comunicação e expressão por J. B. Oliveira* Ela disse, ele disse... Com esse nome, um quadro dentro de um programa de TV, nos anos 1970, fazia o maior sucesso! Tratava-se de casais que, diante das câmeras, teriam que acertar o que ELA diria e o que ELE diria em determinadas situações. É evidente que nenhum dos cônjuges sabia o que o outro teria dito, e a graça estava aí: as respostas teriam que ser iguais... e raramente eram! O tema em si causa tanto interesse que a competente Thalita Rebouças – conhecida escritora de obras juvenis – lançou um livro com esse título. Também o cinema garimpou nessas águas. Kevin Bacon e Elizabeth Perkins são os astros principais do filme Ele disse, Ela disse (He said, She said), que conta ainda com a participação da veterana e consagrada estrela Sharon Stone. A curiosidade da película é que, na prática, são dois filmes, vistos pelas óticas masculina e feminina... Tudo isso mostra que, efetivamente, a comunicação do homem e da mulher segue caminhos diversos. As causas se devem a diferenças cerebrais, neuronais, hormonais, comportamentais etc. que marcam cada sexo. Em termos de cérebro, por exemplo, sabe-se que o masculino é maior que o feminino. Mais do que isso, a pesquisadora Bente Pakkenberg, neurologista de Copenhague, demonstrou que os homens têm cerca de 4 bilhões de neurônios a mais do que as mulheres! Em compensação, Roger Gorski, neurobiologista da Universidade da Califórnia, afirma que as mulheres usam melhor o cérebro, pela utilização mais intensa que fazem do corpo caloso, procedendo a mais sinapses entre o hemisfério esquerdo – da razão – e o direito – da emoção! Foi, por sinal, um casal de pesquisadores americanos que, através da tomografia computadorizada, documentou essa operação diferenciada do cérebro. A fala masculina é mais raciocinada, objetiva e, por isso mesmo, mais concisa. Se ele estiver preocupado, ela será mais do que concisa: lacônica, ao estilo de: bem, sim, não, hã hã, para as perguntas “ como foi o dia hoje?”; “você deu andamento naquele caso?”; “alguma novidade?”; “você acha que vai dar certo?” (isso a deixa desesperada: ela quer frases completas e não monossílabos inexpressivos). A comunicação dela é totalmente diferente! A emoção, todos sabem, é incontida – às vezes até exagerada, como nas expressões tantas vezes usadas por ela: ”estou morta de cansaço!”; “já lhe disse isso um milhão de vezes”! e semelhantes... Diferentemente dele, ela conta cada caso com os mínimos detalhes e a descrição pormenorizada de cada sentimento que experimentou durante o episódio (aí é ele que fica maluco, porque o excesso de palavras lhe traz total desconforto: ele quer saber só os “finalmentes”, não lhe interessando os “entretantos”...) Estas e outras observações – tiradas do dia a dia deles e delas e analisadas à luz de ramos da ciência, como antropologia, teologia, psicologia, medicina e neurociências – constam do novo audiolivro “Homens são de Marte Mulheres são de... Morte” que acabo de lançar. É o resultado de mais de dez anos de pesquisas nessa intrigante área. Na verdade, meu interesse pelo assunto começou em 1995, a partir de dois estudos: um publicado extensamente na revista Veja, trazendo pesquisas desenvolvidas nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa sobre o tema. O outro foi o best-seller de Daniel Goleman “Inteligência Emocional”, que toca profundamente na questão da supervalorização da Razão, em detrimento da Emoção, quando ambas convivem em nós e em nosso cérebro, determinando ações e comportamentos distintos, conforme privilegiemos o uso do hemisfério esquerdo – campo predileto do homem – ou direito – espaço dominado pela mulher! O audiolivro traz informações bem interessantes. A principal delas talvez seja esta: as diferenças comportamentais e comunicacionais entre Homem e Mulher não são conflitivas, mas complementares! Se isso lhe causou interesse, peça seu exemplar pelo site www.jboliveira.com.br! * J. B. é Consultor de Empresas, Professor Universitário, Advogado e Jornalista. É Autor do livro “Falar Bem é Bem Fácil”, e membro da Academia Cristã de Letras. [email protected] | www.jboliveira.com.br 50