parte ………………………………………………………..………………………..………………….….. 41 Relação entre Filosofia e Arte – análise da dialéctica presente n’O Banquete ………….. 41 Narrativa de Fedro …………………..…….………………………………………….…………………. 42 Narrativa de Pausânias ………………………….………………………………………………..……. 43 Narrativa de Erixímaco e Aristófanes ……………………..….…………………………………. 44 Narrativa de Ágaton ………………………...……………………………………………….…………. 44 Narrativa de Sócrates ………………………………………………..…………………………………. 45 Conclusão ……………………………………………………………………………………..…………………………. 48 Referências Bibliográficas ……………………………………………………………..…………………………. 50 Filmografia ………………………………………………………………………………………………………………. 50 Anexos Anexo A – Planificações ….…………………………………………………………………………..………….…. i Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado ……..………………………..…. lxxi Anexo C – Plano de Actividades ……..………………………..…………………………………………. cxxvi Anexo D – Plano de Actividades – Documentos relevantes …………………………………. cxxix Anexo E – Actas das reuniões do Núcleo de Estágio …..…………..…………………………. cxxxiv Anexo F – Testes de Avaliação ………………………………………..…………..…………………………. clii Anexo G – Critérios de Correcção dos testes de diagnóstico …..…………………………. clxxxiv Nota Introdutória Anexados ao presente relatório, constarão todos os documentos elaborados ao longo do ano lectivo no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada. Em anexo serão apresentados os planos anuais, de unidades temáticas e de aulas, os testes de avaliação e respectivos critérios de correcção, os guiões das lições planificadas e leccionadas, os recursos e estratégias utilizados, o plano anual de actividades da Escola Secundária de Casquilhos e todos os documentos com ele relacionados. Introdução O presente relatório destina-se à descrição da Prática de Ensino Supervisionada, que teve início em Setembro de 2012, sob Orientação da Professora Maria Emília Santos, na Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro. A primeira parte deste relatório dirá respeito à Prática de Ensino Supervisionada, na qual serão descritos os diferentes pontos na seguinte ordem: Num primeiro momento, ocupar-me-ei de uma caracterização física, curricular e social do estabelecimento de ensino, a Escola Secundária de Casquilhos, no Barreiro, onde decorreu a Prática de Ensino Supervisionada. Num segundo momento, caracterizarei e avaliarei as turmas com as quais trabalhei. Num terceiro momento, relatarei a minha contribuição no plano anual de actividades da Escola Secundária de Casquilhos. Por último, debruçar-me-ei sobre o desempenho no estágio tendo em conta os aspectos mais pertinentes, isto é, a planificação, leccionação, estratégias e recursos utilizados, bem como as tutorias individuais e a integração na Escola. Numa segunda parte do presente trabalho será exposta a tese teórica escolhida, nomeadamente, a de que existe uma grande afinidade entre o processo de pensamento/criação de pensamento no acto de Filosofar e na disciplina de Filosofia, e a criatividade específica do artista. Filosofia e Arte entrelaçar-se-ão, assim, na segunda parte deste relatório. 1 I Descrição da Prática de Ensino Supervisionada A – Caracterização do Estabelecimento de Ensino 1. Caracterização das Instalações da Escola e dos respectivos Recursos A Escola Secundária de Casquilhos, no Alto do Seixalinho (Barreiro), encontra-se construída numa zona de mata onde existia, noutros tempos, uma bela Quinta. No dia 10 de Setembro de 2012 reuni, pela primeira vez, com a Professora Orientadora e o colega Ildo Lima, que acabou por não prosseguir. A Professora Orientadora, bem como os restantes Professores que estavam presentes e o Senhor Director da Escola, acolheram-nos com amabilidade, desejando-nos um ano lectivo pleno de progressos e bem-sucedido. A Escola foi criada no ano lectivo de 1961/1962, ainda nas instalações do antigo Externato Dom Manuel de Mello. É uma Escola de grandes dimensões, com 4,3 hectares, dos quais faz parte uma extensa mata. A Escola possui diversos pavilhões (Bloco A, B, C, D, E) onde decorrem as aulas, sala de estudo, sala de trabalhos para os Professores, Secretaria, PBX, Gabinete do Director, salas onde reúne cada departamento, Secretaria, Reprografia, Cantina, Bar, sala de Professores, Biblioteca, espaço para a prática de Educação Física, quer exterior quer interior, auditórios para visionamento de filmes e outras obras audiovisuais. Cada sala de aula possui um projector, um computador e internet. As actividades relacionadas com o estágio decorreram na Sala de Trabalho de Professores (reuniões semanais do núcleo de estágio), onde estão disponíveis muitos computadores para uso dos professores e uma impressora/fotocopiadora. A Biblioteca é um espaço que parece muito dinâmico. É constituída por uma sala muito apropriada para estudo, dotada de uma secção boa de Filosofia para o nível do Ensino Secundário e, em particular, uma boa secção de Arte e Literatura. Dentro da Biblioteca existe, ainda, um auditório. Este auditório da Biblioteca foi por mim utilizado quando o auditório principal estava a ser utilizado por outra turma. A Biblioteca 2 possui, ainda, um espaço que funciona como sala de informática, com vários computadores para uso dos alunos. A sala de estudo, na qual decorreram as tutorias privadas com os alunos, é um espaço amplo onde está sempre presente um professor que poderá auxiliar os alunos nos seus estudos. A Escola Secundária de Casquilhos é, assim, uma Escola que oferece bastantes meios e que possui os recursos necessários para o bom funcionamento de uma Escola. 3 2. Caracterização Social da Escola e dos Alunos Os alunos que frequentam a Escola Secundária de Casquilhos são oriundos de diferentes etnias, estilos de vida e culturas. Apesar de toda esta diversidade, na escola vive-se um ambiente muito integrador e acolhedor. Segundo o Senhor Director da Escola Secundária de Casquilhos, conforme indicação dada na Reunião Geral de Professores, que teve lugar no dia 12 de Setembro de 2012, a Escola contou, no passado ano lectivo, com 597 alunos no total, distribuídos por 29 turmas. Os alunos parecem tirar muito proveito da Biblioteca, como pude comprovar principalmente por meio da actividade do Colóquio de Jovens Filósofos, uma vez que vários alunos, de cada turma, solicitaram consultar obras existentes na Biblioteca da Escola. Também se disponibilizam, para alunos interessados, outros livros, não só os que dizem respeito unicamente à actividade do Colóquio de Jovens Filósofos, mas livros que os alunos queiram ler e que sejam pertinentes para o desenvolvimento de competências de hermenêutica ou para melhor compreenderem os conteúdos que lhes estão a ser leccionados. Considero que a Escola dispõe quer de recursos materiais, quer de recursos humanos suficientes para abrangerem as necessidades básicas dos alunos, embora seja inegável que seria difícil, por mais alto que fosse o meio social da Escola, as condições serem ideais e perfeitas. É de notar que os alunos que beneficiam de apoio social são acompanhados e não sofrem de descriminação dentro da sala de aula ou na Escola. 4 B – Caracterização Geral dos Grupos-Turma Introdução Na minha experiência de interacção com as turmas, leccionação e avaliação – sendo que a turma do 10º ano estava inserida no curso de Línguas e Humanidades, e a do 11º ano no curso de Artes Visuais – pude perceber que, de facto, os alunos de Línguas e Humanidades estão, no geral, mais habituados a ler e isso faz com que seja mais agradável para os próprios alunos a introdução de muitos textos para análise e debate. Numa turma de Artes Visuais, o que me pareceu ser mais adequado, ao longo do tempo e observação da turma, foi a introdução de muitos esquemas e exemplos explicativos que remetessem para algo que pudesse ser ilustrado no momento, apreendido no momento e, sobretudo, visto ou sentido. Os alunos de Artes Visuais parecem, realmente, aprender mais “pelos olhos”, isto é, pela experiência directa dos sentidos, uma vez que são estudantes mais virados, no geral, para a arte e, muitos deles, possuem já uma visão artística ou até estética do mundo. Foi, para mim, muito interessante constatar estes factos. É verdade que muitos dos alunos podem estar no agrupamento de estudos onde se encontram e, na verdade, terem até intenção de mudar, ou podem não estar interessados nos estudos. Mas relativamente aos alunos que demonstraram um interesse activo na Escola e nas aulas – que, felizmente, foram a grande maioria dos alunos com quem pude contactar – foi muito interessante verificar como cada uma das turmas, tão diferentes em formação, aprendem, na disciplina de Filosofia. A Professora Orientadora alertou-me cedo para este facto: o de que a diversificação de estratégias é algo muito necessário e produtivo, uma vez que cada aluno possui uma sensibilidade e abertura para o mundo diferente, e essas diferenças verificam-se imediatamente se trabalharmos com turmas oriundas de agrupamentos de estudos diferentes. Assim, a turma do 10ºC mostrou-se uma turma que, no geral, adoptava uma postura crítica em relação ao que estava a ser ensinado, no sentido de se interrogarem bastante, e colocarem também bastantes dúvidas não só relativas a não entenderem um conteúdo, mas no sentido de saber se a teoria filosófica em questão faria sentido se aplicada de outra forma, por exemplo. Estes alunos possuíam um vocabulário que, no geral, era vasto, e muitos estavam neste agrupamento de estudos porque queriam 5 de facto escrever melhor. Escrever melhor e pensar melhor eram competências que esta turma demonstrou querer desenvolver e aprofundar desde início. Pude observar isto não só em conversas com os alunos (quer em pequenos grupos, quer em GrupoTurma), ou até em correcções de TPC’s, uma vez que com frequência as respostas às questões colocadas acabavam por revelar muito acerca do pensamento do aluno e da sua forma de pensar. Os alunos do 10º C mostraram um interesse muito particular pelos conteúdos da disciplina de Filosofia, ao ponto de muitos deles manifestarem já a sua adesão, por assim dizer, a uma teoria filosófica ou uma conduta ética que tinha sido discutida ou ensinada em aula. Mais do que isso, alguns alunos começaram mesmo a elaborar as suas próprias teorias filosóficas, tendo como base aquelas que eram debatidas e ensinadas em aula. Eram sempre momentos não só interessantes mas até quase contemplativos: os momentos em que era possível observar os alunos a criar teorias e a “brincar”, por assim dizer, com o pensamento e com as diversas formas de se poder criticar uma teoria filosófica acerca do mundo. Foi precisamente este facto que me fez escolher como dissertação neste relatório a afinidade entre Filosofia e Arte. Já na turma do 11ºE, uma turma de Artes Visuais, as aulas decorreram de outra forma, e os alunos aprenderam de outra forma. Neste grupo de alunos, os estímulos visuais e auditivos eram formas muito mais naturais de aprendizagem. Na leitura de textos, muitos alunos eram interessados, mas não conseguiam fazer uma boa hermenêutica de texto. Muitos dos alunos não conseguiam captar aquilo que é, por assim dizer, o cerne de uma obra, e o que é acessório. Assim, num texto sobre causalidade, por exemplo, um aluno desta turma ficaria possivelmente detido em algum comentário mais acessório, como um exemplo, em vez de ler o texto e conseguir explicar imediatamente que o texto era sobre causalidade, e não sobre o exemplo que por algum motivo lhe chamou mais a atenção. Na verdade, parece-me que o motivo pelo qual os exemplos pareciam ser mais interessantes para esta turma, é precisamente pela formação escolar e criatividade dos próprios alunos. É possível que, com esta turma, só um método menos ortodoxo de ensino funcionasse com muito sucesso, mas a compreensão na leitura de textos, ainda que complicada para os alunos, ao início, melhorou ao longo do ano. Alguns alunos pertencentes a esta turma, nomeadamente os que foram por mim acompanhados em tutoria, possuíam uma 6 forma muito visual de pensar, daí compreenderem melhor a Filosofia através de exemplos que os remetessem para algo que fosse o mais visual possível. A abstracção de pensamento é necessária ao exercício de Filosofar, mas estes alunos precisavam de começar devagar, por coisas que lhes fossem mais familiares e palpáveis, para depois poderem estender o que concluíram a uma situação mais geral, e começarem gradualmente a entrar na abstracção de pensamento. 7 1. Caracterização e apreciação final da turma 10º C A turma do 10ºC é, como indiquei, uma turma de Línguas e Humanidades, constituída inicialmente por 30 alunos. É a turma na qual leccionei o maior número de aulas (16 + 2 testes) e, também, a turma que mais tive oportunidade de acompanhar. Tendo desenvolvido uma interacção muito próxima com os alunos, sinto-me na posse de um conhecimento mais sólido sobre esta turma, assim como de cada um dos seus elementos. O primeiro contacto ou momento de avaliação com a turma foi aplicar o teste de diagnóstico por mim realizado e, depois, ter tido a oportunidade de o corrigir, segundo os critérios de correcção por mim elaborados, e depois aprovados pela Professora Orientadora. Pude notar que os alunos apresentavam criatividade e um toque pessoal nas suas respostas, e boa capacidade hermenêutica, uma vez que o teste se baseava em interpretar um excerto de “O Mundo de Sofia”. Quando realizei o primeiro teste sumativo do 10º ano, verifiquei que os alunos do 10ºC eram, no geral, muito interessados pela leitura e escrita e tinham uma predisposição natural para o exercício de filosofar e para a hermenêutica de texto. Esta apetência pela leitura é, já, uma grande mais-valia para se ser bem-sucedido na disciplina de Filosofia. Um dos exemplos mais vivos de como a leitura pode ser fulcral para o desenvolvimento, não só de uma melhor expressão escrita, como de uma melhor hermenêutica de texto, é o caso de alguns alunos da turma do 10ºC. No teste de diagnóstico destes alunos, pude verificar que a sua expressão escrita era muito fraca, e que as suas frases eram, por vezes, não-frases. As estratégias por mim utilizadas para ajudar os alunos mais fracos em expressão escrita e hermenêutica de texto passaram, sobretudo, por solicitar mais trabalhos escritos, entregar fichassíntese da matéria leccionada por mim redigidas, textos de minha autoria que pareciam mais simples e adequados aos alunos em questão, corrigir sempre os trabalhos dos alunos com anotações referentes àquilo que cada um podia melhorar, e como o fazer. Os resultados dos testes de diagnóstico foram, no geral, bons, com apenas algumas excepções. O principal problema que detectei, ao corrigir os testes de diagnóstico, foi o de expressão escrita confusa e dificuldades em hermenêutica de 8 texto. Ainda assim, a grande maioria da turma mostrou-se muito capaz, uma vez que os resultados espelharam toda a escala de resultados possíveis: houve testes muito bons, testes bons, testes suficientes, e testes insuficientes. A grande maioria dos alunos, no entanto, atingiu um resultado suficiente ou bom. O facto de os alunos desta turma serem bons em Filosofia, isto é, pensarem bem, serem criativos, terem apetência pelo raciocínio filosófico, mesmo que não se apercebam disso, faz com que tenha sido mais fácil trabalhar com eles. O mesmo aconteceu com o primeiro teste do primeiro período: os resultados variaram entre o fraco e o muito bom. Alguns alunos desceram consideravelmente, relativamente ao resultado que tiveram no teste de diagnóstico. No entanto, outros não só mantiveram como subiram a sua classificação. Globalmente, pude perceber que o 10ºC é uma turma constituída por alunos bastante dotados para a Filosofia, e alunos que gostam de pensar. É uma turma, no entanto, muito faladora, como é próprio da idade, embora por vezes a indisciplina fosse em demasia. Nesses casos, verifiquei que a estratégia mais útil e pedagógica a pôr em prática com os alunos foi o recurso a uma coisa muito simples, chamada honestidade. Decidi que as regras seriam iguais para todos. Assim, comuniquei aos alunos que não iria dar sermões, pois não gosto de o fazer, mas exigia silêncio, não só por mim, mas sobretudo pelos alunos, uma vez que muitos estavam na sala de aula mesmo para aprender e tinham uma atitude muito respeitosa e sossegada; exigia-lhes respeito pelo processo ensino-aprendizagem que estava ali a decorrer, de modo que quer o ensino, quer a aprendizagem, fossem possíveis. Esta estratégia funcionou, uma vez que a indisciplina decresceu e consegui dar aulas que foram produtivas para os alunos. Há que mencionar o facto de que não pude estar presente na reunião de notas do 1º período desta turma, tal como foi solicitado pela Professora Orientadora Maria Emília Santos, por motivos de doença. Com muita pena minha, não pude saber directamente o que todos os professores disseram sobre cada aluno. Ainda assim, pude reunir com a Professora Orientadora antes de a reunião acontecer (no dia em que a Professora Maria Emília Santos realizou, em aula, a auto-avaliação com os alunos e me deu oportunidade de dar um parecer). Foi-me dada a oportunidade de dar a 9 minha opinião e participar, assim, na decisão da nota de cada aluno, em conjunto com a Professora Orientadora. Considero que aprendi muito com esta estratégia, uma vez que o processo de avaliação dos alunos é delicado. Primeiro, tem de envolver notas e cotações de testes, toda a participação oral do aluno, perceber se a participação é pertinente (ainda que os alunos coloquem questões em aula, é necessário ir sempre avaliando que tipo de questões são, e de que maneira reflectem que o aluno tem dúvidas ou está de facto a reportar-se directamente aos conteúdos que estão a ser leccionados), o facto de os alunos fazerem ou não os trabalhos de casa, a sua assiduidade, postura na sala de aula, pontualidade, expressão escrita, hermenêutica de texto. Os resultados da turma foram animadores, sendo que apenas alguns alunos continuaram com avaliações negativas, e a maioria dos alunos teve não só um resultado positivo, mas um bom resultado. No segundo período, a reunião de notas foi, de certa forma, muito animadora, uma vez que alguns alunos que estavam com uma negativa alta subiram essa nota para uma positiva, e os alunos bons melhoraram também, assim como os alunos com resultados suficientes. A presença na reunião de notas do 2º período acabou por ser muito importante para ajudar a consolidar a minha imagem geral da turma e de cada aluno enquanto indivíduo. Muito me agradou o facto de as conclusões a que cheguei depois de ouvir todos os Professores falarem da turma não terem sido muito diferentes das minhas impressões iniciais. Os alunos eram considerados indisciplinados, no geral, embora a indisciplina parecesse reinar mais em algumas disciplinas. Eram, no entanto, alunos com muito boa resposta a uma advertência oral ou uma chamada de atenção, e era uma turma que, com algumas excepções, era unida, coisa que pode parecer difícil entre um grupo de adolescentes muito heterogéneo, mas o contacto que tive com os alunos faz-me acreditar que todos eles estão no caminho de se tornarem bons cidadãos, e bons alunos. A turma pareceu ter evoluído consideravelmente, no geral. Os alunos com bons resultados conseguiram manter o seu resultado ou subi-lo. 10 2. Caracterização e apreciação final da Turma 11ºE O 11º E é uma turma de Artes Visuais, constituída inicialmente por 27 alunos. Os resultados que pude observar após a correcção dos testes de diagnóstico que elaborei para esta turma revelaram, no geral, muita dificuldade na expressão escrita e hermenêutica de texto, apenas com uma excepção. A turma sempre manteve uma postura sossegada e adequada à presença na sala de aula, notando-se assim uma diferença acentuada de comportamento em relação à turma do 10º ano. Os alunos do 11ºE mostravam-se mais atentos e preocupados em compreender os conteúdos. Notava-se, nestes alunos, uma postura mais adulta e mais adequada a uma aula de Filosofia e a uma sala de aula, no geral. Na frequência das aulas, notava-se que esta turma tinha a desvantagem de ter um domínio fraco da língua portuguesa, no sentido de terem muita dificuldade na gramática, expressão oral, escrita, articulação de pensamento, exposição de ideias. Apesar disso, foram alunos sempre interessados, que se esforçaram por melhorar os seus resultados e por aprender o melhor possível. O meu acompanhamento desta turma a nível da leccionação não foi, de facto, tão extenso como na turma do 10ºC mas, ainda assim, contou com 9 aulas (8 aulas e um 1 teste). Partindo, então, da minha experiência e contacto com o 11º E, contando também com a assistência às aulas da Professora Orientadora, durante as quais pude acompanhar a turma de perto, pude concluir que o 11º E era uma turma de alunos com bom comportamento, que se esforçaram por melhorar os seus resultados e que eram, no geral, alunos com fraco aproveitamento escolar. Eram alunos muito simpáticos e bem-educados, e penso que, com esforço, poderiam alcançar melhorias significativas. Os resultados dos alunos nos testes eram, em média, suficientes, havendo uma variação significativa entre alunos com resultados bons e alunos com resultados fracos, e havendo poucos alunos medianos. Os testes que tive oportunidade de corrigir desta turma (os de diagnóstico e os últimos do 2º período) revelaram muita dificuldade em hermenêutica, nos casos dos alunos mais fracos, e no caso dos alunos médios e bons detectei, por vezes, confusão conceptual e de conteúdos. 11 Não posso deixar de mencionar o facto de que uma das estratégias adoptadas pela Professora Orientadora Maria Emília Santos, no sentido de uma maior integração minha no espaço de sala de aula se revelou fulcral para me garantir um bom início de leccionação. Esta estratégia foi posta em prática nas duas turmas, e consistiu em me permitir, durante as aulas assistidas, poder ter uma parceria com a Professora Orientadora não só a nível de tirar dúvidas aos alunos ou ajudá-los de mesa em mesa quando tinham um trabalho escrito para fazer, mas participar activamente da leccionação, fazendo sempre esquemas no quadro exemplificativos da matéria que estava a ser explicada e, também, explicar algumas coisas por mim. Tudo isto me permitiu, desde início, ter uma postura activa e atenta dentro da sala de aula. Quando comecei a lecionação, quase não notei diferença em relação à situação anterior, a de assistência, uma vez que já estava muito ambientada e habituada aos alunos, a explicar-lhes coisas, a saber em que áreas cada aluno tinha mais dificuldade. Tudo isto me permitiu ter uma melhor percepção geral e diagnóstica da turma. Penso que, por este motivo, a leccionação das minhas aulas foi mais bem-sucedida, mais atenta e direccionada para o Grupo-Turma em questão. 12 C – Actividades da Escola Secundária de Casquilhos 1. Colóquio dos Jovens Filósofos O Colóquio dos Jovens Filósofos, projecto criado pela Professora Orientadora Maria Emília Santos há 7 anos, é um projecto anual, e destina-se a alunos dos 10ºs, 11ºs e 12ºs anos de Filosofia. Tem como objectivo a leitura de um pequeno texto filosófico, a produção de cerca de 2 páginas de texto sobre o mesmo; por fim, os alunos seleccionados têm oportunidade de apresentar o seu trabalho oralmente no Colóquio de Jovens Filósofos, que tem lugar no fim do ano lectivo, na própria Escola ou noutra Escola próxima no Barreiro. Neste projecto, pude participar apresentando uma lista de livros que me pareceram ser adequados e pertinentes, e pude, posteriormente, verificar que dois dos livros que tinha proposto foram, de facto, escolhidos. A lista de livros propostos encontra-se em anexo. Infelizmente, não pude acompanhar nenhum aluno na produção dos seus textos directamente, uma vez que não me correspondeu encarregar-me desse trabalho, mas pude contactar com os alunos nas sessões de tutorias e ajudar no esclarecimento de dúvidas relativas ao trabalho do Colóquio. Pude, também, desenvolver um trabalho que se revelou muito produtivo no sentido de ajudar os alunos a esquematizar um trabalho filosófico, sobre uma obra filosófica, exposto em duas páginas de texto. Muitos alunos mostravam dificuldades em resumir o essencial, ou sintetizar os seus comentários. A maioria dos alunos, para seu próprio espanto, acabava produzindo textos muito grandes pois achavam difícil expor conteúdos filosóficos num espaço tão delimitado de páginas. 2. Tutorias com pequenos grupos de alunos Esta actividade foi por mim sugerida e aprovada pela Professora Orientadora. Decorreu às quartas-feiras, na sala de estudo, das 14h30 às 16h. Assim, propus oferecer-me para sessões de tutoria individuais ou com pequenos grupos de alunos, a decorrerem na sala de estudo com marcação prévia, 13 destinadas a esclarecimento de dúvidas ou qualquer outra actividade que se destinasse a melhorar competências de hermenêutica e de expressão escrita. Esta actividade decorreu, até à data em que permaneci activamente na Escola, durante as quartas-feiras à tarde, das 14h30 às 16h30 na Sala de Estudo. Pessoalmente, comuniquei o meu email aos alunos e pude concluir que foi útil para marcar tutorias com pequenos grupos de alunos, e também para todos os alunos da turma terem acesso a materiais que passei durante as aulas, nomeadamente powerpoints, ou materiais de apoio para alunos. Comuniquei o email a todos os alunos, sem excepção, uma vez que a ideia desta actividade seria apoiar todos os alunos que necessitassem de qualquer tipo de esclarecimento ou apoio na disciplina. Informei também, desde início, como me incumbia, todos os alunos acerca desta actividade e do seu objectivo. Assim, esta actividade passou por apoiar e ensinar diversos alunos, quer individualmente, quer em pequenos grupos, principalmente em momentos de revisão de matéria para teste. Também aconteceu auxiliar alunos que tinham faltado a aulas cujas matérias elas não puderam acompanhar e, nessas ocasiões, entreguei aos alunos esquemas-síntese por mim elaborados e fiz uma revisão geral da matéria que tinha sido por elas perdida. Nas sessões de revisão sobre matéria leccionada, que decorreram antes dos testes entreguei, também, alguns esquemas-síntese e disponibilizei powerpoints sobre os conteúdos em questão. Como conclusão, pude perceber que o trabalho individual, com cada aluno, é muito mais produtivo do que aquele que consegue ser feito em sala de aula, com cerca de 30 alunos. Sendo pessoal é personalizado, adaptado para o aluno ou alunos em questão, e os alunos apresentaram sempre muitas dúvidas e questões, sendo de notar que a apreensão dos conteúdos era mais rápida e clara. É, de facto, um grande desafio ensinar 30 pessoas ao mesmo tempo, sem haver um tempo com cada um, individualmente, para que o ensino seja o mais personalizado possível. Ainda assim, é possível ensinar um grupo de muitas pessoas, se todos os elementos necessários se reunirem, sendo o gostar de ensinar, estar na posse do conhecimento dos conteúdos a 14 ensinar, e ter empatia pelo próximo as três condições que considero basilares e indispensáveis para que alguma coisa de produtivo possa ser feito. 3. Projecto de Educação Sexual Este é um projecto da Escola Secundária de Casquilhos, no qual pude participar muito activamente, ficando responsável pelo mesmo nas duas turmas em que leccionei. O tema abordado com os alunos foi o da sexualidade virada para um projecto de vida que inclua afectos e ética. Este projecto ocupou duas aulas por mim leccionadas na disciplina de Filosofia (2 blocos de 90 minutos), e consistiu, para os alunos do 10º e do 11º ano, numa pequena introdução que contextualizasse uma abordagem da sexualidade segundos os parâmetros acima apresentados e, ainda, a passagem de um filme por mim proposto, Juno, a integração da temática do mesmo no tema, e a realização de um guião de trabalho pelos alunos. Escolhi passar o filme Juno porque considerei que, apesar de tratar o tema da sexualidade na adolescência de forma leve, em estilo de comédia, é um filme muito profundo relativamente à própria condição de se ser adolescente em geral, ser-se sexualmente activo ou não, e observar como uma adolescente comum mas peculiar consegue lidar com o problema de uma gravidez. Em anexo encontra-se uma sinopse por mim feita, que foi discutida com os alunos do 11º ano após a visualização do filme. Infelizmente, com os alunos do 10º ano o projecto não pôde ser terminado, uma vez que as aulas reservadas para este projecto foram as últimas do 2º período, e estava a decorrer, na Escola, uma iniciativa destinada a informar os alunos sobre as mais diversas profissões, em áreas de estética, gestão, e áreas que são, no geral, mais direccionadas para alunos que frequentam cursos de formação profissional. Assim, o auditório principal da Escola e o auditório da Biblioteca estiveram ocupados nos dias 11, 12 e 13 de Março, o que impossibilitou a marcação de auditório para o 10ºC. No 10ºC decorreu então uma pequena introdução para sensibilizar os alunos para o tema da sexualidade na adolescência, e foi passado um pouco do filme, em sala de aula. No 11º ano este projecto correspondeu à lecionação de mais 2 aulas, uma vez que foi possível marcar auditório para esta turma, e concluir tudo o que me propus fazer com os alunos. Na primeira aula de educação sexual foi por mim feita uma 15 introdução e, assim como os alunos do 10º ano, os alunos do 11º ficaram cativados e interessados no filme com facilidade. Os alunos do 11º ano assistiram ao filme de forma mais sossegada e, na aula seguinte, foi-me possível organizar um debate construtivo entre rapazes e raparigas na turma, pedindo aos rapazes para se colocaram no papel da personagem Paul, e às raparigas para se colocarem no papel da personagem Juno, e falarem um pouco sobre como agiriam, quais seriam os seus medos ou frustrações. As raparigas falaram com maturidade sobre o assunto, sendo que várias delas se mostraram muito preocupadas com a possibilidade de uma gravidez, quase todas tendo expressado que gostariam de manter a criança, caso tivessem meios para a sustentar, mas que caso não tivessem, pensam que poderiam fazer o mesmo que Juno, e entregar o filho para adopção, para que possa ser cuidado por quem tenha meios para o cuidar e amor incondicional para oferecer à criança. Os rapazes adoptaram uma postura que revela menos maturidade, mas muitos dos alunos tiveram a honestidade de dizer que não saberiam mesmo como lidar com a situação de terem um filho nesta idade, uma vez que muitos deles não estão ainda interessados em namorar, mas apenas em se divertirem. Esta sessão foi concluída com uma enumeração e contextualização, por minha parte e com solicitação de respostas aos alunos, das conclusões retiradas dos tópicos principais do tema abordado. Assim, concluímos que é necessário maturidade, condições económicas, e vontade genuína para se ter um filho, uma vez que é uma responsabilidade enorme colocar uma criança no mundo, e especialmente educá-la. Concluímos, também, que na adolescência é necessário que existam mais medidas de precaução tomadas pelos adolescentes, uma vez que a maioria deles não poderia sustentar uma criança. Concluímos, sobretudo, que uma relação amorosa sólida é baseada na amizade e no amor, pelo que sem o respeito profundo pelo outro e pelas suas necessidades, a sexualidade não pode ser uma componente boa na vida do ser humano. 4. Retratar Filósofos – 10º D A Professora Orientadora apresentou o projecto da turma 10ºD relativo a retratar filósofos, em desenho. Cada aluno do 10ºD, uma turma de Artes Visuais, ficou encarregado de desenhar um filósofo, partindo do seu retrato. 16 Fiquei encarregada de organizar uma lista de filósofos, que se encontra em anexo, e escolhi reunir um grupo de filósofos (30, um para cada aluno) que representasse diferentes épocas e correntes de pensamento. Assim, da lista, constaram alguns filósofos da tradição antiga, passando por alguns filósofos da época medieval, alguns modernos, alguns contemporâneos. Cada aluno ficou encarregado de fazer uma pequena pesquisa sobre o filósofo que teria de desenhar. No final pude observar os desenhos elaborados pelos alunos que foram expostos no bar/sala polivalente. Pude conversar com alguns alunos e, infelizmente, quase todos ficaram aborrecidos por considerarem os filósofos muito pouco atraentes, com excepção de Kierkegaard. 5. Idas ao Teatro Esta é uma actividade da Escola Secundária de Casquilhos na qual a Professora Orientadora participa muito activamente. São organizadas diversas idas ao teatro, sendo que as sessões são comunicadas a todos os alunos e têm sempre um intuito pedagógico, bem como o de sensibilização dos alunos a diferentes formas de transmissão de conhecimento e de arte. Tive oportunidade de conhecer um dos actores da primeira peça disponível para os alunos, e de conhecer o programa do Teatro Nacional de Almada. De resto, não participei desta actividade da Escola. 17 D – Prática de Ensino Supervisionada – uma auto-avaliação crítica Introdução Esta parte do Relatório diz respeito a uma auto-avaliação das actividades desenvolvidas ao longo do estágio. Relatará todas as fases e etapas deste processo de formação, como decorreram, salientando também, de forma crítica, circunstâncias particulares, procurando sempre, a partir daí, encontrar uma resposta possível, adequada à situação em questão. Primeiramente, relatarei como decorreu a planificação das aulas, que dificuldades se apresentaram e que soluções se encontraram para a resolução das mesmas. Em seguida, dedicar-me-ei a avaliar a minha prática lectiva, nas duas turmas em que tive oportunidade de leccionar. Após este momento, referir-me-ei aos testes de avaliação, à maneira como foram formulados, aplicados e corrigidos. Depois, passarei a uma análise objectiva do decorrer das actividades pertencentes ao Núcleo de Estágio, tal como reuniões e outras actividades realizadas pelos alunos. Por fim, farei uma retrospectiva da minha integração no meio escolar. 18 1. Planificação No que diz respeito à planificação de aulas, deparei-me com dificuldades iniciais, sendo de salientar a dificuldade, da minha parte, em preencher a coluna das estratégias. Creio que compreendo esta dificuldade, pois nunca tinha estado perante uma turma, a leccionar, de facto, e nunca tinha podido testar nenhuma estratégia. Nesse sentido, aprendi que uma planificação é na realidade um plano, não um fim em si mesmo. Considero o processo de planificação muito importante para uma boa leccionação, uma vez que ajuda a clarificar certos aspectos, nomeadamente, a melhor maneira de abordar um tema tendo em conta os alunos em questão, a articulação de conceitos, e também a maneira de esquematizar um assunto no quadro. Considero que a qualidade das minhas planificações foi sempre melhorando, seguindo as indicações da Professora Orientadora, tal como a necessidade de diversificar mais as estratégias. No geral, verifiquei que passou muito por tentativa e erro, e verifiquei que, com determinados alunos, certas coisas que pensava ao início não serem adequadas acabaram por se revelar as mais eficazes, e vice-versa. Com o tempo, tornou-se uma tarefa muito mais fácil e intuitiva encontrar uma variedade de tarefas e recursos e diversificar muito mais as estratégias, adequando-as de forma eficaz aos conteúdos. Ainda assim, creio que quanto mais se lecciona, melhor se lecciona, se realmente estivermos empenhados em querer ensinar bem a todos os níveis, e com o avançar do tempo tudo vai melhorando e, neste caso, o exercício de leccionar foi sempre contribuindo para a melhoria das minhas planificações e viceversa. A pesquisa em diversos manuais de Filosofia, disponíveis no gabinete do Grupo de Filosofia na Escola Secundária de Casquilhos foi, também, um exercício muito útil para melhorar a qualidade dos planos, no sentido de encontrar mais textos e mais exercícios que pudesse utilizar ou alterar, como muitas vezes fiz. Desta forma, tive também oportunidade de analisar diversas formas de ensinar ou apresentar o mesmo assunto/tema. Entre os planos que realizei para o estágio encontram-se planificações anuais, de unidade temática, e de aulas. As planificações que realizei mas não que foram 19 objecto de leccionação encontram-se entre os planos de aulas, referenciados sempre que não leccionados. Além de planos, elaborei também guiões das aulas correspondentes a cada um dos planos. Os guiões consistem do sumário e de um resumo do que pretendia explicar em cada aula, enumerando também as estratégias que iria utilizar para tal efeito. Além dos textos dos próprios autores, todos os outros textos foram por mim elaborados ou adaptados. No 11º ano tive um especial trabalho a adaptar as Meditações de Descartes uma vez que, apesar de considerar que Descartes tem uma escrita muito simples e clara, os alunos tinham, mesmo assim, grandes dificuldades na compreensão da filosofia cartesiana. Tive também o cuidado de elaborar textos próprios sempre que achei necessário ou pertinente, ou sempre que me parecia que os alunos iriam entender melhor se aquilo que lhes fosse dado a ler fosse mais adaptado ao seu vocabulário. Tive também o cuidado de elaborar sempre mini-dicionários no final de cada texto ou ficha de trabalho, definindo assim, no fim do texto, o significado das palavras que me pareciam que poderiam não ser entendidas por todos. 