Do paradigma da consciência ao paradigma da linguagem

Propaganda
1
DO PARADIGMA DA CONSCIÊNCIA AO PARADIGMA DA LINGUAGEM ()
José Carlos Libâneo
Universidade Católica de Goiás
Em sentido mais amplo, linguagem é um sistema de signos intersubjetivos
– que pretendem representar a realidade – e que medeiam a comunicação. A
linguagem expressa o pensamento, é função do pensamento, é veículo da
comunicação humana. Ela é interior, enquanto a palavra é exterior. A língua é um
conjunto particular de signos intersubjetivos. Enquanto tal, é a dimensão social
da linguagem, é um produto social da faculdade da linguagem, para possibilitar o
exercício dessa faculdade nos indivíduos.
A transição do paradigma da consciência para o paradigma da linguagem
significa considerar que a linguagem, para além de ser mediação da comunicação
humana, é elemento estruturador da relação do ser humano com a realidade. Ou
seja, o primeiro fato humano não é a relação sujeito-objeto, não é a capacidade de
estabelecer uma relação ativa com o mundo, com a realidade; é a linguagem, a
intercomunicação entre as pessoas.
O paradigma da consciência sustenta-se na idéia de que o sujeito, na
busca do conhecimento e na orientação da ação humana, baseia suas decisões
numa intencionalidade subjetiva soberana. É essa intencionalidade consciente
que dá sentido às nossas ações e que nos torna autônomos e livres para tomar
decisões, já que somos sujeitos cognitivos e éticos. Prevalece, na relação sujeitoobjeto, a ação do sujeito sobre o objeto, em que o sujeito torna-se quase absoluto,
autônomo, na construção do conhecimento e do pensamento. No extremo, esse
paradigma defende a autonomia das idéias, o primado explicativo das idéias, a
auto-suficiência do sujeito pensante, frequentemente sem considerar as
condições históricas e objetivas que envolvem a construção do conhecimento. Por
causa disso, a filosofia da consciência ou do sujeito tende a privilegiar uma única
linguagem, a linguagem da razão, o conhecimento organizado, o modelo, a visão
sistemática da realidade, enfim, a ciência. Ou seja, sempre, sempre há um
conhecimento verdadeiro, traduzido em teorias interpretativas da realidade.
Segundo Assmann, na noção marxista de “sujeito histórico”, individual ou
coletivo, ocupa lugar central a consciência (“conscientização”), como se nossos
atos derivassem, primordialmente, de nossa autodeterminação consciente e livre.
Para esse autor, essa noção de sujeito histórico é vinculada à ênfase unilateral na
intencionalidade subjetiva da “consciência” transformada “numa categoria
‘mentalista’, ou seja, num conceito idealista esvaziado das mediações autoorganizativas da corporeidade individual e das mediações sócio-organizativas
inerentes a qualquer tipo de sociedade”. O que Assmann está criticando é o
()Texto didático de uso exclusivo em sala de aula, escrito para a disciplina Teorias da educação e
processos pedagógicos, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Católica de
Goiás. Goiânia, 2003.
2
paradigma da consciência em que o sujeito do conhecimento (sujeito epistêmico)
e o sujeito ético-político (sujeito histórico) não compreendem que a ação
individual e coletiva são mediatizados por processos biológicos, culturais,
institucionais que limitam fortemente a autonomia dos sujeitos. Não
compreendem “quão minúsculo é o papel que exercem as intenções conscientes e
quão maiúscula é a função dos processos (biológico, sócio-cultural, moral e,
sobretudo, econômicos) auto-reguladores na história humana concreta” (1996, p.
80).
Para os críticos do paradigma da consciência, portanto, observa-se no
mundo contemporâneo um enfraquecimento das pretensões da razão. A realidade
não pode ser compreendida apenas pela razão, pela ciência. Afirma-se que não há
nenhum modelo teórico que dê conta de compreender a complexidade do real. O
que existe são diferentes modelos, uma pluralidade de linguagens, diferentes
leituras da realidade decorrentes da cultura, das subjetividades. Surge, assim, o
paradigma da linguagem.
