Plano de Controlo de Infestantes Aquáticas Azolla sp. Abril de 2011 Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 1/9 Plano de Controlo de Infestantes Aquáticas Azolla sp. 1. Situação Actual A ARH tem vindo a implementar, desde Janeiro de 2010, a monitorização das albufeiras de Cedillo, e Fratel junto a Vila Velha de Rodão, para os parâmetros de nutrientes, azoto (N) e fósforo (P). A periodicidade de amostragem em 2010 foi quinzenal de Março a Dezembro de 2010, iniciando-se periodicidade trimestral em Janeiro de 2010. A recolha de amostras tem sido efectuada por técnicos do Gabinete do Médio e Alto Tejo (GMAT) e as análises têm sido realizadas pelo Laboratório da ARH. Os valores de concentração de fósforo total (P_total) em Cedillo e a juzante de Cedillo, em Vila Velha de Rodão, indicam que o P_total está junto ao limiar de concentração favorável para o aparecimento de Azolla na Albufeira de Cedillo. Estes valores de P_total associados a valores baixos de azoto (N) criam as condições favoráveis para o crescimento de Azolla neste local, quando a temperatura das águas se aproximar de 15 oC. Figura 1. Variação do teor em fósforo (Orto P = P na forma de ortofosfato e Total P = P total) na Albufeira de Monte Fidalgo (Cedillo) e em Vila Velha de Rodão em 2010 e Janeiro de 2011 (símbolos com linhas). Os valores de 2009 medido unicamente na Albufeira (triângulos azuis). A linha verde indica o valor a partir do qual Azolla tem a capacidade de ter um crescimento massivo e a linha vermelha indica o valor a partir do qual ocorrem blooms de Azolla (Carrapiço 2009). Enquanto o azoto ainda estiver disponível na água, outras plantas como Lemna sp. podem crescer, o que aconteceu esporadicamente durante 2010. No entanto, quando a água se torna pobre em azoto (limitação por N), a Azolla apresenta uma vantagem competitiva em relação a outras plantas aquáticas (e.g. Lemna) devido à sua capacidade para fixar N atmosférico, resultante da actividade da cianobácteria fixadora de azoto Anabaena sp., com a qual tem uma relação de simbiose. Para controlar o possível crescimento massivo de Azolla durante os meses de Primavera-Verão de 2011, o que poderá causar morte de peixe devido à deplecção do teor de oxigénio na água, irá implementar-se um plano de vigilância de ocorrência a partir de Maio de 2011. Caso ocorra um bloom de Azolla e remoção Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 2/9 mecânica destas plantas será planeada e efectuada, em Cedillo e no Rio Tejo até à Barragem de Fratel, se considerado necessário. Se for observada a ocorrência de Azolla em Cedillo, tal facto será comunicado às autoridades Espanholas. 2. Plano de Vigilância Acção 1 - Monitorização da qualidade da água - Quinzenalmente o Gabinete do Estado das Águas (GEA) da ARH do Tejo, I.P., avalia os resultados da obtidos através da monitorização actualmente em curso. Nesta monitorização as recolhas são efectuadas pelo GMAT e os parâmetros analisados pelo Laboratório da ARH. Quando os nutrientes analisados (N e P) atingirem as concentrações passíveis de favorecer o crescimento de Azolla, ou forem observadas plantas de Azolla no decurso de monitorizações de rotina, o GEA comunica ao GMAT que deve ser dado início à Acção 2 - Inspecção visual. Acção 2 - Inspecção visual 1. Semanalmente os técnicos do GMAT irão fazer observações visuais na Albufeira de Cedillo e percorrerão a extensão do Rio Tejo desde Cedillo a Fratel para realizar a detecção atempada do aparecimento e crescimento de Azolla. Quando a planta for identificada no local, recolher-se-à uma amostra da planta para enviar ao GEA que comprovará a identificação e avaliará o seu estado de crescimento e maturação. Para possibilitar aos técnicos do GMAT a identificação visual da planta flutuante Azolla, ser-lhes-à disponibilizada a Folha de Identificação (em Anexo). 2. Quando se verificar que a Azolla forma um tapete de plantas com cerca de 1-2 m de largura junto às margens do rio ou manchas com área superior a 1 m2 de superfície no meio do rio ou em albufeiras deve-se ser dado conhecimento imediato ao GEA. 3. O GEA dá início às diligências para dar início à Acção 3 - Remoção mecânica da Azolla. A remoção deve ser feita antes das plantas formarem esporos (de forma a não contribuírem para uma nova geração de Azolla. 