20 2. Realização Relativamente à leccionação, a primeira dificuldade que encontrei, que foi notada pela Professora Orientadora, foi o posicionamento e projecção de voz. Foi-me recomendado pela Professora Orientadora que treinasse aquecer a voz, falasse num tom mais pausado e, de facto, ao fim de duas ou três aulas consegui posicionar a voz de modo a que fosse bem projectada, para que todos os alunos me pudessem ouvir com clareza. Relativamente aos meus esquemas no quadro, considero-os claros, a nível de síntese, sendo que os mesmos eram muito apreciados pelos alunos e pela Professora Orientadora. Com o passar do tempo, verifiquei que a minha apetência para ensinar era cada vez maior. Senti uma empatia muito natural com os alunos e uma vontade de lhes transmitir conhecimentos e valores, vontade que só com o início deste estágio pude saber, com certeza, que existia em mim. Considero, no entanto, que ensinar é algo que é natural ao ser humano, no geral. O ser humano nasce aprendendo e ensinando, e ensinar é algo tão natural quanto aprender. Ainda assim, reconheço que com o decorrer da leccionação descobri por mim o quão interessante é exercer esta faculdade que me parece ser intrínseca, que é a de ensinar. Assim, tive sempre o maior interesse em continuar a melhorar tudo o que pudesse para melhor ensinar os alunos, para melhor lhes transmitir os conteúdos e a competência de escolherem os seus valores, no mundo, de agirem de acordo com o que pensam, e pensarem bem. Acredito que quanto mais cedo um aluno é despertado para pensar bem, melhor será a sua atitude ao longo da vida, e melhores serão as suas acções, e melhores serão, também, as suas intenções. Acredito que um dos meus pontos fortes na leccionação é o do respeito absoluto pelos alunos, e a capacidade de ver neles seres humanos em formação que poderão beneficiar do contacto com alguém que os ensine bem e que os tente compreender, que os ajude a melhorar aquilo que precisam e querem melhorar, e que os estimule para não desistirem dos seus objectivos. A Professora Orientadora foi-me estimulando a melhorar o meu desempenho, aprovando o meu trabalho à medida que o mesmo ia decorrendo. Em relação ao número de aulas leccionadas, no total foram 27 (18 no 10º ano e 9 no 11º ano). A minha leccionação foi muito mais extensa na turma do 10º ano, e 21 considero que foi, também, mais produtiva, uma vez que começou a 15 de Outubro e acabou a 12 de Dezembro, imediatamente antes de os alunos entrarem de férias de Natal, o que representa ainda bastante tempo com os mesmos alunos, sem interrupções. No momento em que, por motivos de saúde, tive de interromper o estágio, no 10ºC tinham sido leccionadas 40 aulas. Destas, foram por mim leccionadas 18 aulas. Das leccionadas pela Professora Orientadora (22), assisti a 13 aulas, a que corresponde uma percentagem de 59%. No 11º ano, tinham sido leccionadas, também, 40 aulas. Destas, foram por mim leccionadas 9 aulas, contando um teste realizado. Da leccionadas pela Professora Maria Emília (31 aulas), assisti a 18, a que corresponde a percentagem de 58%. (As tabelas de aulas leccionadas e assistidas encontra-se em anexo). Devido ao ambiente de descontracção que já vivia com as turmas, o início da leccionação não pareceu, de todo, um choque, ou algo de muito diferente, uma vez que já estava muito familiarizada com os alunos, com a maneira como cada um pensava nas aulas e expressava as suas questões, sabendo também as dificuldades particulares de cada um. Assim, considero que a leccionação das minhas aulas decorreu bem, desde início, embora tenha melhorado muito; com o passar do tempo, tornou-se cada vez mais fácil impor a ordem na sala de aula e comunicar, realmente, com os alunos. A partir de certa altura, já não eram necessárias muitas chamadas de atenção quando os alunos estavam indisciplinados, bastava uma. Descobri que nestas alturas pode ser útil introduzir um momento de descontracção na aula, caso os alunos pareçam já muito cansados. Gerir aulas de 90 minutos com 30 adolescentes é difícil, uma vez que realmente ao fim de 45 minutos eles parecem necessitar mesmo de uma pausa, e nos últimos 15 minutos já não conseguem prestar a devida atenção. Uma das coisas que sempre ajudou a manter a ordem na aula foi circular pela sala, tal como a Professora Orientadora me disse variadas vezes, desde o início do ano lectivo. A posição de um professor na sala de aula é, de facto, com frequência determinante para muitas coisas. Por exemplo, quando se está numa sala grande, com muitos alunos, pode ser útil circular uma vez que, se o professor se colocar num canto da sala, terá de falar muito 22 alto para que todos os alunos o ouçam. A certa altura, a Professora Orientadora notou que eu circulava mais no sentido da minha direita, mas creio que esse facto se deve, sobretudo, a ser à direita do quadro que se situa a secretária do professor e o computador. Ainda assim, creio que há que contrariar estas tendências para ter mais sucesso com os alunos. Estar no centro pode ser bom, e circular pode ajudar a prevenir indisciplina em certas zonas da sala. Em relação à clareza das minhas aulas, creio que os melhores juízes serão os alunos, que várias vezes demonstraram, de forma muito expressiva, que gostavam muito das minhas aulas e que compreendiam tudo muito bem. É certo que tive um cuidado grande na elaboração das minhas planificações e na maneira como tentei sempre que os conteúdos chegassem a todos os alunos. Uma das minhas aflições habituais era o de ter a perfeita noção de que muitos alunos não estavam a seguir o raciocínio da aula, pelo que tentei sempre adequar o discurso de maneira a que o maior número possível de alunos compreendesse o que eu estava a ensinar. Concluo agora que, no fundo, tive muito mais experiência de leccionação do que aquela que os números realmente referem, e isso deve-se a ter havido toda uma abertura e confiança em que eu conseguiria, em qualquer parte da matéria e em qualquer momento, tomar o controlo da turma e leccionar. 23 3. Testes de Avaliação Todos os testes que constam dos anexos foram realizados por mim, aplicados nas turmas em que leccionei, e por mim corrigidos. Este facto em muito contribuiu para perceber como o processo de avaliação decorre. Tive também oportunidade de corrigir o mesmo teste aplicado em turmas diferentes daquelas em que lecciono, em ambos os anos, 10º e 11º. A estratégia adoptada pela Professora Orientadora, neste caso, foi a de ter aprovado os meus testes, que sempre considerou adequados, e deixar mesmo a meu cargo realizar todo processo de avaliação. Mais uma vez, aprendi muito com esta estratégia, uma vez que tive de me empenhar imenso para realizar testes que fossem o mais próximos possível do modelo do Exame Nacional, coisa que me era pedida por parte da Professora Orientadora, e adequados também obviamente, aos conteúdos por mim leccionados, e aos conteúdos que estavam a ser leccionados pela Professora Orientadora, quando foi o caso. Como conclusão, posso dizer que exercícios como a correcção de TPC’s, correcção de fichas de trabalho e testes, apresentaram-se como um dos instrumentos mais úteis para verificar o que os alunos realmente compreenderam, como escrevem e, também, como se desencadeia o seu raciocínio. Verifiquei, também, que a melhor maneira de se fazer um teste é começar por fazer, precisamente, aquilo que os alunos fazem quando chegam a casa antes de um: estudar. Neste caso, trata-se de rever o que foi leccionado, de que forma foi leccionado, uma vez que não se podem testar conteúdos que não foram leccionados, pois isso seria injusto para os alunos. Até mesmo em questões de escolha múltipla, a forma como escrevi cada uma das opções não era uma mera transcrição daquilo que disse em aula mas era muito parecido, fosse em estrutura ou em linguagem. Além disso, há que atender ao tipo de questões que se vão colocar, quais são as mais adequadas a determinada parte da matéria, e calcular o tempo necessário para os alunos responderem. Adoptei uma estratégia que se revelou útil, que me foi transmitida já há muito tempo, que foi a de eu própria realizar o teste imediatamente depois de o ter elaborado, e depois ter em conta que um aluno demora pelo menos mais 3 vezes do que um professor a resolver o teste. Ainda assim, considero que o meu 24 primeiro teste do 1º período do 10º ano era um pouco longo, daí que achei por bem reduzir um pouco a extensão dos seguintes. 25 4. Núcleo de Estágio O Núcleo de Estágio foi constituído por mim e pela Professora Orientadora Maria Emília Santos. No início do ano lectivo, o colega Ildo Lima participou de algumas reuniões, até que deixou de comparecer. É com pena que relato que não tive oportunidade de ter colega de estágio, uma vez que teria sido muito mais vantajoso para mim, em todos os aspectos desta experiência. Não pude observar o trabalho de outro colega, alguém que também ainda estivesse, como eu, em processo de descoberta e aprendizagem, e tudo o que desenvolvi e escrevi foi por minha conta. Considero que ter um colega não é apenas vantajoso para repartir tarefas, mas é sobretudo vantajoso para partilhar ideias e trabalhar em conjunto. Nesse aspecto, as reuniões do Núcleo foram, talvez, menos dinâmicas do que seriam com a presença de um colega, mas decorreram com objectividade e foram sempre esclarecedoras. Considero também que ter um colega de estágio é muito vantajoso para a facilidade de maior integração na Escola. Na ausência de um colega e morando a 2 horas e meia de caminho, sempre que acabava as minhas actividades na Escola ia para casa, porque trabalhava melhor em casa do que sozinha na Escola. Muitas vezes senti necessidade de ter alguém com quem comparar opiniões, estabelecer uma relação de trabalho com outra pessoa que estivesse na Escola na minha exacta posição, partilhando também do meu trabalho, trabalhando em conjunto. Creio que a única experiência que pude ter este ano foi a de conversar com os restantes colegas acerca de como decorriam os seus estágios, e todos pareceram estar muito gratos por terem um colega com quem repartir tarefas e ideias. Ainda sim, sinto que tirei muito proveito de toda a experiência de planificação e leccionação, e das reuniões do Núcleo de Estágio. Durante as reuniões do Núcleo de Estágio houve sempre lugar para reflexão. Pude sempre reflectir, em conjunto com a Professora Orientadora, sobre melhores formas de resolver questões da Escola. Pude reflectir sobre o meu desempenho, aprender sobre o funcionamento real da Escola, uma vez que estava a participar activamente na vida escolar. Durante as reuniões, pude pesquisar também várias grelhas de correcção de testes, fichas para visitas de estudo, documentos avaliativos, matrizes de testes, matrizes de correcção de testes, fichas para encarregados de 26 educação, nomeadamente as relacionadas com as idas ao Teatro. É quase óbvio mencionar que, durante as reuniões, também havia muita aprendizagem, uma vez que se analisavam questões acerca do meu desempenho na Escola, a dar aulas, a ensinar, a dinamizar alunos e realizar tarefas. 27 5. Integração na Escola e Intervenção no Meio Escolar Considero que fui sempre pontual na minha presença no estágio. Infelizmente, por motivos de saúde, não me foi possível ter a assiduidade que gostaria de ter tido. A minha relação com as várias entidades da comunidade escolar foi empática, desde início. Foi-nos solicitado, a mim e ao colega, que participássemos das seguintes reuniões: a Reunião Geral de Professores, e as Reuniões de Notas. A reunião geral de Professores, que decorreu no dia 12 de Setembro de 2012, foi possivelmente a reunião mais amistosa e agradável a que alguma vez pude ter o prazer de assistir. O Senhor Director da Escola, assim como os restantes membros do conselho executivo, presidiram a uma reunião que foi muito didáctica, e até divertida. Durante a reunião o Professor Director passou slides e até um pouco do filme “Life of Brian”, de Monthy Python, e no fim pudemos comer bolo ouvindo música. Durante a reunião, tomei nota de todas as informações que me iam sendo transmitidas, muitas delas totalmente novas para mim, como o programa Prodesis exigir a introdução de sumários digitais, e foi, sem dúvida, uma forma muito integradora de iniciar o ano lectivo. A partir da reunião, pude falar com muitos outros professores, e senti-me no geral muito bem acolhida. Em relação às Reuniões de Notas, pude tirar muito proveito da reunião de notas do 10ºC, uma vez que foi aí que, pela primeira vez, conheci a Professora Directora de Turma, embora já tivesse falado variadas vezes com ela na sala de professores. Todos os outros professores foram simpáticos para comigo, muito cordiais e também joviais. Pude, também, verificar como decorre uma reunião, como segue a ordem de trabalhos, como os professores interagem uns com os outros, e o tipo de questões que são debatidas. São debatidas não só as notas propostas mas também o progresso de determinados alunos, a sua postura em aula, as actividades extra-curriculares em que os alunos se encontram envolvidos, como actividades desportivas, artísticas, literárias e a actividade criada pela Professora Orientadora, o Colóquio de Jovens Filósofos. Fiquei muito feliz em saber que a Escola possui, realmente, muitas actividades interessantíssimas para os alunos, essas actividades são bem divulgadas e os alunos são estimulados activamente por todos os professores a participarem delas. 28 É também importante referir que a minha relação com os funcionários da escola era muito próxima, e todos me conheciam quase melhor do que os professores. A Professora Orientadora teve um papel muito importante para a minha integração na Escola, uma vez que me pedia que realizasse muitas tarefas que exigiam o contacto directo com vários grupos da entidade escolar. Assim, deslocava-me, sempre que solicitado pela Professora Orientadora ou por minha iniciativa, ao PBX, ao Conselho Executivo, à Biblioteca, à reprografia, à sala de trabalho de professores, à sala de professores e à sala de estudo, assim como me dirigia todos os dias às funcionárias de todos os Blocos onde decorriam as aulas. 29 Conclusão Parece-me ter abordado, já, todos os tópicos que me propus tratar na Introdução deste Relatório Final de Prática de Ensino Supervisionada. Gostaria de concluir este relatório com a seguinte ideia: a prática e a aprendizagem fazem a perfeição. Quero salientar que tenho, agora, uma noção muito clara do que é um bom Professor. Um bom Professor começa por ser uma pessoa virada para fora, para os outros, capaz de sentir plena empatia com os outros (neste caso, os seus alunos e restantes membros da comunidade escolar). Ao longo da minha experiência de estágio, verifiquei que a empatia é quase a principal condição para se conseguir ensinar seja o que for, uma vez que sem empatia não há, sequer, comunicação possível, na minha opinião. Mostrar respeito pelo outro torna possível que o outro nos respeite, também. Assim, partindo da minha própria experiência e do que observei, ao longo deste estágio, concluo que a empatia é a primeira condição para que exista ensino/aprendizagem. Sempre que observei bons resultados a serem conseguidos, quer de leccionação, de assistências, de relacionamento com os professores e os variados membros da comunidade escolar, foram conseguidos sobretudo através da empatia gerada entre ambas as partes. Creio que o papel do Professor é, por vezes, muito difícil, mesmo que o Professor tenha as melhores intenções, seja muito competente cientificamente, possua as melhores estratégias: é sempre possível que aquilo que queremos transmitir não seja recebido pelos alunos, não os interesse, não os faça pensar. Mas há que fazer um esforço, também, para que os alunos estejam interessados, queiram aprender os conteúdos ou, no mínimo, considerem que o trabalho que está ali a ser feito é ou pode vir a ser muito importante para o decorrer das suas vidas. O despertar, no aluno, de uma genuína vontade de aprender está, obviamente, dependente de muitos factores, mas acredito que uma boa educação tem de estar na base de um bom cidadão. Considero que o trabalho que observei e realizei na Escola Secundária de Casquilhos foi o mais direccionado possível para respeitar e ensinar os alunos, de forma justa e humana. 30 Em segundo lugar, aprendi que é necessário ser-se competente enquanto professor, isto é, além de estar na posse do conhecimento total e sistemático do programa de Filosofia, ser competente e flexível na transmissão de conhecimentos, na maneira de se posicionar perante os alunos e na maneira de lhes transmitir valores, sempre importantes para a compreensão dos conteúdos em si. Assim, aprendi que é necessário o professor adequar a linguagem aos alunos que tem perante si, ainda que isso implique, de início, uma pequena “transgressão” da linguagem filosófica, em detrimento de um discurso filosófico implementado de início. Parece-me necessário que o professor ensine ao aluno a aprender Filosofia, a aprender a linguagem própria da Filosofia, dando tempo ao aluno de se adaptar à mesma. Em terceiro lugar, considero que um professor deve servir-se do seu papel para impor respeito na sala de aula, mas nunca ser demasiado autoritário, pois essa estratégia parece-me revelar-se equivocada desde início. Ao ser muito rígido e autoritário, o professor pode chegar a perder o respeito dos alunos. Desta forma, será muito difícil, se não mesmo impossível, fomentar um ambiente de ensino. Entendo por muito rígido e autoritário alguém que usa o facto de ter autoridade para fazer valer a sua vontade. Assim, um professor não deve ser um ditador, mas sim alguém com quem seja sempre possível o diálogo. Afinal de contas, estamos a ensinar jovens adolescentes. Creio fortemente que para impor respeito numa sala de aula basta explicar as regras da sala de aula aos alunos, fazer com que as regras sejam iguais para todos, e explicar quais as consequências no caso de as regras serem violadas. Como conclusão, creio que o meu desempenho enquanto professora estagiária foi estável, coerente, embora tenha notado sempre evoluções. Geralmente, as evoluções davam-se após pequenas novas descobertas com os alunos, como por exemplo, a aprendizagem de novas estratégias que só aquele grupo particular de alunos poderia requerer, uma vez que algumas estratégias não funcionavam tão bem quanto outras. Com o 10º ano pude trabalhar mais texto, com o 11º pude trabalhar mais imagem e ligação de conceitos e formas de transmitir conhecimentos que podem não ser tradicionais, à partida. Pude aprender muito, também, com a assistência às aulas da Professora Orientadora, uma vez que cada nova aula assistida me transmitia 31 mais algum novo conhecimento sobre como ensinar, mais confiança e segurança no processo de ensino-aprendizagem. Refiro, ainda, que no decorrer do estágio tive oportunidade de aprender, também, com os alunos. Considero que aprendi muitas coisas que me vão ser muito úteis no futuro, e que foram, sem dúvida, fulcrais para a minha postura enquanto professora estagiária, para a maneira como assumi o meu papel sempre com responsabilidade, empenho e vontade. Sinto que todo este ano lectivo que passou, na Escola Secundária de Casquilhos, me ensinou muito mais do que períodos mais longos da minha vida. Sinto isso porque ali pude lidar com pessoas, no sentido de ter de ser responsável por elas, e responsável perante elas. Além disso, fui responsável pela transmissão de conhecimentos, e também responsável pela aquisição de conhecimentos. Poder colocar em prática aquilo que já se estudou foi, de facto, muito gratificante, e a experiência remete-me para a humanidade, que foi o que mais encontrei este ano. Os alunos são pessoas, os professores são pessoas, os funcionários são pessoas, os estagiários são pessoas. Todas essas pessoas constituem uma escola. Acho que tão cedo não terei outra experiência onde poderei exercer o acto de ser pessoa perante tantas outras pessoas. Por esse motivo e todos os outros acima mencionados, considero que este ano me ensinou sobretudo a ser mais sensível com as pessoas, a respeitar absolutamente visões contrárias às minhas, a ensinar, pela primeira vez, duas turmas do Ensino Secundário. Acima de tudo, creio que cada uma das aulas de Filosofia que tive oportunidade de leccionar foram, de facto, aulas de Filosofia; não apenas no sentido de observar muitos alunos muito interessados em pensar nas coisas, mas no sentido em que eu própria aprendi muita coisa, e filosofei muito também. Através dos alunos, pude revisitar visões do mundo já por mim antigamente estudadas, e visões novas, nas quais nunca tinha pensado. Assim, ensinar e aprender andaram sempre a par um do outro durante o decorrer deste meu estágio, e por isso muito me orgulho do papel que pude e consegui assumir: o de uma professora em início de formação. 32 II Relação entre Filosofia e Arte no processo de ensino-aprendizagem Primeira parte Introdução Interessa-nos, nesta segunda parte do presente trabalho, reflectir sobre a relação que notamos existir entre o processo ensino/aprendizagem em Filosofia e a criatividade específica da Arte. Primeiramente, faremos uma contextualização do binómio “ensino- aprendizagem” em algumas obras de Platão, com o objectivo de definir, a par do trabalho do autor, estes dois conceitos, os de “ensino” e “aprendizagem” em Filosofia. Escolhemos focar-nos em Platão uma vez que pensamos ser um autor que “pratica”, por assim dizer, Filosofia, no decorrer das suas obras, que se constituem muitas vezes como diálogos, curiosamente equiparáveis às aulas de Filosofia dos nossos dias. Também entendemos que a actividade filosófica, da maneira como a experienciámos no passado ano de Prática de Ensino Supervisionada é, antes de mais, um processo de ensino-aprendizagem e, por esse motivo, poderá ser caracterizada a partir de uma contextualização e definição dos conceitos “ensino” e “aprendizagem”. Apresentaremos, depois, a ascese epistémica presente na República. Consideramos que esta análise é muito pertinente no presente trabalho, uma vez que pensamos ser uma boa introdução àquilo que é a actividade filosófica. Na nossa experiência pessoal, ensino-aprendizagem e actividade filosófica estão sempre em constante simbiose, especialmente durante uma aula de filosofia. Não pretendemos descrever a filosofia enquanto objecto de conhecimento e também não ambicionamos fazer um percurso histórico sobre o conceito. Não só são abordagens muito ambiciosas para os objectivos do presente exercício reflexivo, mas também não compreendem precisamente a nossa posição quanto à relação “ensino-aprendizagem”. Esta caracterização será um pouco teórico-prática, uma vez que partirá muito da experiência de leccionação, e será uma conclusão do exercício de contextualização e definição dos conceitos “ensino” e “aprendizagem”. 33 Num último momento da presente investigação, debruçar-nos-emos sobre O Banquete de Platão. Escolhemos esta obra como principal instrumento de reflexão sobre este tema, uma vez que nela podemos encontrar várias definições daquilo que é o Belo/Bom e daquilo que é Arte, e aquilo que é feito pela Arte ou em função da Arte. 1. Contextualização da relação “ensino-aprendizagem” com base em algumas obras de Platão É a Filosofia algo de ensinável? Se sim, como se ensina Filosofia? E, finalmente, como se aprende Filosofia? Como se ensina e aprende, no fundo, a pensar de tal forma que a forma como pensamos seja sempre a melhor possível, a mais correcta, a mais lógica, a mais justa? Se o saber/conhecimento é o instrumento próprio da Filosofia ou, pelo menos, é a instância para a qual o exercício próprio do filosofar caminha, é necessário tentar averiguar o que é o saber, o que é o conhecimento. O exercício de filosofar envolve sempre uma dialéctica entre a realidade tal como se nos apresenta e a realidade tal como ela é em si (se é que a realidade realmente é, em si, fora da mente criativa do filósofo ou do artista. Não é este o objectivo da presente dissertação, averiguar se o mundo é propriamente em si ou tal com o conhecemos). Assim, é tarefa da Filosofia estabelecer, sempre que possível, regiões eidéticas, isto é, conceitos que são correlatos de aparições sensíveis, das nossas impressões do mundo, entendidos aqui em sentido kantiano. Sempre que não nos for possível elaborar conceitos para aquilo que temos diante de nós – o mundo – há que “aceitar”, de forma humeana, a realidade tal como ela se nos apresenta, pois o mundo existe para se viver nele e, empiricamente, enquanto agentes no mundo, temos de partir da crença no mundo para nele podermos viver. Além disso, há que tentar averiguar se ensinar Filosofia se baseia mais na transmissão de teorias e ideias de filósofos aos alunos ou se se trata mais de ensinar a pensar, aprender a pensar e, finalmente, criar (conhecimento, no caso do filósofo; arte/ ficção, no caso do artista). Seguidamente, procederemos à análise de algumas passagens de obras de Platão, para podermos concluir esta secção do nosso trabalho com uma caracterização do binómio ensino-aprendizagem. 34 2. A ascese epistémica presente na República Platão, partindo da alegoria da caverna presente no livro VII da República, transmite-nos uma bipartição do real em inteligível e sensível, através da imagética do Sol como astro brilhante que tudo ilumina. Este Sol, enquanto astro que ilumina todas as coisas que existem na terra (sensíveis), é metáfora para a ideia de Bem, também ela iluminadora de tudo quanto existe mas, agora, no plano inteligível. Diz-nos Platão no livro VII da República em 517 c: “[...] segundo entendo, no limite do cognoscível é que se avista, a custo, a ideia do Bem; e, uma vez avistada, compreende-se que ela é para todos a causa de quanto há de justo e belo; que, no mundo visível, foi ela que criou a luz, da qual é senhora; e que, no mundo inteligível, é ela a senhora da verdade e da inteligência, e que é preciso vê-la para se ser sensato na vida particular e pública.” Assim, podemos dizer que a ideia de Bem (e também de Belo, como veremos mais à frente) enquanto luz suprema, enquanto luz da razão, rege tudo quanto existe a nível inteligível e sensível: inteligível, na medida em que a ideia de Bem é condição sine qua non para tudo o que podemos ver e conhecer de bom, e para que o Bem exista no mundo sensível; sensível, na medida em que tudo o que existe de belo e bom participa dessa ideia de Bem e, por isso, não seria belo e justo e bom sem a ideia de Bem. Desta citação podemos, também, retirar já uma definição de educação, ou do que seria exercer uma boa educação: conduzir os cidadãos de forma a que se tornem sensatos e bons “na vida particular e pública”. Uma vez que, como é dito em 519a “[...] a faculdade de pensar é, ao que parece, de um carácter mais divino do que tudo o mais; nunca perde a força e, conforme a volta que lhe derem, pode tornar-se vantajosa e útil, ou inútil e prejudicial”, é papel do mestre guiar de tal maneira que, sempre com o Bem e Belo em vista, não conduza o discípulo a caminhos prejudiciais, isto é, contrários à própria ideia de Bem e Belo e, portanto, contrários à própria Filosofia e, mais importante ainda, à prática da mesma e à vida. Assim, continuando com a República, é função do mestre “[...] forçar os habitantes mais bem dotados [...] a ver o bem e a empreender aquela ascensão e, uma vez que a tenham realizado e contemplado suficientemente o bem, não lhes autorizar o que agora é autorizado.” (519 d) Platão refere-se aqui à ascensão/ascese conforme está descrita na alegoria da caverna: a passagem de um plano visível repleto de imagens, sombras, reflexos, doxasta, para um plano de noeta, isto é, de entendimento, 35 de razão, de luz natural; sendo estes dois planos, o da doxa e o da sophia (opinião e saber) contrastantes entre si, como é sugerido pela mesma alegoria. É, pois, com pertinência, que Platão nos diz que alguém, já tendo ascendido ao plano superior – o da inteligibilidade, não pode deixar de retroceder ao plano das sombras, pois “[...] à lei não importa que uma classe qualquer da cidade passe excepcionalmente bem, mas procura que isso aconteça à totalidade dos cidadãos, harmonizando-os pela persuasão ou pela coacção, e fazendo com que partilhem uns com os outros do auxílio que cada um deles possa prestar à comunidade; ao criar homens destes na cidade, a lei não o faz para deixar que cada um se volte para a actividade que lhe aprouver, mas para tirar partido dele para a união da cidade.” (520 a) Assim, o mestre ou aquele que já se encontra na inteligibilidade, não pode nunca descurar os seus alunos, pois com o ensino pretende-se uma harmonização da sociedade numa totalidade de indivíduos que partilhem, pelo menos, um fim em comum: a prática do bem/belo. No entanto, defendemos que o mestre volta às sombras não apenas para repensar as mesmas e ajudar os alunos a pensar também. Defendemos, com Platão, que o mestre tem responsabilidade de actuar como pensa, de fazer ele próprio a diferença uma vez que está muito mais próximo da ideia de Bom e Belo, de actuar bem e em favor dos outros. Se o mestre efectuar a descida ao plano de doxasta para melhor os poder guiar esta descida é, por nós, entendida como um exercício humilde da própria prática de filosofar e como uma forma de ensinar o aluno, guiando-o pelo caminho já percorrido pelo mestre. Para tentarmos responder às questões da ensinabilidade da Filosofia e da natureza do conhecimento, dedicamo-nos também à leitura do Ménon e do Teeteto de Platão. Pretende-se, após ter averiguado o que é o saber, averiguar qual o papel do mestre enquanto seu transmissor. O que lhe compete, qual o seu papel e, também, se é o mestre o verdadeiro transmissor do conhecimento, ou se o conhecimento é algo que, ao mesmo tempo que se assume como transcendente, é também imanente e, além de imanente, comum a todos. Se o conhecimento for imanente e comum a todos, parece-nos que o mestre não será necessariamente apenas transmissor de conhecimento, mas orientador; aquele que tem o papel de despertar e estimular no aluno ou discípulo a busca do conhecimento, como já vimos anteriormente. 36 3. Análise de passagens significativas de algumas obras de Platão – O problema da ensinabilidade da Filosofia Aquilo que é passível de ser ensinado, transmitido, tem de se constituir como um saber, isto é, como conhecimento, pois daquilo que é desconhecido não há saber, precisamente por ser desconhecido. Sócrates, no Ménon, em 80e diz-nos o seguinte, em resposta a Ménon: “Não é da conta de uma pessoa investigar nem o que sabe, nem o que não sabe? Não investigaria o que sabe, pois já o conhece! E, para tal pessoa, não há necessidade alguma de investigação. E também não investigaria o que não conhece, pois não sabe o que vai investigar.” Como se constitui, então, alguma coisa que ainda não é do domínio do conhecimento, em saber? Mais, como saber se aquilo que está estabelecido como conhecimento, para nós, é passível de ser transmitido a outros como conhecimento já completo e fechado em si mesmo? A pergunta de Ménon era, precisamente, a seguinte: “Mas, de que maneira vais tu investigar, Sócrates, aquilo que de todo ignoras o que seja? Efectivamente, se te propuseres a tal tarefa, qual das coisas que não sabes vais estudar? Ou, então, se te encontrares, por acaso, com essa coisa precisamente, como irás reconhecer que era aquilo que tu ignoravas?” (80d-e). Como chegar então a algo que defina alguma coisa enquanto aquilo que ela é? Como produzir conhecimento? Como chegar a um invariante de uma coisa que defina exactamente a sua essência, ao eidos? É necessário, para tal, que saiamos do domínio da doxa, da opinião, da percepção. Diz-nos Platão, no Teeteto, em 152b que aparência e sensação são subjectivas e, portanto, não se podem estabelecer enquanto fontes ontológicas fiáveis nem tão pouco suficientes, ao dizer: “cada coisa é para mim do modo que a mim me parece; por outro lado, é para ti do modo que a ti te parece.” Parece-me que, apesar de ser possível demorarmo-nos numa distinção entre parecer e aparecer, não é relevante no caso presente. No fundo, cada coisa ser para cada pessoa tal como lhe parece, é sinónimo de cada coisa ser para cada pessoa tal como lhe aparece, uma vez que algo teve de ser dado aos sentidos e, sobre esse algo, foi formada uma opinião baseada na aparência, um parecer, portanto. Esse parecer, se formulado correctamente, constitui aquilo a que Platão chama de “opinião verdadeira”. Podemos definir uma opinião verdadeira como algo que se estabeleceu a partir de uma sensação que, posteriormente, obteve confirmação lógica e se tornou 37 em algo admitido como verdadeiro; não tendo, no entanto, adquirido confirmação cognitiva. Já em 202b-c, é afirmado que “quando alguém chega à opinião verdadeira sobre alguma coisa, a sua alma encontra-se na verdade a respeito disso, mas não o conhece, pois aquele que não é capaz de dar e receber explicação sobre algo, ignorao”. Assim, opinião verdadeira não é critério ontológico pois não é, ainda, conhecimento. A este respeito, podemos mencionar que quando um aluno, numa aula de filosofia, é solicitado a responder a uma questão sobre a definição de algo, se o aluno não conseguir explicar com a maior clareza o que é esse algo, significa que não sabe verdadeiramente o que é. Pode, no entanto, ter uma vaga ideia e ter, até, uma opinião verdadeira sobre esse algo mas, se mesmo assim não conseguir definir minimamente aquilo que lhe é pedido, é porque não se encontra sequer perto de ter uma opinião bem fundamentada. Ao dialogar com o escravo, no Ménon, é como se Sócrates estivesse apenas a operar modificação de conteúdos existentes na mente do escravo, conduzindo-o ao caminho da verdade, através do seu questionar. Assim, não é como se o escravo vivesse na escuridão total acerca das coisas do mundo: ele tinha, de facto, opiniões verdadeiras, já previamente formadas dentro de si – como, não sabemos ao certo – que Sócrates se limitou a trazer cá para fora, fundamentando-as, objectivando-as. Se os conceitos existem dentro de nós e são recordados através de um processo de anamnese, não o sabemos ao certo. Portanto, não podemos apoiar totalmente esta teoria de Platão. No entanto, é certo que, ao aprendermos algo, temos noções base do que as coisas são, nem que sejam noções difusas. Tais noções poderiam muito bem já existir dentro de nós simplesmente porque vivemos no mundo e, enquanto agentes, observamos activamente os acontecimentos, participando também deles. Quanto mais desenvolvida for a nossa capacidade de actuar no mundo, isto é, a nossa capacidade de agir, melhor desenvolvida terá de estar a nossa capacidade de raciocínio. É precisamente aqui que a Filosofia tem de entrar, assumindo um papel fulcral: no desenvolvimento do raciocínio e do pensamento. 38 Conclusão da primeira parte – caracterização da actividade filosófica e do ensinoaprendizagem O cérebro, se for entendido como qualquer outro músculo do corpo, só funcionará bem se for exercitado. Para exercitar o cérebro há que trabalhá-lo, fazendo-o pensar, questionar, reflectir, voltar a questionar. O que poderá um aluno de Filosofia retirar deste processo de treino? Por que motivo será importante para o discípulo aprender a filosofar, a pensar? Se ao fim de algum treino filosófico, treino de pensamento, treino de questionamento, o aluno não se sentir mais apto, mais perspicaz, mais conhecedor da verdade poderá, pelo menos, experienciar o seguinte: saberá defender as suas ideias com mais convicção, porque saberá fundamentá-las. Ora, se o aluno for capaz de fundamentar aquilo em que acredita/pensa será, também, mais capaz de agir em conformidade com as suas ideias. Mais importante que isto, o aluno estará sempre mais perto da verdade, mesmo que esteja mais perto do seu próprio “não saber”. Afinal de contas, é mais sábio aquele que sabe que não sabe, do que aquele que julga saber, e vive conformado com esse saber. Partindo do ponto anterior, parece-nos que a caracterização da actividade filosófica ou da Filosofia já foi iniciada. De que forma caracterizamos a actividade filosófica e a relação ensino-aprendizagem? Enquanto a forma de praticar filosofia por excelência. O que poderá haver de mais filosófico do que um exercício de pensamento em que o aluno está no papel daquele que descobre e o professor no papel daquele que explica e orienta? Se bem ensinado, se bem guiado e orientado, um aluno de Filosofia poderá começar a fazer algo que não é o objecto de qualquer outra disciplina a nível do ensino secundário: o de criar as suas próprias ideias, teorias sobre o mundo, o seu próprio conhecimento. Para um aluno de Filosofia alcançar o mais elevado nível de abstracção de pensamento possível, é necessário que, de facto, a actividade filosófica seja iniciada passo a passo, a pouco e pouco, sendo que o pensamento se torna gradualmente mais abstracto à medida que alguma questão vai sendo mais aprofundada. Assim, os alunos poderão ter oportunidade de pensar em temas fundamentais acerca do que é ser-se humano, como o motivo da nossa existência ou o que é o bem e a virtude. Além disso, os alunos terão oportunidade de explorar estes mesmos temas e terão liberdade 39 intelectual para criarem as suas próprias respostas. Pensamos que o que dizemos ficou ilustrado pela referência aos textos de Platão antes mencionados, uma vez que todos eles apontam para uma ascese epistémica que é passível de ser feita e alcançada, se bem guiada e orientada. Como conclusão, consideramos que o ensino-aprendizagem parece ser, também, algo de muito natural a todos os indivíduos, uma vez que, pelo menos uma vez na vida, todos nos questionamos mais profundamente sobre as coisas, e todos aprendemos com os outros, de forma mais ou menos consciente. Na verdade, parecenos que o ensinar é tão natural quanto o aprender. Assim, ainda que o ensino de Filosofia possa parecer confinado a uma sala de aula, aquilo que se faz numa sala de aula poderá, perfeitamente, influenciar a maneira como os alunos e o Professor vivem a sua vida fora da sala de aula. Aliás, não acreditamos no ensino de Filosofia pelo ensino de Filosofia. Defendemos que ensinar Filosofia não é ensinar a pensar, mas guiar os alunos para agirem melhor e mais racionalmente no seu dia-a-dia, que sejam bons para com os outros. Cremos que o principal objectivo de ensinar Filosofia é praticá-la, e persuadir os outros a praticá-la também, a porem em prática as suas ideias e convicções, a viverem de acordo com elas. 40 Segunda parte Relação entre Filosofia e Arte – análise da dialéctica presente no Banquete de Platão O Banquete pretende ser um diálogo introdutório à beleza e ao conceito de Belo, que podemos aqui entender como sinónimo de Bem. O conceito de beleza grego é kalon, isto é, aquilo que é querido e desejado, onde as relações afectivas são encaradas como elemento inato, onde o gosto se deve adequar ao melhor objecto para ele. Assim, quer chamemos belo ou bom a algo, estamos a referir-nos ao mesmo, pois o eidos é, também o mesmo. Procurar a beleza e o bem, entendidos também como o amor platónico, é uma das experiências mais transcendentes na vida do homem, segundo o autor. Se pensarmos numa ordem metafísica universal reguladora, a sua negação terá como consequência “desarmonizar com a ordem”, o que gera desordem ou caos, ou seja, discordância com o belo e o bem. É por esta razão que se entende que o bem é sinónimo de belo. Pretendemos defender, com Platão, que nem o conhecimento e nem a arte, que são expressas no mundo sensível, são criações ex nihilo, mas sim criações a partir de um estado preexistente de caos, que é o mundo tal como se apresenta aos nossos sentidos. A tentativa do exercício de filosofar e da actividade artística é fazer com que o produto das mesmas seja o mais semelhante possível ao modelo eterno das coisas, ou seja, à perfeição, ao eidos (bem e belo). Se admitirmos que no mundo sensível aquilo que fazemos é replicar a ideia de belo e de bem, então o exercício filosófico e artístico pretende criar, no mundo sensível, ideias e composições que sejam o mais próximas possível das ideias de belo e de bem. Assim sendo, a relação entre filosofia e arte é ontologicamente necessária para Platão. Se a filosofia instiga os cidadãos à prática do bem, uma vez que se constitui como um amor pela sabedoria, e se o bem é, ao mesmo tempo, aquilo que é belo, então a prática da filosofia e a prática artística têm de ter muitos pontos semelhantes, uma vez que bem e belo são a mesma coisa. Entendemos arte, neste ponto, como o exercício que pretende embelezar o sensível, transformando-o, actuando sobre ele. Tendo isto em conta, parece-nos produtivo estabelecer um exercício analítico da 41 ascese artístico-estética d’O Banquete, a par do exercício previamente realizado, de carácter semelhante, sobre a ascese epistémica presente na República. N’O Banquete, a filosofia é considerada como amor pela sabedoria, uma vez que Sócrates afirma “nada mais saber a não ser de amor.” (177e) Como já acima mencionámos, este amor pelo saber é, ao mesmo tempo, um amor pelo bem e pelo belo. É, então, sempre com o bom e o belo em vista que se faz filosofia, para Platão. Neste diálogo, Platão procura explorar o caminho que leva os homens a ascender ao belo ideal, distanciando-se assim das coisas não-ideais do mundo sensível. A procura pela verdade leva os homens ao bem e, necessariamente, ao belo. O amor, sendo o tema central desta obra, apresenta-se como uma forma de ascese que procura conduzir a alma em direcção ao belo supremo. O verdadeiro belo, entendido como universal, é aquele do qual derivam todos os outros belos existentes. Enquanto que o filósofo percebe que todas as coisas sensíveis belas são parte de um todo harmonizado que só existe porque o belo em si lhes é pré-existente, os homens mais presos ao amor físico e terreno contentam-se com a beleza dos corpos que é mutável e efémera. Daremos especial atenção às conclusões retiradas da análise do discurso da sacerdotisa Diotima, sendo que foi ela que guiou Sócrates a tirar as suas próprias conclusões acerca da beleza e da criação artística. Procederemos, então, a uma análise filosófico-estética das várias narrativas presentes n’O Banquete, para podermos ilustrar os vários níveis de conhecimento/criação artística presentes em cada um deles. Narrativa de Fedro O plano da doxasta, primeiro plano de conhecimento n’O Banquete, explícito no discurso de Fedro, poderia ser equiparado a um plano de conhecimento opinativo. Aqui encontramos um certo tipo de conhecimento “em segunda mão”, pois não se reporta a um conhecimento próprio, mas a um conhecimento de outros. O único exercício criativo que existe neste plano, a nível discursivo e epistémico, é o da paráfrase. Ainda que este tipo de conhecimento pareça inútil, numa primeira abordagem, poderá ajudar a melhor compreender uma teoria e, por isso, é o primeiro degrau de conhecimento e criação. Tal como um escritor que copia o estilo de outro, ele próprio aprende melhor como usar