linfoma de hodgkin trabalho de revisao literaria - TCC On-line

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
FACULDADE DE CIÊNCIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
CURSO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLOGIA
LINFOMA DE HODGKIN
Trabalho de Revisão Literária
Trabalho de Revisão Literária Apresentado ao
Curso de Análises Clínicas e Toxicológicas da
Faculdade de Ciências da Universidade Tuiuti,
do Paraná, como Requisito para Conclusão do
Curso e Obtenção do Titulo de Especialista.
Luciene MachadoPereira lima de Medeiros
Fátima de Souza Gaspar Pereira
Brasília – DF
Maio de 2010
Orientador: Professor Sandro Germano
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi fruto da dedicação ao estudo revisional da Doença de Hodgkin,
pautado no interesse da ciência e respeito a Deus, fonte de glória, sabedoria e poder
divino.
Aos nossos familiares que nos incentivam e nos apoiaram em todos os momentos,
sobretudo quando as dificuldades surgiam e deles solicitávamos apoio.
Aos professores e orientadores pela atenção e disponibilidade nas horas em que
foram por nós solicitados e que prontamente nos ajudaram
.
Aos nossos colegas de curso, com quem dividimos o entusiasmo durante todo este
período, possibilitando no surgimento de algo mais que um momento de
aprendizado, também uma construção de amizade, respeito e admiração.
2
RESUMO
A Doença de Hodgkin, também
designada de Linfoma de Hodgkin, è uma
neoplasia maligna do tecido linfóide que
se apresenta sob variadas formas clínicas,
constituindo casos mais atenuantes até
situações mais sérias do ponto de vista
clínico, cujo prognostico está relacionado
com as condições biológicas basais do
paciente e o poder de agressividade da
patogenia. A manifestação da doença de
Hodgkin pode ocorrer em qualquer faixa
etária de vida, com maior incidência em
adultos jovens e pessoas de meia idade,
entre 20 e 40 anos, com uma media de
aproximadamente 30 anos. A etiologia
não é totalmente conhecida, porem
atribui-se a fatores genéticos e ambientes
o desencadeamento da doença. O
diagnostico baseia-se em dados clínicos e
em exames laboratoriais específicos.
Todos os casos, salvo determinação
medica, requerem tratamento adequado.
O prognostico para o paciente
devidamente tratado è satisfatório, na
maioria dos casos, alcança remissão total
da doença em até 71% dos pacientes.
ABSTRACT
Hodgkin's disease, also called Hodgkin's
lymphoma is a malignant neoplasm of
lymphoid tissue that is presented in
various clinical cases constituting more
mitigating circumstances even more
serious clinical point of view, whose
prognosis is related to the baseline
biological
conditions
patient's
aggressiveness and power of the
pathogenesis. The manifestation of
Hodgkin's disease can occur at any age of
life, with higher incidence in young
adults and middle-aged, between 20 and
40 years, with an average of about 30
years. The etiology is not fully known,
but it is attributed to genetic and
environmental factors trigger the disease.
The diagnosis is based on clinical data
and specific laboratory tests. All cases
except medical determination, require
proper treatment. The prognosis for
patients properly treated and satisfactory
in most cases, achieves complete
remission in up to 71% of patients.
Palavras-chave;
Keywords;
LH : Linfoma de Hodgkin
DH: Doença de Hodgkin
RD: Células de Reed-Sternberg
Adenomegalia: Aumento do tamanho dos
nódulos linfáticos
HL:
Hodgkin's
lymphoma
DH:
Hodgkin's
Disease
RD:
Cell
Reed-Stenberg
Adenopathy: Increase the size of lymph
nodes
3
INTRODUÇÃO
O Organismo humano pode ser
acometido por diversos tipos de linfoma,
que é a proliferação de tecido linfóide por
órgãos e tecidos. Os principais são os
Linfomas esplênicos (no baço), Linfoplasmocítico (linhagem dos plasmócitos),
o Folicular (nos folículos pilosos do
tecido linfóide), o de Célula de Manto e
os Linfomas de Células (Linfócitos) B,
dentre os quais o Linfoma de Hodgkin
(Barbara J.Bain, 2007).
