O PACIENTE RENAL CRÔNICO E A ADESÃO AO TRATAMENTO

ISSN: 1981-8963
DOI: 10.5205/reuol.5149-42141-1-SM.0803201414
Holanda PK, Abreu IS.
O paciente renal crônico e a adesão ao tratamento...
ARTIGO ORIGINAL
O PACIENTE RENAL CRÔNICO E A ADESÃO AO TRATAMENTO HEMODIALÍTICO
THE CHRONIC RENAL PATIENT AND THE ADHERENCE TO HEMODIALYSIS TREATMENT
EL PACIENTE RENAL CRÓNICO Y LA ADHESIÓN AL TRATAMIENTO DE HEMODIÁLISIS
Kelly Holanda Prezotto1, Isabella Schroeder Abreu2
RESUMO
Objetivo: compreender na perspectiva dos pacientes renais os fatores que favorecem a adesão ao tratamento
da insuficiência renal crônica. Método: estudo descritivo, exploratório, com abordagem qualitativa, realizado
em uma clínica de hemodiálise com seis pacientes. Os dados foram produzidos por meio de entrevistas e
analisados pela técnica de Análise de Conteúdo na modalidade da Análise Temática. O estudo teve o projeto
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, protocolo 062/2006. Resultados: foram levantados três temas:
apoio da equipe multidisciplinar, apoio familiar e comprometimento. Conclusão: a adaptação a um novo
estilo de vida gera uma série de mudanças na rotina destes pacientes em virtude das necessidades que a
insuficiência renal crônica impõe; o que pode dificultar sua adesão ao tratamento. Neste sentido, a
construção de uma abordagem educativa deve ser evidenciada, como estratégia para estimular a adesão
destes pacientes, diminuindo a morbidade e mortalidade durante o tratamento da doença renal. Descritores:
Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Terapêutica.
ABSTRACT
Objective: understanding in the perspective of kidney patients the factors those favor adherence to
treatment of chronic renal failure. Method: a descriptive, exploratory study with a qualitative approach,
performed in a clinic with six hemodialysis patients. The data were generated through interviews and
analyzed using Content Analysis in the form of Thematic Analysis. The study had the project approved by the
Research Ethics Committee, protocol 062/2006. Results: three issues were raised: support of the
multidisciplinary team, family support and commitment. Conclusion: adapting to a new lifestyle generates a
series of changes on the routine of these patients because of the needs that chronic renal failure imposes,
which may hinder their adherence to treatment. In this sense, the construction of an educational approach
should be highlighted as a strategy to stimulate the adhesion of these patients, decreasing the morbidity and
mortality during treatment of kidney disease. Descriptors: Chronic Kidney Failure; Renal Dialysis;
Therapeutics.
RESUMEN
Objetivo: comprender en la perspectiva de los pacientes renales los factores que favorecen la adherencia al
tratamiento de la insuficiencia renal crónica. Método: estudio descriptivo, exploratorio, con abordaje
cualitativo, realizado en una clínica con seis pacientes en hemodiálisis. Los datos se han generado a través de
entrevistas y analizados mediante Análisis de Contenido en forma de Análisis Temático. El estudio tuvo el
proyecto aprobado por el Comité de Ética de la Investigación, el protocolo del 062/2006. Resultados: se
plantearon tres cuestiones: el apoyo de un equipo multidisciplinario, el apoyo familiar y el compromiso.
Conclusión: la adaptación a un nuevo estilo de vida genera una serie de cambios en la rutina de estos
pacientes debido a las necesidades que la insuficiencia renal crónica impone, lo que puede dificultar su
adherencia al tratamiento. En este sentido, la construcción de un enfoque educativo debe destacarse como
una estrategia para estimular la adhesión de estos pacientes, disminuyendo la morbilidad y la mortalidad
durante el tratamiento de la enfermedad renal. Descriptores: Insuficiencia Renal Crónica, Diálisis Renal;
Terapéutica.