O paradigma da linguagem coloca a linguagem como questão central da
filosofia, da ciência, da arte. É a linguagem que constitui o mundo humano. A
questão central passa a ser: a partir do quê vamos dando sentido às coisas, como
se transmitem significados, como esses significados se transformam em cultura.
A ideia é de que os sentidos que atribuimos às coisas vão dando forma às nossas
experiências, vão se constituindo em linguagem. Os vários universos de
significado dai decorrentes, uma vez compartilhados em cada grupo social, vão
formando a cultura.
Verifica-se, pois, que nesse paradigma, antes da relação sujeito-objeto, há
a linguagem. A linguagem é a primeira realidade humana. A intersubjetividade
precede a relação sujeito-objeto. A compreensão do real se dá pela relação
intersubjetiva, dialogal, de modo que se compreenda o real na trama das
experiências culturais e subjetivas.
A linguagem impregna nosso corpo “capaz de expressão, de
comportamento, de ação e de linguagem. Com isso, é possível introduzir
relações com o mundo nas quais o organismo socializado do sujeito (capaz
de linguagem e de ação) já está introduzido, antes mesmo que possa
relacionar-se de modo objetivador com algo no mundo (Habermas, in
Marques, p.73).
A linguagem, então, é um sistema que não apenas reflete significados mas
constrói significados. Ou seja, por um lado, há fatores sociais e culturais que
constituem a linguagem; mas, por outro, os indivíduos constroem significados,
estabelecem maneiras de agir, de sentir, de falar, que vão caracterizando a
cultura de grupos sociais específicos. São essas práticas discursivas (linguagem)
que constroem sujeitos, identidades, modos de agir etc.
Paradigma da linguagem e filosofia analítica
O momento que demarca o surgimento do paradigma da linguagem ou
filosofia da linguagem denomina-se virada linguística (“linguistic turn”). Isso
acontece por volta dos anos 1930-40, com o desenvolvimento da filosofia
analítica, e o movimento se amplia a partir da década de 50. Trata-se de uma
mudança provocada pelos estudos lingüisticos que investigam as formas
complexas através das quais o sentido se constitui, se transmite e se transforma
num conjunto heterogêneo e complexo de universos de sentido a que chamamos
3
cultura. A ênfase, assim, é no sentido, ou seja, nos significados que dão forma à
experiência; os significados que se constituem pela linguagem.
A filosofia analítica (Circulo de Viena, Escola de Oxford, neopositivismo) é
uma corrente que se desenvolve na tradição do positivismo. Tem essa
denominação por entender que o papel da filosofia é buscar o significado
universal das palavras, dos termos, das sentenças. Tem a ver com uma tentativa
de unificação da linguagem da ciência. Ou seja, fazer a análise lógica das
sentenças (afirmações), fazer a análise da linguagem num esforço de busca de
objetividade. Os filósofos analíticos acham que a linguagem comum esconde
significados, ela pode ser enganadora e quase sempre o é. Por isso, precisa-se
buscar o significado mais profundo, a estrutura lógica mais profunda.
A análise da linguagem consiste em dividir um conceito em partes mais
simples para revelar sua estrutura lógica. A análise filosófica visa uma
abordagem científica e objetiva dos problemas. A analise lógica pretenderia
“matematizar” os conceitos. Para a filosofia isso seria importante para garantir
mais rigor conceitual no ato de filosofar.
São várias as escolas filosóficas que constituem o neopositivismo e há
grandes divergências entre elas. Essa corrente (também chamada de “positivismo
lógico”) teve muita influência nos EUA e Inglaterra. A sua importância, hoje, é que
foi da Filosofia Analítica que surgiu a virada lingüistica (“linguistic turn”), que é
um dos principais suportes teóricos para as teorias pós-modernas.
Por essa razão, atualmente é importante distinguir duas vertentes:
a) a vertente da análise lógica - o objetivo da filosofia é a análise da
linguagem. Análise do conceito, das proposições (Frege, Russell, Circulo de
Viena), visando elucidar o conceito e desfazer equívocos, mal-entendidos.
