Medidas de Freqüência de Doenças e Problemas de Saúde

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Universidade Federal do Rio de Janeiro
Programa de Pó
Pós Graduaç
Graduação em Saú
Saúde Coletiva
Introduç
Introdução a Epidemiologia
Medida de Frequência = Quantificação da
ocorrência de eventos
Medidas de Freqüência de
Doenças e Problemas de Saúde:
Incidência, Prevalência
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Introdução
Introdu ão a Epidemiologia
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Freqüências absolutas
Freqüências absolutas
Foram notificados 597.443 casos de AIDS
• Onde?
No Brasil
Na América do Sul
No Estado do Rio de Janeiro
Frequência de casos de hepatite em 2 cidades
• Quem?
Localidade No de Casos Novos
Menores de 5 anos
População de 15 a 49 anos
Maiores de 65 anos
Período
População
Cidade A
58
1985
25000
Cidade B
35
1984-1985
7000
• Quando?
Entre 1980 e 2004
Entre 1980 e 1997
Em 2000
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Introdu ão a Epidemiologia
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Conceitos epidemiológicos
fundamentais
Incidência
• Freqüência com que surgem novos casos
de uma doença, num intervalo de tempo.
Incidência
• Medida “dinâmica”, refere-se à uma
mudança de estado de saúde: casos novos
detectados através de mais de 1 observação
no tempo.
• Doenças recorrentes: incidência de primeiros
episódios ou de quaisquer episódios.
Prevalência
• Freqüência de casos de uma doença,
existentes em um dado momento.
• Expressa como uma proporção (incidência
acumulada/cumulativa) ou como uma taxa (taxa de
incidência).
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Incidência Acumulada
(proporção de incidência, incidência cumulativa,
taxa de ataque)
• Proporção de uma população fixa que adoece
durante um determinado período de tempo (é
adimensional)
IA
( t 0 ,t )
I
=
N 0'
• Uma população é caracterizada como fixa
quando nenhum indivíduo é nela incluído após
o início do período de observação
• Valores variam de 0 a 1
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Incidência Acumulada
Frequência de casos de hepatite em 2 cidades
Localidade No de Casos Novos
Período
População
Cidade A
58
1985
25000
Cidade B
35
1984-1985
7000
Incidência Acumulada
Cidade A
58 / 25.000 / 1 ano = 232 / 100.000 /ano
Cidade B
35 / 7.000 / 2 anos = 17,5 / 7000 /1 ano
250 / 100.000 /ano
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Incidência Acumulada
Incidência Acumulada
EXEMPLO (Adaptado de “O Globo”, 11/02/97)
Um surto de intoxicação alimentar foi detectado
durante um fim de semana, entre jovens de uma
comunidade religiosa que participavam de um retiro
espiritual em uma cidade da grande São Paulo. Dos
132 participantes, 90 apresentaram um quadro clínico
de gastroenterite aguda (GEA) no domingo.
IA = 90 casos novos de GEA ÷ 132 participantes = 0,68
ou 68% por dia.
• É uma medida adimensional, porém é necessário
referi-la a um determinado período de tempo.
0,68 por dia ≠ 0,68 por semana ≠ 0,68 por mês
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• Expressa o risco de adoecimento (“average risk”):
probabilidade de um indivíduo desenvolver uma
doença durante um determinado período de tempo,
condicionada à ausência de outros riscos
relacionados a outras doenças.
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Incidência Acumulada vs Taxa de Incidência
Incidência Acumulada
Qualquer indivíduo incluído no denominador tem
que ter o potencial de se tornar parte do
numerador.
Ex. Incidência de Câncer de Útero
A incidência acumulada assume que toda a
população sob risco no início do estudo foi
acompanhada por todo o período de observação
do desfecho de interesse.
População Definida
Doentes
Doentes
Não Doentes
Não Doentes
Denominador = apenas mulheres com útero
Todos
Acompanhados
por um ano
1º Exame
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2º Exame
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Incidência Acumulada vs Taxa de Incidência
A incidência acumulada assume que toda a
população sob risco no início do estudo foi
acompanhada por todo o período de observação
do desfecho de interesse.
Frequentemente os indivíduos entram no
estudo em momentos diferentes e podem deixar
o estudo em momentos diferentes durante o
acompanhamento.
t
t0
f
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Taxa de incidência
(Densidade de incidência)
• Razão entre o número de casos novos de uma
doença e a soma dos períodos durante os quais cada
indivíduo componente da população esteve exposto
ao risco de adoecer e foi observado (quantidade de
pessoa-tempo de exposição).
• Pessoa-tempo: Medida composta pelos i indivíduos
que integram uma população, e pelo intervalo de
tempo ∆ti durante o qual cada um deles se expõe ao
risco de adoecer.