1
Enfermeira, Docente, Curso de Enfermagem, Universidade Estadual do Norte do Paraná ― Campus Luiz Meneghel. Mestranda em
Enfermagem, Universidade Estadual de Maringá/UEM. Maringá (PR), Brasil. E-mail: [email protected]; 2Enfermeira, Docente,
Curso de Enfermagem, Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO. Doutoranda em Enfermagem em Saúde Pública, Escola de
Enfermagem de Ribeirão Preto/EERP-USP. Ribeirão Preto (SP), Brasil. E-mail: [email protected]
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INTRODUÇÃO
A Insuficiência Renal Crônica (IRC) pode ser
definida como o resultado final de múltiplos
sinais e sintomas decorrentes da incapacidade
renal de manter a homeostasia interna do
organismo, ocorrendo a perda irreversível da
função renal. Dentre as doenças crônicas, a
insuficiência renal crônica (IRC), se destaca
pelas marcantes mudanças provocadas pelo
tratamento, podendo ser considerada fonte de
estresse e responsáveis pelas necessidades de
adaptação do indivíduo e da família.1
Os avanços tecnológicos relacionados com a
área permitiram uma evolução na assistência
às pessoas com IRC, promovendo um aumento
de sua sobrevida e uma melhoria da qualidade
de vida dos pacientes em tratamento, porém
sabe-se que a doença renal é considerada um
grande problema de saúde pública, porque
causa elevadas taxas de morbidade e
mortalidade.2
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O paciente renal crônico e a adesão ao tratamento...
doença e o seu tratamento farmacológico.8
Além disso a não adesão ao tratamento pode
ser um fator causador de complicações, as
quais podem ser solucionadas se houver a
identificação
de
suas
causas.
Assim,
avaliações do comportamento de adesão ao
tratamento
são
necessários
para
um
planejamento eficiente e eficaz.
O objetivo deste estudo é compreender na
perspectiva dos pacientes renais os fatores
que favorecem a adesão ao tratamento da
insuficiência renal crônica. Tal compreensão
pode servir como subsidio, para que os
profissionais da equipe multidisciplinar da
área de Nefrologia atuem na promoção da
saúde destes pacientes, propondo estratégias
que aumentem a adesão destes aos esquemas
de tratamento, conscientizando-os sobre a
importância desta adesão e como esta reflete
em sua vida e no prognóstico de sua doença.
MÉTODO
Na atualidade a IRC vem sendo considerada
um importante problema de saúde pública,
com um aumento considerável do número de
pacientes renais crônicos na população
brasileira, dados estes confirmados pelo censo
de diálise de 2011 da Sociedade Brasileira de
Nefrologia, onde o numero de pacientes com
IRC corresponde a um total aproximado de
50.128.3
Artigo elaborado a partir do Trabalho de
Conclusão de Curso << O paciente renal
crônico em hemodiálise: investigação sobre a
adesão ao tratamento medicamentoso,
dialítico e nutricional >>, apresentado ao
Curso de Enfermagem da Universidade
Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO.
Autor: Kelly Holanda Prezotto. Orientadora:
Isabella Schroeder Abreu.
A doença crônica em si, exige que o
tratamento seja permanente, e sob esta
perspectiva acaba por gerar situações de
grande estresse ao paciente, além de criar
fatores estressantes como alteração da
aparência pessoal, mudanças no estilo de vida
e diminuição da energia física. Emerge assim,
a partir destes fatores, a necessidade da
elaboração de estratégias de enfrentamento
para aderir às novas condições de vida.4
Estudos apontam ainda que, a maioria dos
pacientes
iniciam
o
tratamento
em
hemodiálise em idade produtiva, o que
perpetua a influencia da doença renal crônica
nas condições sócio-econômicas do país.5
Estudo descritivo, exploratório, a luz da
abordagem qualitativa, que responde a
questões particulares, pelo aprofundamento
das relações, onde os sujeitos do estudo
pertencem a mesma condição social, possuem
os mesmos valores, crenças e significados.9 O
estudo foi realizado na CLIRE – Clínica de
Doenças Renais Ltda, no município de
Guarapuava –PR, com seis pacientes que se
encontravam em tratamento hemodialítico
por um período de pelo menos seis meses, no
período de maio a junho de 2006.