o estilo, ou seja, pratica a actividade criativa 42 para dizer o que pretende. A paráfrase é a apropriação individual de um trabalho reflexivo de outro que, só “por acaso” não foi composto pelo próprio. Este “por acaso” não deve ser lido literalmente, porque ele pode ser “produzido”. Tal como um actor que improvisa tendo em conta a voz do texto, mas não citando-o, o aprendiz de filósofo neste nível de conhecimento/criação expõe uma teoria que não é sua, mas é como se fosse, sendo este “como se fosse” semelhante a uma “actividade performativa filosófica”. Este sentimento de algo poder ter sido escrito por nós, ou produzido por nós, quando foi produzido por outrem, não nos parece constituir em si um engano, ou ter como origem uma má intenção por parte de quem se “apropria”. Quem se “apropria” desta forma, parafraseando, poderá fazê-lo porque sente mesmo que poderia ter produzido a obra da qual se apropria, porque partilha das mesmas ideias ou sentimentos expressos na mesma. Este exercício de paráfrase poderá ser análogo ao processo de criação artística no seu estado mais ingénuo, ou primário. Gostaríamos de mencionar que a paráfrase, isto é, dizer o mesmo que outrem disse com outras palavras não parece ser, para nós, a única actividade, por assim dizer, presente neste nível. O que nos parece, é que quer parafraseando quer usando exactamente as mesmas palavras que as de outrem, desde que compreendidas, estamos perante o mesmo tipo de exercício, em essência: compreender que o que outrem disse está de acordo com o que pensamos e, por isso, sentimos que é um pensamento ou uma ideia nossa também. É importante entender que, para Platão, não existe conhecimento verdadeiramente desprezável, mas há vários graus de conhecimento, sendo que os mais complexos fundamentam os mais simples. Narrativa de Pausânias O nível seguinte de conhecimento é a observação dos seres vivos, zoa, no seu mundo natural, sendo que se pode caracterizar este nível como descritivo da realidade. Este nível de conhecimento está presente no discurso de Pausânias. Através da música, as emoções estarão mais despertas para que certos sentimentos belos venham a ser criados. A este nível dá-se uma transformação, ainda que não conhecimento propriamente dito, da realidade que nos rodeia, uma vez que temos o poder de a descrever. Além disso, o mito confere qualidades inteligíveis às coisas 43 sensíveis atribuindo-lhes, desta forma, uma nova qualidade simbólica. O sensível deixou de ser só sensível, passou a ser prenhe de inteligível nos símbolos. Neste nível dá-se a redefinição de conceitos. A beleza já não é aquilo que nos ensinaram que é; a beleza começa agora a ser, por nós, compreendida e descrita. Narrativas de Erixímaco e Aristófanes O nível seguinte de conhecimento é o nível inteligível, dos noeta. O discurso onde este nível de conhecimento é apresentado é o discurso de Erixímaco e Aristófanes. O exercício de criação é estabelecido por quem formula as perguntas e por quem inventa as respostas. Se quem formula as perguntas já tem um critério/modelo filosófico/artístico, quem responde fá-lo livremente, tentando acertar com um modelo correcto metafísico. Aqui a metáfora do pintor-mestre e do pintor discípulo torna-se relevante. O pintor-mestre usa um cânone para pintar: quando prepara um quadro para que o seu discípulo aprenda, ele fá-lo de maneira a que o discípulo realize os traços de forma mais eficaz, aprendendo assim a técnica em função do cânone. Analogamente, assim é a relação entre o filósofo-mestre e o filósofodiscípulo. O primeiro coloca as questões com conhecimento das suas respostas, procurando, no entanto, que as respostas sejam dadas pelo discípulo, de maneira a que este aprenda a técnica de as conhecer. Este nível de conhecimento é designado por noeta inferiores. Narrativa de Ágaton O nível superior e último de conhecimento n’O Banquete é o plano dos noeta superiores, onde não existe qualquer criação, apenas pura contemplação dos cânones de beleza, logo, do Saber. Para se conhecer neste nível é necessário que se tenha já conhecido o que havia para conhecer nos níveis inferiores. Este nível superior de conhecimento está expresso no discurso de Sócrates e de Ágaton, embora existam diferenças epistemológicas/estéticas/artísticas entre o seu discurso e o de Ágaton. Ágaton defende uma figura do artista como aquele que, centrado em si próprio, cria, ou seja, de um filósofo que cria em si próprio e a partir de si próprio. Segundo Ágaton, o justo e o belo são criações do próprio, criadas à sua imagem e semelhança. Assim, Ágaton parece-nos ter alcançado, já, o nível a que um filósofo-discípulo ou um aluno 44 do secundário poderá chegar em Filosofia, por nos parecer que o nível seguinte representa e exige um nível de maturidade intelectual, artística e filosófica muito superior e talvez impossível de ocorrer em alunos adolescentes. Os alunos, se na posse do conhecimento claro daquilo que algo é ou representa, poderão criar conhecimento que é, de certa forma, à sua imagem e semelhança, por terem a sua identidade muito próxima de si próprios e por serem, eles próprios, o exemplo mais vivo de alguém que cria. Ainda que os alunos de filosofia sejam, já, adultos, uma vez que não vamos entrar numa abordagem psicanalítica do que é ser-se adolescente, cremos que é por vezes um grande desafio sair deste nível de conhecimento/criação de conhecimento. Parecenos que os processos identitários e ontológicos estão sempre muito conectados em cada indivíduo, não porque pensamos que as pessoas, no geral, sofrem todas de complexos de superioridade, mas porque cremos que é natural ao ser humano ter-se a si próprio como modelo ou medida das coisas. Ágaton defende, também, ser através do amor e do belo que cada ser humano adquire familiaridade com o seu semelhante, especialmente através da música, da dança, do convívio pleno de simpatia. Vejamos agora as diferenças entre o discurso de Ágaton e o de Sócrates, partindo desta nota de rodapé, que passamos a citar: “A equivalência do Belo (tokalon) ao Bem (to agathon) domina, pode dizer-se, toda a cultura grega, como demonstra o ideal de perfeição traduzido na kalokagathia. Ágaton não tem nesse aspecto dúvida em dar razão a Sócrates, mas há um desacordo fundamental no modo como cada um entende a sua equivalência: para Ágaton, to kalon refere-se à beleza essencialmente física que acompanha o mérito, […] para Sócrates, o Bem e o Belo têm de existir em função de uma utilidade que se define sempre eticamente.” (201c) nota 89, Maria Teresa Schiappa de Azevedo. Narrativa de Sócrates Segundo Sócrates, o bem e o belo são a ordem já existente e passível de ser contemplada no mundo. Sócrates fala sobre uma ordem que lhe é pré-existente e, por lhe ser pré-existente, ele próprio não passa de um artifício dessa ordem. Assim, não existe criação artística no sentido de criar o belo e o bom, porque o belo e o bom já existem por si. Não é Sócrates que cria, no sentido de conhecimento filosófico ou obras filosóficas/artísticas mas sim os seus discípulos. Sócrates contempla, pois já 45 passou por todos os níveis de criação. Sócrates age no mundo como se criasse, mas já não está a criar, está apenas a agir consoante o conhecimento daquilo que é o belo e bom. Sócrates, partindo da doutrina sobre o amor defendida pela sacerdotisa estrangeira Diotima, que revela ter sido sua professora em questões em torno do amor, apresenta a sua própria concepção sobre aquilo que é o belo e o bem. Socrátes assumiu-se como discípulo de Diotima, uma vez que através das perguntas colocadas pela mesma, Sócrates foi chegando mais perto da verdade em assuntos como a beleza e o bem, sempre presentes no discurso e nas perguntas de Diotima. Diotima declara o amor como “um intermediário entre mortal e imortal, […] um ser intermediário genial entre o humano e o divino” 202d-e. Além disso, o amor é procurado pelos homens precisamente porque possui beleza e bondade, e os homens sentem a falta de tais entidades na sua vida, se forem homens versados. Quando Sócrates pergunta a Diotima como qualificar então aqueles que se dedicam à filosofia, se não são sábios nem ignorantes, mas homens que procuram o bem e o belo pois devotam a sua vida aos mesmos? Diotima responde que “São intermediários entre ambos os extremos, como indubitavelmente sucede com o Amor: pois se a sabedoria se conta entre as mais belas coisas e o Amor é amor do Belo, forçosamente terá de ser filósofo e, como filósofo, situar-se no meio termo entre sábio e ignorante.” (204c) Gostaríamos de chamar a atenção para o facto de que, previamente, já analisámos esta relação que o próprio filósofo/mestre/professor tem de adquirir, a de quem é sábio, por um lado, uma vez que é ele que coloca as questões, que faz os seus discípulos/alunos pensar sem nunca, no entanto, pensar ou agir como quem possui a sabedoria de tudo, pois tal seria impossível e, a nosso ver, muito pouco filosófico. Se já estivéssemos na posse de todo o conhecimento possível, a filosofia poderia deixar de ter lugar na nossa vida, uma vez que nada de novo haveria a ser questionado, pois tudo era, já, sabido. Assim, segundo Diotima e Sócrates, o desejo do ser humano é de “Gerar e criar no Belo” (207). Assim, o objectivo do homem, ou do Amor, não é de possuir o belo ou o bem, é o de criar na beleza (após contemplada), uma vez que o desejo último é o de criar imortalidade. Sócrates, uma vez que já passou por todas as fases anteriores, presentes nas narrativas dos restantes personagens, pois já “contemplou as coisas 46 belas na sua ordem correcta e progressiva, […] avistará de súbito um espectáculo surpreendente – o Belo na sua verdadeira natureza, […] esse Belo não lhe surgirá aos olhos sob forma de um rosto, de mãos, do que quer que pertença a um corpo. […] Pelo contrário, surgir-lhe-á em si e por si, como Forma única e eterna, da qual participam todas as outras coisas belas […]. A partir da beleza dos corpos, da beleza sensível, Diotima defende que um ser humano se pode elevar da realidade sensível, ascendendo sempre, com que por degraus, até atingir a beleza dos conhecimentos e, a partir destes, alcance o conhecimento do belo em si. Sócrates faz do discurso de Diotima o seu discurso, terminando com a ideia de que todo o seu discurso foi um elogio ao Amor. 47 Conclusão “the lie of it all is much more honest, because I invented it” “qualquer mentira é muito mais honesta, porque fui eu que a inventei” Lady Gaga, Prelude Pathetique Tal como o artista preenche os vazios da memória/vida com criações belas ou criações que tornem as coisas belas, o filósofo preenche o absurdo/sem sentido com a teoria que “explica”/cria a realidade. A mentira/criação pode ser considerada mais factual ou actual do que a realidade, porque a mentira foi criada pelo artista, logo, mais genuína para o próprio do que a realidade. Assim, também, o filósofo tem uma teoria mais significativa do que o não-significado da realidade. É através do exercício da sua individualidade reflexiva que a realidade é transformada. Nunca se nega o absurdo ou a realidade como oposição à ficção: ambos são condições para a criação. Não se nega o não-sentido, é a partir dele que se tem a necessidade de criar um sentido. Assim, a partir do caos e do não-sentido que o mundo sensível nos apresenta, temos o palco montado para começarmos a criar e a gerar conhecimento, fazendo do não-sentido algo com mais sentido, progressivamente, até juntarmos todas as peças que produzem conhecimento e ordenam o caos. Enquanto alunos ou discípulos de filosofia, cabe-nos agir em consonância com o bem e o belo, pois defendemos o interesse em cultivar o bem e o belo no mundo. Defendemos, também, que qualquer criação a partir do belo e do bom que apreendemos no mundo é uma criação que nos torna mais próximos do conhecimento do belo e do bom em si mesmos. Não encontramos, sequer, outra tarefa mais digna do que a prática da filosofia, isto é, a prática do bem. Foi, para nós, muito compensador, poder reflectir sobre estas questões tendo como ponto de partida as ideias e criações geradas pelos alunos de filosofia no ensino secundário. Compreendemos, também, que o treino da filosofia no ensino secundário poderá ser uma actividade que marcará a vida de um aluno, se o mesmo tiver uma inclinação para pensar, quiser pensar, quiser conhecer e criar, também, conhecimento, por si próprio. Defendemos, assim, que uma educação com vista ao alcance do bem, do belo e do 48 justo, poderá ser uma forma muito gratificante de ensinar jovens cidadãos a tornaremse não só melhores pensadores mas melhores criadores de conhecimento e de beleza e bondade no mundo. 49 Referências Bibliográficas Platão, Livro VII. In Platão, A República, trad. de Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 9ª edição, pp 315 – 359. Platão, Ménon, trad. de Ernesto Rodrigues Gomes, Lisboa, Edições Colibri, 2002. Platão, O Banquete, trad. de Maria Teresa Schiappa de Azevedo, Lisboa, Edições 70, 2001. Platão, Teeteto, trad. de Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2ª edição. Labarrière, Pierre-Jean, Textos sobre Texto ou como silenciá-lo?. In Texto, Leitura e Escrita, org. De Irene Borges-Duarte, Fernanda Henriques e Isabel Matos Dias, Porto, Porto Editora, 2000, pp 185 – 193. Filmografia The Breakfast Club, John Hughes, 1985. Dead Poets Society, Peter Weir, 1989. Entre les murs, Laurent Cantet, 2008. Dangerous Minds, John N. Smith, 1995. Juno, Jason Reitman, 2007. The Matrix, Lana & Andy Wachowski, 1999. Troy, Wolfgang Petersen, 2004. Do the right thing, Spike Lee, 1989. 50 Anexos Anexo A Planificações i de aprendizagem estão bem claros e têm sempre de figurar numa planificação, o mesmo acontece com as competências, pois objectivos e competências. Um professor de Filosofia não se limita a ensinar conteúdos com o objectivo de o aluno os decorar e, uma vez que os objectivos minha planificação. Se é a partir do cumprimento dos objectivos que se avalia um aluno, cumprindo esses mesmos objectivos o aluno adquirirá portanto os objectivos teriam de ser gerais e nunca específicos. Além disso, gostaria também de justificar a presença de competências na Primeiramente, utilizo “competências gerais” e “objectivos gerais” uma vez que se trata de uma planificação a longo prazo, isto é, anual, Em relação à estrutura formal desta planificação defenderei, em seguida, justificadamente, o uso de cada um dos items/parâmetros. Portugal. Assim, estes documentos assumem-se como ferramentas primeiras para qualquer planificação, seja anual temática ou de aula. prática docente desde o ano de 2001, além de terem um cariz obrigatório, vinculativo e uniformizante da leccionação de Filosofia no Ensino em Estes documentos foram escolhidos por serem imprescindíveis a uma boa prática lectiva, por terem vindo a ser executados com sucesso na pelas Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia; ambos aprovados pelo Ministério da Educação. Filosofia em vigor que se destina aos Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos da Formação Geral é, também, complementada programar/preparar os conteúdos do ano lectivo 2012/2013 do 10º ano de Filosofia do Ensino Secundário. Tomando como base o Programa de A presente planificação foi elaborada pela mestranda Catarina Vicente no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada, com vista a Introdução Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas ii competências. competências são interdependentes numa planificação. Ao aprender os conteúdos e alcançar os objectivos previstos, o aluno adquire para si Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas iii Domínio da linguagem oral e escrita Auto-avaliação Realização de trabalhos de problematização, clarificação conceptual e argumentação Identificação das teses que os textos defendem e dos argumentos que apresentam; Discussão/apreciação da coerência dos argumentos Reflexão Leitura compreensiva Expressão escrita e oral Competências Gerais Distinguir argumento Distinguir problemas filosóficos de outro tipo de problemas Expôr uma ideia ou resumir uma situação Ler e compreender globalmente uma mensagem escrita Ouvir e compreender globalmente uma informação Objectivos Gerais I - Módulo Inicial - Iniciação à actividade filosófica 1. Abordagem introdutória à Filosofia e ao Filosofar 1.1. O que é a Filosofia? - uma resposta inicial 1.2. Quais são as questões da Filosofia? – alguns exemplos 1.3. A dimensão discursiva do trabalho filosófico 1.3.1. A importância de Conteúdos Estratégias Subjectivo e Validade e verdade Juízo e raciocínio Conceito Afirmação Exposição do Conceito de Filosofia e das suas questões próprias: distinção de problemas filosóficos de outro tipo de problemas, através da identificação do carácter de Detecção do "clima" da turma e das Problema/questão competências individuais: Teste de Tese diagnóstico e situações de diálogo Argumento criadas na turma Interpretação Conceitos Planificação Anual – 10º Ano de Filosofia Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação diagnóstica, Trabalhos escritos Exercícios de análise de texto Registos da observação do trabalho realizado na aula Avaliação 8 aulas de 90 m Gestão iv Superação da ambiguidade semântica de alguns Problematização Conceptualização Competências Gerais 1.Analisar a especificidade humana do agir: -distinguir entre o que fazemos e o que (nos) acontece; - reconhecer a presença de razões e fins, intenções e Objectivos Gerais 1.1. A rede conceptual da 1. A acção humana - análise e compreensão do agir 1.A acção humana – análise e compreensão do agir II. A Acção humana e os valores Argumentação escrita e oral Conteúdos Distinguir validade de verdade, num nível intuitivo Domínio das técnicas de registo das matérias Estrutura das intervenções orais/escritas (organização, pertinência, rigor da linguagem, posicionamento crítico) de afirmação Domínio da técnica de análise de texto Projectos Intenções Fins Razões Conceitos formular bem um problema filosófico formativa, sumativa, observação em sala de aula Trabalhos escritos Exercícios de análise de texto Registos da observação do trabalho realizado na aula Avaliação Definição dos conceitos principais técnicos de filosofia problemas Actividades de conceptualização que permitam superar a ambiguidade semântica de alguns conceitos: Aproximação linguística aos conceitos de “acção” Estratégias Concreto e abstracto objectivo Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 6 aulas de 90 m Gestão v Argumentação Leitura crítica e compreensiva conceitos 3. Reflectir sobre o problema mais abrangente do determinismo e liberdade na acção: - reconhecer as condicionantes físico biológicas e histórico - culturais; - reconhecer a acção como um campo de possibilidades -espaço para 2. Analisar a complexidade do agir: - reconhecer o duplo carácter (voluntário e involuntário) dos motivos e dos desejos; - dar conta da experiência (difícil) da deliberação e da decisão. projectos na base das acções. Agente Exercícios de análise de e de “agente” mediante a análise dos seus vários significados correntes e da determinação dos que e só dos que convêm aqui; Deliberação Aproximação predicativa ao conceito de “acto Decisão humano” através da explicitação dos Determinismo atributos que fazem de e Liberdade na uma acção um acto acção verdadeiramente humano. Condicionantes Análise de textos com físicoposições diversificadas biológicas e sobre determinismo e liberdade na acção, históricovisando a formulação de culturais do problemas. determinismo e liberdade na Observação do trabalho acção realizado na aula acção Acções 1.2. Determinismo Motivos e liberdade na acção Desejos humana Anexo A – Planificações Avaliação formativa, observação em sala de aula Exercícios de conceptualização e problematização Trabalhos em pequenos grupos/pares ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas vi - distinguir liberdade do agente de liberdade política a liberdade do agente Liberdade política Liberdade do Agente Exercícios de debate em aula Avaliação formativa, observação em sala de aula Exercícios de conceptualização e problematização Trabalhos em pequenos grupos/pares texto, trabalhos escritos Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas vii Reflexão sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo Argumentação Leitura crítica e compreensiva Superação da ambiguidade semântica de alguns conceitos 2. Expor a questão dos critérios 1.Reconhecer que: - a nossa relação ao mundo é antes de mais de natureza valorativa - todos os seres humanos agem em conformidade com as suas preferências e os seus valores - as preferências e valores variam em função da pessoa, do grupo social e, sobretudo, da cultura Conceptualização Problematização Objectivos Gerais Competências Gerais Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa 2.2. Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de 2.1. Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos 2. Conteúdos Conceitos Tolerância Relativismo cultural Diversidade cultural Cultura Valores éticos, valores estéticos e valores religiosos Valor, preferência valorativa, critério valorativo Juízo de facto e juízo de valor 2.Os valores – análise e compreensão da experiência valorativa Distinção, com base em exercícios de identificação de exemplos, entre valores religiosos, valores éticos e valores estéticos - Análise de casos e/ou de dilemas que mobilizem a sensibilidade e as preferências valorativas individuais. - Procura de respostas para esses casos e/ou dilemas e formulação de boas razões ou argumentos para justificar as Estratégias Anexo A – Planificações Avaliação formativa, observação em sala de aula Exercícios de conceptualização e problematização Trabalhos em pequenos grupos/pares Trabalhos escritos Exercícios de análise de texto Registos da observação do trabalho realizado na aula Avaliação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 6 aulas de 90 m Gestão viii Avaliação formativa, observação em sala Trabalhos em pequenos grupos/pares Exercícios de análise de texto Trabalhos escritos 3.1.1. Definir diversidade Registos da observação do trabalho realizado na aula Diálogo em aula opiniões emitidas ou as soluções preconizadas Exercícios de conceptualização e problematização culturas 3. Reflectir sobre a riqueza da diversidade dos valores, reconhecendo a necessidade de encontrar critérios trans-subjectivos de valoração, 3.1. Relacionar valores e cultura - a diversidade e o diálogo de culturas valorativos 2.1. Distinguir juízos de facto de juízos de valor 2.2. Distinguir tipos de valores (éticos, religiosos e estéticos) Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas ix Leitura crítica e compreensiva Problematização Conceptualização Competências Gerais 3.1.2. A dimensão pessoal e social da ética – o si mesmo, Distinguir entre norma e intenção Relacionar o si 3.1.1. Intenção ética e norma moral Conteúdos Distinguir entre moral e ética Objectivos Gerais Valores, Normas, Ética, Moral, Conceitos Pesquisa de conceitos, de teses e de argumentos em textos veiculadores das perspectivas em confronto, sob orientação do Estratégias Exercícios de debate em aula de aula 3.1. A dimensão ético-política – análise e compreensão da experiência convivencial 3. Dimensões da acção humana e dos valores 3.1.2. Relacionar diversidade cultural com relativismo cultural e com tolerância cultural cultural, relativismo cultural e tolerância cultural Anexo A – Planificações Trabalhos escritos Exercícios de análise de texto Registos da observação do trabalho realizado na aula Avaliação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 14 aulas de 90 m Gestão x Pesquisa e selecção de informação Argumentação Relacionar, tendo por base John Rawls: -liberdade com justiça social -universalidade da justiça com direito à igualdade Compara r a teoria política aristotélica com a teoria política lockiana Definir política Definir direito Comparar a teoria deontológica com a teoria utilitarista mesmo, com os outros e com as instituições sociais -liberdade e justiça social -igualdade e diferenças -justiça e equidade 3.1.4. Ética, direito e justiça: 3.1.3. A necessidade da fundamentação da moral: análise da teoria deontológica com a teoria utilitarista o outro e as instituições professor Liberdade política, Sociedade civil, Estado, Política, Direito, Consciência cívica, Deontologia, Debate orientado pelo professor, a partir dos quadros elaborados dos alunos Responsabilidade, Construção, por parte dos alunos, de Consciência quadros sinópticos de moral, teses e argumentos das teorias éticas e Utilitarismo, políticas analisadas Liberdade moral, Anexo A – Planificações Avaliação formativa, observação em sala de aula Exercícios de conceptualização e problematização Trabalhos em pequenos grupos/pares ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Equidade xi Problematização Reflexão Conceptualização Leitura crítica icónica Competências Gerais Distinguir experiência estética a partir da natureza Aproximar uma caracterização da experiência estética, a partir da estética kantiana Objectivos Gerais 3.2.2. A criação artística e a obra de 3.2.1. A experiência e juízos estéticos Conteúdos Gosto, Teoria estética, Experiência estética, Estética, Conceitos Justiça social, 3.2. Dimensão estética – análise e compreensão da dimensão estética -universalidade da justiça e direito à diferença -salvaguarda dos direitos humanos com a responsabilidade pelas gerações futuras Anexo A – Planificações Análise, em Audição de obras musicais Visionamento e interpretação de pinturas e de filmes Estratégias Avaliação Trabalhos escritos Exercícios de análise de texto Registos da observação do trabalho realizado na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 8 aulas de 90 m Gestão xii Argumentação Apresentar algumas teorias sobre a criação artística: Problematizar as noções de arte, criação artística, artista, espectador e contemplação artística Distinguir objectivismo estético de subjectivismo estético Questionar a comunicabilidade da experiência estética e experiência estética a partir da acção humana 3.2.3. A Arte: produção e consumo; comunicaçã oe conhecime nto arte Espectáculo, Artista, Obra de arte, Arte, Subjectivismo estético, Objectivismo estético, Desinteresse, Sublime, Horrível, Belo, Agradável, Útil, Juízo estético, Anexo A – Planificações Elaboração de dossiers temáticos por parte dos alunos Grupo-Turma, de testemunhos de artistas sobre a sua criação, sobre arte e sobre o objecto artístico Avaliação formativa, observação em sala de aula Exercícios de conceptualização e problematização Trabalhos em pequenos grupos/pares ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xiii Problematizar o conceito de arte, a partir da criação artística contemporânea, a partir de alguns temas-chave: - o objecto artístico e o seu valor no mercado - a industrialização da estética na arte contemporânea -polissemia artística - manifestação da identidade cultural na arte -exploração do sujeito e do mundo, a partir da arte arte como imitação, arte como expressão, arte como forma Criação artística Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Objectivos Gerais xiv Capacidade de problematização; Integração de saberes (perspectiva interdisciplinar); Utilização criteriosa das fontes de informação, designadamente, obras de referência e novas tecnologias; 3. As causas do Terrorismo 4. As estratégias Distinguir guerra de terrorismo Identificar diferentes formas de combate ao terrorismo de luta contra o terrorismo 2. Casos mediáticos de terrorismo 1. O conceito de terrorismo e seus diferentes tipos Conteúdos Conhecer as principais causas do terrorismo Desenvolvimento Compreender os de hábitos de conceitos estudo e de correspondentes ao trabalho autónomo; tema do terrorismo Competências Gerais 4. Temas / Problemas do mundo contemporâneo Democracia Contraterrorismo Intolerância Antiterrorismo vs terrorismo Bioterrorismo Totalitarismo Definição jurídica de terrorismo Terror/terrorismo Conceitos Estratégias Pesquisa documental, por parte dos alunos e alunas, em fontes diversificadas de informação textual e icónica (obras de referência impressas, Formulação de questões de dimensão filosófica; Enquadramento da problemática: sentido e pertinência; quadro conceptual de suporte; Organização e reelaboração dos materiais, redacção de curtos textos de enquadramento; Comum acordo entre docentes e discentes; Anexo A – Planificações Avaliação Apresentação oral por grupos de trabalho, na turma ou perante outras turmas, dos resultados da investigação e das conclusões, com projecção de diapositivos, exibição de documentos audio ou vídeo, seguido Exposição temática na sala de aula, ou melhor, num espaço comum da escola, organizada pela turma. Relatório de pesquisa ou dossiers temáticos elaborados por grupos. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 8 aulas de 90 m Gestão xv Análise conceptual. Selecção e tratamento dos materiais recolhidos em função dos objectivos traçados, de análise e de conclusões. enciclopédias impressas ou electrónicas, sítios da Internet, filmes ou documentários, etc.); Anexo A – Planificações de debate. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xvi de aprendizagem estão bem claros e têm sempre de figurar numa planificação, o mesmo acontece com as competências, pois objectivos e competências. Um professor de Filosofia não se limita a ensinar conteúdos com o objectivo de o aluno os decorar e, uma vez que os objectivos minha planificação. Se é a partir do cumprimento dos objectivos que se avalia um aluno, cumprindo esses mesmos objectivos o aluno adquirirá portanto os objectivos teriam de ser gerais e nunca específicos. Além disso, gostaria também de justificar a presença de competências na Primeiramente, utilizo “competências gerais” e “objectivos gerais” uma vez que se trata de uma planificação a longo prazo, isto é, anual, Em relação à estrutura formal desta planificação defenderei, em seguida, justificadamente, o uso de cada um dos items/parâmetros. Portugal. Assim, estes documentos assumem-se como ferramentas primeiras para qualquer planificação, seja anual temática ou de aula. prática docente desde o ano de 2001, além de terem um cariz obrigatório, vinculativo e uniformizante da leccionação de Filosofia no Ensino em Estes documentos foram escolhidos por serem imprescindíveis a uma boa prática lectiva, por terem vindo a ser executados com sucesso na pelas Orientações para a Leccionação do Programa de Filosofia; ambos aprovados pelo Ministério da Educação. Filosofia em vigor que se destina aos Cursos Científico-Humanísticos e Cursos Tecnológicos da Formação Geral é, também, complementada programar/preparar os conteúdos do ano lectivo 2012/2013 do 11º ano de Filosofia do Ensino Secundário. Tomando como base o Programa de A presente planificação foi elaborada pela mestranda Catarina Vicente no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada, com vista a Introdução Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xvii competências. competências são interdependentes numa planificação. Ao aprender os conteúdos e alcançar os objectivos previstos, o aluno adquire para si Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xviii Argumentação sem trair os princípios e as regras lógicas Supressão de erros comuns de inferência abusiva, Competências Gerais Pensamento e discurso coerente 3. Conhecer falácias formais: falácias relativas às regras do 2. Compreender os modos de inferência válida: regras do silogismo Objectivos Gerais 1. Clarificar as noções de lógica, proposição / juízo e raciocínio, a partir da distinção validade / verdade - forma / / conteúdo. 1. Argumentação e lógica formal III - Racionalidade argumentativa e Filosofia 1.3. Principais falácias 1.2. Formas de inferência válida Conteúdos 1.1. Distinção validade – verdade Termo sujeito e termo predicado Forma canónica Quatro formas lógicas: A, E, I, O Inferência válida Juízo e raciocínio, a partir da distinção validade / verdade - forma / / conteúdo Proposição, Lógica, Conceitos Planificação Anual - 11º Ano Anexo A – Planificações Uso de regras de não-validade de uma inferência. Exercícios cujo objectivo seja fazer a distinção entre verdade e validade a partir de exemplos com raciocínios; Estratégias ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação diagnóstica Avaliação sumativa Avaliação Avaliação formativa 6 aulas de 90 m Gestão xix Avaliação dos argumentos pela detecção de erros e ponderação do seu valor Competências Gerais Objectivos Gerais Relacionar os elementos básicos retóricos do discurso Distinguir entre demonstração e argumentação 2. Argumentação e retórica silogismo 2.1. O domínio do discurso argumentativo – a procura de adesão do auditório 2.2. O discurso argumentativo - principais Conteúdos Conceitos Argumento de Autoridade, Argumentação: Demonstração, Dedução e indução Falácias: quatro termos, termo médio não distribuído, ilícita maior e ilícita menor Regras de silogismo válido Distribuição de termos termo menor, termo médio, termo maior Silogismo Argumentação Anexo A – Planificações Análise de artigos Exercícios individuais de construção de argumentos Estratégias ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação sumativa Avaliação formativa Avaliação 3 aulas de 90 m Gestão xx Identificar falácias informais Identificar tipos de argumentos bons Explicitar a estrutura básica do discurso retórico retórico tipos de argumentos e falácias informais Retórico/orador, Auditório, Verosímil, Ad hominem, ad misericordiam, post hoc, apelo à ignorância, apelo à força, falso dilema e petição de princípio, Falácias Informais: Falácia Formal e Informal, Indução (generalização e previsão), Argumento por Analogia, Entimema Anexo A – Planificações Redacção de um texto argumentativo de opinião, discursos políticos, publicitários ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação diagnóstica xxi Reconhecimento da Distinção de argumentação filosófica de outras modalidades de argumentação Distinguir persuasão de manipulação Justificar a importância da argumentação retórica para a democracia Expor o conflito histórico entre uma tradição filosófica argumentativa e uma tradição sofística retórica manipulativa Contextualização histórica de textos, problemas e respostas Leitura crítica de linguagem audiovisual Objectivos Gerais Competências Gerais 3. Argumentação e Filosofia 3.3. Argumentação, verdade e ser 3.2. Os dois usos da retórica: persuasão e manipulação 3.1. Retórica, filosofia e democracia Conteúdos Manipulação Persuasão, Ser, Bem, Verdade, Filósofo, Sofista, Conceitos Análise de debates políticos televisivos Interpretação teatral de um discurso platónico que tenha por tema a retórica, a obra Górgias, por exemplo Estratégias Opinião pública Logos, Pathos, Ethos, Anexo A – Planificações Avaliação Avaliação diagnóstica Avaliação sumativa Avaliação formativa ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 5 aulas de 90 m Gestão Caracterizar a argumentação filosófica xxii Análise metódica de textos com apoio num guião Análise comparativa Problematização Análise conceptual Competências Gerais Caracterizar o Conhecimento como crença verdadeira justificada Distinguir “saber fazer” de “saber proposicional” e “saber comprovativo” Descrever os elementos constituintes do acto de conhecer: objecto, sujeito, conhecimento Objectivos Gerais 1.2. Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento 1.1. Estrutura do acto de conhecer Conteúdos 1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva IV - O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica complexidade da verdade Opinião (doxa), Verdade (aletheia), Dúvida/certeza A priori/a posteriori Objecto Sujeito Conhecimento (episteme) Conceitos Anexo A – Planificações Exercícios escritos de análise, com guião. Exercícios colectivos, ou em pequeno grupo, de análise, sob orientação do docente. Estratégias Avaliação Participação dos alunos Observação em sala de aula Avaliação formativa, sumativa, diagnóstica ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 12 aulas de 90 m Gestão xxiii 2.2.Ciência e construção Expor o método científico, num primeiro momento, como indutivo, num segundo momento o método popperiano e num terceiro o método 2.2.1 Verificabilismo/ Teoria Indutiva: validade e verificabilidade das 2.1.Conhecimento vulgar e conhecimento científico Distinguir conhecimento científico de conhecimento de senso comum Elaboração de composição científica problematizadora de sobre um tema tratado sobre o conhecimento científico Conteúdos Objectivos Gerais Teoria, Falsificacionismo, Verificabilismo, Hipótese, Método indutivo Conhecimento cientifico, Conhecimento vulgar, Conceitos Justificação (logos), Competências Gerais 2. Estatuto do conhecimento científico Distinguir “crença” de “conhecimento” Distinguir “opinião” de “verdade” Anexo A – Planificações Exercícios, em pequeno ou grande grupo, de investigação e preparação de trabalhos escritos individuais e suas apresentações orais Estratégias ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação diagnóstica Avaliação formativa Avaliação sumativa Avaliação Gestão 8 aulas de 90 m xxiv 2.2.1.1 O Problema da Justificação da Indução (Hume) 2.2.2 Falsificacionismo: O Método de Conjeturas e Refutações Definir o conceito de teoria, num contexto científico Definir o conceito de objectividade científica 2.3. A racionalidade científica e a objectividade como questão da filosofia da ciência hipóteses khuniano Objectividade Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xxv Consolidação de hábitos de estudo e de trabalho autónomo; Utilização criteriosa de fontes de informação, designadamente obras de referência e novas tecnologias; Integração dos saberes (perspectiva interdisciplinar); Problematização e decisão; Elaboraração de um plano / guião para o desenvolvimento de um tema; Redacção de um texto de desenvolvimento do tema (ou uma pequena monografia) de acordo Competências Gerais Pesquisar em fontes diversificadas Problematizar as questões sugeridas pelo tema Enquadrar a problemática em questão Objectivos Gerais - Tecnociência e ética. - Tecnociência (prós e contras); - O impacto do desenvolvimento do conhecimento científico e tecnológico; A ciência, o poder e os riscos: Conteúdos 3.Temas / problemas da cultura científico – tecnológica Selecção e tratamento dos materiais recolhidos em função dos objectivos traçados de comum acordo entre docentes e discentes Positivismo Bioética Organização e reelaboração dos materiais, redacção de um texto, elaborado de acordo com o plano / guião de enquadramento, de análise e de conclusões Pesquisa documental, por parte dos alunos e alunas, em fontes diversificadas de informação textual e icónica Tecnociência e Ética Cientismo Quadro conceptual de suporte Estratégias Ciência Conceitos Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação diagnóstica Avaliação formativa Avaliação sumativa Avaliação 8 aulas de 90 m Gestão xxvi Argumentação. Relacionar democracia, cidadania e espaço Analisar a relação indivíduo-sociedade Problematizar a importância do espaço público Problematização; Conceptualização; Objectivos Gerais Analisar uma situaçãoproblema e enunciar o problema Competências Gerais Produção de textos que promovam as competências de: 2. A Filosofia na cidade V - Desafios e horizontes da Filosofia com o guião previamente elaborado. 