O conceito de análise envolve, assim, nos primórdios da filosofia analítica,
um procedimento de decomposição de um complexo, a proposição, visando
a estabelecer seus elementos constituintes e a explicitar sua forma lógica e,
desse modo, esclarecer dificuldades envolvidas na maneira de se considerar
sua relação com o real. A medida que a proposição pode ser formulada de
maneira mais perspícua e rigorosa em uma linguagem lógica, a análise
constitui-se também como tradução (Marcondes, 1989, 35).
b) A vertente da filosofia da linguagem ordinária – o objetivo da filosofia é
investigar a natureza da linguagem e o seu papel na constituição do
conhecimento do real. A questão, aqui, é menos a análise lógica dos conceitos e
mais a consideração da linguagem como elemento estruturador da relação do
homem com o real. Ou seja, nosso pensamento seria uma criação da linguagem e
não o inverso, de modo que o pensamento tem uma natureza intrinsecamente
linguística. (Esta é a idéia dos filósofos da Escola de Oxford, entre outros, Ludwig
Wittgeinstein, John Langshaw Austin, Alfred Jules Ayer ).
Na visão dos filósofos de Oxford, a análise não é entendida como
decomposição de uma proposição nem como procedimento de tradução de
modo a estabelecer sua forma lógica. Ao valorizar a linguagem comum, ou
ordinária, como horizonte de significado de nossa experiência, a filosofia de
Oxford recusa a reconstrução dessa linguagem em um sentido lógico como
solução para os problemas filosóficos ou como caminho para a elucidação.
A análise é vista como procedimento de elucidação, de
esclarecimento, de clarificação, mas do uso da linguagem, das condições que
tornam determinados usos possíveis, das regras que os constituem e
4
validam. Trata-se, portanto, de uma visão de análise como elucidação do
sentido do conceito, sendo o conceito interpretado lingüisticamente (...).
Além disso, a elucidação do conceito, considerado lingüisticamente, não se
dá pela determinação de seu sentido, já que toda análise é provisória. A
análise é realizada através da consideração do uso e, como o uso nunca
pode ser determinado de forma definitiva, o resultado da análise é sempre
parcial, dependendo das questões a serem elucidadas. (...) Na concepção da
semântica clássica (análise da linguagem) os resultados da analise lógica
devem ser definitivos” (Ibidem).
Entender o conceito “linguisticamente” significa que nosso pensamento
depende da linguagem e que, portanto, é preciso sempre levar em conta as
circunstâncias humanamente reais nas quais se formam os significados. Com
isso, fica relativizada a busca da verdade, pois os critérios de sentidos das coisas
dependem dos contextos concretos em que as pessoas existem.
Ou seja, os signos encarnam o sentido como elemento da cultura. O
sentido exprime a experiência vivida nas relações sociais.
Uma perspectiva neomoderna (Habermas)
Numa perspectiva teórica distinta da anterior, paradigma da linguagem
proposto por Jurgen Habermas abre perspectivas para uma posição de
reafirmação da razão crítica, sem cair nas armadilhas do niilismo pós-moderno.
Não é mais uma razão mentalista, programada, auto-suficiente, mas uma razão
comunicativa baseada na relação compartilhada entre sujeitos, linguisticamente
mediatizada. Na racionalidade proposta neste paradigma, as pessoas envolvidas
num processo comunicativo baseiam suas relações na argumentação com vistas
a um entendimento em torno de três contextos distintos: o mundo objetivo das
coisas, o mundo social das normas, o mundo das vivências e emoções. A busca
da verdade é processual, a racionalidade é alcançada não em função da busca da
verdade objetiva, mas em busca de um processo argumentativo pelo qual se
chega a um consenso não imposto de fora, mas acordado pelos protagonistas de
uma situação comunicativa.