A questão da adesão ao tratamento vem
sendo estudada ao longo dos anos pelos
profissionais de saúde e significa o quanto o
comportamento do paciente coincide com a
prescrição dos profissionais de saúde e com o
seguimento das orientações relacionadas à
adoção de um estilo de vida saudável.6
A não adesão é um achado comum em
pacientes com IRC que fazem tratamento
hemodialítico.7,8 A adesão ao tratamento do
paciente em hemodiálise não é um processo
simples. As estratégias para incentivar a
adesão vão ao encontro da necessidade de
melhorias no processo de orientação sobre a
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Os dados foram produzidos por intermédio
de entrevistas, as quais foram realizadas a
partir de um instrumento, contendo questões
com perguntas abertas, as quais foram
gravadas, durante as sessões de hemodiálise e
foram posteriormente transcritas na íntegra.
Os dados foram analisados pela técnica de
Análise de Conteúdo na modalidade Análise
Temática, onde noções de temas estão ligadas
a uma ideia a respeito de determinado
assunto, e estes mostram os valores de
referência e os modelos de comportamentos
presentes. Este tipo de análise, tem como
base a descoberta dos núcleos de sentido que
fazem parte de uma ligação cuja presença ou
frequência signifiquem alguma coisa para o
objetivo analítico proposto.10
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O estudo foi analisado e aprovado sob o
número 062/2006 pelo Comitê de Ética e
Pesquisa da Universidade Estadual do Centro
Oeste - UNICENTRO, de acordo com a
resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde - CNS/MS, que regulamenta pesquisas
com seres humanos, o mesmo também foi
validado mediante autorização da direção
clínica da CLIRE. Todos os envolvidos tomaram
ciência do objetivo do estudo e concordaram
em participar, mediante assinatura do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE),
tendo sua identidade preservada.
RESULTADOS
 Variáveis sócio-demográficas
No grupo estudado (n=6), 50% dos sujeitos
eram do sexo masculino; alguns estudos
mostram que em relação as doenças crônicas
e especificamente as renais, pacientes do
sexo masculino encontram-se em maior
número,5,11 o que se justifica pelo fato do
homem considerar-se menos vulnerável, o que
o leva a cuidar menos de sua saúde, expondose mais a situações de risco;12 porém neste
estudo o sexo masculino representou metade
da amostra.
Em relação a idade, a média foi de
aproximadamente 54 anos, sendo que 83,33%
(n=5) possuíam idade superior a 50 anos, dado
também
encontrado
em
estudos
epidemiológicos realizados sobre o perfil de
pacientes com IRC em hemodiálise tanto em
nível nacional5 quanto em níveis locais,13,14
onde a faixa etária prevalentes foram de
pacientes com idade superior a 50 anos, o que
demonstra
que
as
doenças
crônico
degenerativas atingem com mais frequência
indivíduos com idade mais avançada,
aumentando assim sua incidência.14
Quanto ao estado civil 66,66% (n=4) eram
casados, ou seja, possuíam um companheiro,
o qual pode exercer entre os outros membros
da família o papel de cuidador, fundamental
desde o inicio do tratamento, tendo em vista
que o paciente muitas vezes pode ficar
limitado para desenvolver suas atividades de
forma autônoma devido a doença e seu
tratamento.15
Na variável escolaridade, 83,33% (n=5) dos
pacientes tinham o ensino fundamental
incompleto, este dado foi correspondente ao
encontrado também em outros estudos5,16, o
que pode ser um fator impeditivo no que diz
respeito a compreensão e entendimento das
orientações e informações repassadas pelos
profissionais a estes pacientes acerca de sua
patologia e seu tratamento.
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Em se tratando da procedência, 66,66%
(n=4) residiam em Guarapuava, município
onde a clínica de hemodiálise fica situada, o
que favorece o acesso e deslocamento do
paciente a clínica para a realização do
tratamento.