A Doença, ou Linfoma de
Hodgkin, é uma forma de câncer que se
origina nos linfonodos (gânglios) do
sistema
linfático,
com
alterações
morfológicas das células linfocitárias,
especialmente as da linhagem B. As
Alterações morfológicas, ao microscópio
óptico, nem sempre são visualizadas,
embora, as células de Reed-Sternberg são
facilmente reconhecidas, pela forma de
trevo, linfócito binucleado e nucléolos
evidentes (Fig; 1), vista em microscopia
corada por Wrhigt. O sistema linfático é
representado por um conjunto composto
de órgãos e tecidos que produzem células
responsáveis pela imunidade e vasos
linfáticos (circulação secundária) que
conduzem estas células através de todo
organismo (José kerbauy, 1997).
Esta doença pode ocorrer em
qualquer faixa etária, porém, é mais
comum na idade adulta jovem, dos 15 aos
40 anos, atingindo maior freqüência entre
25 a 30 anos. A incidência de novos casos
no Brasil permaneceu estável nas últimas
cinco décadas, enquanto a mortalidade foi
reduzida em mais de 60% desde o início
dos anos 70, devido aos avanços no
tratamento. De acordo com a média das
taxas brutas encontradas nos 17 Registros
de Câncer de Base Populacional (RCBP)
do Brasil que possuem mais de 3 anos de
informações consolidadas, estima-se que
o número de casos novos (incidência) de
Linfomas de Hodgkin para o Brasil, em
2009, foi de aproximadamente 1.600 para
o sexo masculino e 1.270 para o sexo
feminino. Utilizam-se vários tipos de
exames para diagnosticar a Doença de
Hodgkin. Estes procedimentos permitem
determinar seu tipo específico, e
esclarecer outras informações úteis para
decidir sobre a forma mais adequada de
tratamento. A Classificação do LH é por
vezes bastante variada, todavia no INCA,
adota-se a recomendação da OMS,
definida
por
especialistas
NorteAmericanos e Europeus, levando-se em
consideração os aspectos histológicos dos
gânglios com linfonodos afetados. Os
pacientes com LH devem ser tratados,
onde a maioria pode ser curada, graças
aos eficientes métodos de tratamentos
atualmente disponíveis nos centros
especializados (Ricardo bigni, INCA
2008).
Figura 1: Á esquerda linfócito normal, a direita
celulasR-S.Fonte:web(google)
4
REFERENCIAL TEÓRICO
A Estrutura básica do sistema
linfático é o linfonodo (fig 2) presente em
todos os órgãos e tecidos que compõem o
sistema. Os órgãos e tecidos são o timo, o
baço, as amídalas (sepílas), a medula
óssea e os tecidos linfáticos do intestino.
A linfa, um líquido claro que banha estes
tecidos, contém proteínas e células
linfóides. Já os linfonodos (gânglios) são
encontrados em todas as partes do corpo,
principalmente no pescoço, virilha, axilas,
pelve, abdome e tórax. O tecido linfóide
produz
e
armazenam
leucócitos
denominados linfócitos. Existem três
tipos de linfócitos: os linfócitos B (ou
células B), os linfócitos T (ou células T),
ambas com a tarefa humoral (produção de
anticorpos
e
reconhecimento
de
antígenos, respectivamente, e as células
NK, responsáveis pela destruição de
células estranhas ou danificadas (Barbara
bain,2007).
Figura
2:
linfonodo
normal.
Fonte:web(google)
A
Importância
das
células
linfocitárias para o organismo é vital e,
em geral, especificas;
• As células B produzindo anticorpos se
ligam na superfície de certos tipos de
bactérias e atraem células específicas do
sistema imune e proteínas do sangue,
digerindo as bactérias e células estranhas.
• As células T ajudam a proteger o
organismo contra vírus, fungos e algumas
bactérias. Também desempenham função
de memória e um importante papel nas
funções auxiliares ás células B.
• As células NK têm como alvo as células
tumorais e protegem contra uma larga
variedade de agentes infecciosos.
