Apostar na bolsa requer sangue frio

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Brasília, 08 de Setembro de 2011
Apostar na bolsa requer sangue frio
Autor(es): Ana D"angelo e Fábio Monteiro
Correio Braziliense - 31/07/2011
Ainda se recuperando do tombo de 2008, quando a Bolsa de Valores de São Paulo
(BM&FBovespa) fechou o ano com perdas de 41%, os investidores em ações passam
novamente por tormentas — e elas parecem longe de acabar. Analistas de mercado
avaliam que há espaço para mais quedas. E é justamente quando tudo parece perdido
que surgem as boas oportunidades. "Investimento é uma maratona, não uma corrida
de cem metros", ensina o analista Wilson Barcellos, da Unifinance, gestora de recursos
de terceiros. O processo tem que se dar de acordo com o perfil de risco de cada um,
mas com horizonte de médio e longo prazos.
Os prejuízos de quem investe na bolsa estão relacionados, quase sempre, a um erro
típico dos maus aplicadores. Precipitados, eles geralmente decidem adquirir e vender
os papéis no pior momento. "A máxima de comprar na baixa e vender na alta é correta,
mas muitos investidores acabam fazendo o inverso em ocasiões de crise, por causa da
emoção. Poucos conseguem ter a racionalidade de fazer o que é certo", constata José
Kobori, professor de finanças do Ibmec.
O receituário de Barcellos é claro: se o investidor for mais agressivo, ou seja, preferir
ativos de maior risco, que podem garantir ganhos mais elevados, caso das ações, ele
deve olhar para os próximos três, cinco anos, e não para o curto prazo. "O mais
conservador e menos propenso a risco, ou quem vai precisar de dinheiro rapidamente,
deve aplicar em fundos mais conservadores, como os de renda fixa", recomenda.
Diversificação dos investimentos é tudo, enfatiza Rogério Olegário, da Prosperare
Finanças Pessoais. "É um erro colocar grande parcela das economias somente na bolsa
de valores. Se um ativo vai mal, outros com melhor desempenho compensam as
perdas", observa. Tudo isso, é claro, exige disciplina, principalmente para quem quer
administrar a sua própria carteira. Nesse caso, a dica é manter as metas iniciais de
ganhos e o percentual máximo do dinheiro que pode ser exposto a riscos — sempre
uma parte menor das economias.
Se o investidor aceitou destinar no máximo 20% dos recursos em ações e obteve
ganhos que elevaram a participação na carteira para 30%, deve realizar o lucro e
retornar aos 20% que estabeleceu. O mesmo deve ser feito quando atingir a meta de
retorno fixada. "Disciplina é tudo", destaca Barcellos.
https://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/7/31/apostar... 08/09/2011
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Para iniciados
O bancário Tomás de Faria, 29 anos, é um investidor agressivo: aplica todas as suas
economias em apenas três ações — duas delas são Petrobras e Vale do Rio Doce. Ele
mesmo administra sua carteira, comprando e vendendo os papéis diretamente, por
meio do sistema de home broker, pela internet. Mas Tomas adota uma forma de
proteger o seu capital, ao recorrer ao sofisticado sistema de lançamento de opções de
compra de ações que detém em carteira — um bicho de sete cabeças para o investidor
tradicional.
Com isso, o bancário conseguiu reduzir a perda do período ao receber ganhos no
mercado de opções, enquanto as cotações dos papéis caíam. Tomás ressalta que, com
toda a sua experiência, ainda está com carteira negativa. Contudo, ele não se afoba.
"Estou tranquilo, porque invisto a longo prazo, pensando para os meus 40 anos pelo
menos", afirma.
Márcio Cardoso, diretor da Título Corretora, alerta que, em momentos de incerteza
como o atual, os riscos de perdas se multiplicam. Paciência, no entanto, é tudo no
mercado de ações. Em 2008, quando o mundo ruiu por causa do estouro da bolha
imobiliária norte-americana, as perdas nas bolsas foram violentas. No ano seguinte,
quem esperou foi recompensado. "A recuperação foi forte", lembra. As ações subiram
82% em 2009.
IMÓVEIS, UM PORTO SEGURO
Quando o sobe e desce do mercado financeiro abala o humor dos investidores, muitos
procuram diversificar seus rendimentos em opções mais conservadoras. Nesse
contexto, a procura pelo setor imobiliário sempre aumenta. "Ao longo dos últimos 50
anos, aplicar em imóveis tem sido um caminho atrativo, por causa da pequena
desvalorização dos bens", afirma João Crestana, presidente do Sindicato da Habitação
do Estado de São Paulo (Secovi-SP). Entretanto, apostar no setor também tem seus
riscos. Crestana ressalta que a decisão de adquirir casas e residências não deve ser
tomada pensando-se exclusivamente em lucros: "Não apoiamos quem compra um
imóvel para revender em um pequeno espaço de tempo. Ao contrário, indicamos esse
investimento para quem quer ter um porto seguro para seu patrimônio".
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