DISCUSSÃO
Em relação às variáveis qualitativas do
estudo, alguns fatores que influenciam
positivamente o processo de adesão dos
pacientes ao tratamento da doença renal
foram levantados e serão discutidos a seguir:
 Apoio da equipe multidisciplinar
A equipe de saúde pode desempenhar um
papel fundamental no enfrentamento do
paciente e de sua família quando inseridos
num
processo
de
doença
crônica.
Especificamente, a IRC impõe às pessoas uma
série de modificações e novas perspectivas de
vida, impulsionando-as à adoção de um modo
de viver diferente, incluindo a dependência ao
tratamento e o auxílio constante de outras
pessoas como demonstrado a partir das
seguintes falas: “Faço hemodiálise três vezes por
semana...antes eu faltava... um dia a doutora
falou que eu tinha que vir...me explicou porque
não podia faltar...” (A); “Quando não estou bem
converso com as enfermeiras... elas me
ajudam...”(B)
A confiança depositada pelo paciente na
equipe
multidisciplinar
é
um
fator
preponderante na questão da adesão ao
tratamento, deixando o paciente mais a
vontade para o diálogo com a equipe, expondo
suas dúvidas, medos e idéias, facilitando
desta forma a construção do vinculo entre
paciente e equipe.2
Estudos realizados mostram que quando os
pacientes mostram satisfação com o
atendimento a eles prestado, estes cooperam
mais com o tratamento, o índice de
absenteísmo diminui e a adesão ao tratamento
medicamentoso é melhor.8,17
Vale salientar ainda, a importância da
postura e da linguagem adotada pelos
profissionais durante a realização das
orientações aos pacientes, as quais podem ser
incompreendidas pelos pacientes, quando
realizadas de forma técnica, fator este que
pode contribuir a não adesão dos pacientes ao
tratamento.
O apoio da equipe multiprofissional é
fundamental para que o indivíduo e seus entes
queridos possam assimilar e responder melhor
a vivência da doença crônica e do
tratamento.4
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 Apoio familiar
indivíduos é buscar uma melhor qualidade de
vida adaptando-se as condições existentes.4,189
A questão do comprometimento também
pode estar relacionada a fatores como idade,
grau de escolaridade e aceitação da doença.
O papel da família, enquanto parte da rede
de apoio ao paciente renal crônico é
fundamental, exercendo papel de proteção e
socialização dos seus membros, além de servir
como
apoio
no
enfrentamento
das
dificuldades advindas da doença crônica e de
seu tratamento. “Minha família me apoia...
como eles me querem bem...eles sabem, eles me
ajudam mesmo... recomendam pra mim não tomar
líquido...”(C)
Além do comprometimento do próprio
paciente em relação ao seu tratamento, o
processo de adesão deve envolver também
seus familiares ou cuidadores, considerando
que estes estão envolvidos diretamente no
tratamento.2,4
A família é o ponto central para a
sociedade e ela fornece os ingredientes para
determinar a qualidade de vida para os seus
membros em todas as idades.8,15
É importante destacar a participação, e
sobretudo o envolvimento da família na
prestação dos cuidados ao paciente em
tratamento hemodialítico, principalmente a
partir da realização de atividades de educação
em saúde, e quando os familiares estão
atuantes no processo, dando apoio constante,
a dor do doente renal crônico é então
compartilhada com todos.18
As políticas públicas de saúde, devem
voltar-se para diretrizes que possam nortear o
cuidado a pessoa com doença crônica e a sua
família, já que é crescente o numero de
famílias convivendo com a doença crônica, a
qual acarreta perda, disfunções, e uma
alteração definitiva no cotidiano familiar.19
 Comprometimento
Os pacientes comprometidos são aqueles
que têm consciência de que são responsáveis
pela melhora de seu prognóstico, onde o grau
de assimilação à adesão é sempre
diversificado dependendo do valor que o
individuo atribui a si próprio e à sua vida, do
modo como às pessoas de sua rede familiar e
social, encaram a condição e o apoio que
oferecem
na
sua
