Ciências da Linguagem e da Cognição Localização Funcional Cognição vs Emoção As apresentações power-point resultam de contribuições de: ! António Branco ! Helder Coelho ! Luis Antunes ! João Balsa 1 Sistemas Funcionais " Os grandes sistemas funcionais ! Motricidade " Mecanismos destinados a mover o corpo e os membros: força para subsistir, agindo sobre o ambiente envolvente. ! Sensibilidade " Dor " Visão " Audição 2 Localização funcional " Como determinar? " Exemplo: Motricidade " Experiência de Roland: ver débitos sanguíneos ! 3 situações experimentais execução de sequência motora simples (1), " execução de sequência motora complexa (2), " representação mental sem execução motora: intenção da acção. (3) " ! Medição da activação de zonas cerebrais: 3 Localização funcional (1) (2) (3) 4 Localização funcional " Principais ! ! ! ! ! áreas córtex motor córtex somestésico córtex visual córtex auditivo córtexes associativos Sternberg, p.53 5 Organização topográfica " No ! córtex visual Áreas corticais adjacentes representam áreas adjacentes do campo visual. " Activação do córtex visual de macacos, no lobo occipital injecta-se material radioactivo na corrente sanguínea. " áreas do cérebro mais activas à custa de mais alimentação sanguínea. " mais concentração sanguínea induz mais concentração radioactiva. " scanner + software constroem imagem de áreas activadas (organização topográfica). " Anderson, p.26 Estímulo visual (a), presente a um macaco, produz um padrão de activação cerebral (b), o qual se adequa fortemente à estrutura 6do estímulo. Organização topográfica " No córtex motor primário " No córtex somestésico primário ! ! áreas adjacentes processam informação/comandam áreas adjacentes do corpo. Neurónios próximos uns dos outros processam informação de parte do corpo próximas: " minimizar distâncias neuronais e optimizar tempos de reacção. Mapeamento das partes do corpo no tecido neuronal Sternberg, p.58 Habib, p.119 7 Organização funcional-topográfica 8 Execução de um movimento " Dois sistemas regulam velocidade, execução, precisão de um movimento " Cerebelo " ! Corrector do movimento ! Programação do movimento ! Lesões levam ao atraso no início do movimento Gânglios de Base 9 Execução do Movimento – Gânglios de Base " Lesões -> doença de Parkinson Córtex Cerebral Córtices Associativos + Córtex Motor Tálamo Estriado Pallidum 1 2 3 4 – – – – núcleo caudado putâmen pallidum tálamo dopamina Substância negra 10 Áreas de Brodmann " Brodmann (1909) ! Morfologia 52 áreas corticais, " com base em diferenças no tipo dos neurónios constitutivos e na sua organização. " " Mais tarde ! Funcionalidade " mostrou-se que algumas destas áreas têm valências funcionais específicas. Alguns exemplos: # # # # 3 - área somestésica primária 4 - motora primária 17 - visual primária 41 - auditiva primária Changeux, p.33 Anderson, 11 Brodmann 3,1,2 - área somestésica primária 12 Mapa de Brodmann 4- Motora primária 3- Área somestésica primária 17 - Visual primária 41 - Auditiva primária 13 Organização distribuída e evolutiva " Funções motoras e cognitivas (sobretudo superiores) ! Informação neuronal codificada em termos de padrões de activação " Corolário: um mesmo neurónio da área motor estará activado no controle de diferentes partes do corpo (i.e. integrando vários padrões de activação). ! Intervenção de várias áreas ! Evolução individual " "memorização" com prática " (a) IRMf: corte axial superior " (b) IRMf: corte axial inferior " sobreposição de imagens diferidas no tempo . vermelho: estádio inicial da resolução de um problema complexo . verde: estádio subsequente, após prática Anderson, 14 Conexões e hierarquia das áreas " Hierarquia funcional bifurcada esquemática ! meio exterior " ! entre as áreas primárias e as áreas associativas não específicas meio interior " entre o hipotálamo e as áreas associativas não específicas Habib, p.65 15 Diferença específica dos seres humanos " Peso médio do encéfalo ! ! ! ! ! Homem: 1 250 g Elefante Africano: 5 700 g Roaz azul: 6 000 