Os Pacientes com LH podem
apresentar comprometimento quantitativo
e ou qualitativo dessas linhagens celulares
(Ricardo bigni, INCA 2008).
A Doença de Hodgkin surge
quando
um
linfócito
(mais
freqüentemente um linfócito B) se
transforma de uma célula normal em uma
célula maligna, capaz de crescer
descontroladamente e disseminar-se. A
célula maligna começa a produzir, nos
linfonodos, cópias idênticas (também
chamadas de clones). Com o passar do
tempo, estas células malignas podem se
disseminar para tecidos adjacentes, e, se
não tratadas, podem atingir outras partes
do corpo. Na Doença de Hodgkin, os
tumores disseminam-se de um grupo de
linfonodos para outros através dos vasos
linfáticos,
caracterizando
a
linfoproliferação. O local mais comum de
envolvimento é o tórax, região também
denominada mediastino (Barbara bain,
2007).
5
A Doença de Hodgkin, em países
desenvolvidos, foi constatada em suas
duas formas, bi modal, já na segunda
década de vida, ocorrendo uma
diminuição na incidência por volta da
idade de 45 anos. A forma uni modal,
tanto nos países desenvolvidos como no
Brasil, por exemplo, é uni modal, ou seja,
prevalece incidentemente entre os 11 e 40
anos, ascendendo bruscamente até a
última década de vida. Esta diferença na
incidência pode está relacionada aos
níveis sócio econômicos das pessoas, pois
já na idade avançada as condições de vida
das pessoas tendem a ser melhores, com
menos incidência de doenças como
tuberculose, parasitoses e outras que
poderiam contribuir como fatores
desencadeantes (Terezinha lorenzi, 2003).
Os Linfomas são tradicionalmente
divididos em Linfoma de Hodgkin e Não
Hodgkin. O LH foi caracterizado mais
precocemente, embora a comparação
biológica do LH com o LNH ainda ser
diversa, as terapias aplicadas a ambos são
bem sucedidas e com promissores
avanços. Há uma aproximação marcante
entre os linfomas, tanto no que se refere a
morfologia como á terapeuta aplicada
(Lukes, 1966).
A Distinção, a nível celular, de
Linfoma de Hodgkin para o Não Hodhkin
é que no LH as células são grande
(gigantes) e em maiores quantidades, bem
diferenciadas e com a presença de
linfócitos bi nucleado, em trevo,
chamadas de células de Reed Sternberg
(em homenagem aos pesquisadores que as
descreveram). As células R-S se
localizam nos linfonodos infiltrados na
mistura inflamatória. Outra diferença
marcante está na apresentação clinica
evidente e na incidência em adultos
jovens (Carlos Guimarães, 1995).
Na Forma proliferativa do LH o
aspecto clinico é bastante heterogêneo e
de evolução diversa, desde casos curáveis
até outros fatalmente letais. O estudo
morfológico na proliferação maligna tem
levado á varias classificações, com
nomenclaturas
complexas,
desfavorecendo ao real progresso no
conhecimento desta afecção, tanto no que
se refere á natureza do processo
linfoproliferativo, quanto á conduta
terapêutica que vier a ser adotada (José
kerbauy, 1997).
A Apresentação clinica do LH é
dependente
de
fatores
diversos,
individuais e ambientais, fato esse que
requer uma uniformização dos dados
físicos, obtidos por exames clínicos e
laboratoriais, para escolha adequada do
tratamento, quimio ou radioterápico,
respectivamente. Essas manobras, não
invasivas, de analises dos dados obtidos
dos casos de Linfomas são medidas
propedêuticas
designadas
de
Estadiamento
Clínico
da
Doença
(Reunião de Anh Arbor, EUA, 1971).
O Local de instalação do LH é o
linfonodo, em qualquer região do
organismo em que se encontrem onde
estarão
presentes
linfócitos
B,
principalmente os leucêmicos. A maior
incidência nas formas de apresentação da
doença é a difusa, em detrimento da
forma
nodular
ou
localizada.