2.2. Convicção, tolerância e diálogo: - a construção da cidadania Conteúdos 2.1. Espaço público e espaço privado Tolerância Educação Cívica Cidadão Cidadania Democracia Espaço público/espaço privado Conceitos Sociedade Anexo A – Planificações Desenvolvimento argumentado de um tema / problema. reflexivas; Redacção de sínteses Estratégias ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação dos alunos Observação em sala de aula Avaliação Avaliação formativa, sumativa, diagnóstica Gestão 8 aulas de 90 m xxvii Analisar o contributo da Filosofia na cidade público Indivíduo Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xxviii Argumentação Interpretação de texto escrito e oral Exemplificar e Identificar condicionantes Físicobiológicas e Históricoculturais da Ação Explicitar o caráter voluntário e involuntário dos motivos e desejos Explicar a relação entre ação e motivo, fim, intenção e projeto Interpretação de teorias, teses e argumentos Problematização Objetivos Gerais Distinguir entre o que fazemos e o que nos acontece Competências Gerais Conceptualização 1.2 Determinismo e Liberdade na Ação Humana. Condicionantes da Ação. Conteúdos 1.1 A rede conceptual da Ação; II - A Ação e os Valores 1. A ação humana – análise e compreensão do agir Determinismo Decisão Deliberação Desejo Vontade Projeto Intenção Motivo/Razão Agente Conceitos Ação Análise de textos Deterministas e Libertaristas (Identificação de Acções Verdadeiramente Humanas) Escolha do significado mais adequado para o problema do Livre-arbítrio e da Liberdade Estratégias Análise dos variados significados correntes dos conceitos de Ação e Agente Planificação de Tema – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente nas aulas Avaliação formativa: exercício escrito ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão 6 aulas de 90 minutos Explicar a relação valorativa entre o sujeito judicativo e o mundo Leitura crítica e compreensiva xxix Comunicação: capacidade de Objetivos Gerais Competências Gerais 1. Apresentação de diferentes domínios valorativos: ética, Conteúdos 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos 2. Os Valores: análise e compreensão da experiência valorativa Comparar Determinismo com Libertarismo Explicar o problema do livre-arbítrio Preferência valorativa Valor Conceitos Libertarismo Livre-Arbítrio Causalidade/ Finalidade Condicionantes: Físicobiológicas; HistóricoCulturais Liberdade Anexo A – Planificações Análise de casos e dilemas que mobilizem a sensibilidade e as preferências valorativas Estratégias Avaliação Participação pertinente nas aulas Ficha Sumativa ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 6 aulas de 90 minutos Gestão xxx Problematização argumentação oral Relacionar diversidade cultural com relativismo cultural e tolerância Explicar em que medida é necessário o diálogo intercultural Explicitar e diferenciar os vários domínios valorativos Definir valor, preferência valorativa, critério valorativo 3. Diálogo intercultural: diversidade cultural, relativismo cultural e tolerância 2. Classificação de juízos: juízo de facto e juízo de valor estética, religião Diálogo intercultural Tolerância Relativismo cultural Juízo de facto/juízo de valor Religião Estética Ética Cultura Absoluto/relativo Critério valorativo Anexo A – Planificações Procura de respostas para esses casos e dilemas e formulação de boas razões ou argumentos para justificar as opiniões emitidas ou as soluções preconizadas pessoais ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xxxi Elaboração de exercícios colectivos de análise Elaboração de exercícios escritos de análise, com apoio num guião Análise metódica de textos Problematização Filosófica Análise conceptual Competências Gerais Distinguir sensação de percepção Distinguir “Mundo Real” de “Mundo Virtual/Onírico” Distinguir “saber fazer” de “saber proposicional” e “saber comprovativo” Descrever os elementos constituintes do acto de conhecer: objecto, sujeito, conhecimento Objectivos Gerais Conteúdos Análise comparativa de duas teorias explicativas do conhecimento: racionalismo vs. empirismo Estrutura do acto de conhecer 1. Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva IV – O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica A priori/ a posteriori; Sensação/Percepção; Mundo Real/Mundo Virtual e Mundo Onírico; Linguagem; Saber-fazer, saber proposicional, saber comparativo; Conhecimento, Sujeito, Objecto; Conceitos Planificação de Tema – 11º Ano Anexo A – Planificações Exercícios escritos, com guião Exercícios de análise filosófica pelo GrupoTurma Estratégias Avaliação Participação dos alunos Observação em sala de aula Avaliação formativa Avaliação diagnóstica Avaliação sumativa ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 12 aulas de 90 m Gestão xxxii Distinguir “crença” de “conhecimento” Distinguir “opinião” de “verdade” Caracterizar o Conhecimento como crença verdadeira justificada Cepticismo, Racionalismo, Empirismo Opinião; Crença, Verdade, Justificação; Dúvida/Certeza; Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xxxiii Expressão escrita Argumentação oral Interpretação de texto Problematização Competências Específicas Conceptualização Explicar a especificidade da Acção Humana a partir da análise de uma situação-problema Explicitar o carácter voluntário e involuntário do Livre Arbítrio Objectivos Específicos Distinguir entre o que fazemos e o que nos acontece (Acção de Acontecimento) Conteúdos 1.1 A rede conceptual da Acção. II - A Acção e os Valores 1.1 A acção humana – análise e compreensão do agir Decisão Deliberação Livrearbítrio/Vontad e: acontecimentos Voluntários e Involuntários Intenção Motivo/Razão Agente Conceitos Acção Definição de acção e caracterização breve de acção, motivo, intenção, agente, acontecimentos voluntários e involuntários; Correcção do exercício escrito. Introdução de conceitos: acção, agente, motivo/razão, vontade, intenção, consciente, opção; Exercício escrito (Guião de exploração da Situação-Problema da p. 43); Estratégias Análise de uma Situação-Problema: pp. 42-43 do Manual adoptado; Planificação da Lição 1 – 10º ano de Filosofia – turma C Planificação de Aulas 10º Ano Anexo A – Planificações Expressão escrita Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 20 minutos 30 minutos 20 minutos Gestão 20 minutos xxxiv Catarina Vicente, 15 de Outubro de 2012 Recursos: Quadro; Giz; Manual Adoptado T.P.C: Escrever um pequeno resumo do conteúdo leccionado na aula. Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas xxxv Expressão escrita Argumentação Interpretação de texto Problematização Competências Específicas Conceptualização Escrever um texto filosófico que explicite a rede conceptual da acção e todos os elementos que a constituem Identificar e relacionar os conceitos constituintes da Rede Conceptual da Acção Distinguir actos voluntários de actos involuntários Objectivos Específicos Definir vontade “ingenuamente” II - A Acção e os Valores 1.1 A acção humana – análise e compreensão do agir Decisão Deliberação Vontade Querer Desejo Intenção Motivo/Razão Agente Conceitos Acção Recursos: Exercício escrito em que um aluno exemplifica os elementos da rede conceptual, a partir de uma acção por ele imaginada, entregue pela Mestranda. Classificar a acção de Heitor pela rede conceptual da acção; Analisar o quadro da p. 45 do Manual adoptado para explicar a rede conceptual da acção; Estratégias Correcção de T.P.C. Consciência Manual Adoptado; Quadro; Giz; Exercício em papel. Livre-arbítrio Catarina Vicente, 17 de Outubro 2012 Conteúdos 1.1 A rede conceptual da Acção. Planificação da Lição 2 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Participação pertinente na aula Avaliação Verificação e correcção dos T.P.C. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 30 minutos 30 minutos 20 minutos Gestão 10 minutos xxxvi Síntese dos conteúdos até então leccionados Argumentação Interpretação de texto Problematização Competências Específicas Conceptualização Consolidar a matéria estudada até então Objectivos Específicos Esquematizar um texto escrito Conceitos Estratégias Correcção do T.P.C. Filosofia Tese Revisão dos conteúdos até Argumento então leccionados. Conceito Esclarecimento de dúvidas Termo relativas aos conteúdos até Filósofo então leccionados. Subjectividade Objectividade Recursos: Teoria Quadro; Giz; Acção Manual adoptado. Motivo Agente Intenção Deliberação Decisão Catarina Vicente, 22 de Outubro de 2012 Conteúdos A rede conceptual da acção II - A Acção e os Valores 1.1 A acção humana – análise e compreensão do agir Planificação da Lição 3 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 60 minutos Gestão 30 minutos xxxvii Posicionamento crítico face às condicionantes da acção estudadas Argumentação Interpretação de texto Problematização Competências Específicas Conceptualização Posicionar-se face ao problema da liberdade Identificar condicionantes físico-biológicas e sócioculturais da acção Definir condicionantes físico-biológicas e sócioculturais da acção Objectivos Específicos Esquematizar um texto escrito Condicionantes sócio-culturais Conceitos Condicionantes físico-biológicas Responder à pergunta: será que somos livres face às condicionantes que já estudámos? Estratégias Analisar o texto complementar da pág. 8 do Caderno de Actividades adoptado. Fazer esquema do texto complementar para introduzir os diferentes tipos de condicionantes da acção. Recursos: Quadro; Giz; Manual adoptado; Caderno de actividades adoptado. Catarina Vicente, 29 de Outubro de 2012 Conteúdos Condicionantes da acção II - A Acção e os Valores 1.2 A acção humana – análise e compreensão do agir Planificação da Lição 4 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 45 minutos Gestão 45 minutos xxxviii Comparação de correntes ou teorias Filosóficas relacionadas com o problema da Liberdade na Acção Humana Identificação de correntes Filosóficas relacionadas com o problema da Liberdade na Acção Humana Argumentação oral Interpretação de texto Problematização Competências Específicas Conceptualização Distinguir Liberdade de Livre-arbítrio Comparar Libertarismo com Determinismo Identificar e caracterizar o Determinismo Objectivos Específicos Identificar e caracterizar o Libertarismo II - A Acção e os Valores 1.2 Determinismo e Liberdade na Acção Humana Livre-Arbítrio Liberdade Libertarismo Causalidade Conceitos Determinismo Recursos: Manual adoptado; Quadro; Giz. Distinguir, oralmente, Liberdade de Livre-Arbítrio Identificação e caracterização do Libertarismo e do Determinismo (texto 4 da p. 66 do Manual adoptado) Estratégias Correcção de T.P.C: debate entre os alunos que defendem a liberdade e os alunos que defendem a ausência de liberdade na acção humana Catarina Vicente, 31 de Outubro de 2012 Determinismo radical e Libertarismo radical Conteúdos 1.2 Determinismo e Liberdade na Acção Humana: Introdução ao problema da liberdade Planificação da Lição 5 – 10º Ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 60 minutos Gestão 30 minutos Identificar, argumentar e contra-argumentar a favor ou contra as teorias acerca do Problema da Liberdade na Acção Humana. Identificação e comparação de correntes/teorias Filosóficas relacionadas com o problema da Liberdade na Acção Humana. xxxix Argumentação Interpretação de texto Problematização Objectivos Específicos Identificar Determinismo, Libertarismo e Indeterminismo enquanto teorias filosóficas acerca do Problema da Liberdade na Acção Humana Competências Específicas Conceptualização II - A Acção e os Valores 1.2 Determinismo e Liberdade na Acção Humana Compatibilismo Indeterminismo Recursos: Manual adoptado; Giz; Quadro. Exercício: resumir as teorias presentes nas pp. 54 e 55 do Manual adoptado Exposição e síntese dos conteúdos leccionados na aula anterior Libertarismo Causalidade Estratégias Correcção oral dos testes, com escrita de tópicos de correcção no quadro, com ajuda dos alunos Conceitos Determinismo Catarina Vicente, 5 de Novembro de 2012 Conteúdos Determinismo e Liberdade na Acção Humana Planificação da Lição 6 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 15 minutos 30 minutos Gestão 45 minutos xl Argumentação Apresentar argumentos a favor do determinismo Definir conceito de compatibilismo Problematização Interpretação de texto Objectivos Específicos Analisar um texto escrito Competências Específicas Conceptualização II - A Acção e os Valores 1.3 Determinismo e Liberdade na Acção Humana Refutação de tese Contraargumento Tese Defesa de tese Argumento a favor Conceitos Compatibilismo Recursos: Manual adoptado; Giz; Quadro. T.P.C.: resumir as pp. 56 e 57 do Manual adoptado Enumerar os contra-argumentos de John Searle ao Compatibilismo partindo das pp. 56 e 57 do manual adoptado Definir Compatibilismo a partir da p. 55 do manual adoptado Respostas às questões do texto complementar 3 Estratégias Análise do texto complementar 3 da p. 65 do Manual adoptado Catarina Vicente, 7 de Novembro de 2012 Conteúdos Compatibilismo: argumentos e contraargumentos Planificação da Lição 7 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 45 minutos 30 minutos Gestão 15 minutos Identificar e analisar os contra-argumentos de John Searle ao Compatibilismo Problematização xli Argumentação e Contraargumentação Análise filosófica de um vídeo relevante para a compreensão do problema do Determinismo na Acção Humana Interpretação de texto Objectivos Específicos Analisar um texto escrito Competências Específicas Conceptualização II - A Acção e os Valores 1.4 Determinismo e Liberdade na Acção Humana Refutação de tese Contraargumento Tese Defesa de tese Argumento a favor Conceitos Compatibilismo T.P.C.: Exercício escrito sobre o vídeo e sobre os contra-argumentos de John Searle ao Compatibilismo entregue pela Mestranda. Visualização de “Stopover in a Quiet Town”, Twilight Zone, 1964 Analisar os contra-argumentos de John Searle ao Compatibilismo a partir de um texto-síntese entregue pela Mestranda Estratégias Relembrar o Compatibilismo a partir da p. 55 do manual adoptado Recursos: Manual adoptado; Giz; Quadro; Exercício escrito; Computador; Biblioteca; Projector; Youtube. Catarina Vicente, 12 de Novembro de 2012 Conteúdos Compatibilismo: argumentos e contraargumentos Planificação da Lição 8 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação Participação pertinente na aula 25 minutos 50 minutos Gestão 15 minutos xlii Posicionamento crítico em relação a obras audiovisuais Análise de obras audiovisuais Problematização Competências Específicas Conceptualização Objectivos Específicos Analisar e Interpretar obras audiovisuais Experiência valorativa Valor Conceitos Axiologia Recursos: Quadro; Guião escrito; Auditório; Computador; Leitor de DVDs; Projector; Filme Tróia. Análise do filme a partir de um Guião entregue pela Mestranda. Estratégias Visualização de um excerto do filme Tróia, de Wolfgang Petersen Catarina Vicente, 19 de Novembro de 2012 Conteúdos 2.1 Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos II - A Acção e os Valores 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos Planificação da Lição 9 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão 90 minutos Definir Valor Identificar diferentes Valores Problematização Definição de valor xliii Posicionamento crítico em relação a obras escritas e audiovisuais Argumentação oral Interpretação de texto Objectivos Específicos Definir axiologia Competências Específicas Conceptualização Conteúdos 2.1 Valores e valoração – a questão dos critérios valorativos II - A Acção e os Valores 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos Recursos: Ficha de Trabalho; Ilíada, Homero; Comparação entre os Valores de Heitor e os Valores de Aquiles através de uma ficha de trabalho entregue pela Mestranda. Análise de uma citação de James Redfield acerca de Heitor, herói da Ilíada de Homero. Análise em Grupo-Turma de um excerto do filme Tróia de Wolfgang Petersen, visualizado na aula anterior. Analisar os exemplos de valores da p.69 do Manual adoptado Experiência valorativa Valor Estratégias Definição de Valor (Definição da p. 21 do Caderno do Aluno da Plátano Editora) Conceitos Axiologia Planificação da Lição 10 – 10º ano de Filosofia – turma C Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 30 minutos 30 minutos 15 minutos Gestão 15 minutos xliv Manual adoptado; Quadro; Giz. Catarina Vicente, 21 de Novembro de 2012 Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Distinguir juízos de facto de juízos de valor Identificar diferentes tipos de valor Identificação de tipos de valores Argumentação xlv Diferenciar tipologia de valores de caracterização de valores Definir os vários tipos de valores Identificar juízos de facto Interpretação de texto Expressão Escrita Objectivos Específicos Identificar juízos de valor Competências Específicas Conceptualização Valores materiais: valor vital, valor económico e valor do agradável. Juízo de facto Juízo de valor Conceitos Valor Síntese dos conteúdos leccionados na aula. Apresentação dos tipos de valores a partir da p. 71 do manual adoptado. Correcção da Ficha de Trabalho no quadro, pelos alunos. Estratégias Exercício 11 da p. 21 do Caderno de Actividades do Manual Contextos do 10º ano e Exercício da p. 22 do Caderno do Aluno do Manual Filosofia 10º ano da Plátano editora, adaptados pela Mestranda numa Ficha de Trabalho. Valores Recursos: espirituais: Ficha de Trabalho; ético-políticos, Quadro; estéticos, Giz. religiosos. Catarina Vicente, 26 de Novembro de 2012 Tipos de Valores Conteúdos Juízos de valor e juízos de facto II - A Acção e os Valores 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos Planificação da Lição 11 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação Participaçã o pertinente na aula 10 minutos 20 minutos 30 minutos Gestão 30 minutos xlvi Definir critério valorativo Distinguir “absoluto” de “relativo” Argumentação oral Definir a historicidade dos valores Análise de texto Interpretação de texto Definir hierarquia de valores Caracterização de diferentes tipos de valores Definir relatividade e absolutividade de valor Objectivos Específicos Definir polaridade dos valores Competências Específicas Conceptualização Conceitos Caracterização de Valores; Hierarquia de Valores; Historicidade de Valores; Absolutividade de Valores; Relatividade de Valores; Critérios Valorativos Análise de um excerto de Para a Genealogia da Moral, de Friedrich Nietzsche, em GrupoTurma. Estratégias Caracterização geral dos valores a partir da leitura da p. 72 do manual adoptado. Esquematizar pólos, hierarquias, historicidade e absolutividade/relatividade em valores. Definir critério valorativo a partir de uma breve análise da p. 74 do manual adoptado e de exemplos dados pela Mestranda. T.P.C.: Proposta de actividades p. 80 do manual adoptado e analisar o caso de Heinz Relatividade de pp. 74-75. Valores Recursos: Para a Genealogia da Moral, Friedrich Nietzsche Critérios Manual adoptado. Valorativos Quadro; Giz; Debate em Grupo-Turma. Catarina Vicente, 28 de Novembro de 2012 Absolutividade de Valores Historicidade de Valores Hierarquia de Valores Conteúdos Caracterização de Valores II - A Acção e os Valores 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos Planificação da Lição 12 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação Participação pertinente na aula 60 minutos Gestão 30 minutos xlvii Síntese dos conteúdos leccionados Problematização Competências Específicas Conceptualização Objectivos Específicos Consolidar a matéria estudada até então Conceitos Estratégias Acção, Correcção dos T.P.C. condicionantes da acção, Determinismo, Compatibilismo, Revisões sobre a matéria Libertarismo, Indeterminismo, leccionada até então. Valor, Juízo de Facto, Juízo de Valor, Polaridade de valores, Hierarquização dos valores, Historicidade, Absolutividade e Relatividade de Valores, Critérios valorativos Catarina Vicente, 3 de Dezembro de 2012 Conteúdos A rede conceptual da acção, condicionantes da acção, teorias sobre o determinismo e liberdade na acção humana, valores e valoração. II - A Acção e os Valores 2.1 Valores e Valoração – a questão dos critérios valorativos Planificação da Lição 13 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 60 minutos Gestão 30 minutos Relacionar os conteúdos do filme com a sociedade onde se vive Reflexão sobre temas problemáticos da sociedade contemporânea xlviii Objectivos Específicos Interpretar filosoficamente filmes Competências Específicas Interpretação de dispositivos audiovisuais Xenofobia Preconceito Etnia Conceitos Racismo Estratégias Visualização do filme Do the Right Thing, de Spike Lee. Catarina Vicente, 10 de Dezembro de 2012 Conteúdos Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas II - A Acção e os Valores 2.2 Valores e Cultura – a diversidade e o diálogo de culturas Planificação da Lição 14 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Atitude e comportamento na sala de aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão 90 minutos Explicar o papel da cultura na acção humana Posicionamento crítico xlix Argumentação oral Problematização Criticar o relativismo cultural Criticar o etnocetrismo Exemplificar e interpretar processos de aculturação Explicitar o papel da socialização na acção humana Interpretação de texto/narrativa/argumento Visualização crítica de um filme Objectivos Específicos Definir “socialização”, “cultura”, “relativismo cultural”, “identidade”, “globalização”, “genocídio” Competências Específicas Conceptualização Aculturação Identidade cultural Relativismo cultural Etnocentrismo Diversidade cultural Cultura Conceitos Socialização Debate em Grupo-Turma acerca dos conceitos nucleares e relevantes para a matéria. Estratégias Conclusão da visualização do filme Do the Right Thing, de Spike Lee. Catarina Vicente, 12 de Dezembro de 2012 Conteúdos Valores e cultura – a diversidade e o diálogo de culturas II - A Acção e os Valores 2.2 Valores e Cultura – a diversidade e o diálogo de culturas Planificação da Lição 15 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 50 minutos Gestão 40 minutos l Interpretação de obras audiovisuais Argumentação oral Problematização Posicionamento crítico Competências Específicas Sensibilização para a temática da sexualidade enquanto um projecto de vida virado para afectos e uma Ética Discutir a sexualidade na adolescência tendo em conta os possíveis perigos Objectivos Específicos Compreender a sexualidade como um processo de troca de afectos ao longo de uma vida, baseado no respeito pelo próximo Projecto de Educação Sexual – 11 de Março de 2013 Conteúdos Sexualidade na Adolescência Frustração amorosa Compromisso Afecto Ética Conceitos Sexualidade Recursos: Filme Juno; Ficha de trabalho com sinopse do filme por mim elaborada; Projector; Computador Debate em Grupo-Turma acerca da problemática do filme e como reagiriam se a situação do filme se passasse nas suas vidas. Estratégias Visualização do filme Juno. Planificação da Lição 16 – 10º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 50 minutos Gestão 40 minutos li Problematizar a segurança dos dados dos sentidos Posicionamento crítico em relação a obras escritas filosóficas Problematizar a noção de realidade e de constructo da realidade Explicitar o sentido da pergunta “O que é o conhecimento?” Definir sujeito e objecto de conhecimento Distinguir saber-fazer de saber proposicional e saber de experiência Objectivos Específicos Definir saber-fazer, saber proposicional e saber de experiência Hermenêutica Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Saber proposicional Saber-fazer Construção da realidade Dados dos sentidos Ficção Realidade Conceitos Conhecimento Debate em Grupo-Turma sobre as conclusões filosóficas extraídas da análise do texto. 30 minutos Leitura e análise de um excerto do Teeteto de Platão, para consolidar a exposição teórica que a precedeu. Saber de experiência Gestão 30 minutos 30 minutos Avaliação Participação pertinente na aula. Análise e interpretação de um texto de Thomas Nagel sobre o problema do conhecimento. Estratégias Definição, por parte da mestranda, com apoio no manual adoptado, dos diferentes tipos de saberes. Recursos: Texto de Thomas Nagel e excerto do Teeteto de Platão; Ficha de trabalho; Sujeito Manual adoptado; Quadro; Giz. Objecto Catarina Vicente, 14 de Janeiro de 2013 O que é o conhecimento? Introdução na problemática do acto de conhecer Conteúdos Saber-fazer, saber proposicional e saber de experiência II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Estrutura do acto de conhecer Planificação da Lição 1 – 11º ano de Filosofia – turma E Planificações de Aulas 11º Ano Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas lii Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Problematizar a segurança dos dados dos sentidos Distinguir conhecimento a priori de conhecimento a posteriori Analisar os termos “crença”, “verdade” e “justificação” Argumentação Problematização Objectivos Específicos Explicar a definição tripartida de conhecimento Competências Específicas Conceptualização Conceitos Conhecimento a posteriori Conhecimento a priori Crença verdadeira justificada Justificação Ilusão Conhecimento de facto Opinião / Verdade Acreditar Conhecimento Crença Recursos: Quadro; Manual adoptado; Giz. Apresentação do problema filosófico da validade/possibilidade do conhecimento, sobre a pergunta “Será que sabemos o que julgamos saber?” Estratégias Partindo da análise de axiomas matemáticos, a mestranda fará a definição daquilo que é chamado conhecimento a priori. Exposição, por parte da Mestranda, do conceito de a posteriori. Catarina Vicente, 17 de Janeiro de 2013 Distinção de conhecimento a priori e conhecimento a posteriori Elementos constitutivos do conhecimento Conteúdos O que é o conhecimento? II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Estrutura do acto de conhecer Planificação da Lição 2 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação pertinente na aula 30 minutos Avaliação Gestão Atitudes e 60 comportamentos minutos liii Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Conteúdos Contraargumento de Gettier à definição tripartida de conhecimento clássica Crença verdadeira justificada Justificação Ilusão Conhecimento de facto Opinião / Verdade T.P.C.: Inventar um caso Gettier. Correcção em Grupo-Turma do exercício da Actividade 2. Exercício de escrita da Actividade 2. Leitura em Grupo-Turma do texto de Gettier, presente no manual pp. 159 -161, com explicitação de dúvidas de interpretação por parte da Mestranda. Acreditar Conhecimento Estratégias Análise textual do Grupo-Turma do exemplo de um “caso Gettier” a partir do manual adoptado na p.158. Conceitos Crença Contra-exemplo de Gettier Recursos: Quadro; Giz; Manual adoptado. Aula não leccionada porque este conteúdo não é leccionado por decisão da Escola Secundária de Casquilhos Analisar os termos “crença”, “verdade” e “justificação” Argumentação Problematização Objectivos Específicos Explicar a definição tripartida de conhecimento Competências Específicas Conceptualização II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 2. Estrutura do acto de conhecer Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Avaliação Atitudes e comportamentos 15 minutos 25 minutos 35 minutos Gestão 15 minutos liv Problematização Competências Específicas Conceptualização Corrigir erros cometidos nos testes, para que o próprio aluno possa aprender Objectivos Específicos Sensibilizar os alunos para a disciplina de Filosofia e para obterem melhores resultados Conceitos Relativos a toda a matéria que foi objecto de estudo no teste Exposição para consolidação da matéria leccionada até então. Conversa em Grupo-Turma sobre os resultados dos testes. Estratégias Correcção oral e escrita, no quadro, dos testes de avaliação. Catarina Vicente, 18 de Fevereiro de 2013 Conteúdos Conteúdos relativos à matéria presente no teste de avaliação II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Estrutura do acto de conhecer Planificação da Lição 3 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação oral pertinente na aula Avaliação Gestão Atitudes e 90 comportamentos minutos lv Leitura filosófica de obras audiovisuais Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Problematizar a noção de realidade e de constructo da realidade Explicitar o sentido da pergunta “O que é o conhecimento?” Argumentação Problematização Objectivos Específicos Problematizar a segurança dos dados dos sentidos Competências Específicas Conceptualização Construção da realidade Dados dos sentidos Percepção Realidade virtual Ilusão Sonho Percepção Realidade Conceitos Conhecimento Recursos: Auditório; Filme Matrix; Guião do visionamento do filme Matrix. Estratégias Visualização de Matrix dos irmãos Wachowsky. Catarina Vicente, 21 de Fevereiro de 2013 Conteúdos “Será que sabemos o que julgamos saber?” II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 2. Estrutura do acto de conhecer Planificação da Lição 4 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação oral pertinente na aula Avaliação Gestão Atitudes e 90 comportamentos minutos Objectivos Específicos Explicitar a crítica de Hume à metodologia da dúvida cartesiana lvi Hierarquizar e explicar a taxonomia do Hermenêutica de texto conhecimento humano filosófico sobre o problema de acordo com Hume do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Empirismo Ideias simples e ideias complexas Ideias Percepções, Impressões, Sensações externas, Sentimentos internos Cepticismo radical Cogito cartesiano A priori Dúvida cartesiana Conceitos Crítica Recursos: Quadro; Giz; Excertos de Investigações sobre o Entendimento Humano. Depois de se esquematizar e caracterizar a divisão epistémica Humeana entre questões de facto e relações de ideias (p.156 do manual Arte de Pensar), analisar-se-á um excerto da Investigação Sobre o Entendimento Humano sobre a empiricidade da causalidade Estratégias A partir da leitura de um excerto de Investigações sobre o Entendimento Humano, apresenta-se a crítica Humeana ao a priorismo do cogito cartesiano e da prova de Deus cartesiana. Catarina Vicente, 25 de Fevereiro de 2013 Natureza do pensamento Humeano Conteúdos A crítica Humeana à dúvida cartesiana II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Planificação da Lição 5 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação pertinente em aula Avaliação T.P.C. 30 minutos Gestão 60 minutos Objectivos Específicos Caracterizar os dois tipos de conhecimento para Hume lvii Explicar em que medida a causalidade é uma Hermenêutica de texto relação de ideias filosófico sobre o problema empírica do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Hábito Expectativa Causa / Efeito Causalidade A priori / A posteriori Necessidade Contingência Relações de ideias Conceitos Questões de facto Recursos: Quadro, Giz, Ficha de trabalho. Realização de ficha de trabalho sobre o texto lido em aula. Exposição do conceito de causalidade partindo de excertos de “Investigação sobre o Entendimento Humano” e um texto de minha autoria. Estratégias Caracterização da causalidade como conjunção constante que pode ser observada entre eventos ou objectos Cepticismo moderado Catarina Vicente, 28 de Fevereiro de 2013 A causalidade como relação de ideias Conteúdos A priori e a posteriori em Hume II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Planificação da Lição 6 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Atitudes e comportamentos Avaliação T.P.C. ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 30 minutos Gestão 60 minutos lviii Interpretação de obras audiovisuais Argumentação oral Problematização Posicionamento crítico Competências Específicas Sensibilização para a temática da sexualidade enquanto um projecto de vida virado para afectos e uma Ética Discutir a sexualidade na adolescência tendo em conta os possíveis perigos Objectivos Específicos Compreender a sexualidade como um processo de troca de afectos ao longo de uma vida, baseado no respeito pelo próximo Projecto de Educação Sexual – 11 de Março de 2013 Frustração amorosa Compromisso Recursos: Filme Juno; Ficha de trabalho com sinopse do filme por mim elaborada; Projector; Computador Visualização do filme Juno. Afecto Ética Estratégias Introdução ao tema da sexualidade na adolescência. Conceitos Sexualidade Catarina Vicente, 21 de Março de 2013 Conteúdos Sexualidade na Adolescência Planificação da Lição 7 – 11º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 50 minutos Gestão 40 minutos lix Interpretação de obras audiovisuais Argumentação oral Problematização Posicionamento crítico Competências Específicas Sensibilização para a temática da sexualidade enquanto um projecto de vida virado para afectos e uma Ética Discutir a sexualidade na adolescência tendo em conta os possíveis perigos Objectivos Específicos Compreender a sexualidade como um processo de troca de afectos ao longo de uma vida, baseado no respeito pelo próximo Projecto de Educação Sexual – 11 de Março de 2013 Conteúdos Sexualidade na Adolescência Frustração amorosa Compromisso Recursos: Filme Juno; Ficha de trabalho com sinopse do filme por mim elaborada; Projector; Computador Debate em Grupo-Turma acerca da problemática do filme e como reagiriam se a situação do filme se passasse nas suas vidas. Afecto Ética Estratégias Conclusão da visualização do filme Juno. Conceitos Sexualidade Planificação da Lição 8 – 11º ano de Filosofia Anexo A – Planificações Avaliação Participação pertinente na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 50 minutos Gestão 40 minutos lx Análise e reflexão sobre obras audiovisuais Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização O génio maligno apresentado por Descartes Conteúdos O problema do conhecimento Génio maligno Cepticismo Suspensão do juízo Dúvida metódica Conhecimento racional Conceitos Conhecimento empírico A mestranda fará um paralelismo entre as máquinas de Matrix e o génio maligno apresentado por Descartes. Esta comparação será feita para explicitar melhor o texto, salvaguardando-se a integridade teórica do “génio maligno.” Análise filosófica do filme, em debate com o Grupo-Turma, partindo do guião de trabalho. Estratégias Conclusão da visualização do filme Matrix. Hipótese Recursos: Excerto da primeira meditação de Descartes; Auditório; Filme Matrix; Quadro; Giz. Nota: todas as planificações que se seguem não foram objecto de leccionação. Relacionar o controlo que as máquinas têm sobre os humanos em Matrix com a hipótese da existência de um génio maligno em Descartes Objectivos Específicos Explicitar em que consiste a hipótese do génio maligno apresentada por Descartes II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 30 minutos Avaliação Gestão Atitudes e 15 comportamentos minutos 30 Participação oral minutos pertinente na 15 aula minutos lxi Expressão escrita Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Objectivos Específicos Explicitar em que consiste a dúvida metódica e clarificar a sua intenção epistémica Cogito cartesiano Conteúdos A dúvida metódica II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Cogito, ergo sum Hipótese Cepticismo Suspensão do juízo Dúvida metódica Conhecimento racional Conceitos Conhecimento empírico Recursos: Excerto da primeira meditação de Descartes; Excerto da segunda meditação de Descartes; Quadro; Giz. Realização de ficha de trabalho, a ser corrigida pela mestranda. Análise de um excerto da Segunda Meditação Cartesiana, com o objectivo de explicitar o que é o Cogito Cartesiano. Estratégias Leitura analítica de excertos da Primeira Meditação cartesiana, explicitando-se com mais pormenor a metodologia céptica de Descartes. Planificação da Lição 6 – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Participação oral pertinente na aula Avaliação Atitudes e comportamentos 30 minutos 15 minutos 30 minutos Gestão 15 minutos Definir o cogito cartesiano Objectivos Específicos Explicitar a função da hipótese do génio maligno para o sistema epistémico cartesiano lxii Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Explicitar a função centralizadora do cogito cartesiano para o sistema epistémico cartesiano Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Ideia distinta Conteúdos Conceitos Cogito, ergo Cogito sum cartesiano como ideia clara Ideia clara e distinta II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Recursos: Excerto das Meditações Cartesianas; Quadro; Giz. Partindo desse excerto, analisar a centralidade do cogito para toda a teoria metafísica e epistémica cartesiana. Estratégias Análise de um excerto da Segunda Meditação Cartesiana, com o objectivo de rever e explicitar o que é o Cogito Cartesiano. Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Avaliação formativa Avaliação Atitudes e comportamentos ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão 90 minutos Definir o cogito cartesiano Objectivos Específicos Explicitar a função da hipótese do génio maligno para o sistema epistémico cartesiano lxiii Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Explicitar a função centralizadora do cogito cartesiano para o sistema epistémico cartesiano Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Conteúdos O papel de Deus na epistemologia cartesiana das Meditações Cartesianas II – Descrição e Interpretação da Actividade Cognitiva 1. Comparação de Teorias Explicativas do Conhecimento Justificação Verdade Dúvida/Certeza a priori/a posteriori Sujeito / Objecto Conhecimento Verdade racional Objectividade Conceitos Prova de Deus como ser perfeito Recursos: Excerto de textos de Descartes; Quadro; Giz. Revisões sobre a matéria leccionada até então, para preparação dos alunos para o teste sumativo a realizar na próxima aula. Estratégias Partindo de excertos de algumas obras de Descartes, analisar-se-ão as provas de Deus apresentadas por Descartes com o intuito de se provar a existência do mundo conhecido pelos sentidos. Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Avaliação formativa Avaliação Atitudes e comportamentos ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 45 minutos Gestão 45 minutos lxiv Expressão escrita Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Objectivos Específicos Distinguir senso comum de conhecimento científico II – Estatuto do Conhecimento Científico Racionalidade científica Conhecimento vulgar e conhecimento científico Objectividade científica Conhecimento vulgar / conhecimento científico Conceitos Conteúdos Texto de Stephen Hawking; Youtube; Projector; Quadro-síntese “Senso Comum e Conhecimento Científicico” Recursos: T.P.C.: partindo de uma situação-problema “Modelo geocêntrico vs. Modelo heliocêntrico”, explicitar em que medida o senso comum se contrapõe com o conhecimento científico. Análise, pelo Grupo-Turna, de um texto-síntese sobre a distinção entre Ciência e Senso Comum. Visionamento de um vídeo do Youtube intitulado “senso comum e científico trabalho de filosofia” (http://www.youtube.com/watch?v=iFj5gYZCXrE) A partir de um texto de Stephen Hawking sobre senso comum e ciência, caracterizar os dois tipos de saber. Estratégias Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão T.P.C. Participação 30 minutos oral em aula, anotada no 60 minutos fim da aula, com os alunos que se destacaram na participação Avaliação lxv Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Objectivos Específicos Relacionar o método científico com o método indutivo de conhecimento II – Estatuto do Conhecimento Científico Conteúdos O método científico indutivo Teoria científica Verificabilidade Giz Recursos: Texto de Wolfe; Quadro T.P.C.: Exemplo imaginado da aplicação da metodologia indutiva seguida por um cientista Introdução do conceito de verificacionismo por parte da mestranda e classificação da teoria indutivista como teoria verificacionista. Hipótese científica Método indutivo científico Exercício escrito onde se exemplifica um raciocínio indutivo por parte da Turma. Estratégias Apresentação de raciocínios do tipo “indutivo” aos alunos pela mestranda. Partindo de um texto de Wolfe, apresentar-se-á o método indutivo aos alunos, nos seus três momentos: registo e classificação de factos empíricos, obtenção da teoria pela generalização indutiva, aplicação da teoria a novos factores empíricos tendo em vista a sua confirmação. Raciocínio indutivo Conceitos Racionalidade científica Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações T.P.C. Avaliação formativa do trabalho redigido em aula Avaliação Participação oral em aula, anotada no fim da aula, com os alunos que se destacaram na participação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas 15 minutos 60 minutos 5 minutos Gestão 10 minutos lxvi Hermenêutica de texto filosófico sobre o problema do conhecimento Argumentação Problematização Competências Específicas Conceptualização Contrapor o problema da indução ao indutivismo Objectivos Específicos Explicar o problema da indução II – Estatuto do Conhecimento Científico Conteúdos O problema da indução Petição de princípio Cepticismo Conceitos Problema da indução Hume então procura comprovação do princípio da indução em dados a posteriori e não os pode aceitar por Hume procura essa comprovação a priori e não a encontra, porque não há qualquer dado puramente racional que aponte para a uniformidade da natureza (nada na minha razão implica que amanhã o sol nasça). A mestranda começa por mostrar como as inferências indutivas tem pressuposto nelas o princípio da indução que carece de comprovação. A mestranda fará a sua exposição partindo do exemplo indutivo dado por Hume sobre a certeza de que o sol se levantará amanhã. Estratégias Hume coloca o problema da indução a partir do seu cepticismo. Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Avaliação Participação oral em aula, anotada no fim da aula, com os alunos que se destacaram na participação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão 60 minutos lxvii Manual; Quadro; Giz. Recursos: T.P.C.: Colocar sobre forma de silogismo o argumento de Hume que invalida a indução Como não existe nem um nem outro modo de comprovação do princípio de indução este fica comprovado como injustificável. incorrerem em petição de princípio. Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas lxviii Sistematização de conhecimentos adquiridos Exposição de teses Argumentação Competências Específicas Conceptualização Explicar em que medida é que o falsificabilismo é um método mais forte do que o indutivismo Definir o critério de demarcação de falsificabilidade, segundo Popper Relacionar o método científico com o método indutivo de conhecimento Integrar o papel do raciocínio indutivo na teoria epistémica Humeana, salientando as suas fragilidades, identificadas por Hume Objectivos Específicos II – Estatuto do Conhecimento Científico Raciocínio indutivo Falsificabilismo Objectividade científica Teoria científica Método científico do falsificabilismo Modus tollens Raciocínio hipotéticodedutivo Método indutivo científico Racionalidade científica Conceitos Indutivismo Conteúdos Comparar, partindo do powerpoint, as duas teorias de metodologia científica. Definir o critério de demarcação do falsificabilismo, a partir do manual, complementando pontualmente com uma paráfrase do próprio texto de Popper. Seguidamente, expor-se-á o problema da indução, partindo do manual, mas complementando as informações, com aquelas que Popper fornece. O principal suporte técnico-didáctico utilizado será o powerpoint, onde se fará revisão do papel do raciocínio indutivo na teoria epistémica Humeana, identificando-se os seus pressupostos, tal como Hume, no livro identificado na bibliografia, e Popper os identificaram. Estratégias Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Quadro comparativo do indutivismo e do falsificabilismo, a realizar como trabalho de casa Avaliação 90 minutos Gestão lxix Interdisciplinaridade Sistematização de conhecimentos adquiridos Exposição de teses Argumentação Competências Específicas Conceptualização Apresentar e explicar os estágios da mudança de paradigma, segundo Khun Definir paradigma científico Definir revolução científica e comparar com a definição de revolução científica Objectivos Específicos Definir os conceitos de “evolução científica” de acordo com Khun e com Popper, comparando-os II – Estatuto do Conhecimento Científico Conteúdos Introdução à teoria da evolução científica khuniana Revolução científica Ciência extraordinária Crise científica Anomalia científica Ciência normal Paradigma científico Revolução científica Conceitos Progresso científico KHUN, Thomas, A Tensão Essencial,trad. de Rui Pacheco, Lisboa: Edições 70, p. 363 - 384. Recursos: Utilizando o mesmo recurso, apresentar os quatro momentos cruciais na mudança de um paradigma científico Partindo de um powerpoint, introduzir a noção de “revolução científica” khuniana, por contraste à noção de “progresso científico” popperiano Estratégias Revisão da evolução científica, segundo Popper, tal como foi abordada na aula anterior. Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Avaliação Participação na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão lxx Interdisciplinaridade Sistematização de conhecimentos adquiridos Exposição de teses Argumentação Competências Específicas Conceptualização Articular a objectividade com a subjectividade na teorização científica Definir cada critério de avaliação de teorias científicas, segundo Khun Enunciar os critérios de avaliação de teorias científicas, segundo Khun Objectivos Específicos Articular os vários elementos dos paradigmas científicos II – Estatuto do Conhecimento Científico Conteúdos O funcionamento dos paradigmas filosóficos, segundo Khun Escolha teórica Juízo de valor Subjectividade, segundo Khun Objectividade, segundo Khun Precisão, consistência de teorias, abrangência, simplicidade, fecundidade Conceitos Leis científicas KHUN, Thomas, A Tensão Essencial , trad. de Rui Pacheco, Lisboa: Edições 70, 363-384. Recursos: Leitura de excertos projectados, em powerpoint, da d´A Tensão Essencial, de forma a clarificar conceitos e articulá-los com as teses khunianas. Estratégias Leitura acompanhada do manual Planificação da Lição x – 11º ano de Filosofia – turma E Anexo A – Planificações Avaliação Participação na aula ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Gestão Anexo B Guiões de lições e material utilizado ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 1 – 15 de Outubro de 2012 Sumário: Introdução ao estudo do problema da acção humana. Análise de uma situaçãoproblema. Características do agir humano. O que é uma acção humana? Mediante aviso na aula anterior, os alunos devem estar na posse do manual nesta aula; sendo que deve existir pelo menos um manual por mesa. Serão dedicados 20 minutos para a leitura, em voz alta, do texto das pp. 42-43 do manual. Será solicitado que cada aluno leia um parágrafo. Serão esclarecidos os conceitos presentes no texto que forem desconhecidos pelos alunos. Analisar-se-á, seguidamente, o texto, com o objectivo de os alunos se prepararem para o exercício escrito. Os alunos responderão, por escrito, às questões 1, 2, 4 e 5 relativas à situação-problema. Para esta actividade, a realizar preferencialmente em grupos de 2, conta-se com 20 a 30 minutos. Proceder-se-á, então, à correcção das respostas elaboradas pelos alunos; dando-se ao mesmo tempo a introdução de alguns conceitos constituintes da rede conceptual da acção, tais como Motivo, Intenção, Acção, Agente, Vontade, Deliberação, Opção de Escolha, Decisão. Dever-se-á chegar à conclusão de que a acção de Heitor é uma acção humana pois Heitor é um ser humano dotado do poder de escolha, de optar. Além disso, Heitor tinha um motivo para agir como agiu, para lutar: o dever de defender a sua nação, os concidadãos, os idosos, a família. Mesmo sabendo Heitor que Aquiles era mais forte que ele, Heitor decidiu, conscientemente, lutar. Heitor não queria, também, esquecer a sua honra, pelo que era imperativo lutar para a defender: não só a sua honra, mas a de todo um povo. A mestranda explicará já a complexidade do agir. Quando o nosso agir é involuntário chamamos a esse agir uma acção? Existem acções que não são voluntárias? Estas são algumas das questões que a mestranda colocará aos alunos. A conclusão é: não existem acções involuntárias. Perante a análise do texto, a seguinte questão impor-se-á: o que caracteriza então a acção humana? Qual a sua especificidade? Exemplo da especificidade de se ser um triângulo: ter sempre 3 lados. A especificidade da acção humana consiste em ser sempre voluntária, consciente, ter um motivo, ser orientada para um fim, e o agente ter oportunidade de escolha, uma vez que se considera, a partir do texto, que existe livre-arbítrio. Para este debate pensa-se ocupar 30 minutos. Nos restantes 10 minutos começar-se-á o T.P.C., caso haja oportunidade, que será constituído por elaborar um parágrafo que resuma, pelo menos, os conceitos nucleares dados na aula. lxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 2 – 17 de Outubro de 2012 Sumário: A rede conceptual da acção. Exercício escrito. Os primeiros 15 minutos da aula serão ocupados com a verificação e correcção dos T.P.C. Relembrando, então, alguns dos conceitos já mencionados na aula anterior, passar-se-á à explicação, por parte da mestranda, da rede conceptual da acção com mais cuidado e pormenor, baseando-se no esquema do manual da p. 45. Serão, assim, definidos pela professora os seguintes conceitos: acção, agente, motivo, intenção/ fim, deliberação, decisão, livre-arbítrio/vontade. Espera-se, nesta altura, que os alunos já consigam, por si, definir alguns destes conceitos, isto é, explicar de forma clara o seu significado. A finalidade desta aula é os alunos ficarem na posse do conhecimento do que é uma acção humana, como se caracteriza e como ocorre. A mestranda terá de referir o carácter voluntário da acção humana, uma vez que muitos alunos poderão pensar que acontecimentos (involuntários por parte do agente) são acções. Far-se-á uma distinção muito clara entre Intenção e Motivo da acção, a partir da distinção entre o motivo e a intenção na acção de Heitor. A justificação da acção, o porquê da acção é a causa primeira, isto é, aquilo que leva Heitor a agir (dever de proteger a cidade, a família, os concidadãos, assegurar a sua honra e dignidade), o que faz com que Heitor tenha como intenção/finalidade/objectivo final da sua acção a defesa e salvação da sua cidade. Só o agente tem acesso ao motivo, ao porquê de ter agido como agiu. A intenção vem sempre depois do motivo. Exemplo: Eu sou muito amiga da Susana porque eu quero a camisola vermelha que ela tem. O meu motivo para ser simpática com a Susana é querer a camisola. A minha intenção, isto é, a finalidade da minha acção é ter a camisola, já não é querer a camisola, é tê-la efectivamente. Assim, o motivo orienta a intenção. O motivo é sempre subjectivo, tem que ver com um desejo do sujeito, um querer, isto é, diz respeito ao sujeito; mas a intenção é algo que tem, na maior parte das vezes, manifestação no mundo objectivo, real. A intenção é visível no mundo real ou objectivo; o motivo pode nunca ser revelado pelo sujeito. A deliberação surge após o motivo estar estabelecido. É então que o sujeito toma a decisão. Em muitos casos, no entanto, a intenção pode surgir primeiro, mas isso pode implicar que o sujeito não está muito consciente do motivo pelo qual está a agir, isto é, no exemplo da camisola, o sujeito não estaria consciente do porquê de ter a camisola. O sujeito não está bem consciente do que quer na sua vida. Assim, o sujeito não está a ser o agente da acção, está meramente a agir de forma automática, levado por intenções sem fundamento, sem justificação. Exemplo: o meu computador não é um agente porque ainda que tenha como finalidade servir imensos propósitos, como navegar na internet, etc, o computador não sabe o porquê da sua existência ou do seu propósito. lxxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Esclarecimento do que significa livre-arbítrio. Livre-arbítrio significa liberdade de decisão nas escolhas que tomam lugar por parte do sujeito agente. O agente pode decidir o que quer fazer perante um problema que se lhe apresenta. lxxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Exercício Escrito – 17 de Outubro de 2012 Escreve um exemplo de uma acção com todos os elementos da rede conceptual, definindo, por palavras tuas, cada um dos elementos: - agente; -motivo; - deliberação; - consciência; - decisão; - intenção/finalidade. Nome: _______________________________________________________ Número:________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ Bom trabalho! lxxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 3 – 22 de Outubro de 2012 Sumário: Correcção dos T.P.C. Revisões da matéria leccionada. 20 minutos serão dedicados a entregar e corrigir os T.P.C. dos alunos, apresentando uma possível resposta, que pode ser a do exemplo referido na aula anterior, ou uma boa resposta de algum aluno, que mencione, identifique e relacione todos os elementos da rede conceptual da acção. Esta aula será dividida em duas partes: num primeiro momento, abordar-se-á o tema acima mencionado; numa segunda parte serão esclarecidas as dúvidas dos alunos acerca da matéria leccionada até então. Cerca de 60 minutos são para revisão da matéria dada, uma vez que os alunos terão teste na lição seguinte, dia 24 de Outubro. Dentro desta revisão da matéria pensa-se dar principal destaque aos conceitos de Filosofia, filósofo, saber, opinião, argumento, tese, conceito. Pretende-se também relembrar que a Filosofia tem um método, um objectivo, embora seja sempre uma actividade subjectiva. Enquanto seres pensantes, cada aluno pode ter a sua visão do mundo. lxxv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 4 – 29 de Outubro de 2012 Sumário: As condicionantes da acção humana. Realização de exercícios. Em relação às condicionantes da acção, serão levantadas as seguintes questões, entre outras: “o que pode afinal condicionar a acção humana?”; “quais os seus limites?”, “Somos mesmo livres para agir como queremos?”, “Existem mesmo acções voluntárias?”. O Grupo-Turma abrirá a p. 8 do Caderno de Actividades, do Manual adoptado, no “Texto Complementar”. Após a leitura desse texto, a mestranda fará, com a participação dos alunos, um esquema do texto no quadro da sala de aula que represente as condicionantes da acção. Os alunos deverão responder, por escrito, à pergunta “será que somos livres para agir face às condicionantes da acção que estudámos?”. Para preparar este exercício, os alunos deverão ler os textos da p.66 do Manual adoptado. Esta actividade poderá ser passada para T.P.C. a entregar na aula seguinte. lxxvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 5 – 31 de Outubro de 2012 Sumário: Introdução ao tema do Determinismo e Liberdade na Acção Humana. Dedicar-se-ão 10 minutos para a escrita do sumário e a marcação de faltas dos alunos. Partindo do T.P.C., será pedido aos alunos que se posicionem criticamente em relação ao problema da liberdade. A mestranda fará um levantamento dos argumentos que suportam as posições dos alunos e que sejam relevantes para o determinismo radical, o Libertarismo e o Compatibilismo. O Compatibilismo será abordado caso alguns alunos defendam essa posição. No entanto, planeia-se que o Compatibilismo seja abordado mais exaustivamente na lição seguinte. Serão lidos e analisados os textos da p. 66 do manual. A partir destas duas posições, a mestranda complementará os argumentos que estão no quadro e apresentará o determinismo radical e o Libertarismo como respostas ao problema da liberdade. Seguidamente, o Grupo-Turma fará uma distinção conceptual entre “liberdade” e “livrearbítrio” com a ajuda da mestranda. lxxvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 6 – 5 de Novembro de 2012 Sumário: Entrega e correcção dos testes. Síntese das teorias filosóficas relativas ao problema da liberdade na acção humana. Exercício escrito sobre o tema da aula. A mestranda entregará, num primeiro momento, os testes formativos corrigidos, realizados pelos alunos no passado dia 24 de Outubro. Será feita a correcção dos mesmos, oralmente, com escrita no quadro, por parte da mestranda, dos tópicos mais importantes em cada resposta (tópicos de uma resposta modelo). Seguidamente a mestranda fará um apanhado dos conteúdos leccionados na aula anterior, para que estes fiquem compreendidos e consolidados pelos alunos enquanto teorias filosóficas acerca do Problema da Liberdade na Acção Humana. Será explicado novamente aos alunos que o Determinismo, o Indeterminismo, o Libertarismo e o Compatibilismo são teorias acerca do Problema da Liberdade na Acção Humana. Os alunos poderão concordar mais com uma ou com outra, mas o facto é que são teorias filosóficas que os alunos terão de compreender. Causalidade O princípio da causalidade estipula que todo o efeito tem uma causa e que, nas mesmas circunstâncias, a mesma causa produz sempre os mesmos efeitos. Se A, necessariamente B. DETERMINISMO Em epistemologia/teoria do conhecimento designa a teoria segundo a qual tudo está determinado, isto é, submetido a condições necessárias e suficientes, elas próprias também determinadas. Uma relação é determinada quando existe uma ligação necessária entre uma causa e o seu efeito; neste sentido, o determinismo é uma generalização do princípio da causalidade, que liga cada acontecimento a um outro (é esta causalidade que o cientista pretende conhecer estabelecendo leis). Aplica-se antes de mais aos acontecimentos da natureza e, enquanto necessidade cognoscível, opõe-se ao destino: este é uma lei cega que escapa ao homem, enquanto "um fenómeno pode ser integralmente determinado permanecendo mesmo assim perfeitamente imprevisível” (...). EXEMPLO: O tempo que teremos dentro de seis meses não está escrito em lado nenhum: não está ainda determinado; mas sê-lo-á dentro de seis meses. lxxviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Determinismo Radical Teoria segundo a qual todos e cada um dos acontecimentos do universo estão submetidos a um sistema de causas e efeitos necessários -- mesmo aqueles factos que parecem, de algum modo ilusório, serem resultado da liberdade e da vontade. Entre os defensores do determinismo, há quem aplique a teoria apenas a uma parte da realidade -- e há quem a estenda a todos os acontecimentos, incluindo as acções humanas: caso do determinismo radical. No entanto, o determinismo não é um fatalismo: não exclui nem o acaso nem a eficácia da acção. O acto de Liberdade que engendra a decisão humana ergue o homem contra uma solidão trágica, mas afirma-o sempre como anterior ao Determinismo" (Michel Richard - As grandes correntes do pensamento contemporâneo, p. 113-14.) Indeterminismo Perspectiva da física contemporânea segundo a qual nenhuma acção é determinada. O mundo das micropartículas não é regido por leis de causalidade, nem a vontade humana. Libertarismo Teoria dualista. O mundo material e a acção humana são de natureza diferente, por isso são regidos por leis diferentes. As leis físicas, como a lei da Causalidade, que regem os fenómenos naturais não são aplicáveis aos fenómenos da mente, àquilo que pensamos e fazemos. Portanto, a acção humana não é resultado de uma causa-efeito, mas sim resultado da nossa vontade (livrearbítrio) e decisão (consciência). Compatibilismo Determinismo moderado. O determinismo e a causalidade regem a natureza, existem na natureza, e somos seres naturais, portanto estamos determinados no sentido de existirmos no mundo e sermos parte dele. No entanto, as acções podem ser livres, se não forem constrangidas. As acções são sempre determinadas, no entanto. Realização de um exercício escrito, por parte dos alunos, a entregar à mestranda numa folha no fim da aula, ou na aula seguinte caso a actividade seja passada para T.P.C. O exercício consiste num resumo das teorias presentes nas pp. 54 e 55 do manual e no organograma da p. 63 do manual. lxxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 7 – 7 de Novembro de 2012 Sumário: Compatibilismo. Argumentos e contra argumentos. Serão ocupados cerca de 15 minutos com a correcção dos T.P.C. O Grupo-Turma analisará o Texto-Complementar 3 da p. 65 do Manual Adoptado. Um aluno, por voluntariado preferencialmente, lerá um parágrafo. A mestranda perguntar-lhe-á qual a ideia ou ideias principais do parágrafo. O texto tem, em cada parágrafo, um argumento a favor do Compatibilismo, e estes argumentos serão sumarizados no quadro. Assim sendo, o primeiro argumento será o da compatibilidade da obediência às leis físicas com a vontade. Aqui a mestranda terá o cuidado de explicar como a vontade pode ser resultado das próprias leis físicas e ainda assim ser sentida como vontade e escolha. Aqui separar-se-á o sentimento de escolha, da escolha como causa-primeira (tese do Libertarismo). O segundo argumento será o da causalidade de carácter e motivos. O carácter e os motivos são potenciadores da nossa liberdade, ainda que não sejam causas primeiras. A mestranda mostrará a relevância deste argumento para a responsabilização das acções, crítica dos libertaristas aos deterministas radicais. Seguidamente o Grupo-Turma definirá o conceito de Compatibilismo, seguindo as linhas gerais da definição da p.55 do manual. O Grupo-Turma terá em conta também os contra-argumentos de Searle ao Compatibilismo que se encontram nas pp. 56 e 57. Será escolhido um aluno para ler cada parágrafo e sumarizar-seão os contra-argumentos. O primeiro contra-argumento será sobre a afirmação da necessidade das acções humanas, o que faz do Compatibilismo um determinismo radical, segundo Searle. O segundo contra-argumento contestará a ideia central do determinismo de que a liberdade é uma ideia ilusória, mediante análise de certos casos que parecem contra-indicar esse “engano” (hipnose, dependência de drogas). Também, neste argumento, ressalvar-se-á que o agente pode agir de outro modo. Finalmente, ter-se-á em conta o conceito de livre-arbítrio como conceito inalienável de liberdade, ainda que restringida. T.P.C. Esquema da aula. lxxx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 8 – 12 de Novembro de 2012 Sumário: Compatibilismo: contra-argumentos. O primeiro passo do argumento compatibilista é levar-nos a reflectir sobre o que queremos dizer habitualmente quando afirmamos que as acções ou escolhas são "livres". O que significa dizer que sou livre de apanhar o autocarro esta manhã? Não significa que realmente apanhei o autocarro, mas que posso escolher não o fazer. Eu sou livre para apanhar o autocarro, se tiver a capacidade ou o poder de o fazer, caso queira ou decida fazê-lo. A liberdade é, então, e em primeiro lugar, um poder ou uma capacidade de fazer alguma coisa, um poder que posso escolher ou não exercer. No entanto, as minhas acções são determinadas porque são regidas por leis de causalidade, e é necessário que eu tenha agido como agi. Poderia ter agido de forma diferente, mas apenas se não tivessem havido constrangimentos que tivessem impedido a minha acção. Em segundo lugar, este poder ou esta capacidade, é a minha liberdade e implica que não há constrangimentos ou obstáculos que me impeçam de fazer o que quero. Não seria livre para apanhar o autocarro se houvesse impedimentos como, por exemplo, estar na prisão, ou se alguém me amarrasse (constrangimento físico); ou se alguém me estivesse a apontar uma arma, ordenando-me que não me movesse (coacção); ou se não houvesse autocarros hoje (falta de oportunidade); ou se a fobia a autocarros cheios me levasse a evitá-los (compulsão interior), e por aí adiante. Organizando agora as ideias, podemos dizer que os compatibilistas defendem que para ser livre, como vulgarmente entendemos, é necessário: 1) possuir o poder ou a capacidade de fazer o que se quer ou deseja fazer, o que por sua vez implica 2) a ausência de constrangimentos ou obstáculos (tais como constrangimentos físicos, coacção, compulsão) que nos impeçam de fazer o que queremos. Contra-argumentos de John Searle ao Compatibilismo: 1 -. A tese Compatibilista pela qual, na ausência de constrangimentos ou coacções, nos diz que agimos de forma livre embora determinada (somos livres para agir se não formos forçados a agir lxxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado de outra forma, mas estamos submetidos a leis de causalidade que regem as nossas acções), não tem em conta os seguintes contra-argumentos: 1º contra-argumento: O problema não é o de saber se há constrangimentos internos (aspectos da nossa personalidade como medo, insegurança para agir) ou externos (alguém nos obrigar a agir de outro modo, por força ou coacção, ou alguém não poder andar porque não tem pernas), mas o de saber se esses constrangimentos nos levam a agir como agimos necessariamente, isto é, de forma obrigatória. Segundo o Compatibilismo, determinismo e livre-arbítrio podem coexistir, uma vez que somos livres de agir como queremos, temos o poder de agir como queremos. Mas somos, realmente, obrigados a agir como agimos? Sim, de acordo com os Compatibilistas, porque não temos o poder de agir de outra forma, uma vez que o nosso carácter e os nossos motivos nos determinam, isto é, fazem de nós seres que agem segundo leis necessárias (obrigatórias) de causa e efeito, uma vez que somos seres naturais. Logo, segundo Searle, o Compatibilismo (determinismo moderado), acaba por ser um determinismo radical que nos diz que tudo, incluindo a acção humana, é regido por leis de causalidade e não existe livre-arbítrio nem liberdade. 2º contra-argumento: A liberdade é uma crença ilusória, segundo o determinismo radical, portanto também não existe verdadeira liberdade no Compatibilismo. John Searle afirma que a liberdade não é uma crença ilusória, uma vez que o nosso carácter e motivos é aquilo que faz com que possamos agir de outra forma. Podemos, também, contemplar o passado e verificar como podíamos, muitas vezes, ter agido de outra forma. Exemplo: qualquer ser humano tem o instinto de sobrevivência, no entanto alguns indivíduos cometem suicídio. Podem fazê-lo, ainda que, segundo o determinismo, o ser humano tenha um instinto de sobrevivência e auto preservação muito forte. Neste caso, a lei natural de sobrevivência não é observada, respeitada, ou seguida. Não existe obrigatoriedade de seguirmos a causalidade natural, agindo segundo leis naturais, de causa e efeito. Podemos sempre agir de outro modo: inclusivamente, podemos agir contra as leis naturais. 3º contra-argumento: Segundo John Searle não podemos alterar a ordem natural das coisas, mas podemos “manobrá-las”, isto é, podemos usar da nossa liberdade para agir como queremos. No entanto, liberdade para agir, segundo Searle, significa uma acção que é determinada por processos racionais de pensamento. Exemplo: Eu tenho fome. O pão tira a fome. Logo, vou comer pão. Este exemplo constituiu um raciocínio, e Searle diz-nos que somos determinados pelos nossos raciocínios, pela nossa estrutura de pensamento, e não por leis naturais de causa e efeito como defendem os Compatibilistas. Demarca-se, assim, John Searle do Compatibilismo não chegando, porém, a admitir o Libertarismo. 12 de Novembro de 2012. Nota: Texto elaborado por Catarina Vicente. lxxxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 10ºC – 12 de Novembro de 2012 Nome _____________________________________________________ Número:___ Após a visualização do episódio “Stopover at a quiet town”, da série Twilight Zone, responde às seguintes questões: Consideras que as acções dos personagens no episódio estão a ser regidas por leis de causalidade? Se sim, o que está a causar as acções deles? _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Tendo em conta todas as teorias que estudaste sobre a Liberdade na Acção Humana, qual achas que se aplica melhor ao que acontece no episódio? Justifica. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Partindo dos contra-argumentos de John Searle em relação ao Compatibilismo (determinismo moderado), explica por que motivo John Searle apresenta uma teoria que parece aproximar-se em muito da teoria Libertarista. Justifica. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Explica em que medida o que John Searle defende difere da teoria Libertarista. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Bom trabalho! lxxxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 9 - 19 de Novembro de 2012 Sumário: Visualização de um excerto do filme “Tróia” de Wolfgang Petersen. lxxxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia – 10ºC 19 de Novembro de 2012 Guião para a visualização do excerto do filme “Tróia” de Wolfgang Petersen Veja o excerto do filme tendo em conta: 1. O que caracteriza a personalidade de Heitor, como ele é, e como são as suas acções. 2. O que Heitor valoriza, isto é, aquilo a que ele dá valor, aquilo que ele quer preservar, proteger. 3. Como é a personalidade de Aquiles, como são as suas acções. 4. O que Aquiles valoriza, aquilo que quer proteger e aquilo que quer atingir com as suas acções. 5. Uma comparação das duas personagens: Heitor e Aquiles, a nível de motivos para agir, intenções, personalidade, condicionantes da acção. 6. O texto que deu início a esta unidade, o texto do manual sobre o Heitor e as formigas. O que nos dizia esse texto acerca de Heitor? O que nos diz o filme acerca de Heitor? lxxxv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 10 - 21 de Novembro de 2012 Sumário: Introdução ao estudo dos Valores. O que são valores, exemplos de valores. Análise das personagens Heitor e Aquiles a partir do guião do filme. Após visualização do excerto do filme na aula anterior, e do levantamento ou esclarecimento de questões levantadas pelos alunos, analisar-se-á uma citação de James Redfield. A citação em questão irá permitir aos alunos um novo olhar sobre a personagem de Heitor. Ao contrário da conclusão do texto analisado na primeira aula, nomeadamente, a de que Heitor tinha escolha na sua acção; agora Heitor surge como o herói trágico que, precisamente por valorizar aquilo que valoriza, não tem escolha. Num momento inicial, introduzir-se-á, por parte da mestranda, uma definição do conceito “Valor.” Definição de Valor: Os valores são os principais motivos das nossas acções e decisões. Será também analisada a página 69 do manual adoptado para que os alunos possam, a partir da análise de diversos exemplos de valores, compreender melhor a definição de valor. A mestranda esclarecerá os alunos acerca da particularidade dos conteúdos a serem leccionados. Nomeadamente, a mestranda relacionará a importância de estudar e compreender o que são valores com o estudo da acção humana, já previamente abordado. O estudo dos valores chamase “Axiologia”, e é de suma importância para uma melhor compreensão da acção humana mas, acima de tudo, a motivação das acções humanas. O que nos leva a agir como agimos? Quais são os motivos pelos quais agimos de determinada forma? Por que razão ou motivo damos mais importância a certos valores do que a outros? De que maneira os nossos valores podem influenciar as nossas acções? Pretende-se, nesta abordagem inicial, transmitir aos alunos uma visão geral do que vai ser estudado. T.P.C.: Ficha de trabalho. lxxxvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C – Ficha de trabalho 21 de Novembro de 2012 Após a visualização do excerto do filme Tróia, responde às seguintes questões: 1. O que valoriza Heitor? Refere pelo menos três valores. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2. No início do estudo da Liberdade na Acção Humana, vimos que Heitor tinha poder de escolha para lutar com Aquiles ou não, se fosse essa a sua decisão. Tendo em conta a personalidade, os valores e os motivos de Heitor, ele podia de facto escolher lutar com Aquiles ou não? Justifica. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3. O que valoriza Aquiles? Menciona pelo menos três valores. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 4. O que são, afinal, valores? Define valor por palavras tuas e dá três exemplos, diferentes dos usados nas questões 1 e 3. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5. Como é que os valores condicionam a acção humana? Justifica. ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Bom trabalho! lxxxvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 11 – 26 de Novembro de 2012 Sumário: Juízos de valor e juízos de facto. Tipos de Valores. Realização de exercícios. Esta aula basear-se-á muito em exercícios escritos. A mestranda conduzirá a aula de forma a que primeiramente se defina, de forma introdutória, juízo de facto e juízo de valor. Para que a distinção entre juízo de facto e juízo de valor fique bem clara, a mestranda recorrerá a 3 momentos de exercícios escritos, a realizar no decorrer da aula, de forma intercalada com a exposição, por parte da mestranda. A mestranda entregará os exercícios que não constam do manual adoptado aos alunos, impressos em papel, como se de uma pequena ficha formativa se tratasse. Após os alunos realizarem cada exercício, proceder-se-á à correcção do mesmo, sendo que a mestranda solicitará diversos alunos para virem ao quadro escrever as suas respostas. Terá lugar esclarecimento de dúvidas sempre que necessário. Os alunos realizarão os seguintes exercícios, adaptados pela Mestranda na Ficha de Trabalho: Exercício 11 da p. 21 do Caderno de Actividades do Manual Contextos do 10º ano; Exercício da p. 22 do Caderno do Aluno do Manual Filosofia 10º ano da Plátano editora. Seguidamente, a Mestranda introduzirá Tipos de Valores, partindo da p. 71 do manual adoptado. No final da aula será feita uma pequena síntese do que foi leccionado pela mestranda, com a participação dos alunos. Se, por algum motivo, não houver tempo para realizar todos os exercícios, os alunos levarão os exercícios restantes como T.P.C. Inicialmente, a mestranda apresentará os diferentes tipos de valores a partir da p. 71 do manual adoptado, nomeadamente valores materiais e valores espirituais. Dentro dos valores materiais, serão definidos os conceitos de valores vitais, referentes à saúde e à resistência física, os valores do agradável e do prazer, referentes às sensações de prazer e satisfação (gosto, não gosto), e os valores económicos, referentes aos bens de consumo (dinheiro, habitação, vestuário, alimentação, aquilo de que alguém tem posse, de forma material). A mestranda pedirá aos alunos que digam exemplos de valores vitais, do agradável e económicos. No caso de os alunos referirem poucos, a mestranda dará alguns exemplos. lxxxviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Exemplos de valores vitais: saúde, resistência física, bem-estar físico e psicológico, exercício físico, comer saudavelmente, sexo, etc. Exemplos de valores do agradável: sexo, estar com os amigos, passear, beber bebidas alcoólicas, ingestão de drogas, etc. Nota: Se alguém prezar, por exemplo, a saúde, não tomará drogas ou beberá álcool em excesso. Muitas vezes o mesmo valor pode entrar em mais que um tipo de valor sem se anular, isto é, sem ser contraditório. É importante que os alunos compreendam que valorizar certas coisas poderá, muito provavelmente, fazer com que imediatamente outros sejam de ser valorizadas; nomeadamente, aquelas que entrarem em colisão com o que mais valorizamos. Exemplos de valores económicos: dinheiro, habitação, vestuário, alimentação, carro, telemóvel, iphone, computador portátil, ipad, wii, etc. Dentro dos valores espirituais, a mestranda definirá valores ético-políticos (referentes ao relacionamento com os outros), estéticos (referentes à apreciação da harmonia, da beleza, da elegância) e religiosos (referentes ao sagrado e ao sobrenatural). Novamente, a mestranda solicitará exemplos de valores espirituais. Exemplo de valores ético-políticos: lealdade, bondade, honestidade, solidariedade, respeito pelo outro, altruísmo, egoísmo, paz mundial, etc. Exemplo de valores estéticos: harmonia, beleza, elegância, sublime, feio, harmonia com a natureza. Exemplos de valores religiosos: Deus, religião, paz interior, harmonia com a natureza (para um panteísta), Nirvana (para um budista). lxxxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 10ºC – Ficha de Trabalho sobre juízos de facto e juízos de valor – 25/11/12 1. Dos juízos que se seguem identifique os que são juízos de facto e os que são juízos de valor: a) A eutanásia é uma prática injusta. b) Na Holanda a eutanásia é permitida. c) Lisboa é a capital de Portugal. d) Os Lisboetas são pessoas pessimistas. e) Picasso é considerado um dos grandes mestres da arte do século XX. f) Os quadros do Picasso são belos. g) Estamos na escola secundária de casquilhos a aprender Filosofia. h) Aprender como podem os valores definir as nossas acções é algo chato e inútil. 2. Classifique as afirmações seguintes relativas ao filme Tróia, distinguindo os juízos de facto dos juízos de valor. a) O filme Tróia é uma adaptação ao cinema da Ilíada de Homero. b) A Ilíada é um livro muito importante para se aprender o que são valores. c) O argumento do filme é desinteressante. d) No filme, Aquiles é interpretado por Brad Pitt. e) O Brad Pitt é o melhor actor possível para fazer o papel de Aquiles. f) As cenas de acção no filme são magníficas. g) Heitor é a personagem central do filme. h) Heitor é o melhor guerreiro de Tróia, e comandante das tropas. 3. Podemos saber, realmente, se um juízo de valor tem valor de verdade, i.e., se nos diz a verdade sobre os factos, sobre o que acontece? Justifica. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 4. Qual é a principal distinção entre juízos de facto e juízos de valor? Caracteriza juízo de facto e juízo de valor. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ Bom trabalho! xc ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 12 – 28 de Novembro de 2012 Sumário: Caracterização de Valores; Hierarquia de Valores; Historicidade de Valores; Absolutividade de Valores; Relatividade de Valores. Análise de um excerto da obra “Para a Genealogia da Moral”, de Friedrich Nietzsche. Primeiramente, uma vez que vários alunos já o tinham solicitado, a Mestranda fará um levantamento dos alunos que possam estar interessados em sessões de estudo, a serem combinadas com a Mestranda na sala de estudo, com o objectivo de retirar dúvidas, de trabalhar competências a nível de hermenêutica, a nível de expressão escrita, e de síntese de conteúdos aprendidos pelos alunos. A Mestranda dará o seu endereço de email aos alunos, com o intuito de poderem comunicar dúvidas. Esta actividade é pensada também no âmbito do plano anual de actividades. Proceder-se-á, seguidamente, à caracterização geral dos valores a partir da leitura, em voz alta, pelos alunos, da p. 72 do manual adoptado. Pretende-se que os alunos tenham a capacidade de esquematizar pólos, hierarquias, historicidade e absolutividade/relatividade em valores. Seguidamente, explicar-se-á a questão dos critérios valorativos. Exemplos a propósito de critérios valorativos: Eu posso valorizar muito a honestidade, mas se passar fome, poderei decidir roubar, deixando assim de valorizar a honestidade, uma vez que estou a querer valorizar o meu bem-estar, a saúde, a vida, apesar de o estar a fazer através de um acto que eu condeno: o acto de roubar; Posso valorizar muito mais a justiça se me sentir injustiçada, e a justiça podia não ser um valor muito importante para mim antes de ser injustiçada; Ainda que haja valores considerados universais, em determinadas circunstâncias eu posso escolher não ter, por exemplo, o valor Amor em consideração, pois posso estar a sofrer por alguma coisa que me impeça de amar, como o ter sido rejeitada por alguém que amo. Em conclusão, os valores pelos quais me guio são sempre resultado de um grande conjunto de factores: a minha conduta moral, o meu estado de espírito, aquilo que acontece na minha vida, as escolhas que faço, etc. T.P.C.: Proposta de actividades da p. 80 do manual adoptado e análise do caso de Heinz pp. 7475 do manual adoptado. xci ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado “Todas as coisas «boas» foram noutro tempo coisas más; cada pecado original deu lugar a uma virtude original. O casamento, por exemplo, foi tido durante muito tempo por ofensa ao direito da comunidade e nessa altura era preciso pagar uma coima pelo facto de se ter o descaramento de querer tomar posse de uma mulher (é com isso que se relaciona, por exemplo, o jus primae noctis, que ainda hoje no Cambodja é um privilégio dos sacerdotes, esses guardiões dos “bons e antigos costumes”). Durante a maior parte da história do homem, não era possível experimentar sem autodesprezo os sentimentos de doçura, benevolência, altruísmo e compaixão que posteriormente adquiriram um valor tão elevado que quase são considerados como “os valores em si”: os homens envergonhavam-se da temperança, como hoje nos envergonhamos da dureza. (…) Cada pequeno passo que foi dado no mundo foi sempre pago com suplícios espirituais e físicos. E precisamente hoje parece-nos tão estranha esta perspectiva segundo a qual “não apenas o caminhar em frente, não!, mas o simples caminhar, o movimento, a transformação, precisaram dos seus incontáveis mártires”… Perspectiva por mim traduzida à luz do dia na Aurora. “Nada foi pago mais caro”, pode ler-se aí, “do que esta pequena quantidade de razão e de sentimento de liberdade que hoje faz o nosso orgulho. Mas este orgulho quase nos impede hoje de concordarmos em sentimento com aqueles longuíssimos (…) tempos em que o sofrimento era virtude, a crueldade era virtude, a dissimulação era virtude, a vingança era virtude, renegar a razão era virtude, tempos em que, pelo contrário, o bem-estar era um perigo, o desejo de conhecer era um perigo, a paz era um perigo, a compaixão era um perigo, em que ser objecto de compaixão era um insulto, em que o trabalho era um insulto, em que a loucura era coisa divina, em que a transformação era coisa imoral, prenhe de desgraça e de ruína!”” Friedrich Nietzsche, Para a Genealogia da Moral (1887), tradução de José M. Justo, Lisboa, Relógio D’água, 2000, pp. 137-139. Coima – multa; Jus prima noctis – direito do dono das terras (senhor feudal) à primeira noite com uma noiva; Benevolência – boa vontade; Altruísmo – colocar o outro como primeiro interesse (contrário ao egoísmo: colocar-se a si mesmo em primeiro lugar); Compaixão – empatia para com o outro, sentir a dor/sofrimento do outro; Temperança – ponderação, alguém que é equilibrado; Suplícios – sofrimentos, torturas; Mártires – aqueles que morrem ou sofrem por uma causa; Moral – hábitos e costumes que guiam a conduta/acção do homem; Dissimulado – alguém que esconde os seus motivos, alguém que parece ter certas intenções, mas no fundo tem outras; Prenhe – grávido, cheio de; Imoral – alguém ou algo desprovido de costumes/hábitos que guiam a acção humana. 