ISSN 1984-8218 Estudo sobre o Processo de Wright-Fisher com Flutuação Populacional e Recombinação Elizabeth J. R. de Almeida1 Telles Timóteo Da Silva2 [email protected], [email protected], Alexandre C. L. Almeida [email protected] Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ Rodovia MG 443, Km 7, Fazenda do Cadete, Ouro Branco, MG RESUMO A genética de populações estuda a evolução do conjunto de genes de uma população de indivíduos, quando sujeitos às forças que tendem a modificar o conteúdo genético desta população [1,2]. O uso de métodos estatísticos formalizou uma aproximação da evolução das populações no início do século XX. Assim, diferentes descrições matemáticas de evolução surgiram e o crescimento da genética matemática de populações é normalmente associado ao trabalho de vários pesquisadores, entre eles Sewall Wright e R. A. Fisher [3]. No trabalho aqui tratado, uma cadeia de Markov N(t) é empregada no modelo genético de Wright-Fisher para modelar a flutuação populacional, entre os estados de tamanho mínimo e máximo para a população. Desta forma, o modelo de Wright-Fisher para dois alelos, A e a, em um lócus é representado pela distribuição de probabilidade condicional do número de genes A no tempo t+1, dado o número de genes A no tempo t e os tamanhos da população no tempo t e no t+1. Sendo n(t) o número de genes A na população nesse tempo t, temos a seguinte distribuição para o processo : O trabalho tem por objetivo investigar o comportamento do processo sob influência da mutação e, posteriormente, da recombinação. O comportamento do processo pode ser analisado pela heterozigosidade, definida como sendo a probabilidade de dois genes tomados ao acaso da população serem distintos. Se considerarmos a mutação como uma alteração num determinado gene, que determina se ocorrerá mudança de alelo ou não, podemos analisar a frequência com que cada alelo aparece durante a formação das gerações seguintes. Essa frequência está intimamente relacionada com o valor da taxa de mutação. Como consequência, o valor esperado da heterozigosidade tende a um valor não-nulo que depende das taxas de mutação, diferentemente do caso sem mutação, no qual a heterozigosidade tendia a zero. Os comportamentos da heterozigosidade com e sem mutação foram, então, estudados através de simulações computacionais. Os Gráficos 1 e 2 mostram o comportamento da heterozigosidade média sem e com mutação, respectivamente, para tamanhos populacionais fixos de 10, 100 e 18 (média harmônica de 10 e 100). Os gráficos com simulações da heterozigosidade quando há flutuação populacional não estão representados, pois, nos casos estudados com flutuação, o comportamento da heterozigosidade média é o correspondente ao da simulação com a média harmônica. 1 Bolsista de Iniciação Científica PIBIC/FAPEMIG. 2 Orientador, parcialmente financiado pelo CNPq Processo No. 314729/2009-7 e FAPEMIG Processo No. 00253-10. 297 ISSN 1984-8218 Encontra-se em andamento a modelagem da recombinação genética e análise de seu efeito no Processo de Wright-Fisher. Neste caso, não será estudado apenas um lócus, como nos modelos já existentes [4]. Teremos que estender o modelo para dois loci, ainda variando o tamanho populacional por saltos Markovianos. Gráfico 1 : Variação da heterozigosidade média no processo sem mutação Gráfico 2 :Variação da heterozigosidade média no processo com mutação Palavras-chave : Genética matemática, Processo de Wright-Fisher, Cadeias de Markov Referências [1] R. Bürger, "The mathematical theory of selection, recombination, and mutation", John Wiley & Sons, Chichester, 2000. [2] W. J. Ewens, The changing role of population genetics theory, Lecture Notes in Biomathematics, 100 (1994) 186-197. [3] C. W. Fox & J. B. Wolf, " Evolutionary Genetics: concepts and case studies ", Oxford University Press, New York, 2006. [4] M. Iizuka, Effective Population Size of a Population with Stochastically Varying Size, Journal of Mathematical Biology, 61 (2010) 359-375. 298