Oportunidade e oportunismo no mercado de capitais

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“Oportunidade e oportunismo no mercado de capitais brasileiro”
Com a entrada do Brasil na rota de investidores internacionais e o desenvolvimento
acelerado do mercado de capitais nacional, que hoje abrange desde o processo de
abertura de ações públicas iniciais (IPO, na siga em inglês), passando pelo
investimento em private equity (dos mais diversos tamanhos e setores), venture capital
(capital empreendedor que aposta no potencial de crescimento de empresas médias e
pequenas) até o capital semente e investimento anjo (fundos ou pessoas físicas com
recursos para alocar em startups e ideias inovadoras nascentes), as oportunidades de
investimento também podem se converter em verdadeiras armadilhas oportunistas.
Chamo a atenção de empresários médios e empresas nascentes com relação ao tipo
de abordagem que precisam atentar ser sinal de anti-profissionalismo e falta de
seriedade no trato com seus recursos, ideias, negócios e reputação.
A indústria de investimento em participações é notoriamente reconhecida pela
seriedade no trato dos recursos de terceiros, base da confiança de todo o processo de
alocação de recursos, que visa retornos de longo prazo. Ela se pauta na construção
de relacionamentos de alta credibilidade do processo de seleção das empresas,
aporte do capital, monitoramento, seleção dos possíveis alvos para desinvestimento
até a devolução do resultado apurado para os respectivos Investidores.
Portanto, antes de aceitar um Investidor, cumpre ao Empreendedor tomar o cuidado
de pesquisar com quem está lidando quando for abordado por alguém se dizendo
representante de um determinado Fundo de Investimento.
Recomendo, primeiramente que procure pelo referido nome do Fundo na internet, no
site indicado no cartão e também pelo nome das pessoas membro da equipe do
mesmo, visando a procurar qual o histórico daquelas pessoas na indústria ou, mesmo
se o fundo for recente, procurando encontrar referencias daquelas pessoas nas
empresas e instituições em que trabalhou anteriormente.
Através desta pesquisa, já se pode ter algum critério na seleção entre uma
oportunidade de receber um Investidor e um Oportunista. Se sua empresa é do setor
de Tecnologia da Informação, por exemplo, e o pretenso Investidor não tem nenhum
histórico de atuar neste setor, aqui está um primeiro ponto de atenção.
Se o Investidor diz que entende do setor da sua empresa, pergunte a ele quem
compõe a equipe dele que irá analisar a sua empresa como oportunidade de
investimento. Se a resposta não for satisfatória, mais uma “luz amarela” deve acender!
E se o tal Investidor quiser cobrar uma “taxa” antecipada pela análise da oportunidade,
alegando que tal valor é praxe no mercado para cobrir as despesas de prospecção,
custos de advogado e contabilidade, entre outros, é hora de agradecer e
simplesmente interromper qualquer contato, pois se trata de algum ato preparatório de
um golpe, ou, no jargão jurídico “tentativa de estelionato” (Art. 171 do Código Penal).
Existem hoje no Brasil Fundos de Investimento de Private Equity, Venture capital,
capital semente, Investidores anjo e entidades governamentais (FINEP, BNDES,
FAP´s e Agências de fomento estaduais) que estão interessadas em selecionar
empresas de todos os portes para alocar seus recursos e ajuda-las a se desenvolver
mais rapidamente.
No site da ABVCAP (www.abvcap.com.br) é possível encontrar uma lista enorme
destes atores e fazer uma pesquisa para entender quais devem estar no radar da
empresa ou empresário, levando em conta o seu porte, setor, geografia e necessidade
de investimento.
Estes Investidores são muito sérios e criteriosos no processo de seleção de projetos e
não tem por política a cobrança de valor antecipado para análise de qualquer plano de
negocio, resumo executivo ou qualquer outro nome que possam utilizar para receber o
material base para que realizem a análise do potencial do empreendimento.
Em síntese, como em todo o ramo de atividade humana há bons e maus profissionais,
resta pois recomendar a todos que prestem atenção nas boas práticas do mercado e
rechacem qualquer tentativa de “enganação”. E, se forem vítimas, não deixe de
denunciar e tomar as medidas cabíveis.
Tenham certeza que há muitas boas alternativas de Investidores para acreditar no seu
negócio e investir na sua ideia ou empresa.
Bernardo Portugal - Diretor de Relações Institucionais da Confrapar, Sócio do
escritório de advocacia PORTUGAL MURAD - DIREITO DE NEGÓCIOS, e
Conselheiro da ABVCAP – Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital.
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