1. Dá um título ao texto. 2. Comenta o texto com o grupo, tendo em especial atenção as frases a bold. 3. Apresenta à turma o teu comentário do texto (porta-voz do grupo). xcii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 13 – 3 de Dezembro de 2012 Sumário: Correcção dos T.P.C. Revisão da matéria leccionada para o teste sumativo. Primeiramente, com o propósito de síntese de conteúdos leccionados acerca dos valores, a actividade da p. 80 do manual adoptado será corrigida oralmente pelo Grupo-Turma com orientação da Mestranda. A segunda parte da aula será ocupada com revisões da matéria leccionada, uma vez que os alunos vão realizar teste no dia 5 de Dezembro, na próxima lição. xciii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 14 – 10 de Dezembro de 2012 Sumário: Visualização do filme Do the Right Thing de Spike Lee. xciv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 15 – 12 de Dezembro de 2012 Sumário: Conclusão do visionamento do filme Do the right thing de Spike Lee. Debate sobre o filme. Valores e cultura – diversidade e diálogo entre culturas. Os primeiros quarenta minutos da aula serão dedicados à conclusão do visionamento do filme Do the right thing de Spike Lee. Seguir-se-á um debate orientado pela pergunta “Quais os desafios da diversidade cultural?”. Todos os membros do Grupo-Turma devem participar neste debate. A mestranda terá o papel de moderadora, dinamizadora e comentadora do debate. O comentário terá por objectivo aprofundar e problematizar temáticas do multiculturalismo. Para tal serão introduzidos novos conceitos como “cultura” (“conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade.” Edward B. Tylor) ,“socialização” (assimilação de hábitos característicos de um grupo social) e “identidade cultural” (conjunto de características culturais próprias e exclusivas que fazem de uma pessoa aquilo que ela é) . Além destes conceitos, serão feitas referências aos conceitos definidos nas pp. 82 e 83 do Manual adoptado. Ao longo deste debate e exposição, serão referidos os conceitos presentes na planificação da aula, de forma globalizante, para que os alunos possam, depois, por si, estudar as páginas 81-84 do manual adoptado, partindo do suporte visual e expositivo da aula. O debate poderá ter como base o organograma conceptual da página 86 do manual adoptado. Seria interessante explorar os textos complementares, apenas para que os alunos possam consolidar melhor estes conteúdos, pelo que será passado como T.P.C. a análise dos textos complementares número 1, 2 e 3. xcv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º C Guião da Lição nº 16 – 11 de Março de 2013 Sumário: Visualização do filme Juno no âmbito do projecto de educação sexual. A aula terá início com uma introdução no tema a tratar, nomeadamente um apelo para uma visão da sexualidade que inclui afectos e ética. Seguidamente, dar-se-á início à visualização do filme. xcvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 1 – 14 de Janeiro de 2013 Sumário: Introdução ao estudo do problema do conhecimento. Saber-fazer, saber proposicional e saber de contacto. Análise de um texto de Thomas Nagel sobre o problema do conhecimento. Pretende-se iniciar a aula com a definição, por parte da Mestranda, dos diferentes tipos de saber: saber-fazer, saber proposicional, e saber por contacto. Para tal, partir-se-á da leitura e análise das páginas 152-154 do manual adoptado. Seguidamente, serão escritos no quadro os diferentes tipos de saberes, e far-se-á uma reflexão sobre as várias formas pelas quais podemos, portanto, obter conhecimento, com especial atenção ao conhecimento proposicional. Mas o que é, afinal, conhecer? E o que é o conhecimento? Pretende-se introduzir, seguidamente, o texto de Thomas Nagel, que será lido em voz alta pelos alunos e comentado pelos mesmos. Após a leitura e comentário do texto, é suposto os alunos compreenderem que afinal o conhecimento não é uma coisa assim tão fácil de atingir. Pretende-se que os alunos fiquem com dúvidas acerca do que é conhecer e do que é conhecimento. Algumas distinções entre conceitos serão muito importantes para esta aula. Definir percepção, dados dos sentidos e ficção, é importante na medida em que lhes permite suspeitar, talvez, que os dados dos sentidos nem sempre estão certos. Realidade e Conhecimento serão, também, inicialmente introduzidos, assim como os conceitos de Sujeito e Objecto. xcvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E – 14 de Janeiro de 2013 “Seja o que for em que acredites - quer seja sobre o Sol, a Lua e as estrelas, a casa e o bairro em que vives, a história, a ciência, as outras pessoas, até mesmo a existência do teu próprio corpo -, é baseado nas tuas experiências e pensamentos, sentimentos e impressões dos sentidos. É só a isso que tens acesso directo, quer vejas um livro nas tuas mãos, sintas o chão debaixo dos teus pés, ou que a água é H2O. Tudo o mais está mais afastado de ti do que as tuas experiências e pensamentos internos e é só através destes que te alcança. Normalmente, não tens dúvidas sobre a existência do chão debaixo dos teus pés, ou da árvore que está lá fora, ou dos teus próprios dentes. De facto, a maior parte do tempo nem sequer pensas nos estados mentais que te tornam consciente dessas coisas: parece que tens consciência directa delas. Mas como sabes que elas existem realmente? Será que as coisas te pareceriam diferentes se de facto tudo existisse apenas na tua mente - se tudo o que tomas como mundo real exterior fosse apenas um sonho gigante, ou uma alucinação, do qual nunca vais acordar? Se assim fosse, então é claro que não poderias acordar, tal como acontece quando sonhas, porque não existiria qualquer mundo «real» no qual pudesses acordar. Mas não poderiam todas as tuas experiências ser como um sonho gigante, sem nenhum mundo exterior fora dele? Como podes saber que não é o que se passa? Se toda a tua experiência fosse um sonho sem nada lá fora, então todos os dados que tentasses usar para provar a ti próprio que existe um mundo exterior seriam apenas parte do sonho.” Thomas Nagel (1997). Que Quer Dizer Tudo Isto?, trad. Teresa Marques. Lisboa: Gradiva 1. Dê um título ao texto. _______________________________________________________________________ 2. Resuma cada um dos três parágrafos do texto em pelo menos duas linhas. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 3. A que tipos de saberes se refere o texto? Dê exemplos do texto. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ 4. Podemos falar do conhecimento de seja o que for como algo universal e igual para todos? Justifique a sua resposta, com base no texto. _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ xcviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E – Guião da Lição nº 2 – 17 de Janeiro de 2013 Sumário: Conhecimento como crença verdadeira justificada. Conhecimento a priori e conhecimento a posteriori. Ficha de trabalho. O Grupo-Turma analisará e comentará o excerto de Teeteto de Platão presente na página 157 do manual adoptado, resolvendo também o exercício proposto, com o intuito de compreender a concepção tripartida de conhecimento exposta por Platão. Partindo da análise do princípio de identidade e do seguinte axioma: x = x, a mestranda pedirá à turma que explique como é que conhecemos o facto x=x. Uma coisa é sempre igual a si própria (princípio de identidade), e não pode ser x e não-x ao mesmo tempo (princípio de não-contradição). Para verificarmos que um triângulo não é um círculo, não temos de ir recorrer à experiência para que tal aconteça. Basta-nos saber, por definição, o que é um triângulo, para imediatamente não o podermos identificar como sendo um círculo. Ora este princípio, o da não-contradição, é um axioma a priori. Também o é o princípio de identidade. Kant, por exemplo, considera o princípio de causalidade como uma categoria a priori, uma categoria do nosso entendimento puro, que é também a priori. Kant considera, também, que os conceitos de número e de soma são a priori, assim como outras categorias do entendimento: a conjunção, a qualidade, quantidade, etc. É um facto que não existe um consenso filosófico sobre que verdades ou axiomas ou postulados são a priori. Também os conceitos de espaço e tempo são conceitos a priori para Kant, até porque possibilitam toda a sua experiência, ao mesmo tempo que são o ponto de partida para intuirmos seja o que for de forma sensível. “Na lógica tradicional, um axioma ou postulado é uma sentença ou proposição que não é provada ou demonstrada e é considerada como óbvia ou como um consenso inicial necessário para a construção ou aceitação de uma teoria. Por essa razão, é aceite como verdade e serve como ponto inicial para dedução e inferências de outras verdades (dependentes de teoria).” http://pt.wikipedia.org/wiki/Axioma#Axiomas_L.C3.B3gicos Poderá ser interessante os alunos compreenderem que aquilo que é considerado ser a priori é também alvo de discussão, uma vez que muitos filósofos discordam neste ponto. As definições de a priori variam de pensador para pensador, mas algo que é a priori e, por definição, algo que é conhecido ou sabido independentemente da experiência dos objectos ou factos. xcix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11ºE – 17 de Janeiro 2013 “Tudo o que eu sou é um cérebro a flutuar numa cuba de produtos químicos. Um cientista ligou de tal forma fios ao meu cérebro que tenho a ilusão da experiência sensorial. O cientista criou uma espécie de máquina de experiências. Do meu ponto de vista, posso levantar-me e dirigirme à loja para comprar um jornal. Contudo, quando faço isto o que está realmente a acontecer é que o cientista está a estimular certos nervos do meu cérebro de maneira a que eu tenha a ilusão de fazer isto. Toda a experiência que penso provir dos meus cinco sentidos é na verdade o resultado de este cientista perverso estar a estimular o meu cérebro desencarnado. Com esta máquina de experiências, o cientista pode fazer com que eu tenha qualquer experiência sensorial que poderia ter na vida real. Através de um estímulo complexo dos nervos do meu cérebro, o cientista pode dar-me a ilusão de estar a ver televisão, a correr uma maratona, a escrever um livro, a comer massa ou qualquer outra coisa que eu possa fazer. A situação não é tão rebuscada como pode parecer: os cientistas estão já a fazer experiências com simulações feitas em computador, conhecidas como máquinas de “realidade virtual””. Nigel Warburton, Elementos básicos de filosofia, Lisboa, Gradiva, p. 146. c ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E – Guião da Lição nº 3 – 14 de Fevereiro de 2013 Sumário: Teste sumativo. Filosofia 11º E – Guião da Lição nº 4 – 18 de Fevereiro de 2013 Sumário: Entrega e correcção dos testes de avaliação. Nesta aula a Professora Orientadora entregou os testes de avaliação. A correcção dos mesmos, com os alunos, foi realizada por ambas. Teve lugar uma conversa com os alunos sobre os testes, as classificações, e a sua postura na disciplina de Filosofia, assim como o seu desempenho, em jeito de balanço. Pude dar início à leccionação, embora tivesse sido um espaço muito curto de tempo, uma vez que tiveram lugar conversas sobre os testes e avaliação. ci ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 4 – 21 de Fevereiro de 2013 Sumário: Visualização do filme Matrix com apoio num guião de trabalho. 11.º Ano Turma E - Filosofia - Ano Lectivo 2012/2013 Guião de trabalho – Matrix I. Ficha técnica Realizadores: Andy e Larry Wachowsky Género: filme de acção, ficção científica Resumo: um jovem, especialista em informática durante o dia e pirata cibernético (hacker) durante a noite, recebe de um misterioso grupo de rebeldes uma informação acerca da verdadeira natureza da realidade, e qual o papel que deve desempenhar na luta contra os controladores dessa realidade. Duração: 136 minutos. País de origem: EUA Língua falada: inglês Cor: Technicolor Som: Dolby Digital Artistas e personagens: Keanu Reeves – A. Anderson/Neo Laurence Fishburne – Morpheus Carrie-Anne Moss – Trinity Hugo Weaving – Agent Smith/ Agente Smith Gloria Foster – Oracle/ Oráculo Joe Pantoliano – Cypher/Mr. Reagan Marcus Chong – Tank Julian Arahanga – Apoc cii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Matt Doran – Mouse Belinda MacLory – Switch Ray Anthony Parker – Dozer Paul Goddard – Agent Brown Robert Taylor – Agent Jones David Aston – Rhineheart Marc Gray – Choi II. Análise filosófica do filme Matrix Morpheus – Já tiveste algum sonho, Neo, do qual tivesses a certeza de que era real? E se te fosse impossível acordar desse sonho, Neo? Como saberias a diferença entre o mundo do sonho e o mundo da realidade? 1. O que distingue a realidade do sonho? Morpheus – O que é a Matrix? Controlo. A Matrix é um mundo sonhado gerado por um computador concebido para nos manter subjugados de modo a transformar-nos nisto [segura uma pilha]. Neo – Não! Não acredito! É impossível! 2. Explica em que medida a realidade pode ser ilusória. III. Problematização filosófica do filme Matrix 1) O que é o conhecimento? 2) Qual o valor dos conhecimentos que possuímos? Podemos confiar neles? 3) O que é a realidade? 4) É possível distinguir aparência de realidade? Com que critério? 5) O que é o ser humano? Será que nos conhecemos verdadeiramente? 6) As vivências dos sonhos podem ser confundidas com as vivências da vigília? Porquê? Bom trabalho! ciii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 5 – 25 de Fevereiro de 2013 Sumário: Introdução ao estudo da teoria de conhecimento de David Hume. O conhecimento empírico. Leitura e análise de excertos da “Investigação sobre o Entendimento Humano”. Texto: páginas 163 a 176 do manual Pensar Azul do 11º ano (excerto de “Investigação sobre o Entendimento Humano”). A aula terá início com algumas explicações iniciais, e todas as conclusões extraídas do texto de David Hume serão expostas no quadro, para que os alunos melhor possam ir acompanhando. A estratégia de escrever sempre esquemas no quadro tem vindo a revelar-se das mais úteis para acompanhar a turma em questão, uma vez que necessitam mais acompanhamento e possuem um vocabulário filosófico que não é vasto. Taxonomia do Conhecimento Humano Hume “ Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou tipos, que se distinguem pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. As menos intensas e vivas são comummente designadas Pensamentos ou Ideias. O outro tipo carece de um nome na nossa língua e em muitas outras; assim suponho, porque não havia quaisquer requisitos, a não ser filosóficos, para os classificar sob um termo ou designação geral. Usemos, pois, de um pouco de liberdade e chamemos-lhe Impressões, empregando esta palavra num sentido um tanto diverso do habitual. Pelo termo, impressão significo todas as nossas percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões distinguem-se das ideias, que são as impressões menos intensas, das quais somos conscientes quando reflectimos sobre qualquer das sensações ou movimentos acima mencionados”. David Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano (trad. Artur Morão), Edições 70, 1989, p.24 civ ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 6 – 28 de Fevereiro de 2013 Sumário: Os tipos de conhecimento segundo David Hume: conhecimento de ideias e de factos. Impressões, hábito e causalidade em David Hume. Leitura e análise de um excerto de “Investigação sobre o Entendimento Humano”. Ficha de trabalho. A divisão dos assuntos por pontos (1, 1.1, 1.2, etc) foi realizada para me servir de guia. Durante esta aula pretende-se que os alunos, através de exposição e de esquemas no quadro, compreendam as ideias fundamentais, tentando recordar a análise feita da Filosofia de conhecimento de David Hume na aula anterior. 1.Taxonomia (hierarquia) do Conhecimento Humano segundo David Hume “ Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou tipos, que se distinguem pelos seus diferentes graus de força e vivacidade. As menos intensas e vivas são designadas Pensamentos ou Ideias. O outro tipo de percepções são as Impressões. Pelo termo impressão significo todas as nossas percepções mais vivas, quando ouvimos, vemos, sentimos, amamos, odiamos, desejamos ou queremos. E as impressões distinguem-se das ideias, que são as impressões menos intensas, das quais somos conscientes quando reflectimos sobre qualquer das sensações ou movimentos acima mencionados”. David Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano (trad. Artur Morão), Edições 70, 1989, (Adaptado por Catarina Vicente) 1.1 Impressões e Ideias são o conteúdo do Conhecimento Percepções da Mente – Impressões e Ideias Impressões: percepções vivas e fortes que derivam imediatamente do contacto com a realidade, derivam da experiência imediata. As impressões referem-se às nossas sensações externas (o que vemos, tocamos, etc) e aos nossos sentimentos (aquilo que sentimos, desejamos, amamos, detestamos, etc). As impressões podem ser simples ou complexas. Exemplos de Impressões Simples: percepção de que este papel é branco e a tinta é preta, percepção de um carro vermelho, de uma mesa plana. Exemplos de Impressões Complexas: visão global de todos os papéis que estão nesta sala, visão global de todas as mesas que estão nesta sala. cv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Ideias: representações das impressões no pensamento; cópias ou imagens mentais pouco vivas das impressões. Exemplos de Ideias simples: recordação do papel branco, da mesa plana. Exemplos de Ideias complexas: recordação de todos os papéis, de todas as mesas. 1.2 Tipos de Conhecimento para David Hume Conhecimento de Ideias (relações entre ideias) é conhecimento a priori, uma vez que se baseia na simples análise dos significados dos termos numa proposição. Esta relação é entre as ideias contidas em dada proposição, e é conhecida pela inspecção lógica do conteúdo da mesma. A verdade das proposições é necessária. Exemplo: negar que um triângulo tem 3 lados é contraditório, porque é logicamente impossível de negar. Exemplos de conhecimento de ideias: um triângulo tem três lados, 3 é um terço de 9, um objecto azul é um objecto com cor. Conhecimento de questões de facto é o conhecimento de proposições em confronto com a realidade. Este tipo de conhecimento implica o apoio da experiência e o hábito, uma vez que é um conhecimento a posteriori, isto é, que tem como base a experiência. Exemplo de conhecimento de questões de facto: O sol vai nascer amanhã. Não é logicamente impossível que o sol não nasça amanhã, mas é muito improvável. Digo que o sol vai nascer amanhã baseando-me na experiência e no hábito. Já muitas vezes vi o sol nascer, e todos os dias o tenho visto nascer. 1.3 Causalidade e Conhecimento de factos em David Hume O sol vai nascer amanhã: facto. Como podemos saber que isto é verdade? Na verdade, não podemos saber se é verdade. Existe, então, conhecimento de factos, para David Hume? Se pensar no assunto, tem de existir um motivo pelo qual eu digo “o sol vai nascer amanhã”. Eu digo que o sol vai nascer amanhã porque através da minha experiência, e do meu hábito, eu tenho vindo a concluir que o sol vai novamente nascer amanhã, como em todos os outros dias que passaram. Daqui posso concluir que aquilo em que me baseei para afirmar que o sol vai nascer amanhã é a experiência passada de todos os dias em que o sol nasceu, e existe uma relação de causalidade implícita neste meu conhecimento do facto de o sol ir nascer amanhã. A razão de eu dizer “o sol amanhã vai nascer” é o facto de já ter observado, continuadamente, através da experiência e hábito, que o sol nasce todas as manhãs. cvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado O que é a causalidade ou a relação causal? Por relação causal ou de causalidade entendemos uma conexão ou ligação necessária entre acontecimentos. Sempre que acontece A, acontece B. Logo, A é a causa de B. Cada repetição reforça a impressão das ideias passadas. A essa ligação de ideias eu chamo "causalidade”. Chamo à que antecede "causa" e à que sucede"efeito", na ordem de eventos. Mas temos uma impressão ou experiência desta conexão necessária entre os acontecimentos? Vejamos o que nos diz o manual na página 191-193 e vamos resolver a actividade 3 da página 193. Nota: Texto elaborado por Catarina Vicente. cvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 7 – 11 de Março de 2013 Sumário: Visualização do filme Juno no âmbito do projecto de educação sexual. Esta aula terá início com uma pequena introdução sobre o tema a ser tratado, nomeadamente, o da educação sexual tendo como base uma ética e uma sensibilidade para os afectos. Seguidamente, iniciar-se-á a visualização do filme. cviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º E Guião da Lição nº 8 – 14 de Março de 2013 Sumário: Conclusão da visualização do filme Juno. Discussão do filme tendo em conta a sinopse entregue. A aula iniciar-se-á com a conclusão da visualização do filme. Seguidamente, os alunos analisarão a sinopse do filme, e terão de se dividir em rapazes e raparigas para poderem responder à questão proposta. Finalmente, terá lugar uma exposição em jeito de conclusão final, tendo em conta as conclusões e sentimentos expressos pelos alunos. cix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Nota: Os seguintes guiões correspondem às lições planificadas que não foram objecto de leccionação. Filosofia 11º E Sumário: Conclusão da visualização do filme Matrix. O génio maligno na filosofia de Descartes. A aula terá início com a conclusão da visualização do filme Matrix. Seguidamente a turma analisará as questões filosóficas inerentes à interpretação do filme, partindo da realização do guião de trabalho por parte da Turma. Partindo de uma adaptação, (realizada pela mestranda com o intuito de poder alcançar de forma o mais abrangente possível as dificuldades dos alunos em hermenêutica de texto), da Primeira Meditação, a mestranda fará um paralelismo entre a hipótese da existência de um génio maligno enganador, e a alegoria presente no Matrix, nomeadamente, o facto de aquilo que pensamos ser a realidade/verdade não passar de uma ilusão/aparência/sonho, (a par do que se passa na Alegoria da Caverna). Pretende-se fazer um paralelismo entre o controlo das máquinas sobre os humanos e a hipótese de um génio maligno, empenhado em fazer-nos acreditar numa pura ilusão, poder existir. Após esta contextualização teórica, a mestranda apresentará um paralelismo entre Neo, personagem principal do Matrix, e Descartes, enquanto filósofo que duvida da realidade. Tal como Descartes, Neo escolhe deixar para trás aquilo que pensa que é o real e partir em busca do conhecimento das coisas ou da forma possível de as conhecer. O Grupo-Turma praticará um exercício de interpretação de texto, tendo em conta um défice, por parte da Turma, em hermenêutica de texto. A mestranda orientará a leitura e a interpretação de cada ponto, problematizando filosoficamente as secções do texto lidas. cx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado 11º E – Filosofia Excerto da Primeira Meditação de Descartes – as coisas que se podem colocar em dúvida Vou supor, agora, que não há um verdadeiro Deus, mas um certo génio maligno, ardiloso, enganador e poderoso, que se dedicou a enganar-me. Pensarei que o céu, o ar, a terra, as cores, as figuras, os sons e todas as coisas exteriores que vemos são apenas ilusões e enganos de que ele (génio maligno) se serve para me iludir, enganar. Considerar-me-ei, a mim mesmo, absolutamente desprovido de mãos, de olhos, de carne, de sangue, desprovido de quaisquer sentidos, mas dotado da falsa crença de ter todas essas coisas. Permanecerei obstinadamente apegado a esse pensamento e, se, por esse meio, não está em meu poder chegar ao conhecimento de qualquer verdade, ao menos está ao meu alcance suspender qualquer juízo sobre todas as coisas. Eis por que tratarei de não assumir, para mim, nenhuma crença que possua, em si, falsidade, e prepararei tão bem o meu espírito para me defender desse grande génio enganador que, por muito ardiloso e poderoso que seja, nunca poderá impor-me algo. Texto adaptado por Catarina Vicente a partir da Primeira Meditação Cartesiana 1. O que é o “génio maligno” apresentado por Descartes neste texto? 2. Compara o “génio maligno” com o conceito de “Matrix” (mundo ilusório). 3. Por que motivo a última frase do texto poderia ter sido escrita por Neo? cxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Excerto da Primeira Meditação de Descartes – as coisas que se podem colocar em dúvida 1. Há já algum tempo me apercebi de que, desde os meus primeiros anos de vida, considerei que muitas das minhas opiniões eram verdadeiras quando no fundo eram falsas, e de que aquilo em que posteriormente me fundamentei para obter princípios era muito duvidoso e incerto, precisamente por ser fundado por princípios duvidosos e incertos. De modo que era necessário tentar, seriamente, uma vez na vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e constante nas ciências. 2. Aplicar-me-ei seriamente e com liberdade em destruir, em geral, todas as minhas opiniões. Não será necessário, para isto, provar que todas as minhas opiniões são falsas. Dedicar-me-ei a duvidar das coisas seguindo o seguinte critério: se houver o menor motivo para eu duvidar de algo, eu rejeitarei esse algo como verdadeiro. 3. Tudo o que recebi, até agora, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o através dos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. 4. Mas, ainda que os sentidos nos enganem às vezes, parece-nos que de algumas coisas não podemos duvidar. Por exemplo, que eu esteja aqui, sentado, tendo este papel entre as mãos e outras coisas desta natureza. E como poderia eu negar que estas mãos e este corpo sejam meus? 5. Todavia, tenho aqui de considerar que sou homem e, portanto, tenho o costume de dormir e de representar, nos meus sonhos, as mesmas coisas que vejo em estado de vigília, de forma mais ou menos verosímil. Quantas vezes me ocorreu já sonhar que estava vestido, sentado neste mesmo lugar, com o mesmo papel entre minhas mãos, quando na verdade estava dormindo? Parece-me, agora, que não é com olhos adormecidos que vejo este papel; que a cabeça que mexo não está dormente; que é com um propósito deliberado que estendo esta mão e que a sinto. O que ocorre no sonho não parece ser tão claro nem tão distinto quanto tudo isto. Texto adaptado por Catarina Vicente a partir de Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, trad. de Professor Gustavo de Fraga, Livraria Almedina, Coimbra, 1992. cxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E Sumário: A dúvida metódica. Introdução no estudo da teoria epistémica de Descartes. Análise de um excerto da primeira meditação cartesiana. Exposição, por parte da Mestranda, daquilo em que consiste a dúvida metódica. Para tal, analisar-se-ão excertos da Primeira Meditação Cartesiana. Primeiro, apresentam-se as razões pelas quais Descartes duvida da realidade, nomeadamente, confundir falsas opiniões com proposições verdadeiras. A dúvida cartesiana será um instrumento para conhecer quais as proposições verdadeiras/fidedignas. Para tal, Descartes segue o seguinte método: 1) Propõe-se a duvidar dos princípios fundamentais das suas opiniões; 2) Os sentidos são, por vezes, enganosos, o que os torna uma fonte de conhecimento pouco segura e possivelmente errónea; 3) Recapitulam-se as hipóteses do sonho (ainda que numa forma de cepticismo fraco) e do génio maligno, desta feita, integrando-as no contexto de artifícios para o método epistémico cartesiano. cxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E Sumário: O cogito como ideia fundadora da epistemologia cartesiana. Através da leitura crítica de excertos da Segunda Meditação, o Grupo-Turma procurará conhecer uma ideia fundadora para a epistemologia cartesiana: a evidência do cogito. Segunda Meditação Cartesiana Da natureza do espírito humano; que se conhece melhor do que o corpo [6] Mas que dizer agora, desde que suponho um certo enganador poderosíssimo [génio maligno] que se empenhou em me enganar em tudo quanto pôde? Posso afirmar que possuo o mínimo de tudo o que pertence à natureza do corpo? Presto toda a atenção, passo e repasso tudo isso no espírito, e não encontro nada; e fico fatigado de repetir inutilmente o mesmo. Que se passa com aquilo que atribuía à alma, o alimentar-se ou o andar? Uma vez que já não tenho corpo, estes atributos não são mais do que ficções. Sentir? Todavia, isto também não se verifica sem corpo e, em sonhos, eu julgava sentir muitas coisas que depois verifiquei que não sentira. Pensar? Aqui descubro: o pensamento é; apenas este atributo não pode ser separado de mim. Eu sou, eu existo, isto é certo. Mas por quanto tempo? Certamente enquanto penso, porque pode porventura acontecer que se eu cessasse totalmente de pensar deixaria, desde logo, inteiramente, de ser, de existir. Agora não admito nada que não seja necessariamente verdadeiro: portanto, eu sou, por precisão, apenas uma coisa pensante, isto é, um espírito, ou uma alma, ou um intelecto, ou uma razão, termos cujas significações ignorava antes. Porém, sou uma coisa verdadeira e verdadeiramente existente. Mas que espécie de coisa? Já o disse, uma coisa pensante. [8] Mas que sou eu então? Uma coisa pensante. O que quer isto dizer? Quer dizer, uma coisa que duvida, que compreende, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que também imagina, e que sente. [9] Realmente não é pouco, se todos estes predicados me cabem. Mas porque não me caberiam? Não sou eu mesmo aquele que agora duvida de quase tudo, que, não obstante, compreende, que afirma que só isto é verdadeiro, que nega o resto, que deseja conhecer mais, que não quer ser enganado, que imagina muitas coisas contra sua vontade, que também dá conta de muitas outras como que transmitidas pelos sentidos? Mesmo que dormisse sempre, mesmo que também aquele que me criou me enganasse com todas as suas forças, o que há nisto que não seja tão verdadeiro como eu existir? O que é que se deve distinguir do meu pensamento? O que é que se pode dizer que é separado de mim próprio? Porque se eu sou aquele que duvida, que compreende, que quer, é também manifesto que não há nada por que se explique com mais evidência. Mas, com certeza, eu também sou o mesmo que imagina: porque, mesmo que, como supus, não seja, numa palavra, verdadeira nenhuma coisa cxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado imaginada, todavia o poder de imaginar existe na verdade e faz parte do meu pensamento. E, por último, sou o mesmo que sente ou percebe as coisas corpóreas pelos sentidos, pois é evidente, neste momento, que vejo a luz, ouço barulho, sinto o calor. Objectar-se-á: tudo isto são falsidades, eu durmo de facto. Todavia, parece-me que, sem dúvida, vejo, ouço, aqueço. Isto não pode ser falso: porque é propriamente aquilo que em mim se chama sentir; e isto, tomado assim, por precisão, não é mais que pensar. [11] Consideremos aquelas coisas que vulgarmente se crê serem compreendidas mais distintamente do que todas, ou seja, corpos que tocamos, que vemos, não com certeza corpos em comum, porque estas noções gerais costumam ser bastantes confusas, mas um em particular. Tomemos, por exemplo, este pedaço de cera: acabou mesmo de ser tirado do favo, ainda não perdeu todo o sabor do seu mel, retém um pouco do cheiro das flores de que foi colhida; a sua cor, a sua figura, a sua grandeza, são manifestas, é dura, é fria, pega-se-lhe facilmente e, se lhe batermos com o nó do dedo; emite um som. Enfim, na cera depara-se tudo o que parece ser requerido para que qualquer corpo possa ser conhecido muito distintamente. Mas eis que, enquanto falo, aproximo a cera do fogo: os vestígios do sabor dissipam-se, o cheiro esvai-se, a cor muda-se, a figura perde-se, a grandeza aumenta, torna-se liquida, torna-se quente, mal se lhe pode tocar, e agora, se lhe bateres, não emitirá nenhum som. Subsiste ainda a mesma cera? Tem de confessar-se que subsiste, ninguém o nega, ninguém pensa o contrário. Visto isso, o que havia nela que era tão distintamente apreendido? Seguramente, nada daquilo que era atingido pelos sentidos, porque tudo o que caía sob a alçado quer do gosto, quer da vista, quer do tacto, quer do ouvido, está agora mudado: mas a cera subsiste. [12] Talvez se verifique aquilo que agora penso, que a própria cera não fosse esta doçura do mel, nem a fragrância das flores, nem esta brancura, nem a figura, nem o som, mas um corpo que ora há pouco me aparecia perante os olhos com aquelas propriedades, ora presentemente com outras diversas. Provavelmente, era isto o que se passava. Porém, o que é precisamente isto, que eu, desta maneira, me represento pela imaginação? Concentremo-nos e, removido o que não pertence à cera, vejamos o que sobra: pois não é mais do que algo extenso, flexível, mutável. Mas o que é de facto este “flexível”, “mutável”? Que represento pela imaginação que pode transformar-se em quadrada a figura redonda desta cera, e a quadrada, por sua vez, em triangular? De nenhuma maneira, porque a concebo como sendo capaz de inumeráveis modos destes de transformação e, todavia, não posso percorrer pela imaginação séries inumeráveis. Por conseguinte, a compreensão da cera nunca chega ao termo pela faculdade da imaginação. E o que é o extenso? Não é também a própria extensão desconhecida, visto que se torna maior na cera derretida, ainda maior na cera a ferver, e cada vez maior, se o calor aumenta? Só posso julgar rectamente o que a cera é se supuser que admite, segundo a extensão, mais diferenças do que eu seria capaz de alguma vez abraçar pela imaginação. Por conseguinte, só me resta conceder que não posso representar pela imaginação o que é esta cera, mas que só a posso conceber pelo espírito (digo isto deste pedaço de cera em particular, porque da cera em comum é ainda mais claro). Mas o que é na verdade esta cera, que só é concebida pelo espírito? A mesma que vejo, toco, que imagino, numa palavra, a mesma que acreditei desde o início que cxv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado existia. Mas – o que é de notar – o seu conhecimento não é uma visão, não é um tocar, não é uma imaginação, nem o foi nunca, embora assim o parecesse anteriormente, mas apenas uma inspecção do espírito que pode ser imperfeita e confusa, como antes era, ou clara e distinta, como é agora, de acordo com a menor ou maior atenção que presto àquilo de que consta.» Texto adaptado por Catarina Vicente a partir de Descartes, Meditações sobre a Filosofia Primeira, trad. de Professor Gustavo de Fraga, Livraria Almedina, Coimbra, 1992. cxvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Nota: As seguintes planificações não foram objecto de leccionação. Filosofia 11º E Sumário: Provas cartesianas para a existência de Deus. Revisão para o teste sumativo. Provas da Existência de Deus Prova a priori pela simples consideração da ideia de ser perfeito “Dado que, no nosso conceito de Deus, está contida a existência, é correctamente que se conclui que Deus existe. Considerando, portanto, entre as diversas ideias que uma é a do ente sumamente inteligente, sumamente potente e sumamente perfeito, a qual é, de longe, a principal de todas, reconhecemos nela a existência, não apenas como possível e contingente, como acontece nas ideias de todas as outras coisas que percepcionamos distintamente, mas como totalmente necessária e eterna. E, da mesma forma que, por exemplo, percebemos que na ideia de triângulo está necessariamente contido que os seus três ângulos iguais são iguais a dois ângulos rectos, assim, pela simples percepção de que a existência necessária e eterna está contida na ideia do ser sumamente perfeito, devemos concluir sem ambiguidade que o ente sumamente perfeito existe.” Descartes, Princípios da Filosofia, I Parte, p. 61-62. 