Morfologicamente
o
linfonodo
é
constituído de um centro germinativo,
onde estão os linfoblastos, e um tecido
reticular composto de células reticulares.
Os Linfoblastos darão origem aos
linfócitos maduros e as células reticulares
ao restante do tecido linfóide. A
Neoplasia maligna pode ocorrer em
qualquer uma dessas linhagens celulares e
6
em qualquer órgão. A ocorrência de
infiltração linfocitárias maligna no baço,
como regra geral no LH, é devido esse
órgão ser morfologicamente linforeticular
e suas funções fisiológicas de filtrar e
destruir células mortas e defeituosas,
microrganismos
e
microestruturas
produzidas e ou rejeitadas pelo organismo
(Lonax KJ et al, 1989).
A Doença de Hodgkin, manifestada
no tórax, pode ser primária, com aumento
acentuado de linfonodos relacionados aos
brônquios, e secundaria, sem aumento
significativo de linfonodos no mediastino
de 20% dos pacientes. O tumor de
Hodgkin, na forma primária, surge
principalmente no lobo superior do
linfonodo, em forma de massas lobulares
e com pequenas lesões satélites. A
Apresentação da forma secundaria varia
desde aumento dos linfonodos invadindo
pulmões até nódulos ou massas
disseminadas no pneumotórax (Carlos
Guimarães, 1995).
Os Pacientes com LH podem
apresentar heritrodermia, caracterizado
pela coloração avermelhada da pele,
presença de escamas, erosões, pústulas,
perda de pelos e unhas.
As
Manifestações sistêmicas desse quadro
clinicam
inclui
febre,
calafrios,
hipotermia, linfadenipatia reativa, edema
periférico,
hipoalbuminemia
e
insuficiência cardíaca de alto debitam. A
Linfadenopatia, difusão de linfonodos
pelo organismo, é o principal marco do
LH. A Ocorrência de adenopatia
mediastinal no linfonodo é pouco comum
e especialmente relacionada à forma de
LH esclerosante Nodular (Franklin bunn,
1995).
Fatores de risco no Linfoma de
Hodgkin
A Imunidade celular e humoral são
fatores importantes relacionados ao curso
da doença. O Comprometimento imune
se faz de forma negativa em casos de
linfopenia em linfonodos, possibilitando
o agravamento do LH, principalmente,
em pessoas imunocomprometidas, em
conseqüência de doenças genéticas
hereditárias, infecções pelo HIV usam de
drogas imunossupressoras, tem risco um
pouco maior de desenvolver Doença de
Hodgkin. Membros de famílias nas quais
uma ou mais pessoas tiveram diagnóstico
da doença também têm risco aumentado
de desenvolvê-la, mas não se deve ter
como certo de possível acorrência. Em
geral no LH a Resposta humoral, por
meio de anticorpos, costuma permanecer
normal, todavia, em alguns casos pode
ocorrer hiperfunção dos linfócitos B,
formadores de anticorpos, acarretando em
um
aumento
acentuado
de
imunoglobulinas (anticorpos) e proteínas
(gamaglobulinas) no sangue circulante,
desencadeando
um
quadro
paraneoplásico, traduzindo-se em sinais e
sintomas variados a depender das células
e órgãos afetados, contra os quais os
anticorpos estarão agindo (Efremov et al,
1998).
Sintomas
A Doença de Hodgkin pode surgir
em qualquer parte do corpo, e os sintomas
da doença dependem da sua localização.
Caso desenvolvam-se em linfonodos que
estão próximos à pele, no pescoço, axilas
e virilhas, os sintomas provavelmente
incluirão a apresentação de linfonodos
aumentados e indolores nestes locais. Se a
doença ocorre na região do tórax, os
sintomas podem ser de tosse, "falta de ar"
(dispnéia) e dor torácica. E quando se
apresenta na pelve e no abdome, os
sintomas podem ser de intensa plenitude e
distensão abdominal significativa, alem
de febre, fadiga, sudorese noturna, perda
7
de peso, e prurido na pele (Ricardo bigni,
INCA 2008).
