Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte Avaliação de adubos orgânicos e minerais na produção da bananeira ‘prata-anã’ (aab) em solo do Norte de Minas Gerais Rosimeire Dantas Pereira(1), José Tadeu Alves da Silva(2) (1) (2) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected]; Pesquisador/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG - Nova Porteirinha, [email protected] Introdução A nutrição é um fator de produção de extrema importância para a bananeira, em virtude da alta eficiência em produzir fitomassa em curto período. Para alcançar altos níveis de produtividade, os bananicultores do Norte de Minas Gerais aplicam elevadas quantidades de fertilizantes minerais ao solo, o que tem provocado desequilíbrio nutricional, tanto no solo como na planta. A adubação orgânica, como forma complementar da adubação mineral, pode proporcionar melhoria no equilíbrio entre nitrogênio (N) e potássio (K) e, com isso, reduzir as doses necessárias para alcançar a máxima produção da bananeira. Este trabalho teve como objetivo verificar o efeito da utilização do esterco bovino curtido, composto orgânico e a mistura desses adubos orgânicos com adubos minerais na produção da bananeira ‘Prata-anã’, cultivada no Norte de Minas Gerais. Material e Métodos O experimento foi implantado na Fazenda Experimental de Jaíba (FEJA) da Unidade Regional EPAMIG Norte de Minas (U.R. EPAMIG NM) em Jaíba, MG. Foram utilizadas mudas de bananeira ‘Prata-anã’, obtidas de cultura de tecidos. Os tratamentos foram dispostos em arranjo fatorial (6 x 4), correspondendo a seis diferentes combinações entre as fontes mineral e orgânica de N (sem aplicação de N; 50% da dose de N na forma de composto orgânico e 50% na forma de adubo mineral; 75% da dose de N na forma de composto orgânico e 25% na forma de adubo mineral; 100% da dose de N na EPAMIG. Resumos expandidos 2 forma de composto orgânico; 100% da dose de N na forma de adubo mineral; 100% da dose de N na forma de esterco bovino) e quatro doses de K 2 O (0, 250, 500 e 1.000 kg/ha/ano). O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com 24 tratamentos e quatro repetições. As aplicações dos adubos minerais foram parceladas mensalmente e as dos adubos orgânicos parceladas a cada dois meses. O cloreto de potássio (KCl) foi utilizado como fonte do K 2 O. A dose de 6 g de N/planta/mês foi aplicada, utilizando como fontes o esterco bovino curtido, o composto orgânico e a ureia. No início da emissão dos cachos das plantas-mães, de cada parcela útil, foram avaliados o período (dias) entre o plantio das mudas de bananeira até a emissão do cacho de banana, a altura, o diâmetro do pseudocaule a 30 cm da superfície do solo e o número de folhas das plantas-mães. Os dados obtidos foram submetidos às análises de variância (Teste F), testes de médias e ajustes de regressões. Resultados e Discussão Não foi observado efeito significativo das fontes de N e do aumento das doses de K 2 O sobre o número de folhas vivas da planta e do ciclo da cultura. Damatto Junior, Villas Bôas e Leonel (2007) não observaram influência das doses de composto orgânico nas características de crescimento avaliadas no primeiro ciclo de produção da bananeira ‘Prata-anã’. Com a aplicação de doses crescentes de K 2 O, houve um aumento apenas na altura de plantas de forma quadrática (Gráfico 1). Não se observou efeito significativo do aumento das doses de K 2 O no diâmetro do pseudocaule. Na dose de 250 kg de K 2 O ha/ano, houve interferência da fonte de N no diâmetro do pseudocaule. Sendo que o tratamento que recebeu metade da dose de N na forma de composto orgânico e a outra metade na forma de ureia apresentou resultados superiores em relação aos demais e o tratamento sem aplicação de N apresentou o menor resultado (Tabela 1). O resultado inferior do tratamento sem aplicação de N deve-se ao fato de o N ser um nutriente muito importante para o crescimento vegetativo da planta. Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 7., 2010, Belo Horizonte 3 Para a dose de 500 kg de K 2 O/ha/ano, houve influência da fonte de N na altura de plantas (Tabela 2). O tratamento que recebeu metade da dose de N na forma de composto orgânico e a outra metade na forma de ureia promoveu uma maior altura de plantas. Já o tratamento com 100% da dose de N, na forma de composto orgânico, apresentou a menor altura de plantas. Conclusões A combinação de 50% da dose de N na forma de composto orgânico e 50% na forma de ureia proporcionou maior diâmetro do pseudocaule e altura de plantas nas doses de 250 e 500 K 2 O/ha/ano, respectivamente. A aplicação de doses crescentes de K 2 O aumentou de forma quadrática a altura de plantas. Agradecimento À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), pela bolsa PIBIC concedida e pelo financiamento do projeto. Referência DAMATTO JUNIOR, E. R.; VILLAS BÔAS, R. L.; LEONEL, S. Influência da adubação com composto orgânico no crescimento, desenvolvimento e produção da bananeira ‘Prata-anã’ (Musa AAB). Energia na Agricultura, Botucatu, v. 22, n.2, p.27-37, 2007. 4 EPAMIG. Resumos expandidos Gráfico 1 - Altura de plantas em função de diferentes doses de K 2 O Tabela 1 - Diâmetro do pseudocaule em função de diferentes fontes de N na dose de 250 kg de K 2 O ha/ano Fonte de N Diâmetro do pseudocaule (cm) Sem aplicação de N 57,79 b 50% composto orgânico; 50% de adubo mineral (ureia) 66,50 a 75% composto orgânico; 25% de adubo mineral (ureia) 60,78 a b 100% composto orgânico 62,90 a b 100% adubo mineral (ureia) 61,96 a b 100% esterco bovino 64,03 a b NOTA: Médias seguidas das mesmas letras entre linhas não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Tabela 2 - Altura de plantas em função de diferentes fontes de N na dose de 500 kg de K 2 O ha/ano Altura Fontes de N (m) Sem aplicação de N 2,45 ab 50% composto orgânico; 50% adubo mineral (ureia) 2,61 a 75% composto orgânico; 25% adubo mineral (ureia) 2,43 ab 100% composto orgânico 2,18 b 100% adubo mineral (ureia) 2,41 ab 100% esterco bovino 2,41 ab NOTA: Médias seguidas das mesmas letras entre linhas não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.