1ª Prova a posteriori pela causalidade das ideias Descartes conclui que Deus existe pelo facto de a sua ideia existir em nós. Uma das passagens onde ele exprime melhor esta ideia é: “Assim, dado que temos em nós a ideia de Deus ou do ser supremo, com razão podemos examinar a causa por que a temos; e encontraremos nela tanta imensidade que por isso nos certificamos absolutamente de que ela só pode ter sido posta em nós por um ser em que exista efectivamente a plenitude de todas as perfeições, ou seja, por um Deus realmente existente. Com efeito, pela luz natural é evidente não só que do nada nada se faz, mas também que não se produz o que é mais perfeito pelo que é menos perfeito, como causa eficiente e total; e, ainda, que não pode haver em nós a ideia ou imagem de alguma coisa da qual não exista algures, cxvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado seja em nós, seja fora de nós, algum arquétipo que contenha a coisa e todas as suas perfeições. E porque de modo nenhum encontramos em nós aquelas supremas perfeições cuja ideia possuímos, disso concluímos correctamente que elas existem, ou certamente existiram alguma vez, em algum ser diferente de nós, a saber, em Deus; do que se segue com total evidência que elas ainda existem.” Descartes, Princípios da Filosofia, Parte I, p. 64 2º Prova a posteriori baseada na contingência do espírito “Se tivesse poder para me conservar a mim mesmo, tanto mais poder teria para me dar as perfeições que me faltam; pois elas são apenas atributos da substância, e eu sou substância. Mas não tenho poder para dar a mim mesmo estas perfeições; se o tivesse, já as possuiria. Por conseguinte, não tenho poder para me conservar a mim mesmo. Assim, não posso existir, a não ser que seja conservado enquanto existo, seja por mim próprio, se tivesse poder para tal, seja por outro que o possui. Ora, eu existo, e contudo não possuo poder para me conservar a mim próprio, como já foi provado. Logo, sou conservado por outro. Além disso, aquele pelo qual sou conservado possui formal e eminentemente tudo aquilo que em mim existe. Mas em mim existe a percepção de muitas perfeições que me faltam, ao mesmo tempo que tenho a percepção da ideia de Deus. Logo, também nele, que me conserva, existe percepção das mesmas perfeições. Assim, ele próprio não pode ter percepção de algumas perfeições que lhe faltem, ou que não possua formal ou eminentemente. Como, porém, tem o poder para me conservar, como foi dito, muito mais poder terá para as dar a si mesmo, se lhe faltassem. Tem pois a percepção de todas aquelas que me faltam e que concebo poderem só existir em Deus, como foi provado. Portanto, possui-as formal e eminentemente, e assim é Deus.” Descartes, Oeuvres, VII, pp. 166-169. cxviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E Sumário: Caracterização do conhecimento vulgar e do conhecimento científico: análise de um excerto de um texto de Stephen Hawking. A aula terá início com a análise de uma situação-problema presente no texto de Stephen Hawking. O texto será lido, em voz alta, por alguns alunos. Esclarecer-se-ão, após esta leitura inicial, dúvidas de interpretação do texto. Seguidamente, o texto será relido pelos alunos para que possam realizar as questões correspondentes ao texto. Após os alunos terem realizado a tarefa de exploração e análise do texto por si próprios, será realizada uma correcção oral e escrita no quadro. Finalmente, realizar-se-á uma síntese do conteúdo exposto, com apoio num texto-síntese entregue pela mestranda. cxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E O conhecimento vulgar e o conhecimento científico Situação-Problema “Um conhecido homem de Ciência (Bertrand Russell) deu uma vez uma conferência sobre astronomia. Descreveu como a Terra orbita em volta do Sol e como o Sol, por sua vez, orbita em redor do centro de um vasto conjunto de estrelas que constitui a nossa galáxia. No fim da conferência, uma velhinha, no fundo da sala, levantou-se e disse: “O que o senhor nos disse é um disparate. O mundo não passa de um prato achatado equilibrado nas costas de uma tartaruga gigante.” O cientista sorriu com ar superior e respondeu com outra pergunta: “E onde se apoia a tartaruga?” A velhinha então exclamou: “Você é um jovem muito inteligente, mas são tudo tartarugas por aí abaixo!” A maior parte das pessoas acharia bastante ridícula a imagem do Universo como uma torre infinita de tartarugas. Mas o que nos leva a concluir que sabemos mais? Que sabemos ao certo sobre o Universo e como atingimos esse conhecimento? De onde veio e para onde vai? Teve um princípio e, nesse caso, que aconteceu antes dele? Qual é a natureza do tempo? Acabará alguma vez? Descobertas recentes em física, tornadas possíveis em parte pela fantástica tecnologia actual, sugerem respostas a algumas destas perguntas antigas. Um dia, essas respostas poderão parecer tão óbvias para nós como o facto de a Terra girar em volta do Sol; ou talvez tão ridículas como uma torre de tartarugas. Só o tempo (seja ele o que for) o dirá.”~ Stephen Hawking, Breve História do tempo. Lisboa, Gradiva, 1988. P. 17, adaptado por Catarina Vicente. Exploração da situação-problema 1. Como interpreta a intervenção da velhinha nesta história? 2. Podemos considerar ridícula a sua imagem do Universo? Porquê? (Justifique). 3. Na situação-problema encontramos duas imagens do mundo: a do astrólogo e a da velhinha. Será que o cientista conhece a realidade do mesmo modo que qualquer um de nós? 4. Será o seu conhecimento (o do cientista) apenas mais extenso ou de outra natureza? 5. A imagem que a velhinha tem do mundo é uma crença? Justifique. 6. A imagem que o cientista tem do mundo poderá ser uma crença? Justifique. cxx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E O conhecimento vulgar e o conhecimento científico T.P.C. Modelos Geocêntrico e Heliocêntrico O Modelo Geocêntrico, defendido pelo filósofo grego Aristóteles, no século IV a.C., colocava a Terra no centro do Universo. As observações realizadas no dia-a-dia pareciam apoiar este modelo: a Terra parecia imóvel e todos os astros observáveis (planetas e estrelas) pareciam girar à sua volta. Este modelo, também defendido por Ptolomeu, foi aceite até ao séc. XV. O Modelo Heliocêntrico coloca o Sol no centro do Universo, com os planetas a orbitarem à sua volta. Foi Aristarco de Samos quem primeiro defendeu esta ideia, que iria ser recuperada por Nicolau Copérnico mais de mil anos depois, e posteriormente também defendida por Galileu Galilei. Ambos estes últimos teorizaram o Modelo Heliocêntrico a partir de experiências científicas, onde se calcularam distâncias entre astros através do uso de cálculos matemáticos e se observaram os astros através de dispositivos técnicos, nomeadamente, o telescópio. Texto adaptado de http://quarksegluoes.blogspot.pt/2008/10/modelos-geocntrico-eheliocntrico.html Partindo do texto, demonstra que o modelo heliocêntrico é um modelo que provém do conhecimento científico e o modelo geocêntrico é um modelo baseado no senso comum. cxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E Sumário: O método científico do indutivismo como teoria verificacionista. Filosofia 11ºE – 21 de Fevereiro de 2013- Conhecimento vulgar e conhecimento científico A aula inicia-se com a apresentação de alguns casos de raciocínios indutivos. Nomeadamente, estes três: “O Tareco é felino. O Bichano é felino. O Miau é felino. O Manchinhas é felino. O Tigre é felino. Logo, todos os gatos são felinos.” “A água ferve a 100 graus no dia 1 de Fevereiro. A água ferve a 100 graus no dia 2 de Fevereiro. A água ferve a 100 graus no dia 3 de Fevereiro. (a mesma constatação até ao final de três anos) Logo, a água ferve a 100 graus sempre.” “Estudo e tenho positiva no primeiro trimestre. Estudo e tenho positiva no segundo trimestre. Estudo e tenho positiva no terceiro trimestre. Logo, sempre que estudo, tenho positiva.” A mestranda pede, então, que os alunos deem um exemplo de um raciocínio indutivo, para entregar à mestranda no fim da sua realização, de forma a ela poder corrigir esse trabalho em casa. cxxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Seguidamente, analisar-se-á a seguinte citação, a ser comentada pelos alunos: «Se tentarmos imaginar como uma mente com um poder e alcance sobre-humanos, mas normal nos processos lógicos do seu pensamento, … utilizaria o método científico, o processo seria o seguinte: em primeiro lugar, todos os factos seriam observados e registados sem discriminações ou palpites a priori quanto à sua importância relativa. Em segundo lugar, os factos observados e registados seriam analisados, comparados e classificados sem o recurso a hipóteses ou postulados além dos que a lógica do pensamento envolve necessariamente. Em terceiro lugar, a partir desta análise dos factos realizar-se-iam generalizações indutivas que indicassem relações causais ou classificativas. Em quarto lugar, a investigação subsequente, recorrendo a inferências realizadas a partir das generalizações previamente estabelecidas, seria tanto dedutiva como indutiva.» A. B. Wolfe, Filosofia das Ciências da Natureza, 1966, trad. De Pedro Galvão, p.11. A mestranda, com a participação dos alunos, organizará os três passos cruciais do método indutivo no quadro: 1. Registo e classificação de dados empíricos (a mestranda recordará o que significa “dado empírico”, como sendo informação dos sentidos, e explicará que a classificação é já um exercício racionalizante da realidade que tem por base conhecimentos científicos anteriores.) 2. Obtenção da hipótese por generalização indutiva. A mestranda dará a noção de “hipótese científica”: proposições que devem ser testadas na sua veracidade. 3. Aplicação da hipótese a novos factos empíricos tendo em vista a sua confirmação, tornando a hipótese numa teoria científica. A mestranda apresentará a noção de “teoria científica”: conjunto verdadeiro de proposições organizadas sistematicamente. Depois, a mestranda apresentará a noção de verificabilidade. Critério científico verificacionista: uma teoria é científica se as suas afirmações são empiricamente verificáveis. O método indutivista tem por fim elaborar teorias verificionistas, pois o seu método comprovativo consiste na verificação de casos particulares para fortalecer a conclusão universal que consiste na teoria científica. cxxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Filosofia 11º E O conhecimento vulgar e o conhecimento científico Sumário: O problema da indução como crítica ao indutivismo. A mestranda começa por recordar a caracterização de Hume enquanto céptico, revendo o termo “cepticismo” como posição filosófica em que se assume que não se conhece a resposta para um determinado problema filosófico. Pode ser necessária a elucidação do que é um problema filosófico, caso a mestranda note que os alunos precisem da sua explicitação. Nesse caso, “problema filosófico” será definido como uma pergunta filosófica para a qual a resposta é difícil de encontrar. Poder-se-á dar exemplos de problemas filosóficos: “será que conhecemos com ideias da razão (racionalistas) ou com percepções (empiristas)?, “será que podemos obter conhecimento de forma absolutamente segura? (pergunta dos cépticos)?” Faz-se esta introdução porque Hume coloca o problema da indução a partir da sua atitude céptica, de forma a ter a certeza dos limites do conhecimento. A mestranda fará a sua exposição partindo do exemplo indutivo adaptado, original de Hume, sobre a certeza de que o sol se levantará amanhã: “Segunda-feira o sol nasceu. Terça-feira o sol nasceu. Quarta-feira o sol nasceu. Quinta-feira o sol nasceu. Sexta-feira o sol nasceu. Sábado o sol nasceu. Domingo o sol nasceu. (Todas as semanas, desde que nasci e tive entendimento para compreender dados dos sentidos, tenho verificado esta rotina) Logo, o sol nascerá amanhã.” A mestranda começa por mostrar como as inferências indutivas têm nelas pressuposto o princípio da indução, que carece de comprovação. Esse princípio de indução é, nada mais nada menos, do que a forma lógica acima representada. Hume procura justificar esta forma lógica como uma boa fonte de conhecimento. Para isso, assume uma estratégia bipartida. Como só existem duas formas de conhecimento (a priori e a posteriori) ele analisa qual destas, se é que alguma, pode justificar o princípio de indução. Hume procura essa comprovação a priori e não a encontra, porque não há qualquer dado puramente racional que aponte para a uniformidade da natureza (nada na minha razão implica que amanhã o sol nasça). Hume, então, passa a procurar a comprovação do princípio da indução em dados a posteriori e não os pode aceitar por incorrerem em petição de princípio. A mestranda dará a definição de petição de princípio. Petição de princípio: falácia informal em que se comprova algo com aquilo que se visa comprovar. Ex: Deus é bom porque todos sabemos que Deus só pode fazer o bem. Neste caso, o raciocínio é o seguinte: Pelo que observámos até hoje a natureza é uniforme. cxxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo B – Guiões de Lições e respectivo material utilizado Logo, a natureza é uniforme. Este raciocínio é, formalmente, igual ao raciocínio anteriormente apresentado. Como não existe nem um nem outro modo de comprovação do princípio de indução, este fica comprovado como injustificável. T.P.C.: Colocar sobre forma de silogismo o argumento de Hume que invalida a indução. cxxv Anexo C Plano de Actividades cxxvi Na escola secundária, as actividades não-lectivas vêm expostas no plano abaixo, de acordo com as datas da Escola Secundária de Casquilhos. Foram as actividades conhecidas e propostas pela Mestranda e indicadas pela Professora Orientadora Maria Emília Santos. Este plano de actividades tem, como objectivo, apresentar as actividades não-lectivas a realizar durante a Prática de Ensino Supervisionada. Nota introdutória ao Plano de Actividades do Núcleo de Estágio de Filosofia Anexo C – Plano de Actividades ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS cxxvii Colóquio de Jovens Filósofos Actividade Visita de Estudo ao Teatro Municipal de Almada Adquirir o gosto e o interesse pelas diversas manifestações culturais. Realizar um trabalho escrito e oral sobre uma obra ou um tema filosófico. Desenvolver uma sensibilidade ética, estética, social e política; Objectivos Ver a peça “Tuning” de Rodrigo Francisco com encenação de Joaquim Benite; Escola Secundária dos Casquilhos Local Teatro Municipal de Almada Professora Maria Emília Santos e Mestranda Catarina Vicente Dinamizadores Professora Maria Emília Santos e Professora Graça Carvalho Ano lectivo 2012/2013 Alunos dos 10ºs, 11ºs e 12ºs anos de Filosofia Destinatários Alunos dos 10ºs, 11ºs, e 12ºs anos de Filosofia Plano de Actividades do Núcleo de Estágio de Filosofia Anexo C – Plano de Actividades ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS De 10 de Janeiro (planificação do trabalho com orientação da Professora da disciplina e Mestranda) a 3 de Maio – apresentação do trabalho realizado. Das 20:30 às 23:30 Data 23 de Novembro de 2012 Desenvolver competências a nível da hermenêutica e expressão escrita que sejam adequadas à linguagem filosófica; Hermenêutica de texto; Esclarecer as dúvidas dos alunos relativas à matéria da disciplina; Reflectir sobre a questão da sexualidade. Objectivos Conhecer a sexualidade na adolescência; cxxviii Catarina Vicente, 2 de Novembro de 2012 Trabalho de hermenêutica de texto. Sessões de apoio e esclarecimento de dúvidas relativas à disciplina de Filosofia; Educação Sexual na Escola Actividade Escola Secundária dos Casquilhos – Sala de Estudo Local Escola Secundária de Casquilhos Mestranda Catarina Vicente Dinamizadores Professora Maria Emília Santos Mestranda Catarina Vicente Anexo C – Plano de Actividades ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Alunos do 10ºC e do 11ºE de Filosofia Destinatários Alunos dos 10ºs e 11ºs anos de Filosofia Quartas-feiras das 14:30 às 16:30 Data A marcar Anexo D Plano de Actividades – Documentos relevantes ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo D – Anexos do Plano de Actividades Obras propostas pela mestranda Catarina Vicente para o Colóquio de Jovens Filósofos Voltaire, Cândido Chuck Palahniuk, Fight Club e Invisible Monsters (Monstros Invisíveis) José Saramago, Ensaio sobre a Cegueira David Thoureau, Life in the Woods Antoine de Saint-Exupéry, OPrincipezinho O Diário de Anne Frank Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray George Orwell, Animal Farm George Orwell, 1984 Victor Hugo, O Corcunda de Notredame Alexandre Dumas, O conde de Monte Cristo Patricia Highsmith, O talentoso Mr. Ripley Audous Huxley, Admirável Mundo Novo John Boyn, O Rapaz do Pijama às Riscas Hannah Arendt, O Mal Aristóteles, Poética Blake Nelson, Paranoid Park William Shakespeare, Hamlet Nota: Todas estas obras estão traduzidas para português. Catarina Vicente, 10 de Outubro de 2012 cxxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS 7º Colóquio dos Jovens Filósofos Ano lectivo 2012/2013 Informam-se os alunos do ensino secundário, de todas as áreas de estudo, que estão abertas inscrições para participação no 7º Colóquio dos Jovens Filósofos. Esta actividade tem como objectivo a redacção de um texto filosófico, assim como a sua apresentação em espaço público. A inscrição/participação no Colóquio obedece ao seguinte: a) Leitura de um dos 6 textos propostos: 1. Fédon, Platão. 2. Cândido, Voltaire. 3. Ética prática, Peter Singer. 4. Aventuras de João sem medo, José Gomes Ferreira. 5. Fahrenheit – 451, Ray Bradbury. 6. Televisão: um perigo para a democracia, Karl Popper. b) Prazo limite das inscrições: 10 de Novembro de 2012. Nota: A inscrição deve ser feita junto do professor da disciplina de Filosofia. 17/10/2012 cxxx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Calendarização do trabalho • Até 10 de Janeiro – ler a obra; - definir tema(s) a trabalhar ou definir se trabalha a obra na íntegra; - definir forma de trabalho (se vai tratar de apenas 1 tema ou se vai relacionar 2 ou mais temas na obra ou se vai tratar da obra na íntegra ou se vai relacionar 1 tema da obra com outro(s) autor(es) e qual (quais)); • Até 18 de Fevereiro – Entrega do 1º resumo escrito da obra ou do (s) tema (s) a trabalhar; • De 4 a 15 de Março - 1ª apresentação do trabalho (pode ser apenas oralmente, em Power Point ou em outra ferramenta de apresentação que pode conter um filme, uma representação dos próprios…); • Até dia 15 de Abril entrega do texto final. • 3 de Maio – 7 º Colóquio de Jovens Filósofos Avaliação do trabalho 10º Ano: Os alunos participantes não farão o trabalho de investigação previsto para o 3º período. 11º e 12º Anos: Os alunos estão dispensados dos trabalhos de casa ou trabalho de investigação a realizar no 3º período e dos glossários a efectuar até ao final do ano lectivo. cxxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Projecto de Educação Sexual Este projecto é integrado no Plano de Actividades da Escola Secundária de Casquilhos, a ser desenvolvido com os alunos do 10º C e do 11º E. O tema do projecto, escolhido pela Escola Secundária de Casquilhos, será o seguinte: “Compreensão da sexualidade como uma das componentes mais sensíveis da pessoa, no contexto de um projecto de vida que integre valores (ex: afectos, ternura, crescimento e maturidade emocional, capacidade de lidar com frustrações, compromissos, e abstinência voluntária) e uma dimensão ética.” Para este projecto foi por mim proposta a visualização do filme “Juno”. Passo a justificar a escolha do filme em questão. Considero que o filme trata muito bem os temas da sexualidade e gravidez na adolescência, apresentando os mesmos de forma leve, em estilo de comédia. Desta forma, podemos assistir a uma história tocante e com problemas profundos, de forma mais despreocupada uma vez que o estilo do filme é comédia, mas não por isso menos empática. Parece-me que as personagens e, principalmente, a personagem central, Juno, são carismáticas e empáticas o suficiente para conseguirmos estabelecer com elas uma fácil ligação. Vejamos uma sinopse do filme: O filme leva-nos a sentir uma grande empatia pela personagem principal, Juno, uma adolescente de 16 anos que engravida após ter tido relações sexuais com um dos seus melhores amigos. A adolescente imediatamente percebe que não está na posse da maturidade suficiente para criar o seu filho e, como não quer abortar, decide dar o seu filho para adopção. A adolescente conhece um casal que se compromete a adoptar a criança e, vai-se apercebendo, ao longo desse processo, que é muito melhor que a sua criança venha a ser educada por pessoas que a amam e a desejam mais do que tudo, uma vez que o casal em questão não podia ter filhos, e ela própria é muito jovem e desprovida de maturidade e capacidade para o fazer. Ao longo deste processo, a adolescente percebe que os afectos são o mais importante em qualquer relação. Juno apercebe-se deste facto não só através do contacto com o casal que quer adoptar a criança, mas também porque ela própria se apercebe de que o motivo que a levou a ter relações sexuais com o seu amigo foi apenas curiosidade embora só posteriormente, após dar à luz, é que Juno se apercebe de que está apaixonada por Paul (o pai biológico da criança), e Paul estava, também, apaixonado por Juno. Esta pequena sinopse do filme permite-nos pensar que os afectos são primordiais e imprescindíveis numa relação amorosa. Juno considera-se uma adolescente “sui generis” na medida em que não passou pelo processo que ela considera ser o mais comum no desenvolvimento de uma relação amorosa (apaixonar-se primeiro, e só depois pensar em ter cxxxii uma relação a dois e considerar a hipótese de ter um filho) mas, no entanto, Juno compreende que os afectos são como que os arquétipos de qualquer relação. A moral da história não é, de todo, valorizar este tipo de acontecimento, mas olhar para ele com maturidade suficiente para se perceber que tipo de erros foram cometidos por Juno, ainda que estes erros tenham sido fruto da idade e de falta de maturidade suficiente para lidar com a situação. Juno apercebe-se que o mais importante na vida, acima de tudo, no que respeita a relações amorosas, é o que o seu pai lhe diz, a dada altura, que é o seguinte: quem gostar de ti gostará de ti pelo que tu és e exactamente como és, sejas feia, bonita, gorda, magra, alta, baixa, bem disposta, mal disposta. Quem te amar continuará a amar-te sempre. Com isto Juno apercebe-se de que a pessoa que ela realmente ama é o Paul, e que afinal a relação que tinha com ele não era só amizade, uma vez que deu fruto a um sentimento que, quando é verdadeiro, só pode existir se existir primeiro uma forte amizade: o amor. Podemos concluir com Juno que muitas vezes o processo que nos leva a perceber o que realmente importa para nós é duro e difícil, mas uma vez encontrando aquilo que é importante para nós, devemos cultiva-lo. Possivelmente, se Juno não tivesse tido a experiência que teve, não estaria apaixonada pelo Paul. No entanto, levou tempo (o tempo exacto da sua gravidez) para perceber que realmente amava Paul, e o sexo entre ambos não foi, de todo, o acontecimento que a levou a amar Paul. Juno ama Paul porque o considera a pessoa mais fixe que ela conhece, e muito bom amigo, e entende que ele sempre gostou dela. Juno também parece compreender que o próprio Paul não teve maturidade suficiente para lidar com a situação de ela ter engravidado e de ele gostar, realmente, dela, e ela não parecer retribuir os seus afectos até chegarmos ao fim do filme. Assim, no fim Juno considera-o, nas suas palavras, “golden” (dourado, feito de ouro). Texto de Catarina Vicente, Março de 2013 Actividade Após a visualização do filme e a leitura do texto, escreva um pequeno texto onde fique claro como lidaria com a situação do filme, que preocupações teria, o que o/a atormentaria mais, etc. Pode escolher entre o papel de Juno ou de Paul (Juno para as raparigas, Paul para os rapazes). cxxxiii Anexo E Actas das reuniões do Núcleo de Estágio Anexo E – Actas dos Seminários ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Acta Nº 1 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia dez de Setembro de dois mil e doze, pelas quinze horas, reuniu-se o Grupo acima indicado, com a presença de todos os elementos, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: abertura do ano lectivo e apresentação da escola; Ponto dois: procedimentos gerais do Núcleo de Estágio – da Escola Secundária de Casquilhos - em Ensino da Filosofia pela FCSH, da Universidade Nova de Lisboa; Ponto três: actividades da Escola Secundária de Casquilhos – conhecimento dos Mestrandos do Colóquio de Filosofia realizado na Escola Secundária de Casquilhos. Ponto quatro: conhecer o Senhor Director da Escola Secundária de Casquilhos e o Senhor Professor Coordenador do Departamento de Ciências Sociais e Humanas. No que diz respeito ao ponto um da ordem de trabalhos foi analisado o calendário de abertura do ano lectivo e endereçado um convite aos Mestrandos para assistirem ao início das actividades, nomeadamente a Reunião Geral de Professores, a ser realizada no próximo doze de Setembro pelas dez horas da manhã. A Professora Orientadora Cooperante efectuou uma visita guiada à Escola Secundária de Casquilhos, com o intuito de os Mestrandos ficarem a conhecer a mesma, também como o Senhor Director e os principais serviços da Escola, como a sala de Trabalho de Professores, o Gabinete do Senhor Director, a Secretaria, a Papelaria, a Reprografia, a Sala de Estudo, etc. ------------------------Quanto ao ponto dois da ordem de trabalhos, foram discutidas as linhas gerais do funcionamento do estágio, e exposto um Dossier de Estágio pela Professora Orientadora Cooperante, com o intuito de os Mestrandos ficarem mais elucidados sobre como se faz, realmente, um Dossier de Estágio, o que deve dele constar. Em relação ao ponto três, foi comunicado aos Mestrandos por parte da Professora Orientadora Cooperante em que consiste o Colóquio de Filosofia da Escola Secundária de Casquilhos, e a maneira como vamos acompanhar alunos para Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxiv que os mesmos produzam textos sobre obras Filosóficas à sua escolha. Em relação ao ponto quatro, uma vez estando já referido acima, conhecemos também o Senhor Professor Renato, Coordenador do nosso Departamento de Ciências Sociais e Humanas. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 10/09/2012 A Professora Orientadora Cooperante ______________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxv Acta Nº 3 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia vinte e seis de Setembro de dois mil e doze, pelas 12 horas, reuniu-se o Grupo acima indicado, com a presença de todos os elementos, com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: Leitura e aprovação das actas anteriores; Ponto dois: Análise da forma como os trabalhos estão a decorrer até à data; Ponto três: Análise do trabalho de correcção dos testes de diagnóstico elaborados pela Mestranda Catarina Vicente; Ponto quatro: Elaboração do calendário da leccionação das unidades didácticas correspondentes aos 10ºs e 11ºs anos. No que diz respeito ao ponto número um aprovou-se a adopção do modelo de acta apresentado pela Mestranda Catarina Vicente e procedeu-se à correcção da acta elaborada pelo Mestrando Ildo Lima. No que diz respeito ao ponto número dois, decidiu-se que as planificações anuais do 10º e do 11º ano a serem usadas pelo núcleo de estágio serão as elaboradas pela Mestranda Catarina Vicente, e analisaram-se brevemente as planificações de subunidades efectuadas pela mesma. No que diz respeito ao ponto número três, a Professora Orientadora Cooperante levou consigo os testes corrigidos pela Mestranda para futura análise. Em relação ao ponto número quatro, por não haver mais tempo, os Mestrandos ficaram incumbidos de efectuar as ditas calendarizações e entregar à Professora Orientadora Cooperante. Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxvi E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Secretária e pela Professora Orientadora Cooperante. Visto em 26/09/2012 A Professora Orientadora Cooperante ______________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxvii Acta Nº 4 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia três de Outubro de dois mil e doze o núcleo de estágio não reuniu por motivos de greve de transportes, sendo que os mestrandos não puderam comparecer. Visto em 03/10/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxviii Acta Nº 5 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia três de Outubro de 2012 o núcleo de estágio não reuniu por motivos de greve de transportes, sendo que os mestrandos não puderam comparecer. Visto em 03/10/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxxxix Acta Nº 7 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia dezassete de Outubro de dois mil e doze o núcleo de estágio não reuniu porque, nos dias onze e doze de Outubro, decorreu na Escola Secundária de Casquilhos o projecto Comenius, com a vinda de Professores de países estrangeiros, e a Professora Orientadora Cooperante teve de estar presente na recepção dos Professores. Visto em 17/10/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxl Acta Nº 8 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia vinte e quatro de Outubro de dois mil e doze o núcleo de estágio não reuniu. A Mestranda Catarina Vicente encontrava-se doente, com justificação médica, e o Mestrando Ildo Lima não compareceu. Visto em 24/10/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxli Acta Nº 9 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia trinta e um de Outubro de dois mil e doze, pelas doze horas, reuniu o grupo acima indicado, com a presença da Professora Orientadora Cooperante e a Mestranda Catarina Vicente. O Mestrando Ildo Lima não compareceu. A ordem de trabalhos foi a seguinte: Ponto um: informações; Ponto dois: Ponto da situação relativamente aos trabalhos realizados pelos Mestrandos até à data; Ponto três: Correcção dos testes do 10º ano; Ponto quatro: Análise das aulas leccionadas pela Mestranda Catarina Vicente. Relativamente ao ponto um da ordem de trabalhos foi reiterada a informação relativa ao Regulamento de Estágio e aos critérios de avaliação do mesmo. Foi-nos apresentado, pelo actor Pedro Walter, o programa do Teatro Municipal de Almada para 2012. O actor Pedro Walter teve a amabilidade de se deslocar à Escola Secundária de Casquilhos. Foi-nos então apresentada a peça “Tuning”, de Rodrigo Francisco, com encenação de Joaquim Benite, na qual o actor Pedro Walter é um dos protagonistas, que será, posteriormente, vista pelos alunos dos 10ºs, 11ºs, e 12ºs anos de escolaridade, e pela Professora Orientadora Cooperante e os Mestrandos. A ida ao Teatro ficou marcada para o dia 23 de Novembro, pelas vinte horas e trinta minutos. A Professora Orientadora Cooperante informou, ainda, que a visita de estudo ao Teatro Municipal de Almada e o acompanhamento dos alunos à peça faz parte do Plano de Actividades a ser desenvolvido pelos Mestrandos. O Plano de Actividades será para desenvolver e realizar por ambos os mestrandos mas deu-se já início ao projecto, com a ausência do Mestrando Ildo Lima; esperando-se, no entanto, a sua vinculação futura ao projecto em questão. Relativamente ao ponto dois da ordem de trabalhos, foram já leccionadas cinco aulas pela Mestranda Catarina Vicente na turma 10ºC. A mesma turma realizou um teste sumativo no passado dia vinte e quatro de Outubro, elaborado pela Mestranda Catarina Vicente. A Mestranda, elaborou, ainda, as cotações e critérios de correcção do teste. Em todas as turmas do 10º e 11º ano de Filosofia a Professora Orientadora Cooperante já leccionou catorze aulas. O Mestrando Ildo Lima assistiu, até à data presente, a quatro aulas em cada ano. A Mestranda Catarina Vicente esteve presente, até à data, a doze aulas no 10º ano, cinco das quais leccionadas pela mesma, e a nove aulas no 11º ano, nas suas respectivas turmas (10ºC e 11ºE). A Professora Orientadora Cooperante voltou a informar que no primeiro período o número de aulas previstas são vinte e seis, sendo que para cumprir o Regulamento de Estágio o Mestrando Ildo Lima terá de assistir a pelo menos treze aulas no primeiro período, o que significa que, da data de hoje Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlii até ao término do mesmo, o Mestrando terá de assistir a um mínimo de nove aulas em cada ano. Até à data presente, a Professora Orientadora Cooperante está já na posse da planificação da totalidade das aulas correspondentes à leccionação da Mestranda Catarina Vicente ao 10ºC, sendo que seis destas foram entregues pela Mestranda à Professora Orientadora Cooperante uma semana antes de começar a leccionação da Mestranda, que teve início no passado dia quinze de Outubro. O Mestrando Ildo Lima não apresentou, ainda, este trabalho. Também não apresentou, ainda, a calendarização das aulas que pretende leccionar. Das cinco aulas leccionadas pela Mestranda Catarina Vicente, O Mestrando Ildo Lima não assistiu a nenhuma. Relativamente ao ponto três da ordem de trabalhos, foi corrigido o teste do aluno número um da turma do 10º C pela Professora Orientadora Cooperante e pela Mestranda Catarina Vicente, sendo que a correcção dos restantes testes ficou a cargo da Mestranda. Por falta de tempo, o ponto quatro será tratado na próxima reunião. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 31/10/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxliii Acta Nº 10 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia sete de Novembro de dois mil e doze, pelas doze horas, reuniu o grupo acima indicado com a presença da Professora Orientadora Cooperante e a Mestranda Catarina Vicente. O Mestrando Ildo Lima não compareceu. Deu-se início à reunião com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: Informações; Ponto dois: Preparação dos materiais para a realização da Visita de Estudo (Ida ao Teatro); Ponto três: Reflexão e análise sobre as aulas leccionadas pela Mestranda Catarina Vicente até à data presente; Ponto quatro: Correcção dos testes de avaliação sumativa. Em relação ao ponto um da ordem de trabalhos, a Professora Orientadora Cooperante deu informações sobre Visitas de Estudo, nomeadamente, como se preparam os materiais necessários, tais como a ficha que tem de ser apresentada na Escola e aprovada pelo Conselho Pedagógico, e referiu que é importante escrever uma carta para os pais, explicativa da importância da Visita de Estudo em questão. Em relação ao ponto número dois, que se segue directamente do ponto número um, foram elaborados pela Professora Orientadora Cooperante e pela Mestranda as folhas referentes à Visita de Estudo, isto é, a folha que foi entregue para conselho pedagógico, relatando em que consiste a Visita de Estudo, em que dia se realiza e a que horas decorrerá. A Visita de Estudo em questão é uma ida ao Teatro Municipal de Almada para a visualização da peça “Tuning”. O objectivo desta Visita de Estudo é o de despertar nos alunos a curiosidade pela cultura, pelo mundo ao seu redor, e analisarem filosoficamente obras culturais, neste caso, uma peça de teatro contemporâneo. Em relação ao ponto número três a Professora Orientadora salientou que a Mestranda melhorou, já, a colocação da sua voz, uma vez que a Mestranda teve algumas dificuldades na projecção da sua voz no decorrer das suas primeiras aulas. A Professora Orientadora Cooperante salientou ainda que os esquemas elaborados no quadro são cada vez mais claros e mais bem organizados. Salientou, ainda, que a Mestranda faz um bom trabalho de clarificação, explicação, e consolidação dos conceitos. Como pontos a melhorar, a Professora Orientadora Cooperante sugeriu mais diversificação de estratégias, com o objectivo de criar momentos mais diversificados na sala de aula. Em relação ao ponto número quatro, foram corrigidos, pela Mestranda, os testes de avaliação sumativa do 10º ano, com orientação e aprovação da Professora Orientadora Cooperante, e foram corrigidos os testes de avaliação sumativa do 11º ano pela Professora Orientadora Cooperante. Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxliv E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 7/11/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlv Acta Nº 11 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia 14 de Novembro de dois mil e doze não se reuniu o grupo por motivos de greve geral. Visto em 14/11/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlvi Acta Nº 12 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia 21 de Novembro de dois mil e doze, pelas doze horas, reuniu a Professora Orientadora Cooperante e a Mestranda. Durante a reunião procedeu-se à actualização e gestão dos sumários digitais. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 21/11/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlvii Acta Nº 13 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia cinco de Dezembro de dois mil e doze, o grupo não reuniu porque a Professora Orientadora Cooperante se encontrava numa reunião do Conselho Geral. Visto em 5/12/2012 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlviii Acta Nº 14 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia 9 de Janeiro de dois mil e treze, pelas doze horas, reuniram a Professora Orientadora Cooperante e a mestranda. Na reunião tiveram lugar a conclusão da gestão dos sumários digitais e uma conversa sobre as notas dos alunos do 10ºC do 1º período. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 9/1/2013 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cxlix Acta Nº 15 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia nove de Janeiro de dois mil e treze, pelas doze horas, reuniram a Professora Orientadora Cooperante e a mestranda. A reunião teve a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: informações; Ponto dois: análise dos planos da Mestranda para as aulas a serem leccionadas no 11º E; Ponto três: projecto de educação sexual; Ponto quatro: projecto do 10ºD, para desenho, consistindo o projecto em cada aluno desenhar o retrato de um filósofo. Relativamente ao ponto um, Relativamente ao ponto número dois a Professora Orientadora aprovou os planos, fazendo algumas correcções/propostas de conceitos, conforme seria mais adequado. Relativamente ao ponto número três, ficou decidido que a mestranda ficaria a cargo do projecto de educação sexual nas duas turmas que acompanha, e foi aprovado o filme “Juno” pela Professora Orientadora e o guião de visualização do mesmo. Relativamente ao ponto número quatro, foi solicitado por parte da mestranda que reunisse uma lista de 30 filósofos, de preferência oriundos de diferentes épocas histórias e correntes filosóficas, com o intuito de os alunos da turma 10º D fazerem o retrato de cada um deles. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 9/1/2013 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cl Acta Nº 16 ACTA DA REUNIÃO DO NÚCLEO DE ESTÁGIO DE FILOSOFIA No dia vinte e sete de Fevereiro de dois mil e treze, pelas doze horas, reuniram a Professora Orientadora Cooperante e a mestranda. A reunião teve a seguinte ordem de trabalhos: Ponto um: análise das planificações do 11º ano; Ponto dois: análise das aulas leccionadas no 11º ano; Ponto três: correcção dos testes do 10ºC e 11ºE. Relativamente ao ponto um, a análise foi positiva, sendo que foi apenas sugerido à mestranda o esclarecimento de alguns conceitos, e troca de alguns conceitos mais obscuros por outros mais simples. Relativamente ao ponto número dois a Professora Orientadora fez uma apreciação positiva, mencionando a clareza das exposições e dos esquemas no quadro. A Professora Orientadora notou que a mestranda não se deslocava tanto para a sua esquerda na sala de aula, pelo que isso foi apontado, uma vez que é necessário circular e projectar bem a voz, e a mestranda tem a tendência a circular mais pelo seu lado direito. A Professora Orientadora teve o cuidado de referir o que considerava ficar mais adequado nas diferentes colunas nos planos, apresentando sugestões de melhoria dos planos, no sentido de ficarem mais completos. Relativamente ao ponto número três, ficaram a cargo da mestranda a correcção dos testes, por falta de mais tempo na reunião. E nada mais havendo a tratar, deu-se por encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pela Professora Orientadora Cooperante e pela secretária. Visto em 27/2/2013 A Professora Orientadora Cooperante ________________________________ A Secretária ________________________________ Acta da reunião do Núcleo de Estágio de Filosofia Escola Secundária de Casquilhos cli Anexo F Testes de Avaliação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º Ano – Teste de Diagnóstico – Ano Lectivo 2012/2013 Teste de Diagnóstico (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ Nota Introdutória O presente teste foi elaborado pela Formanda Catarina Vicente, no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada. Este teste destina-se aos alunos do 10º ano da turma C, a ser realizado no âmbito da disciplina de Filosofia e, em particular, à introdução dos alunos na mesma. Tendo como objectivo informar o Professor acerca das aprendizagens e competências previamente adquiridas pelos alunos, especialmente no que diz respeito à capacidade de interpretação de texto, à expressão escrita, à capacidade de reflexão sobre problemas complexos e à capacidade argumentativa, este teste não é sumativo. Leia atentamente o seguinte texto: “Sofia espreitou para a caixa de correio antes de abrir o portão do jardim. Geralmente havia muita publicidade e alguns envelopes grandes para a sua mãe. Sofia colocava sempre um monte de cartas na mesa da cozinha, indo depois para o quarto fazer os trabalhos de casa. (…) Nesse dia havia apenas uma pequena carta na grande caixa do correio e era para Sofia. clii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação «Sofia Amundsen» estava escrito no pequeno envelope. (….) Imediatamente após ter fechado o portão, Sofia abriu o envelope. Encontrou uma pequena folha, que não era maior do que o respectivo envelope. Na folha estava escrito: quem és tu? Mais nada. Não havia assinatura, apenas estas três palavras escritas à mão, seguidas de um grande ponto de interrogação. Observou uma vez mais o envelope. Sim, a carta era de facto para si, mas quem é que a tinha posto na caixa do correio? (…) Foi sentar-se num banco da cozinha, com a misteriosa carta na mão. Quem és tu? Se ela soubesse! Era obviamente Sofia Amundsen, mas quem era Sofia Amundsen? Ainda não tinha descoberto totalmente. E se tivesse outro nome? Anne Knutsen, por exemplo. Seria então uma outra pessoa? Subitamente, lembrou-se de que o seu pai inicialmente lhe gostaria de ter dado o nome Synnøve. Sofia procurava imaginar como seria se cumprimentasse alguém e se apresentasse como Synnøve Amundsen – mas não, não conseguia. Imaginava sempre uma outra pessoa. Saltou do banco e, com a estranha carta na mão, dirigiu-se para o quarto de banho. Colocou-se em frente do espelho, e olhou-se fixamente nos olhos. - Eu sou Sofia Amundsen – disse. A rapariga do espelho nem sequer respondeu com uma careta. Aquilo que Sofia fizesse, ela fá-lo-ia exactamente da mesma forma. Sofia procurava adiantar-se em relação ao espelho com um movimento muito rápido, mas a outra era igualmente rápida. - Quem és tu? – perguntou Sofia. De novo não recebeu nenhuma resposta, mas por um breve momento não soube se tinha sido ela ou o seu reflexo no espelho a fazer a pergunta. Sofia tocou com o indicador no nariz reflectido no espelho e disse: - Tu és eu. Não recebendo resposta alguma, inverteu a frase: - Eu sou tu. (…) Por vezes achava-se tão estranha que se perguntava se não seria disforme de nascença. A sua mãe tinha-lhe falado num parto difícil. Mas seria possível o nascimento determinar, de facto, a figura de cada um? Não era estranho que ela não soubesse quem era? Não era absurdo não poder decidir nada quanto à sua figura? Tinha simplesmente nascido consigo. Podia escolher os seus cliii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação amigos, mas não se escolhera a si mesma. Nunca tinha decidido que queria ser um ser humano. O que era um ser humano?” GAARDER, Jostein, O Mundo de Sofia – Uma aventura na filosofia, Lisboa, Editorial presença , 2001, pp. 9-11. 