Diagnóstico
Atualmente utiliza-se vários tipos
de exames para diagnosticar a Doença de
Hodgkin. Estes procedimentos permitem
determinar seu tipo específico, e
esclarecer outras informações úteis para
decidir sobre a forma mais adequada de
tratamento.
A Biópsia é considerada obrigatória
para o diagnóstico de Doença de
Hodgkin. Durante o procedimento,
remove-se uma pequena amostra de
tecido para análise, em geral um gânglio
linfático aumentado. Há vários tipos de
biópsia:
• Biópsia excisional ou incisional - O
médico, através de uma incisão na pele,
remove um gânglio inteiro (excisional),
ou uma pequena parte (incisional);
• Biópsia de medula óssea - Retira-se um
pequeno fragmento da medula óssea
através de agulha. Esse procedimento não
fornece diagnóstico da Doença de
Hodgkin, mas é fundamental para
determinar a extensão da disseminação da
doença;
Também são necessários exames de
imagem para determinar a localização das
tumorações no corpo. Radiografias são
empregadas para detectar tumores no
tórax;
usando-se
Tomografia
Computadorizada, são obtidas imagens
detalhadas do corpo sob diversos ângulos.
Já a Ressonância Magnética utiliza ondas
magnéticas e de rádio para produzir
imagens de partes moles e órgãos; e na
Cintilografia com Gálio, uma substância
radioativa, ao ser injetado no corpo do
paciente é aderida á locais acometidos
pela
tumoração
inflamatória.
Além disso, são utilizados outros
tipos de exames que ajudam a determinar
características específicas das células
tumorais nos tecidos biopssiados. Estes
testes
incluem:
• Estudos de citogenética - Para
determinar alterações cromossômicas nas
células;
• Imunohistoquímica - Na quais
anticorpos são usados para distinguir
entre vários tipos de células cancerosas;
• Estudos de genética molecular - São
testes de DNA e RNA altamente sensíveis
para
determinar
traços
genéticos
específicos das células cancerosas. Outros
métodos complementares de diagnósticos
podem ser acrescentados como auxiliares
ao diagnostico de LH.
• Exames complementares – O
hemograma completo, a velocidade de
hemossedimentação, a ferritina, o ferro
sérico e a sua capacidade de
armazenamento,
são
testes
de
diagnósticos auxiliares que possibilitam
verificar as condições basais do paciente,
no que se refere ao metabolismo do ferro
(Ricardo bigni, INCA 2008).
Classificação
e Estadiamento
Ao diagnosticar a Doença de
Hodgkin, ela é classificada (determina-se
o tipo) e seu estágio é avaliado (é
realizada uma pesquisa para saber se a
doença se disseminou a partir do seu local
de origem e em que intensidade). Esta
informação é fundamental para estimar o
prognóstico do paciente e selecionar o
melhor e mais adequado tratamento.
8
Classificação
Atualmente, para classificação da
Doença de Hodgkin é mais utilizada o
sistema desenvolvido pela Organização
Mundial de Saúde em conjunto com um
painel de especialista norte americanos e
europeus, denominado REAL (Revised
European
American
Lymphoma
Classification ). Sob este sistema estas
doenças são divididas de acordo com um
número de características que, junto a
outras informações, permitem ao médico
estimar o prognóstico do paciente (Carlos
Chiattone,
2006;
André Cavalcante e cols, 2007).
Estadiamento
Após reunir todas as informações
disponíveis nos testes diagnósticos,
procede-se o estadiamento da doença, ou
seja, determinar o quanto se disseminou.
Existem quatro estágios, correspondendo
o estágio I à doença mais limitada, e o
estágio IV, a mais avançada. Também é
agregada uma subdivisão destes estágios
aos pacientes com certos sintomas
relacionados à doença, chamados
sintomas B, tais como febre, sudorese
noturna, perda de peso significativa. (Ex:
Se um paciente tem doença avançada
(estágios III ou IV), e tem sintomas B,
determina-se o estadiamento como IIIB
ou IVB). A Importância desse tipo de
pesquisa não deve se sobrepor á certeza
da necessidade de quimioterapia, a qual
pode levar a cura da doença, no entanto,
pode ser a responsável pelo aparecimento
de uma segunda neoplasia, ou seja,
surgimento de um novo tecido para
substituir o que foi destruído (Terezinha
lorenzi, 2003; Ricardo bigni, INCA
2008).