Também na razão comunicativa a linguagem é o elemento fundante, pois
os sujeitos, antes mesmo de uma relação objetiva com o mundo, já estão dotados
da capacidade da linguagem e da ação para relacionar-se com o mundo. A
questão da existência humana passa a ser as formas de comunicação – não
apenas as ações da fala mas, também, ações que promovem o entendimento entre
as pessoas, i.e., a ação comunicativa.
Muda a noção de conhecimento. A ênfase não é mais na relação sujeitosobjetos, no trabalho como base na sociabilidade humana, mas na relação entre
pessoas e proposições. Entretanto, não se trata, apenas, de uma comunicação
dialoga baseada em reconhecimento do outro, amor, respeito etc.; trata-se de
descobrir uma gramática pública, de modo que a linguagem estabelecida entre as
pessoas represente (constitua?) a realidade, através das justificações daquilo que
se afirma e, com isso, se possa assegurar um entendimento comum e
compartilhado dessa realidade. O conhecimento deixa de ser uma relação com os
objetos para ser uma relação social argumentativa.
Por outra parte, reconhecendo o caráter ambivalente da modernidade, uma
consciência neomoderna toma partido pelo sentido emancipatório da razão
e busca construir uma nova modernidade isenta das formas de que não se
5
libertara o iluminismo da ilustração, a saber, não mais presa á
epistemologia baseada na consciência e na oposição entre sujeito e objeto.
A reconstrução da modernidade só se pode realizar como reconstrução do
saber humano, superando-se o paradigma mentalista, ou da
autoconsciência
individual,
por
um
paradigma
outro:
o
da
intersubjetividade centrada no medium universal que é a linguagem
pragmática ancorada no mundo da vida sob o primado da Ética, ou da
elucidação da vontade coletiva através da ação comunicativa, isto é, do
diálogo da palavra e da ação em permanente abertura á participação de
todos em igualdade de condições (Marques, 1993, p.12)
Algumas conseqüências para a pesquisa educacional
A emergência do paradigma da linguagem traz conseqüências marcantes
para a pesquisa.
Se é a linguagem que constrói os significados, é instituinte da realidade
social, então a referência é a cultura enquanto tal que deve ser considerada e não
apenas como resultante de algo maior, por exemplo, o modo de produção, a
estrutura social etc. Por exemplo, ao invés de se buscar uma explicação das
diferenças culturais no social, na estrutura social, busca-se no cultural. A divisão
social de classes é menos importante do que o mundo cultural. No caso da
investigação da escola, parte dos aspectos internos do processo educativo, da
cotidianeidade, as relações sociais internas,para verificar neles os influxos de
fatores socioculturais. Os temas de pesquisa passam a ser, por exemplo, os
modos espontâneos de organização do cotidiano escolar, as linguagens, as
subjetividade, as formas de produção das identidades, o papel do currículo
oculto, etc.
Em outras palavras, ao invés de inserirmos o objeto de investigação na
totalidade social, trata-se de estudar as relações, as tensões sociais, a partir de
entradas particulares (história de vida, cultura, sentimentos, acontecimentos
cotidianos...). Não há nenhuma prática humana, instituição, estrutura que não
seja produzida pelas representações através das quais os indivíduos e os grupos
dão sentido ao seu mundo (práticas discursivas). Passa-se de uma história social
para uma história cultural.
Bibliografia
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. S.Paulo: Martins Fontes, 1999.
ASSMANN, Hugo. Metáforas novas para reencantar a educação. Piracicaba: Editora UNIPEP, 1996.
MARQUES, Mário O. Conhecimento e modernidade em reconstrução. Ijuí: Editora Unijuí,1993.
MARCONDES, Danilo. Duas concepções de análise no desenvolvimento da filosofia analítica. In:
CARVALHO, Maria Cecília M. (Org.) Paradigmas filosóficos da atualidade. Campinas, Papirus, 1989.
6
ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO PARADIGMA EMERGENTE ()
José Carlos Libâneo
1. Relativização do rigor e da objetividade da ciência, desencantamento com o
método cientifico, com os resultados científicos, com a racionalidade técnica,
com a idéia de ordem, de regularidades etc. Prevalência da idéia de
interdeterminância, da incerteza, da relatividade do conhecimento (Física
Quântica). Não há leis objetivas que possam estar garantindo a consistência
do real.