1. Responda às seguintes questões: 1.1. Identifique as questões que surgem a Sofia após ler a pergunta na carta. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 1.2. Como responderia à questão “O que é ser humano”? _____________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 1.3. Acha que tentar compreender o ser humano e compreender-se a si próprio é importante para vivermos num mundo melhor? Justifique. _____________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ cliv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 2. Imagine-se a dialogar com Sofia sobre estas questões. Imagine que a perspectiva dela não é a mesma que a sua, ou que é contrária. De que forma falaria com ela sobre esse assunto? Elabore um pequeno diálogo no qual dois pontos de vista diferentes sobre o mesmo assunto fiquem bem claros. _______________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ ________________________________________________________________ BOM TRABALHO! clv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Escola Secundária de Casquilhos Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º Ano – Teste de Diagnóstico – Ano Lectivo 2012/2013 Nota Introdutória O presente teste foi elaborado pela aluna estagiária Catarina Vicente, no âmbito da Prática de Ensino Supervisionada. Este teste destina-se aos alunos do 11º ano da turma E, a ser realizado no âmbito da disciplina de Filosofia. Uma vez que os alunos em questão já tiveram a disciplina de Filosofia no ano anterior, constarão dos critérios de correcção não apenas competências, mas também alguns conteúdos. Este teste não é sumativo. clvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Escola Secundária de Casquilhos Departamento de Ciências Sociais e Humanas Teste de Diagnóstico de Filosofia 11º E (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ 1. Leia atentamente o seguinte texto: “A Filosofia, disse Platão, começa com o espanto, espanto com o universo, com o que ele contém e com o nosso lugar nele. O que é o universo? É somente composto por matéria ou também contém coisas imateriais como espíritos? Como o podemos saber? A experiência é a única fonte de conhecimento ou há outras formas de conhecer? Por que estamos aqui? Fomos criados por Deus como parte de um plano divino ou o nosso aparecimento deve-se a processos simplesmente naturais? Somos livres ou todas as nossas acções são determinadas por forças que escapam ao nosso controlo? Que obrigações temos para com os outros? Temos o dever de os ajudar ou a nossa única obrigação é não os prejudicar? Estas questões são, ao mesmo tempo, familiares e estranhas. Familiares porque já nos confrontámos com elas em algum momento das nossas vidas e estranhas porque não é claro como havemos de lhes responder. Ao contrário de muitas questões, não podem ser resolvidas mediante investigação científica. Quer disso te apercebas ou não, assumes ou supões que certas respostas àquelas questões são verdadeiras. Estas crenças constituem a tua Filosofia. A disciplina de Filosofia examina criticamente tais crenças para determinar se são verdadeiras ou clvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação não. A palavra Filosofia significa “amor da sabedoria”. Deriva do grego philo que significa amor e sophia que significa sabedoria. O desejo de conhecer a verdade, o amor pelo saber é, contudo, somente um dos motivos que nos conduzem a filosofar. O desejo de viver uma vida boa e valiosa é outra das motivações para fazer Filosofia. As acções baseiam-se em crenças e acções baseadas em crenças verdadeiras têm mais hipóteses de serem bem sucedidas do que as apoiadas em crenças falsas.” Shick, Jr, Theodore e Vaughn, Lewis, Doing Philosophy, an introduction through thought experiments, McGraw-Hill, Nova Iorque, 2002 p. 2. 1. De acordo com o texto, responda às seguintes questões: A Filosofia é: a) Uma actividade apenas para quem é sábio. b) Uma actividade que não é válida para quem deseja apenas saber. c) Uma actividade despertada pela nossa curiosidade natural. Quais as motivações para fazer Filosofia? a) Confirmar todas as nossas crenças. b) Invalidar as crenças opostas às nossas. c) Viver uma vida completa e plena de sentido. 2. Apresente os argumentos que, de acordo com o texto, são a favor da tese de que a Filosofia é uma actividade útil e determinante da acção. 3. Concorda com a tese defendida no texto? Justifique. BOM TRABALHO! Catarina Vicente Setembro 2012 clviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º Ano Teste Sumativo (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ GRUPO I 1. Leia o Texto A. TEXTO A A Filosofia ocupa-se dos mesmos objectos que as outras ciências. Em quê, então, a Filosofia se distingue da ciência? A resposta é que ela se distingue tanto pelo método de investigação como pelo ponto de vista em que se coloca. Pelo método – porque o filósofo não está obrigado a restringir-se a qualquer dos métodos de conhecimento, que são muitos. Assim, por exemplo, não está obrigado, como o físico, a reduzir tudo a fenómenos observáveis pelos sentidos, isto é, ao método de redução empírica: pode também servir-se da intuição da realidade, e de outros métodos. J.M.Bochensky, Directrizes do Pensamento Filosófico, S.Paulo, E.P.U., p.28. Na resposta a cada um dos itens 1.1. e 1.2., seleccione a opção que permite obter a única afirmação adequada ao sentido do Texto A. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 1.1. A Filosofia ocupa-se de (A) objectos científicos. clix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação (B) métodos de investigação. (C) pontos de vista. (D) intuições da realidade. 1.2. A Filosofia distingue-se de outras ciências (A) pelo objecto sobre o qual se ocupa. (B) pela obrigação de deliberar sobre intuições da realidade não científicas. (C) pelos métodos de investigação e pelos pontos de vista que assume. (D) pela obrigação de utilizar métodos de conhecimento científicos. 2. Leia o Texto B. TEXTO B A preocupação fundamental da Filosofia consiste em questionarmos e compreendermos ideias muito comuns que usamos todos os dias sem pensarmos nelas. Um historiador pode perguntar o que aconteceu em determinado momento do passado, mas um filósofo perguntará: “O que é o tempo?”. Um matemático pode investigar as relações entre os números, mas um filósofo perguntará: “O que é um número?”. Um físico perguntará de que são constituídos os átomos ou o que explica a gravidade, mas um filósofo irá perguntar como podemos saber que existe qualquer coisa fora das nossas mentes. Um psicólogo pode investigar como é que as crianças aprendem uma linguagem, mas um filósofo perguntará: “Que faz uma palavra significar uma coisa?”. Qualquer pessoa pode perguntar se entrar num cinema sem pagar está errado, mas um filósofo perguntará: “O que torna uma acção correcta ou errada?” Thomas Nagel, Uma Iniciação à Filosofia, Lisboa, Gradiva, pp. 8 e 9. Explicite, por palavras suas, o tipo de preocupações fundamentais da Filosofia, enunciando alguns exemplos usados no texto. clx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 3. Leia o texto C. Uma razão importante para estudar Filosofia é o facto de esta lidar com questões fundamentais acerca do sentido da nossa existência. Por que razão estamos aqui? Há alguma demonstração da existência de Deus? As nossas vidas têm algum propósito? (…) E assim por diante. A maior parte das pessoas que estuda Filosofia acha importante que cada um de nós examine estas questões. Algumas até defendem que não vale a pena viver a vida sem a examinar. Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão. Podemos justificadamente confiar nos travões, na direcção e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficientemente bem até então; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: os travões podem ter uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisamos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos, mas, até os termos examinado, não podemos ter a certeza disso. Nigel Warburton, Elementos Básicos da Filosofia, Lisboa, Gradiva, pp.22-25. 3.1. Identifique, por palavras suas, a razão para se estudar Filosofia abordada no Texto C. 3.2. Algumas [pessoas] até defendem que não vale a pena viver a vida sem a examinar. Justifique, por palavras suas, esta afirmação, com base no texto. GRUPO II 1. Leia o Texto D. Trinity: (…) Sei porque estás aqui, Neo. Sei o que tens feito… porque quase não dormes, porque vives sozinho, (…). Sei porque eu estava à procura do mesmo. Eu estava à procura de uma resposta. É a pergunta que nos impele, Neo. Foi a pergunta que te trouxe aqui. Conheces a pergunta, tal como eu a conheci. Neo: O que é a Matrix? Trinity: A resposta está algures, Neo, e está à tua procura, e encontrar-te-á se assim o quiseres. Matrix de Andy e Larry Wachowski (1999) clxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 1.1. Explicite a metáfora da “Matrix” segundo uma interpretação filosófica. 1.2. Compare a personagem de Neo com o filósofo. 2. Na resposta a cada um dos itens 2.1. a 2.4., seleccione a única opção que permite obter a única opção correcta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 2.1. Qual destas opções é um exemplo de uma tese? (A) Deus existe, tudo o que existe é verdadeiro, Deus é verdadeiro. (B) A Filosofia é a “mãe” de todas as ciências. (C) O conceito de “paz”. (D) A diferença entre objectividade e subjectividade. 2.2. Uma possível definição de “conceito abstracto” é: (A) todo o dado empírico conhecido através dos sentidos humanos. (B) todo o conceito que se possa traduzir em argumento. (C) todo o conceito que seja produzido pelo pensamento humano. (D) todo o dado empírico que se possa tornar numa tese. 2.3. Um filósofo é um (A) sábio. (B) amigo da sabedoria. (C) amigo do conhecimento. (D) possuidor do conhecimento. 2.4. A Ética concerne: (A) O carácter e a possibilidade de conhecimento humano. (B) As regras do pensamento humano. (C) A boa acção e sistemas de valores. (D) A beleza e a arte. clxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação GRUPO III 1. Leia o Texto E. TEXTO E [515 c] – Considera pois – continuei – o que aconteceria se eles fossem soltos das cadeias e curados da sua ignorância, a ver se, regressados à sua natureza, as coisas se passavam deste modo. Logo que alguém soltasse um deles, e o forçasse a endireitar-se de repente, a voltar o pescoço, e a olhar para a luz, ao fazer tudo isso, sentiria dor, e o encandeamento impedi-lo-ia de [d] fixar os objectos cujas sombras via outrora. Que julgas tu que ele diria, se alguém lhe afirmasse que até então ele só vira coisas vãs, ao passo que agora estava mais perto da realidade e via de verdade, voltado para os objectos mais reais? E se ainda, mostrando-lhe cada um desses objectos que passavam, o forçassem com perguntas a dizer o que eram? Não te parece que ele se veria em dificuldades e suporia que os objectos vistos outrora eram mais reais dos que agora lhe mostravam? - Muito mais – afirmou. - [e] Portanto, se alguém o forçasse a olhar para a própria luz doer-lhe-iam os olhos e voltar-se-ia para buscar refúgio junto dos objectos para os quais podia olhar e julgaria ainda que estes eram, na verdade, mais nítidos do que os que lhe mostravam? - Seria assim – disse ele. - E se o arrancassem dali à força e o fizessem subir o caminho íngreme, e não o deixassem fugir antes de o arrastarem até à luz do Sol, não seria natural que ele se doesse e agastasse, por assim ser arrastado, e, depois de chegar à luz, [516] com os olhos ofuscados, nem sequer pudesse ver nada daquilo que agora dizemos serem os verdadeiros objectos? Platão, A República, Lisboa, ed. FCG. 1.1. De acordo com o texto, que significado assume a imagem dos “prisioneiros da caverna”? Justifique a sua resposta. 1.2. Por que razão é que os objectos projectados na caverna são “sombras”? Justifique a sua resposta. 1.3. Em que medida é que a Alegoria da Caverna se relaciona com a actividade filosófica? Justifique. FIM Catarina Vicente, 11 de Outubro de 2012 clxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação COTAÇÕES GRUPO I 1. 1.1. ................................................................................................... 5 pontos 1.2. ................................................................................................... 5 pontos 2. .................................................................................................................. 15 pontos 3. 3.1. ................................................................................................... 10 pontos 3.2. ................................................................................................... 30 pontos Total do Grupo I: 65 pontos GRUPO II 1. 1.1. ................................................................................................... 20 pontos 1.2. ................................................................................................... 20 pontos 2. 2.1. ................................................................................................... 5 pontos 2.2. ................................................................................................... 5 pontos 2.3. ................................................................................................... 5 pontos 2.4. ................................................................................................... 5 pontos Total do Grupo II: 60 pontos GRUPO III 1. 1.1. ................................................................................................... 20 pontos 1.2. ................................................................................................... 20 pontos clxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 1.3 ……………………………………………………………………………………………….. 35 pontos Total do Grupo III: 75 pontos TOTAL DO TESTE............................. 200 pontos CRITÉRIOS DE CORRECÇÃO GRUPO I 1. 1.1 (A) objectos científicos. 1.2 (C) pelos métodos de investigação e pelos pontos de vista que assume. 2. O aluno deve referir, pelo menos, duas preocupações fundamentais da Filosofia. Exemplo de resposta: De acordo com o texto, as preocupações fundamentais da Filosofia são questionar ideias muito comuns, ideias que são pensadas de outra forma em todas as ciências, (subjacentes a todas as ciências), de forma mais radical ou basilar; como por exemplo, o que é o tempo, o que é um número, o que é o espaço, existe algo fora das nossas mentes? Todas estas são questões próprias da filosofia e não das outras ciências porque as outras ciências usam sempre o método científico e a Filosofia pode usar qualquer método de análise ou compreensão da realidade. 3. 3.1 O aluno deve identificar a razão pela qual é importante estudar Filosofia, de acordo com o texto, a saber, questionar mais profundamente tudo o que nos rodeia para o melhor podermos conhecer: questionar a nossa existência, o mundo, o sentido de tudo. 3.2 É pedido do aluno que justifique, isto é, explicite o porquê de a afirmação em questão estar presente no texto. Exemplo de resposta: De acordo com o texto, há quem defenda que não é possível viver a vida sem a examinar porque nos questionamos constantemente acerca do mundo e do que nos rodeia. É necessário que nos questionemos acerca de tudo, acerca das nossas acções, pois só assim poderemos melhorar o nosso pensamento e a forma como agimos ou estamos no mundo. clxv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação GRUPO II 1. 1.1 O aluno, uma vez que teve oportunidade de visualizar o filme Matrix, quase na íntegra, durante as primeiras aulas e ter tido, também, oportunidade de o comentar filosoficamente na sala de aula, enumerando diversas questões filosóficas presentes no filme, deve ser capaz de referir que a “Matrix” é uma metáfora para mundo ilusório, mundo do sonho, mundo que não é real; algo do domínio da aparência e não do domínio da verdade. Acima de tudo, a metáfora da “Matrix” em questão significa viver-se na dúvida e no constante questionar. É o sentimento de que a “Matrix”, isto é, aquilo que nos rodeia, o mundo, que pensamos que é real, não o é, ou pode não ser. 1.2 Neo é considerado um filósofo uma vez que Neo se questiona constantemente. Neo vive na dúvida, e foi a dúvida que o levou a questionar-se, e foi a questão que o levou a querer saber a resposta, a querer descobrir a verdade. A resposta só “encontrará” Neo se Neo se dispuser a ser encontrado, isto é, se Neo buscar a resposta, o conhecimento, a verdade, tal como um filósofo na sua busca por sabedoria. 2. 2.1 (B) A Filosofia é a “mãe” de todas as ciências. 2.2 (C) todo o conceito que seja produzido pelo pensamento humano. 2.3 (B) amigo da sabedoria. 2.4 (C) A boa acção e sistemas de valores. GRUPO III 1. 1.1 De acordo com o texto, a imagem dos “prisioneiros na caverna” alude ao mundo sensível, ilusório, empírico. Os prisioneiros só conhecem o que conseguem ver, logo, estão confinados a uma versão circunscrita da realidade. 1.2 Os objectos projectados são “sombras” da realidade, isto é, são cópias imperfeitas da realidade. Quem conhece as “sombras”, isto é, os “prisioneiros”, não conhecem a realidade em todas as suas facetas, ou de todas as perspectivas possíveis, tendo uma visão global das coisas; uma vez que possuem, apenas, uma visão parcial do real. clxvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 1.3 O aluno deve referir que a alegoria da caverna se relaciona com a actividade filosófica porque a Filosofia nos permite viver uma vida plena de sentido e livre de uma visão redutora da realidade. Ao filosofarmos, questionamo-nos sobre o real, portanto, não damos as “sombras” como certas; permitindo-nos um conhecimento mais aprofundado da realidade. As opiniões possuem um fundo de verdade, fundo esse que é o que realmente existe ou pode ser conhecido. O filósofo quer conhecer a realidade, busca conhecer a realidade e afastar-se das “sombras”, isto é, das opiniões parciais, sem fundamento, da realidade. Catarina Vicente, 30 de Outubro de 2012 clxvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º Ano – 1º Período Segundo Teste Sumativo (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ Escreva, na sua Folha de Respostas, o Número da Questão e o Grupo a que pertence. GRUPO I 1 2 Assinale, para cada item, a opção que completa correctamente a frase. 1.1 Uma acção é… A. algo que um agente faz acontecer, consciente e voluntariamente, tendo um motivo e intenção. B. aquilo que fazemos porque nos mandam. C. uma reacção involuntária quando estamos distraídos. D. algo que um agente faz acontecer, inconscientemente, tendo motivo e intenção. 1.2 O motivo de uma acção diz respeito… A. ao objectivo da acção. B. ao “para quê” da acção. C. à razão que explica a intenção do agente. D. ao “porquê” da acção. Leia o seguinte texto. “Por limitação da liberdade entendemos factos que põem limites à liberdade da nossa decisão, para lá dos quais a liberdade é eliminada ou, pelo menos, restringida. Cada um vive numa situação única e concreta da sua existência. Cada qual traz consigo, como herança, determinadas aptidões espirituais e corporais; desde a infância está marcado pelo meio que o rodeia, pelas influências de educação, pelo ambiente espiritual ético, religioso e ideológico em que se desenvolve; vive numa época determinada com o seu espírito (ou falta de espírito) histórico, vive em determinadas circunstâncias nacionais, sociais, politicas e culturais seguindo livre no seu "mundo". Por ele é conformada por dentro e por fora a existência e inclusivamente ficando em parte inevitavelmente condicionada.” E. Coreth, O que é o Homem?, Verbo, 1985. clxviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 2.1 Identifique as condicionantes físico-biológico-psicológicas e histórico-socio-culturais da acção humana presentes no texto. Grupo II 1 Identifique, para cada uma das seguintes frases, a teoria sobre a Liberdade e Determinismo na acção humana que lhes está implícita, justificando três respostas. A. O nosso futuro é incerto, e tudo o que se passa à nossa volta é incerto, desconhecido, imprevisível. Não podemos saber nunca se existem forças ou leis que regem as nossas acções, uma vez que também nada sabemos de concreto acerca do que se passa na natureza. B. Tudo o que se passa no mundo acontece por razões necessárias, obrigatórias. Sempre que uma coisa sucede, sucede-se necessariamente o mesmo efeito. C. O mundo natural é regido por relações de causalidade, mas a acção humana é de um domínio diferente: temos plena liberdade para agir. D. Determinismo e livre-arbítrio podem coexistir na acção humana. E. Não há nada, incluindo as nossas acções, que seja fruto da nossa escolha livre. F. Consideramo-nos agentes livres sempre que as nossas acções não são constrangidas. G. A liberdade não é uma crença ilusória. A liberdade impera na nossa vontade e no nosso poder de decisão em todas as nossas acções. H. A ideia de que temos escolha ou livre-arbítrio nas nossas acções é totalmente enganadora. Somos determinados em tudo o que fazemos e também em tudo o que nos acontece. 2 Leia a seguinte B.D. clxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 2.1 Após leitura da B.D., que teoria acerca da Liberdade na Acção Humana considera que está a ser defendida por Hobbes (o tigre)? Identifique e explique em que consiste a teoria que escolheu, justificando a sua escolha. 2.2 Qual seria a posição de um determinista radical em relação à teoria defendida por Hobbes (o tigre)? Justifique. 2.3 Que contra-argumento ou contra-argumentos poderia ter John Searle a apresentar em relação à teoria defendida por Hobbes (o tigre)? Justifique. Grupo III 1 Dê exemplos de dois valores Materiais, explicitando se são vitais, do agradável e do prazer ou económicos. 2 Dê dois exemplos de valores Espirituais: um exemplo de um valor Ético-político, um exemplo de um valor Estético. Faça corresponder a cada valor o tipo de valor em que se insere. 3 Apresente os pólos dos seguintes valores: A. Bondade B. Injustiça C. Paz D. Intolerância 4 Classifique os seguintes juízos como juízos de facto ou juízos de valor: A. A água ferve a 100ºC. B. A qualidade da água da Serra da Estrela é a melhor de todas. C. A Estética é área da Filosofia que estuda a natureza do belo e os fundamentos da arte. clxx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação D. O estudo da Estética é indispensável para um artista. E. A arte do século XXI faz parte da arte contemporânea. F. A arte contemporânea é muito mais interessante do que a arte da Grécia Antiga. 5 Leia o seguinte texto. “Os valores são guias de acção, aquilo que “põe em movimento” os comportamentos, as condutas das pessoas. Na nossa vida estamos sempre a fazer juízos de valor e a guiarmo-nos por eles. Eles orientam a vida e marcam a personalidade; uma pessoa define-se, diz quem é, em função dos valores que tem. Os valores orientam as nossas preferências; eu prefiro isto ou aquilo em função dos valores que tenho. Por exemplo, se a igualdade de direitos é um valor importante para mim, eu vou optar por não discriminar as pessoas pela sua raça. Por causa dos valores as coisas apresentam-se-me de forma diferenciada. Ou seja, o mundo não é todo igual para mim, há coisas de que eu gosto e coisas de que eu não gosto; há coisas que eu admiro e coisas que não; há coisas que eu respeito e outras que não respeito. É em função deste “colorido” que os valores conferem algo ao mundo, que o Homem escolhe e age. Assim, é o valor que confere sentido à vida, serve para a nossa orientação pessoal.” In, http://www.edusurfa.pt/mostra_pdf/?pdf=OsValores.pdf, 5.1 Defina valor, com base no texto. 5.2 Explicite em que medida o texto se refere a uma hierarquia de valores. Justifique a sua resposta com base no texto. FIM clxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Cotação: grupo I, 1.1 e 1.2 – 10 pontos cada resposta. 2.1 – 15 pontos. Grupo II, 1 a, b , c ,d, e ,f, g ,h – 40 pontos. 2.1, 2.2, 2.3 – 10 pontos cada resposta. Grupo III, 1,2,3 – 5 pontos cada resposta. 4, a, b, c, d, e, f, - 5 pontos cada resposta. 5.1- 20 pontos; 5.2 – 30 pontos. Total: 200 pontos Critérios de Correcção do Segundo Teste Sumativo de Filosofia (10º C) do 1º período Grupo I 1.1 A. 1.2 D. 2.1 O aluno deverá referir, de acordo com o texto, quais são as condicionantes físicobiológico-psicológicas da acção, nomeadamente, aptidões espirituais e corporais, que fazem parte de nós como herança genética. O aluno deverá conseguir diferenciar condicionantes físico-biológico-psicológicas de condicionantes histórico-socio-culturais. As aptidões corporais e também espirituais que cada indíviduo carrega consigo como herança genética são condicionantes físico-biológico-psicológicas da acção. O meio em que vivemos, a educação, o ambiente espiritual ético, religioso e ideológico em que vivemos, a época histórica e a cultura que lhe é subjacente dizem respeito a condicionantes histórico-socio-culturais da acção. Grupo II 1 A. Indeterminismo B. Determinismo Radical C. Libertarismo D. Compatibilismo E. Determinismo Radical F. Compatibilismo G. Libertarismo H. Determinismo Radical O aluno tem de justificar três das suas respostas. Supondo que o aluno justifica as letras C., D., e E., o aluno teria de referir que identificou a C. como Libertarismo porque o Libertarismo defende plena liberdade na acção humana, enquanto que o mundo natural é regido por leis de causalidade. Em relação à D., Compatibilismo, o aluno terá de referir que o Compatibilismo é uma teoria que concilia o determinismo com a liberdade, completando clxxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação a sua resposta dizendo que segundo o Compatibilismo uma acção é livre quando não é constrangida, embora seja sempre determinada. Em relação à E., Determinismo Radical, o aluno tem de referir que o princípio de causalidade impera na natureza e na acção humana, e que não existe livre-arbítrio, uma vez que segundo o Determinismo Radical o homem está totalmente determinado, isto é, sempre submetido a leis de causalidade necessárias. 2.1 Hobbes está a defender o Libertarismo, uma vez que afirma que “podemos fazer o que queremos”, ou seja, somos livres de fazer o que queremos, sem estarmos determinados por nenhuma causa exterior ou interior a nós. 2.2 Um determinista radical diria que Hobbes está errado, uma vez que tudo no universo está submetido ao princípio de causalidade, isto é, está determinado, incluindo a vontade e a acção humanas. Nada é fruto da escolha livre do sujeito. Um determinista radical poderia dizer, como diz Calvin, que está tudo escrito nas estrelas. 2.3 John Searle diria que podemos fazer o que queremos sim, uma vez que não estamos determinados por quaisquer constrangimentos, mas que, em última análise, estamos sempre determinados por processos racionais de pensamento, portanto não somos completamente livres para agir como queremos, uma vez que o nosso pensamento nos determina. Grupo III 1 Exemplo de resposta: Saúde – valor vital, Dinheiro – valor económico. 2 Valor ético-político – Solidariedade, valor Estético – Beleza. 3 A. Maldade B. Justiça C. Guerra D. Tolerância 4 A. Juízo de facto B. Juízo de valor C. Juízo de facto D. Juízo de valor E. Juízo de facto F. Juízo de valor 5.1 Com base no texto, o aluno deverá definir valor como guia das nossas acções, como linha orientadora das nossas escolhas e preferências, como aquilo que dá sentido às nossas vidas enquanto critério das nossas decisões, motivo principal das nossas acções. clxxiii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 5.2 O texto refere-se a uma hierarquia de valores no sentido em que cada pessoa, com todas as suas características, a sua personalidade, o seu carácter, os seus gostos, poderá valorizar mais determinadas coisas e menos outras; poderá gostar mais de algumas coisas que de outras. A subjectividade subjacente à nossa experiência valorativa faz de nós quem somos, e faz com que valorizemos mais determinadas coisas que outras. Assim, hierarquicamente, temos no topo da nossa hierarquia os valores que são mais importantes para nós, aqueles que consideramos indispensáveis para agirmos. Catarina Vicente, 30 de Novembro de 2012 clxxiv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 10º Ano 1º Teste Sumativo do 2º período (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ GRUPO I 1. Na resposta a cada um dos itens, seleccione a opção que permite obter a única afirmação adequada. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 1.3. O etnocentrismo é: (E) uma tendência de desvalorizar certa cultura. (F) considerar que uma cultura possui em si os melhores padrões culturais. (G) sobrevalorizar uma certa cultura, considerando os seus padrões culturais como os mais desejáveis. (H) desvalorizar uma certa cultura, considerando os seus padrões culturais como os mais desejáveis. 1.2. Segundo o relativismo cultural, (A) os valores actuais são melhores do que os do passado. (B) os critérios para avaliar as acções são variáveis. (C) os critérios para avaliar as acções são absolutos. (D) os valores são espirituais e intemporais. 1.3. O diálogo entre culturas implica: clxxv ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação (A) a valorização da cultura ocidental. (B) a desvalorização da racionalidade. (C) a possibilidade de acordo valorativo. (D) a indiferença relativa a costumes e a valores. 1.4. O racismo é: (A) a sobrevalorização de uma cultura. (B) uma forma de pensamento que considera que existem várias raças humanas e que algumas raças são superiores. (C) uma forma de pensamento que considera que existe apenas uma raça humana. (D) desvalorização de uma cultura. 2. Leia o Texto A TEXTO A “O princípio da dignidade humana está apto a julgar toda a particularidade e deve, por consequência ser a referência na comunicação entre os homens e as culturas diferentes. Graças a ele as sociedades tomam consciência das suas injustiças institucionais ou das suas cobardias perante a condição de certas categorias de homens ou de mulheres; descobrem as insuficiências e a rigidez das suas tradições e começam a emancipar-se de tutelas oprimentes. É por isso que não existe nenhuma razão para ficar calado perante o que estimamos serem injustiças: os militantes dos direitos do homem não devem deixar-se impressionar pelo culturalismo por detrás do qual o regime comunista chinês esconde as suas práticas policiais e o seu terrorismo de estado. Admitiremos que tal princípio por definição nunca realizado concretamente e sempre “ideal” não possa sempre e em todo o lado ser de aplicação imediata.” Paul Valadier, A anarquia dos valores, Lisboa, Instituto Piaget, p 195. 2.1 Identifique o tema do texto e formule o problema abordado no texto. 2.2 Explique em que medida a dignidade humana regula as tradições de uma cultura. GRUPO II 1. Na resposta a cada um dos itens seleccione a única opção que permite obter a única opção correcta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. clxxvi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação 2.5. A diferença entre Ética e Moral é a seguinte: (B) A Moral diz respeito ao bem universal e a Ética ao bem particular. (B) A Ética diz respeito ao bem universal e a Moral ao bem particular. (C) A moral diz respeito à paz universal e a Ética à paz de um povo. (D) A Ética diz respeito à paz universal e a Moral à paz particular. 2.6. A Consciência é: (E) A capacidade que possuímos para ajuizar. (F) A capacidade de orientar a nossa cultura em função de valores. (G) A capacidade de raciocinar. (H) A capacidade de se sentir remorso com coisas que fazemos. 2.7. Liberdade é: (A) podermos fazer tudo o que queremos. (B) fazermos tudo o que queremos com consciência. (C) agirmos de forma consciente de acordo com a razão. (D) agirmos de forma coagida. 2.8. A Responsabilidade é: (E) Reconhecermos que agimos errado e não fazermos nada a respeito disso. (F) Termos plena consciência dos nossos actos e assumir a autoria desses actos. (G) Ter a capacidade de responder perante situações. (H) Reconhecermos que agimos errado e modificarmos a nossa acção. GRUPO III 2. Leia o Texto B. TEXTO B “Seja, por exemplo, o caso seguinte: alguém tem em seu poder um bem alheio que lhe foi confiado em depósito pelo seu dono, que entretanto faleceu sem que os seus herdeiros saibam nem possam vir a saber nunca desse depósito. […] O possuidor desse depósito, exactamente nessa altura, caiu na ruína total, vendo a sua família, mulher e filhos aflitos e cheios de privações, e sabendo que ao apropriar-se do depósito poderia livrar-se de privações num abrir e fechar de olhos. Além disso, suponhamos que o nosso homem é filantropo e caritativo, enquanto que os herdeiros são ricos e egoístas, e de tal modo gastadores que acrescentar o depósito à sua fortuna seria como atirá-lo clxxvii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação directamente ao mar. Se se pergunta agora se em tais circunstâncias seria permitido o uso do depósito em benefício próprio, sem dúvida se deveria responder: «Não!» E em vez de evocar todo o tipo de justificações, dir-se-ia tão somente: «É injusto», isto é, opõe-se ao dever.” Immanuel Kant, Sobre o lugar comum: isso pode ser correcto em teoria, mas nada vale na prática, AK, VIII, 286 a 287 (adaptado). 2.1. Explicite a noção de dever Kantiano, de acordo com o texto. 2.2. Por que razão conclui Kant que seria injusto um indivíduo apropriar-se do depósito? 3. Leia o texto C. Texto C Não concluí este teste devido a ter ficado doente. FIM Catarina Vicente, Fevereiro de 2012 clxxviii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Departamento de Ciências Sociais e Humanas Filosofia 11º Ano 1º Teste Sumativo do 2º período (Duração: 90 minutos) Nome ____________________________________________________ Ano ____ Turma ____ Nº ____ Data __/__/__ Classificação_________ GRUPO I 1. Na resposta a cada um dos itens, seleccione a opção que permite obter a única afirmação adequada. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. 1.1.A crença é: • uma religião. • uma determinada fé em qualquer principio. • uma adesão epistémica a um determinado principio. • uma razão para uma justificação 1.2. Justificar uma determinada crença implica: (A) dar razões para ter essa determinada crença. (B) ajuizar sobre uma determinada crença. (C) uma adesão epistémica a um determinado princípio. (D) verificar se essa determinada crença é verdadeira. 1.3. Um exemplo de conhecimento a posteriori é: (A) o conhecimento dependente somente da razão. clxxix ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação (B) o conhecimento matemático. (C) o conhecimento científico. (D) o conhecimento lógico. 1.4. Um exemplo de conhecimento a priori é: (A) o conhecimento matemático (B) o conhecimento científico. (C) o conhecimento instintivo. (D) o conhecimento dependente dos sentidos. 2. Leia o Texto A TEXTO A "“Sócrates: Diz-me, então, qual a melhor definição que poderíamos dar de conhecimento, para não nos contradizermos? […] Teeteto: A de que a crença verdadeira é conhecimento? Certamente que a crença verdadeira é infalível e tudo o que dela resulta é belo e bom. […] Sócrates: O problema não exige um estudo prolongado, pois há uma profissão que mostra bem como a crença verdadeira não é conhecimento. Teeteto: Como é possível? Que profissão é essa? Sócrates: A desses modelos de sabedoria a que se dá o nome de oradores e advogados. Tais indivíduos, com a sua arte, produzem convicção, não ensinando mas fazendo as pessoas acreditar no que quer que eles queiram que elas acreditem. Ou julgas tu que há mestres tão habilidosos que, no pouco tempo concebido pela clepsidra, sejam capazes de ensinar clxxx ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação devidamente verdade acerca de um roubo ou qualquer outro crime a ouvintes que não foram testemunhas do crime? Teeteto: Não creio, de forma nenhuma. Eles não fazem senão persuadi-los. Sócrates: Mas para ti persuadir alguém não será levá-lo a acreditar em algo? Teeteto: Sem dúvida. Sócrates: Então, quando há juízes que se acham justamente persuadidos de factos que só uma testemunha ocular, e mais ninguém, pode saber, não é verdade que, ao julgarem esses factos por ouvir dizer, depois de terem formado deles uma crença verdadeira, pronunciam um juízo desprovido de conhecimento, embora tendo uma convicção justa, se deram uma sentença correcta? Teeteto: Com certeza. Sócrates: Mas, meu amigo, se a crença verdadeira e conhecimento fossem a mesma coisa, nunca o melhor dos juízes teria uma crença verdadeira sem conhecimento. A verdade, porém, é que se trata de duas coisas distintas. Teeteto: Eu mesmo já ouvi alguém fazer essa distinção, Sócrates; tinha-me esquecido dela, mas voltei a lembrar-me. Dizia essa pessoa que a crença verdadeira acompanhada de razão (logos – justificação) é conhecimento e desprovida de razão (logos), a crença está fora do conhecimento […]” Platão, Teeteto, trad. de Adriana Manuela Nogueira e Marcelo Boeri, 201 a – c. 2.1. Explicite o argumento de Sócrates para mostrar que o conhecimento não pode ser mera crença verdadeira. 2.2. Que outras condições são necessárias para que haja conhecimento, de acordo com Sócrates? Justifica a necessidade dessas condições, de acordo com a argumentação platónica. GRUPO II • Na resposta a cada um dos itens seleccione a única opção que permite obter a única opção correcta. Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida. clxxxi ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação • O cogito é: (A) a ideia central epistémica de Descartes. (B) a ideia central epistémica de Platão (C) a dúvida metódica (D) outra palavra para cepticismo • Descartes é: • Céptico • Dogmático • Racionalista • Empirista • O cepticismo diz respeito à tese de que: (A) tudo é dubitável (B) nada é dubitável (C) algumas crenças são dubitáveis (D) tudo pode ser conhecido • O racionalismo diz respeito à tese de que: • os dados dos sentidos são a fonte principal de conhecimento • os dados da razão são a fonte principal de conhecimento • os dados do conhecimento são a fonte principal dos sentidos • os dados do conhecimento são a fonte principal da razão GRUPO III clxxxii ESCOLA SECUNDÁRIA DE CASQUILHOS Anexo F – Testes de Avaliação Não pude concluir este teste por me encontrar doente. Catarina Vicente, Fevereiro de 2012 FIM clxxxiii