trajetória.5,19
Este
compromisso é demonstrado na fala: “Tomo o
remédio direito...procuro seguir a dieta que a
nutricionista passa e não falto as sessões de
diálise...” (D)
Com o passar do tempo o indivíduo passa a
ter maior conhecimento sobre sua doença, a
forma de tratamento, o uso de medicamentos
específicos e compreende com maior
facilidade as informações fornecidas pelos
profissionais de saúde.4
Independente do nível médico no manejo a
longo prazo da doença crônica e suas
incapacidades, a meta da maioria dos
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Pacientes adultos ou idosos podem
apresentar uma maior adesão ao tratamento,
em relação aos mais jovens ou adolescentes, o
que se justifica pela questão da maturidade e
da maior responsabilidade em relação a si
próprio e ao tratamento. Os pacientes idosos
podem tornar-se mais dependentes de seus
familiares em relação aos cuidados, havendo
mudanças
em
relação
as
suas
responsabilidades e papéis exercidos por cada
membro da família, gerando dessa forma
sentimentos de culpa ou de incapacidade.20
Em relação ao grau de escolaridade, alguns
estudos mostram que quando o nível de
escolaridade é baixo, mais chances existem de
abandono do tratamento e o fator baixa
escolaridade, compromete a aprendizagem
destes pacientes, devido a ausência de
habilidades cognitivas, fundamentais para o
entendimento das orientações específicas
sobre o tratamento.4,8,16
Estudos mostram ainda, que um indivíduo
comprometido com seu tratamento, é aquele
que primeiramente aceita a própria doença, o
que se caracteriza pela forma como este
paciente enfrenta as mais diversas situações
vividas e como estes se deixam impactar por
estas situações em sua vida diária, o que
dependerá de condições individuais, da
autoestima do paciente, das redes de apoio,
entre outras, o que irá favorece-los a lidar
com as mais diversas situações, reagindo e
adaptando-se a doença e as mudanças por ela
impostas. 4,15,18
É importante destacar que a atuação do
profissional de enfermagem através realização
da consulta de enfermagem é fundamental na
identificação de usuários vulneráveis em
relação a adesão ao tratamento e
consequentemente a complicações renais
decorrentes da doença crônica. Estudos como
este instrumentaliza o profissional no
desenvolvimento de ações para o cuidado de
educação em saúde, tão importante para o
indivíduo em busca da integralidade na
assistência.21
CONCLUSÃO
O presente estudo proporcionou momentos
de reflexão, a partir da vivência de cada
paciente em relação ao tratamento a que são
submetidos
e
sobre
alguns
fatores
considerados importantes na sua adesão ao
tratamento da IRC.
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A adaptação a um novo estilo de vida gera
uma série de mudanças a rotina destes
pacientes, em virtude das necessidades que a
IRC lhe impõem, como a alteração nos hábitos
alimentares e na ingesta hídrica, o tratamento
medicamentoso rigoroso, além da necessidade
da realização semanal das sessões dialíticas; a
orientação
e
o
apoio
da
equipe
multidisciplinar a estes pacientes no sentido
de facilitar a compreensão sobre a sua
doença; buscar a superação das diferenças e
das mudanças em seu estilo de vida é
fundamental.
A construção de abordagem educativa deve
ser evidenciada, como estratégia para
estimular a adesão destes pacientes,
diminuindo a morbidade e mortalidade
durante o tratamento doença renal. Perceber
e valorizar o paciente renal crônico significa
tentar entender as suas necessidades, as suas
motivações, fato este que irá proporcionar a
sua cooperação com a equipe, a valorização
da sua própria vida, assumindo suas
responsabilidades, aderindo ao tratamento e
cumprindo com suas obrigações.
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Submissão: 21/08/2012
Aceito: 22/01/2014
Publicado: 01/03/2014
Correspondência
Isabella Schroeder Abreu
Rua Brigadeiro Rocha, 1141 / Ap. 204
CEP: 85010210 ― Guarapuava (PR), Brasil
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