g Homens: 8,3g encéfalo / 1 cm altura Mulheres: 8 g / 1 cm para 1.65 m de altura, homens com mais 45 g que Mulheres. " " Peso Encéfalo/PesoCorpo ! Descrição: " " " " Ordenadas: peso do encéfalo (g) - logaritmo de 10 Abcissas: peso do corpo (Kg) – logaritmo de 2 pontos: espécies Insectívoros e primatas 16 Espécies Peso do encéfalo 17 Peso do corpo Diferença específica do homem Peso Encéfalo/PesoCorpo: Interpretação: ! linhas: grupos zoológicos homogéneos " entre espécies do mesmo grupo a proporção encéfalo/corpo é comum " ! # insectívoros de base: musaranho, ouriço # insectívoros evoluídos: # pro-símios: lémur # símios evoluídos: macaco # hominóides: orangotango, chimpanzé, gorila # homem moderno linhas são paralelas: entre grupos há saltos evolutivos, qualitativos " cada grupo alinha pela mesma progressão da proporção " ! em coordenadas logarítmicas, inclinação 0.63(=2/3): " proporcionalidade directa entre peso do encéfalo e superfície do corpo (NB: e não o peso do corpo) 18 Diferença específica do homem " Índice ! ! de encefalização: Assunção: índice 1 para insectívoros de base Homem: índice = 28,7 Um homem com o peso de um musaranho teria um encéfalo 28,7 vezes mais pesado " Um musaranho com o peso de um homem teria um encéfalo de 46 g " ! ! ! Chimpanzé: índice = 11,48 Foca: índice = 15 Golfinho: índice = 20 19 Evolução morfológica " Estrutura do encéfalo ! é comum a todos os vertebrados Changeux, p.59: encéfalo de um peixe (toit: lobo visual; cervelet: cerebelo; última secção: bulbo raquidiano) " " Corticalização ! Proporção entre vesículas e estrangulamentos difere ! expansão do córtex em espécies evolutivamente posteriores Corte vertical de um hemisfério ! Esq. p/ dir.: répteis / mamífero primitivo (marsupial) / homem (vista anterior, hem. direito) " v - ventrículo " b - tálamo " cc - corpo caloso " p - lobo olfactivo " n - neo-córtex Changeux, p.60 20 Evolução morfo-funcional 21 Evolução morfo-funcional " Rearranjo morfológico vai a par com rearranjo funcional ! ! ! ! ! ! ! ! ! a - mamífero primitivo (ouriço) b - insectívoro c - primata prossímio d - homem P - córtex piriforme (lobo olfactivo) M - área motora S - área somestésica V - área visual A - área auditiva 22 O Método da Experiência " A TMS (Transcranial Magnetic Stimulation) recorre a uma corrente eléctrica que passando por uma bobine colocada junto ao crânio de um paciente cria um campo magnético no cérebro. " Este campo corta o processamento cerebral na área particular, o que permite que se desliguem ou inibam certas áreas do cérebro. " Mostram-se 2 palavras num ecrã aos participantes. ! Tarefa 1: Pede-se para eles decidirem se as palavras são sinónimas (ex. biscuit, coach, gift). ! Tarefa 2: Pede-se para eles decidirem se as palavras são homófonas (ex. hear, serial, links). 23 Como o Cérebro Processa as Palavras 4) Quando a TMS foi aplicada contra a região anterior, os participantes levam mais tempo nos sinónimos, mas o seu desempenho nos homófonos não foi afectado. Quando a TMS foi aplicada contra a região posterior, o inverso foi verdadeiro. " Conclusão: Os sons das palavras são processados em partes do cérebro diferentes das que estão ligadas ao significado das palavras. A parte frontal da área de Broca lida com os significados e a parte de trás com os sons das palavras. 24 Cognição vs. Emoção " Como se articula a cognição com a emoção? Cognição: Reconhecimento de Padrões Memória Atenção Categorização Emoção Resolução de Problemas Raciocínio Tomada de Decisão 25 Mente como um Filme: segundo Damásio " Como a velha capacidade humana de processar emoções acompanha as experiências cognitivas muito rápidas? " O que está na mente? " Vemos a vida como “um filme dentro de um filme” (eu auto-biográfico) 26 Como é que os filmes podem ser ferramentas para explorar a mente, para preencher a necessidade humana de experimentar emoções, ou para imitar o processo de edição que os nossos cérebros realizam? " O cinema, o teatro e a literatura têm sido modos de inquirir a mente humana, ao