4. A remoção das plantas nesta fase permite assegurar que grande quantidade de fósforo é removida da água pelas plantas e assim não se favorece a proliferação de cianobactérias como a Microcystis aeruginosa que pode produzir toxinas. 5. Comunicação à Imprensa 3. Plano de Remoção Acção 3 - Remoção mecânica da Azolla 1. O GEA comunicará a ocorrência de Azolla ao SEPNA e autarquias e coordenará a remoção da planta Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 3/9 com os parceiros. 2. O SEPNA/Técnicos da ARH/Autarquias, com recurso a barco (que o SPNA dispõe), procederão à remoção mecânica da planta com recurso a redes ou baldes de rede (tipo crivo ou passador). 3. Poderão colocar-se anéis ou tubos flutuantes para facilitar a acumulação de plantas e tornar a sua remoção mais expedita. 4. Transporte para destino final adequado Acção 4 - Destino Final - A Azolla removida deve ser depositada em terrenos da área geográfica onde se procedeu à remoção para evitar o transporte da planta para outros locais. Esta planta pode ser utilizada como adubo devido à alta concentração de fósforo que retém na sua biomassa, mas deve evitar-se que os produtos da sua degradação voltem a entrar na água, pelo que deve ser depositada fora das margens. Deve ter-se especial cuidado em evitar que os esporos da planta (caso existam) seja transportados para outros locais e que plantas sejam inadvertidamente disseminadas pelo pessoal que efectuou a remoção. O vestuário e calçado deverá ser inspeccionado de forma a remover plantas e possíveis esporos (e.g. lavando as botas no local). Acção Complementar – Inspecção visual pelo SEPNA – O presente Plano será distribuída ao SEPNA no sentido de este serviço comunicar à ARH a ocorrência de Azolla, sendo para o efeito disponibilizados nesta nota o nome dos técnicos a contactar e os respectivos nº de telefone. Tabela 1. Cronograma das tarefas a desempenhar pelas entidades envolvidas no plano de vigilância e contingência de fluorescências de Azolla no Tejo (Albufeiras de Cedillo e Fratel). Semana Mês 1 2 3 4 5 6 7 Abril Maio Maio Maio Maio Junho Junho 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Junho Junho Julho Julho Julho Julho Agosto Agosto Agosto Agosto Setembro Dia Inspecção Visual ARH do Tejo, IP Monitorização físico-química ARH do Tejo, IP Inspecção Esporádica ARH do Tejo, IP/CEPNA Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 4/9 4. Acções a realizar aquando e após remoção da Azolla Acção 1 – Monitorização da qualidade da água Recolha de amostras pelos técnicos do GMAT e sua entrega no Laboratório da ARH ou outro a definir. Parâmetros a analisar: • Nutrientes: azoto e fósforo, nas formas de amónia, nitratos, azoto total, ortofosfato e fósforo total a realizar pelo Laboratório da ARH; • Análise da biomassa de clorofila-a total que servirá o propósito de fornecer informação que permita prever ocorrência de blooms de micro-algas, especialmente de cianobactérias. • Análise de Microcystis e avaliação da toxicidade - Pesquisa Microcistinas e Toxicidade Aguda, a contratualizar com Laboratório externo pelo Laboratório da ARH. Esta análise será efectuada quando se observem blooms de cianobactérias. Periodicidade - quinzenal para análise de Microcystis e possível existência de toxicidade (Pesquisa Microcistinas e Toxicidade Aguda) e inspeccção visual semanal até data a estipular. A amostragem quinzenal de nutrientes passará a mensal quando a temperatura da água diminuir abaixo de 15 oC. As acções 2, 3 e 4 serão tomadas de acordo com as orientações atrás estabelecidos. Acção 2 – Nota de Imprensa relativa à conclusão da remoção de Azolla e início de nova época de monitorização. 5. Previsão de Custos As amostras de qualidade da água no âmbito do plano de contingência serão recolhidas por técnicos da ARH do Tejo do Pólo de Portalegre e analisadas pelo laboratório da ARH do Tejo e, no caso de análise de microcistinas, em laboratório contratado. Assim, as análises de microcistinas (Pesquisa Microcistinas e Toxicidade Aguda) ser feitas em laboratório contratado, neste caso o LABORATÓRIO DE ANÁLISES DO INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO. Deverá ser autorizada a disponibilização de verba. Apresentamos em seguida o orçamento das análises unitária. Consoante a data de ocorrência de "bloom" de Azolla, assim será o