Modelagem de nicho e distribuição espacial da variabilidade

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55º Congresso Brasileiro de Genética
Resumos do 55º Congresso Brasileiro de Genética • 30 de agosto a 02 de setembro de 2009
Centro de Convenções do Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil
www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2
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Modelagem de nicho e distribuição espacial da
variabilidade Genética em populações de cagaita
(Eugenia dysenterica DC., Myrtaceae)
Cavalcanti, FAGS1; Nabout, JC2; Diniz-Filho, JAF2; Telles, MPC1
Laboratório de Ecologia Teórica e Síntese, Universidade Federal de Goiás. 2Laboratório de Genética & Biodiversidade, Universidade
Federal de Goiás.
e-mail:[email protected]
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Palavras-chave: Adequabilidade, Cagaita, Distribuição, Fragmentação, Modelagem.
Diversos fatores ecológicos e evolutivos podem explicar os padrões de variabilidade intrapopulacional ao longo da
distribuição geográfica de uma espécie. Habitats mais adequados permitem a sobrevivência de uma quantidade
maior de indivíduos, o que aumenta a variabilidade genética na população, enquanto que habitats menos adequados,
por possuírem um tamanho populacional menor, apresentam uma menor taxa de reprodução e uma maior taxa
de mortalidade, podendo levar estas populações à extinção e à perda de variabilidade genética. Ao mesmo tempo,
barreiras naturais e a ocupação humana podem afetar os padrões de dispersão e estruturar a variabilidade entre
e dentro das populações locais. Este trabalho tem por objetivo avaliar o quanto a adequabilidade do ambiente
e a ocupação humana estão relacionados com os padrões da variabilidade genética dentro de populações da
cagaiteira (Eugenia dysenterica; Myrtaceae). Foram obtidos dados de variabilidade genética em 10 populações
locais da espécie, incluindo heterozigosidade observada (Ho) e a esperada (He) e a taxa de endogamia (f), estimadas
utilizando diferentes marcadores moleculares (Isoenzimas, RAPD e SSR). Cinco diferentes técnicas de modelagem
de nicho (Maxent, Bioclim, Domain, Distância Euclidiana e Distância de Mahalanobis) foram utilizadas para
associar a presença da espécie em um total de noventa e nove locais a seis variáveis climáticas e uma topográfica,
definindo assim o nicho fundamental da espécie. Os mapas obtidos foram sobrepostos (ensembled) de modo a
gerar uma maior certeza da distribuição potencial da espécie e estimar a adequabilidade ambiental (A) nos 10
locais para os quais os dados genéticos estão disponíveis. Em cada local foi também obtida uma estimativa regional
do impacto humano (human footprint) (H). As correlações entre a adequabilidade ambiental e a variação genética
tendem a zero, embora um valor um pouco mais elevado igual a 0.32 tenha sido obtido para a heterozigosidade
estimada pelo SSR, sugerindo que populações em ambientes mais adequados tendem a apresentar uma maior
heterozigosidade. A taxa de endogamia obtida pelo SSR apresentou uma correlação positiva (r = 0,76; P < 0.05)
com a ocupação humana. Há também uma tendência de correlação negativa entre heterozigosidade e ocupação
humana (He = -0.51; P < 0.15) foram obtidos para os marcadores RAPD. Esses resultados sugerem que em lugares
onde há uma maior ocupação humana há um aumento da endogamia e uma diminuição da heterozigosidade,
provavelmente devido à fragmentação dos habitats dificultando o fluxo gênico. Embora o tamanho amostral seja
pequeno, as análises mostram que efeitos ecológicos e ambientais podem explicar a variação intrapopulacional, o
que por sua vez é importante para estabelecer estratégias de conservação para as espécies.
Apoio financeiro: CNPq/SECTEC/PRONEX (66.0015/2003-0), CNPq.
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