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Taxa de incidência
Taxa de incidência
• EX. 12 eventos ocorreram e a quantidade
total de tempo de acompanhamento dos
indivíduos é 500 dias. A taxa de Incidência =
12 / 500 =0,024 por pessoa-dia ou 2,4 por 100
pessoas-dia
“pessoa-tempo”
50 indivíduos observados por 10 dias cada
5 indivíduos observados por 100 dias cada, etc
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TI ( t0 ,t ) =
I
PT
onde
PT =
N'
∑ ∆t
i =1
i
Pode ser utilizada para populações dinâmicas, com
períodos de exposição/observação individuais variáveis
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Taxa de incidência
Taxa de incidência
Interrupção do seguimento = perda ou censura
Causas: migração, abandono do estudo, morte por
outra causa, término do estudo sem que o indivíduo
adoeça, deixar de estar sob risco de ter a doença
devido a intervenção médica
Duração do seguimento: quando não conhecida,
assume-se que adoecimento (diagnóstico) e perda
ocorram no meio do período entre 2 observações
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Uma coorte fixa de 101 pessoas sem a doença X
acompanhadas por 2 anos contribui com 202 pessoas-ano
de observação se ninguém desenvolver a doença X ou
sair do estudo.
Se ocorrerem 2 novos casos da doença X exatamente no
meio do período do estudo, teremos 99(2) + 2(1) = 200
pessoas-ano e a taxa de incidência será 2/200 = 0,01/ano =
10 casos por 1000 pessoas-ano.
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Incidência Acumulada vs Taxa de Incidência
Taxa de incidência
• Casos de acidente de trabalho em duas fábricas de
eletrodomésticos durante o ano de 1996 (dados fictícios)
Fábrica A
Fábrica B
Casos
40
60
Empregados (total)
1.000
1.000
12 meses
100
1.000
9 meses
200
0
6 meses
500
0
3 meses
200
0
Quando a TI for baixa ou o período de observação
curto (1 ano),
IA é aproximadamente = TI x duração do período
de observação
Taxa de incidência de acidentes de trabalho na fábrica A
TI = 40 casos ÷ [(100x1)+(200x0,75)+(500x0,5)+(200x0,25)]
= 72,7 casos por 1.000 pessoas-ano
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Prevalência
Prevalência
• Medida “estática”: casos existentes detectados através de
uma única observação.
• O numerador inclui casos novos e antigos.
• Expressa como uma proporção (valores variam de 0 a 1).
Pt =
C
N
t
Prevalência do diabetes mellitus na população de 30 a
69 anos segundo grupos etários, em algumas capitais
brasileiras, novembro de 1986 a julho de 1988.
Grupo etário (anos)
Casos (Ct)
Amostra (Nt)
Prevalência (P t - %)
30 - 39
229
8.494
2,70
40 - 49
319
5.774
5,52
50 - 59
568
4.486
12,66
60 - 69
539
3.093
17,43
Total
1.655
21.847
7,57
t
Fonte: Comissão coordenadora central do estudo sobre prevalência do diabetes
mellitus no Brasil, 1992
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Prevalência
Prevalência
• Casos de Tuberculose na cidade X em 1º de Janeiro de 2006 = 90 casos
• Fatores determinantes da prevalência de uma
doença
- incidência
- duração da doença: cura, mortalidade
- migração
• Prevalência pontual, prevalência de período,
prevalência de toda a vida
• Ao longo de 2006 = 70 casos novos, 75 curas e 5 óbitos por TB
• Casos de Tuberculose na cidade X em 31 de Dezembro de 2006 = 80 casos
Considerando apenas a frequência absoluta:
Prevalência pontual em 1º Janeiro = 90 casos
Prevalência pontual em 31 Dezembro = 80 casos
Prevalência no período no ano de 2006 = 160 casos
(90 antigos + 70 novos)
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Prevalência
Incidência e Prevalência
jan
2000
maio
julho
setembro
dezembro
2000
Qual o numerador para incidência em 2000?
E para a prevalência pontual em Maio? Julho? Setembro? Dezembro?
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Fonte: L.Gordis
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• Assumindo-se que uma determinada
população dinâmica é estável e que tanto a
prevalência (P) como a taxa de incidência
(TI) são constantes ao longo do tempo, ou
seja, sem epidemias ou reduções drásticas da
doença, e também que a duração da doença
não se alterou no período, e que a
prevalência é baixa (<0,1),
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Incidência e Prevalência
Incidência e Prevalência
P=1/10
Casos novos
Mortes
I*(N-X) ≈ F*X e F=1/D
X=casos existentes F=taxa de fatalidade D=duração
P=2/10
P ≅ TI . D
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Incidência e Prevalência
Incidência e Prevalência
P=1/10
Ex. se a incidência de uma doença que é
estável ao longo dos anos, como diabetes, é
1% ao ano, e a duração aproximada da
doença após o diagnóstico for de 15 anos,
a prevalência pontual será de 15%
P=2/10
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Incidência e Prevalência
Ex. de 1973 a 1977 a taxa anual de câncer de
pulmão em uma cidade foi de 45,9 / 100.000 e a
prevalência foi de 23/100.000. A duração
média da doença pode ser calculada como:
D = P / I = 23/100.000 ÷ 45,9 /100.000 /ano
D = 0,5 ano
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