Nutrientes e o Metabolismo Cardíaco

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Nutrientes e o
Metabolismo
Cardíaco
Referências Bibliográficas:
Versão: Março/08
ARABBI, R.P. Alimentos funcionais – Aspectos Gerais. Soc. Bras. Alim. Nutr. São Paulo, v.21, p. 87-102, jun., 2001.
BORGES, F.M.O. Recentes Avanços na nutrição de cães e gatos. Disponível em <http:// www.artigocientifico.com.
br/uploads/artc_1164803918_10.pdf>
DOVE, R.S. Nutritional therapy in the treatment of heart disease in dogs. Altern. Med Rev. 2001 Sep;6 Suppl:S38-45, 2001.
FREEMAN, L.M. Interventional nutrition for cardiac disease. Clin Tech Small Anim Pract.13 (4):232-7, 1998.
As doenças cardíacas são cada vez mais comuns em cães. Estas são geralmente causadas por alterações
nas valvas cardíacas ou por alterações no músculo cardíaco de cães idosos. Cães que sofrem de insuficiência
da valva mitral, por exemplo, mostram dificuldades ao se exercitar e apresentam uma tosse que aumenta em
freqüência à medida que a doença progride, podendo chegar a um quadro de insuficiência cardíaca congestiva
e edema pulmonar.
Segundo FREEMAN (1998), animais que apresentam doenças cardíacas podem apresentar alterações nutricionais. Já de acordo com DOVE (2001), níveis adequados de certas substâncias melhoram a qualidade de
vida, reduzem os sinais da alteração cardíaca e diminuem as taxas de mortalidade dos animais. De maneira
GOMPF, R.E. Nutritional and Herbal Therapies in the Treatment of Heart Disease in Cats and Dogs. J Am Anim Hosp
Assoc;41:355-367, 2005.
complementar, FREEMAN (1998) relatou que nutrientes, como vitamina E, L-Carnitina, Taurina e Ômega 3
apresentam papel importante na prevenção e tratamento de vários tipos de doenças cardíacas.
KAYNE, M.A. A Brief Consideration of Cyanocobalamin and Pyridoxine HCl. Director of Technical Services Metagenics, Inc. November 28, 2006.
SEELIG, M.S; ROSANOFF, A. The Magnesium Factor. Master, American College of Nutrition. 2003.
SMITH, B. Healthy Happy Dogs. Disponível em <http://www.healthyhappydogs.com/HeartDisease>
• Ômega 3: nutriente importante para a
redução do risco das doenças cardiovasculares por apresentar ação anticoagulante plaquetária, o que colabora na
redução da formação de trombos ou
coágulos que podem muitas vezes estar
Apoio
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presentes na valva mitral (ARABBI, 2001).
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Boletim Técnico
Aminoácidos
Vitaminas
• L-carnitina: A Carnitina existe sob a forma L e D, mas somente a forma L é biologicamente ativa, sendo responsável
• Vitamina B12: Além de ser essencial para a formação das hemácias, contribui também para o metabolismo da homocis-
pelo transporte de ácidos graxos de cadeia longa para o interior das mitocôndrias, onde serão “queimados” para geração
de energia.
É um composto que representa um papel importante no metabolismo de ácidos graxos e na neutralização das toxinas
potenciais das células. Segundo SMITH (2004), os ácidos graxos são importantes “combustíveis” para o coração, apresentando-se insuficientes na maioria das doenças cardíacas. Por sua função no metabolismo e transporte dos ácidos graxos,
a suplementação com L-Carnitina é indicada em todos os casos de cardiopatias.
teína, uma substância semelhante a um aminoácido, relacionada ao aumento de problemas cardíacos (KAYNE, 2006).
• L-Prolina: Importante na síntese do colágeno – elasticidade dos vasos. O enalapril, um importante inibidor da ECA, é
derivado dos aminoácidos L-Prolina e L-Alanina.
• L-Alanina: Importante no metabolismo da glicose. O enalapril, um importante inibidor da ECA, é derivado dos aminoácidos L-Prolina e L-Alanina.
