Matriz de atividade individual* Módulo: 4 - Diagnóstico Empresarial e Atividade: Fórum B – Atividade de Tarefa Gestão Individual Título: Criação de Valor por empresas Brasileiras Aluno: Alexandre Vinicius Veras Rodrigues Disciplina: Administração Financeira – Turma: AFADEEAD_T0071_1011_E7 Avaliação do Desempenho Empresarial Introdução A queda nas bolsas de valores no início dos anos 70 ocasionou o surgimento do mercado de capitais, a criação da CVM e a Lei de Sociedade por Ações em 1976. O longo período inflacionário do final dos anos 70 até o Plano Real, em 1994, levou a criação de mecanismos de correção monetária nos contratos e nos balanços patrimoniais. O gestor financeiro dedicou-se a gerir o capital de giro em curto prazo devido a flutuação do poder aquisitivo da moeda. A partir de 1994, a queda e a manutenção da inflação permitiram uma alteração significativa na gestão financeira das empresas brasileiras, aproximando-as, cada vez mais, das metodologias aplicadas em países desenvolvidos e iniciando um período inédito de estabilidade econômica no Brasil. Neste período de estabilidade econômica, várias empresas brasileiras realizaram seu IPO e com isso, surgiu a obrigatoriedade de gerar valor para seus acionistas. Entretanto, poucas empresas conseguiram realizar o retorno aceitável do capital investido pelos seus acionistas, devido a ênfase na geração de lucro dada pela gestão financeira destas empresas, sendo que tal direcionamento nem sempre agrega valor aos investimentos dos acionistas, gerando um enorme déficit de criação de valor nas empresas de capital aberto no país. A fim de entender o porquê ocorre este déficit nas empresas brasileiras, analisaremos o conceito de Criação de valor, EVA, MVA, Custo de Oportunidade e Geração de Lucro e como estes mecanismos financeiros contribuem ou não para criação de valor nas empresas. Após este entendimento, analisaremos estudos feitos em empresas de capital aberto que criam ou não valor. Possíveis razões para tão poucas empresas brasileiras de capital aberto *Custo de oportunidade – Um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante (ASSAF NETO, 2003, P165). criarem valor Estrutura de capital inchada; Grande quantidade de ativos; Ênfase nos Lucros; Insuficiência de recursos a longo prazo para as empresas. Desenvolvimento Inicialmente, conceituaremos o lucro que é uma medida imperfeita, imprecisa e de curto prazo. O lucro, conforme é calculado convencionalmente pela contabilidade, é uma medida limitada da capacidade de competitividade de uma empresa. A apuração de um resultado positivo não garante necessariamente o sucesso do empreendimento, medido pela atratividade econômica em remunerar o custo de oportunidade* de seu investimento (ASSAF NETO, 2003, p.180), ou seja, uma empresa com ênfase em gerência financeira com base no lucro não demonstrará, necessariamente, que gerou valor para seus sócios. A geração de valor é medida a partir da soma do lucro liquido de uma empresa com o seu custo de oportunidade, demonstrando, desta forma, se a administração da empresa criou ou destruiu valor para seus investidores. Portanto, uma empresa é considerada criadora de valor quando for capaz de oferecer a seus proprietários de capital (credores e acionistas) uma remuneração acima de suas expectativas mínimas de ganho. Mesmo apurando lucro contábil em determinado período, porém, sendo insuficiente para remunerar o custo do capital investido, a empresa irá promover uma destruição da riqueza de seus proprietários depreciando seu valor de mercado. O conceito de lucro voltado ao sucesso empresarial é mensurado somente após ser deduzido o custo de oportunidade do capital aplicado (ASSAF NETO. 2003, p.166), que no caso de ser positivo, estará criando valor para a empresa. Para mensurar a criação deste valor em uma empresa, utiliza-se o indicador EVA (Economie Value Added). Este indicador considera a *Custo de oportunidade – Um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante (ASSAF NETO, 2003, P165). remuneração exigida pelos proprietários de capital, a melhor medida de avaliação, preocupando-se com o sucesso e a continuidade da empresa. O indicador EVA pode ser entendido como o resultado apurado pela sociedade que excede à remuneração mínima exigida pelos proprietários de capital (credores e acionistas). Ele indica se a empresa está criando ou destruindo valor (ASSAF NETO. 2003, p.174). Outro indicador importante seria