2. Idéia de realidade como um fluxo. A realidade está sempre em transição, em
processo, ela é autotransformativa. Há um caráter transformacional no
processo x pouca ênfase nos resultados. A predição e o controle dos dados da
realidade são menos ordenados e menos precisos (mais imprecisos). Senso de
ordem X ordem assimétrica das coisas. Simétrico X caótico. Seqüencial X
fractual (dividido, fragmentado)
3. Redução do peso da teoria como expressão da verdade, como fundamento das
coisas, como explicação completa das coisas. Ênfase na experiência, na
narrativa das pessoas, na relação intersubjetiva. Da epistemologia para
hermenêutica.
4. Recusa de toda prescrição, de toda tentativa de buscar um fundamento das
coisas, das idéias (fundacionalismo). Ao contrário, valorizar o caráter
transformador da própria atividade, os grupos se auto-regulam a partir de
dentro, do mundo cultural vivido, do contingente, do especifico, do local, do
histórico, do diferente. Atenção às narrativas construídas pelos pequenos
grupos, das formas particulares de regulação da experiência social e moral.
5. Indistinção entre sujeito e objeto, entre experiência subjetiva e realidade
objetiva, entre observador e observado. Do modelo cognoscitivo S-O para o
modelo intersubjetivo do diálogo e da comunicação (paradigma da linguagem).
Da dualidade sujeito-objeto para a intersubjetividade. Da idéia de consciência,
em que o sujeito relaciona com objetos para conhecê-los e agir sobre eles,
PARA a de comunicação que incorpora, além dos elementos cognitivos, o
prático, o moral, o estético. Não há razão sem o “outro”.
6. Nem sujeito demiurgo do pensamento, nem primazia do objeto. O sujeito é um
EU que dialeticamente se constitui no embate objetivação-subjetivação.
Sujeito e objeto constituem-se reciprocamente. Sujeito e objeto são
construídos.
7. A linguagem passa a ser a questão central da filosofia, da ciência, da arte. Não
existiria nada que não pode ser exprimível pela linguagem. A linguagem
antecede a relação sujeito-objeto. Muitos paradigmas de racionalidade, muitas
visões de mundo, plurivocidade, pluralidade de modelos.
8. Substituição das teorias da consciência pelas teorias do mundo prático. Da
consciência esclarecida (subjetividade) para o mundo da linguagem, do
() Texto de uso exclusivo em sala de aula. O professor pede para não reproduzir, é uma formulação ainda preliminar, não
suficientemente elaborada.
7
entendimento lingüistico. A idéia é encontrar padrões de racionalidade no
mundo prático, ali onde o conhecimento é produzido, onde a historicidade se
constitui como elemento central. Importância mais do processo do que no
produto. Sai do a priori da razão para a precedência da prática histórica
implicada na linguagem cotidiana. A linguagem precede o conhecimento.
Toma-se a razão como incorporada na linguagem compartilhada.
9. Ênfase nos significados pessoais na constituição do núcleo da experiência
pessoal. Escutar o real na trama de nossas experiências pessoais. Valorização
do dialogo, da interação. Epistemologia experiencial (história) X epistemologia
da racionalidade. Do mundo do racional (do paradigma mentalista, idéias do
iluminismo) para o mundo do emocional (originalidade, capacidade
expressiva, vida interior, sensibilidade, fluxo histórico).
10. Idéia de auto-organização dos seres vivos (intencionalidade auto-organizativa
da vida que independe da intervenção consciente). Indistinção entre natureza
e história (historicização da natureza e naturalização da história), entre
matéria e espírito, entre o biológico e o bio-social, entre processos de vida e
processos de conhecimento. Da recusa de parâmetros ordenadores,
ordenamentos rígidos, lógica, verdade, ordem...) a um vinculo com os
processos vitais (vida redefinida como encadeamento de aprendizagens).
Relativização do papel do sujeito.
Download