• Taurina: GOMPF (2005) relata que este aminoácido é encontrado em altas concentrações no coração. Sabe-se que os
gatos apresentam uma quantidade insuficiente deste elemento, de forma que, para atender suas necessidades fisiológicas,
precisam adquirir taurina suplementar por meio da dieta nutricional. A deficiência de taurina causa o enfraquecimento do
músculo do coração, o que por sua vez pode levar ao aparecimento de cardiomiopatia dilatada (CDM), a qual inclusive
pode ser fatal. A CMD em gatos é uma conseqüência clássica da carência de taurina, aminoácido essencial para os felinos
(BORGES, 2003). A taurina possui efeito protetor frente a problemas do ritmo cardíaco, agindo sobre a regulação da contractilidade do coração.
• Vitamina B1: Importante para geração de energia. Sob a forma de tiamina pirofosfato (TPP), atua como coenzima na respiração celular, que é necessária para a descarboxilação oxidativa do piruvato, com formação de acetil-CoA e conseqüente
entrada de substrato oxidável no ciclo de Krebs. Sem TPP, o músculo cardíaco fica privado de energia, o que ocasiona
insuficiência cardíaca. Em pacientes cardiopatas medicados com furosemida (diurético), a suplementação de Vitamina B1
torna-se especialmente importante. Isto porque a furosemida provoca grande excreção de Vitamina B1, podendo agravar
quadros de deficiência da mesma.
• Vitamina B6: Está envolvida na conversão dos fosfolipídeos em ácido araquidônico, e, consequentemente, na produção
de prostaglandinas e tromboxanos. Ajuda também na manutenção da flexibilidade das artérias, possuindo a capacidade
de manter o balanço de sódio e potássio no organismo, além da concentração de magnésio intracelular, o que propicia
equilíbrio na eletrofisiologia cardíaca.
• Vitamina E: Poderoso antioxidante, participa na oxidação do colesterol e auxilia na manutenção da membrana celular,
evitando a hemólise e a formação de trombos. Evita a agregação plaquetária.
Minerais
• Magnésio: Para SEELIG e ROSANOFF (2003), este mineral é um componente vital para todas as células musculares,
especialmente as cardíacas, pois participa do processo de regulação da contração e relaxamento das fibras musculares.
Quando o coração apresenta-se “saudável”, os níveis de magnésio são maiores nesta musculatura. A deficiência deste elemento em animais pode causar arritmia e taquicardia, anormalidades no eletrocardiograma, arteriosclerose (espessamento
da parede arterial), aumento da pressão arterial, e desordens de valva mitral.
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Inotropismo (pré-carga): ação sobre
energia e fortalecimento cardíacos
VITAMINA B1
L-CARNITINA
Ritmo cardíaco: ação no
equilíbrio eletrolítico da fibra
MAGNÉSIO
ÔMEGA 3
TAURINA
Circulação periférica (pós-carga): efeito antioxidante, ação sobre a flexibilidade e elasticidade arterial, manutenção da integridade das hemáceas
VITAMINA B12
VITAMINA E
TAURINA
VITAMINA B6
Conclusão
PROLINA
ALANINA
MAGNÉSIO
ÔMEGA 3
Muitos fatores determinam o perfeito funcionamento do músculo cardíaco, e sabe-se que a nutrição é um deles, onde nutrientes atuam nas mais diversas variáveis que interferem com o metabolismo do miocárdio. Por ser um tecido cujas células
permanecem em constante funcionamento, ininterruptamente, a capacidade de conversão de substrato energético em ATP
deve ser altamente eficiente, o que impacta no desempenho da fibra cardíaca, ou seja, na capacidade de bombeamento do
sangue. A L-Carnitina e a vitamina B1 desempenham importante papel neste metabolismo energético. Além disso, o ritmo de
contração e relaxamento da fibra deve estar muito bem sintonizado, a fim de permitir o perfeito fluxo de sangue pelo músculo
cardíaco e, consequentemente, ótima distribuição pelo organismo. Neste sentido, são de extrema importância nutrientes
como magnésio, ômega 3 e taurina. Por fim, a fluidez do sangue só será garantida se o caminho que irá percorrer (artérias e
veias) o permitir, além ainda da integridade das hemáceas. Neste mérito são essenciais algumas vitaminas como B12, B6 e
E, aminoácidos como prolina, alanina e taurina, além ainda do magnésio e do ômega 3.
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