o MVA que é definido como a medida de valor agregado pelo mercado. Este indicador reflete a expressão monetária da riqueza gerada aos proprietários de capital determinada pela capacidade operacional da empresa em produzir resultados superiores a seu custo de oportunidade. Reflete, de forma resumida, quanto a empresa vale adicionalmente ao que se gastaria para repor todos os seus ativos a preços de mercado. É uma avaliação do futuro, calculada com base nas expectativas do mercado com relação ao potencial demonstrado pelo empreendimento em criar valor (ASSAF NETO. 2003, p.177). Mediante a exposição e entendimento dos mecanismos de gerenciamento financeiro e de indicadores de criação de valor podemos entender melhor o resultado apresentado pelo professor de finanças Oscar Malvessi, da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo que realizou um estudo de criação de valor em empresas de capital aberto. Das 45 empresas privadas pesquisadas, ente 2000 e 2003, apenas 6 criaram valor ao investidor. Pelo estudo, apenas Souza Cruz, Metal Leve, Weg, AmBev, Embraco e Lojas Americanas criaram valor aos acionistas. Estas empresas possuem em comum uma estrutura de capital enxuta, que não acontece na maioria das empresas e uma administração voltada para a criação de valor para seus acionistas. Para Malvessi, é uma ilusão estimar quanto o acionista tem de retorno olhando apenas para o lucro liquido da companhia (CAMBA e Daniele. Criação de Valor). Em outra pesquisa, realizada por Giulina Napolitano, entre 1996 e 2002, tivemos o resultado de que a maioria das empresas brasileiras de capital aberto teve um excelente lucro durante o período estudado, mas apenas 20% delas conseguiram gerar valor para seus acionistas acima da rentabilidade de *Custo de oportunidade – Um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante (ASSAF NETO, 2003, P165). carteiras de renda fixa e dar algum retorno adicional aos investidores. No período estudado, os acionistas das cerca de 400 empresas listadas na BOVESPA deixaram de ganhar 70 bilhões de dólares por ano. O calculo considera, principalmente, o que o investidor perdeu por não ter escolhido uma alternativa mais conservadora. Portanto, para o acionista de uma empresa saber quanto ganhou, não basta apenas olhar o lucro que aparece nos balanços contábeis e sim no valor que a empresa esta gerando aos seus investimentos. Conclusão Portanto, a adoção de uma gestão baseada no valor, e não nos lucros, permite que se identifiquem os ativos que destroem valor, ou seja, que se apresentam incapazes de remunerar os capitais que lastreiam esses investimentos. A visão de administração financeira com ênfase na criação de valor, utilizando o indicador EVA, permite que se conheça mais realisticamente a riqueza econômica capaz de ser gerada pelo negócio, constituindo-se a melhor medida, contrapondo-se as medidas convencionais de desempenho baseadas no lucro. Por isso, medidas convencionais de avaliação de desempenho, como o lucro e todos os demais indicadores que não levam em consideração o custo de oportunidade do capital investido e o risco da decisão, tem pouca utilidade como critérios de decisão e controle empresariais. Tento, primordialmente, que dar lugar a parâmetros financeiros voltados à criação de valor para os acionistas, maximizando suas riquezas. Referências bibliográficas ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo: Atlas, 2003; CAMBA, Daniele. Criacao de Valor. Valor Economico. São Paulo e Rio de Janeiro, 17, 18 e 19 dez. 2004. Eu & Investimentos. D1; NAPOLITANO Giuliana. Apenas 20% das empresas ganham da renda fixa. Portal EXAME, 18 jan. 2005. Disponivel em: HTTP://portalexame.abril.com.br. Acesso em: 29/04/2005; SALIM, Jean Jacques. Administração Financeira – Avaliação do Desempenho Empresarial: *Custo de oportunidade – Um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante (ASSAF NETO, 2003, P165). FGV On Line; Valor Econômico Agregado e Lucro Contábil: Evidencias para uma amostra de empresas do novo mercado da BOVESPA. Disponível em: http://www.congressousp.fipecafi.org/artigos72007/484.pdf, acesso em 15/11/2011; *Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática. *Custo de oportunidade – Um custo de oportunidade retrata quanto uma pessoa (empresa) sacrificou de remuneração por ter tomado a decisão de aplicar seus recursos em determinado investimento alternativo, de risco semelhante (ASSAF NETO, 2003, P165).