número de análises efectuado (prevê-se um mínimo de 4 conjuntos, correspondente a 4 semanas de amostragens): Parâmetro - Método (Técnica Analítica) Preço Unitário Microcistinas (cianobactérias) - M.M. (método ELISA) 39,00 € Toxicidade aguda de Vibrio fischerii (Q) - ISO 11348-3 50,00 € Toxicidade aguda de Daphnia magna (Q) - ISO 6341 80,00 € A medição da toxicidade aguda em Daphnia magna é opcional, em datas anteriores determinou-se só em Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 5/9 Vibrio fischerii. A remoção mecânica de Azolla poderá ser feita pelo SEPNA ou a contratualização externa do serviço poderá passar pelo acordo/protocolo com os bombeiros que geralmente têm barcos. A compra de ancinhos/escovas ou camaroeiros de cabo longo poderá ter o custo total de 240 euros, pressupondo o custo de 20 euros por unidade (6 escovas de cabo longo + 6 camaroeiros). A compra de barreiras flutuantes (rolos) ou anéis onde se as plantas se aglomerem deverá ser considerado no futuro. Os custos totais mínimos será de 596,00 € distribuído da seguinte forma : Análises a contratar (pelo Lab. da ARH do Tejo) 356,00 € Ancinhos e camaroeiros (adquiridos pelos Pólos da ARH?) 240,00 € 7. Contactos Em caso de detecção de Azolla deve ser contactada a Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Gabinete do Estado das Águas - [email protected] Maria Helena Alves Luís Pereira Mª José Caramujo [email protected] [email protected] [email protected] 211 554 4876 211 554 4878 211 554 4893 939 255 116 939 255142 Gabinete Sub-Regional do Médio e Alto Tejo (GMAT) - 243 109 600/1 Abílio Valente Cecília Belo Rui Brazão Antunes ABRANTES Castelo Branco [email protected] [email protected] [email protected] 243 109 600/1 919 473 485 245 100 560 241 100 050 272 100 510 967 022 045 Laboratório da ARH do Tejo - tel. 211 546 530 Ana Pereira Hortense Figueiredo Vanda Reis [email protected] [email protected] [email protected] 211 546 534 211 546 532 211 546 533 8. Outras entidades envolvidas Autarquias • Câmara Municipal de Idanha a Nova • Câmara Municipal de Castelo Branco • Câmara Municipal de Vila Velha de Rodão • Câmara Municipal de Nisa Guarda Nacional Republicana Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 6/9 • Posto Territorial de Gavião Largo do Município, 6040-102 Gavião. Tel: 241632222, Fax: 241631010. • Posto Territorial de Portalegre Largo de Santo Agostinho 10, 7300-155 Portalegre. Tel: 245609320, Fax: 245609338. Destacamento Territorial de Nisa (Comd. Tenente de Cavalaria José Maria Piteira Amaral - Núcleo de Protecção Ambiental) Rua C Bairro da Cevadeira, 6050-350 Nisa. Tel: 245410116, Fax: 245410118 Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA) • Comando Geral (SEPNA): Largo do Carmo, 1200-092 Lisboa Tel : 217 503 080; Fax: 217 503 086; Email: [email protected]; Linha SOS Ambiente e Território: 808 200 520 Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 7/9 Anexo Ficha para identificação da Azolla, sp. Imp.059.02 – Timbrado ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 8/9 Identificação de Azolla e contenção de fluorescências (“blooms”) Identificação A Azolla filiculoides é uma pequena planta aquática (Fig. 1) que tem um rizoma ramificado flutuante coberto de folhas muito pequenas, imbricadas de forma alternada (Fig. 2). Fig. 1. Aspecto geral da planta Azolla filiculoides. Fig. 2. Azolla filiculoides (http://www.rz.uni-karlsruhe.de) Crescimento Massivo Figura 3. Lentilha de água, Lemna sp. Imp.059.02 – Timbrado Em condições naturais, as macrófitas funcionam como depuradoras das massas de água através do sequestro de nutrientes, azoto (N) e fósforo (P), que usam para crescer. No entanto, quando há disponibilidade excessiva de nutrientes há crescimento massivo de plantas, como por exemplo a lentilha de água (Lemna, Fig. 3). Estas plantas ao crescer gastam rapidamente o azoto e se o fósforo estiver ainda disponível em alta concentração, começam a crescer plantas fixadoras de azoto como a Azolla. O crescimento massivo de Azolla durante o verão leva frequentemente à deplecção de oxigénio na água, o que pode provocar a morte de peixes. ARH do Tejo, I.P. Administração da Região Hidrográfica do Tejo, I.P. Rua Braamcamp, 7 1250-048 Lisboa PORTUGAL tel: 211 554 800/801 fax: 211 554 809 e-mail: [email protected] www.arhtejo.pt 9/9