olharem para a mente e o comportamento humano. " John Huston chamou uma vez a atenção para o modo como um filme é montado, pois o corte das cenas no cinema é feito ao ritmo do pestanejar. " 27 “Being John Malkovich” Este filme ilustra bem o modo como podemos simular no cinema as experiências subjectivas de uma outra pessoa. Os neurocientistas cognitivos estão também continuadamente a ligar as experiências mentais subjectivas e as coisas objectivas observáveis. " A trilogia Matrix exemplifica como olhamos para as imagens em movimento. A definição do que é um filme fica exposta, assim como entramos explorarmos o que é entrar em realidades virtuais. " Os jogos de vídeo são populares pois de facto o que eles fazem é jogar com uma narrativa e permitir que os jogadores olhem para uma história. Temos assim formas diferentes de criar ambientes onde podemos entrar e sofrer a alteração das nossas disposições. " 28 Emoções Segundo Peter Greenway o cinema não fez mais do que ilustar as novelas do século XIX, pois segue uma narrativa compreensiva. " A nova tecnologia digital permitiu amplificar os efeitos especiais e inventar outro tipo de duplos, e assim permitir modos diferentes de contar histórias e de fazer os espectadores experimentar novas emoções (ou as que gostariamos de ter e não ter) e realidades. Ver um personagem e depois olhar para o mundo através dos seus olhos é o que uma narrativa faz, e assim não existem grandes mudanças quanto à sua estrutura. " 29 Emoções " Com o cinema procuramos alimento para as nossas emoções. E a Biologia ajuda-nos a perceber a diferença entre cognição e emoção. " Há uma diferença no modo como o cérebro e o nosso organismo em geral processa a cognição e a emoção. 30 Cognição / Emoção " A cognição (pensamento) é como a iluminação: é muito rápida e tem potencial para se tornar ainda mais rápida com as novas tecnologias. " Isto não quer dizer que teremos processos emocionais (disposições, receios) mais rápidos porque estes são muito antigos em termos da evolução. " As emoções são muito rígidas e mais difíceis de mudar em pouco tempo. 31 Controle do peso pelo cérebro " O cérebro regula a ingestão de alimentos e o gasto de calorias com o objectivo de manter estável o peso do corpo. Quando algo ocorre mal com este processo, surge a obesidade. " 3 Fases: " 1) o cérebro recebe informação sensorial do corpo, incluindo a informação das hormonas (leptin e ghrelin, e das energias como a glucose e os ácidos das gorduras); " 2) integra esta informação com elementos que recebeu do mundo externo (aromas) e com o estado emocional do organismo; " 3) faz alterações adequadas à ingestão da comida e ao gasto de energia, de modo a manter o equilíbrio energético e impedir a obesidade. A proteína receptora MC4R é crítica ao longo deste processo. 32 Estudos da Cocaína no Cérebro " Estudos sobre o efeito da cocaína no cérebro incidiram na ligação entre duas regiões particulares: " 1) por um lado, o cortex pré-frontal, responsável pelos comportamentos cognitivos, tais como conduta social e personalidade, e a zona junto ao hipocampo, a qual governa a memória, a aprendizagem e a emoção; " 2) e por outro lado, o nucleus accubens, que processa as boas sensações, tais como ser recompensado por um certo comportamento. " Ao estudarem-se os circuitos cerebrais que ligam as duas áreas em ratos, descobriu-se que a cocaína restringe a capacidade do cérebro em criar novos caminhos neuronais, e assim novas respostas, a partir de novas experiências. 33 Estudos da Cocaína no Cérebro " Os estudos comportamentais dos ratos após a injecção de cocaína mostraram que estes procuravam mais recompensas e eram menos capazes em aprender novas estratégias. " As consequências fisiológicas são: os utilizadores comportam-se menos adequadamente porque os seus cérebros estão menos aptos a alterarem as suas respostas perante as novas situações. " Estes estudos podem ter implicações no tratamento da esquizofrenia, da depressão e do stress pós-traumático.34 Emoção vs Sentimentos 35