Tratamento
O combate ao LH na forma primária
é através de ressecção e posterior
radioterapia, já na forma secundaria, a
indicação é para quimioterapia, devido a
sua natureza difusa de estabelecimento
(Carlos Guimarães, 1995).
O Sistema real de tratamento
incorpora, para fins de decisão
terapêutica, a morfologia diagnosticada
do linfoma, a imunoterapia e as
características genéticas dos familiares e
pacientes, preenchendo assim uma lacuna
com essas ferramentas até então não
utilizadas (Hanir, 1999).
O tratamento clássico da Doença
de Hodgkin, em geral, consiste de
poliquimioterapia,
com
ou
sem
radioterapia. Dependendo do estágio da
doença no momento do diagnóstico,
pode-se estimar o prognóstico do paciente
após o tratamento. O esquema de
quimioterapia utilizado de rotina no
INCA é denominado ABVD. Para os
pacientes que sofrem recaídas (retorno)
da doença, são disponíveis alternativas,
dependendo da forma do tratamento
inicial empregado. As formas empregadas
usualmente,
e
com
indicações
relativamente precisas, é o emprego de
poli quimioterapia e do transplante de
medula óssea (Ricardo bigni, INCA
2008).
Pós-tratamento
A radioterapia e os esquemas de
quimioterapia empregados regularmente
trazem riscos para os pacientes após o
tratamento. Entre os mais importantes
está o desenvolvimento de outros tipos de
câncer (mama, pulmão, tireóide, linfomas
e leucemias) e possível infertilidade. No
entanto,
estes
riscos
não
são
suficientemente grandes a ponto de se
questionar o uso dessas formas de
tratamento, visto que a Doença de
Hodgkin
é
curável,
se
tratada
9
adequadamente. Os pacientes devem ser
continuamente após o tratamento, com
consultas periódicas, cujos intervalos
podem ir aumentando progressivamente.
DISCUSSÃO
Algumas patogenias apresentam
sintomas parecidos com os verificados no
LH. No mieloma múltiplo a celularidade
é acompanhada, por vezes, de anemia
hemolítica
que,
posteriormente,
desencadeia uma hiperplasia da série
vermelha, para compensar a anemia
estabelecida. Esta ocorrência pode ocorrer
também nos Linfomas, porem, na
celularidade de ambos, as Células de
Reed-Sternberg é achado clássico no
Linfoma de Hodgkin. Nos gânglios
linfáticos palpáveis e sintomáticos a
presença de pus direciona a suspeita
clinica para quadro infeccioso, ao passo
que no mieloma e linfoma, o que
caracteriza é a tumoração cancerígena
(Barbara Bain, 2007).
Quando na Biópsia de gânglio
linfático não se é encontrado célula de
Reed-Sternberg, o diagnostico de LH não
deve ser descartado, direciona-se então
para outros métodos diagnósticos, para
conclusão da pesquisa da patogenia. O
Desenvolvimento e aplicação de novas
técnicas de estudo, através de imagens
(ultra-sonografia,
tomografia
computadorizada,
cintilografia
e
ressonância magnética), aliados aos
métodos tradicionais e á biopsia de
gânglios e medula óssea, limitam e, até
mesmo, eliminam o uso de laparotomia
exploradora. Com essas manobras, o
clínico pode esclarecer o diagnostico de
LH e estipular o grau de disseminação da
doença em ossos, órgãos intraabdominais
e
cavidade
torácica,
especialmente
necessária
para
o
necessário conhecimento do estagio do
Linfoma, designado de estadiamento
clínico da Doença de Hodgkin (Terezinha
lorenzi, 2003)
A
Existência
de
sintomas
generalizados, a idade avançada com
doenças de base, linfopenia relativa,
alterações hepáticas e renais, aumento
sérico das enzimas fosfatase alcalina e
desidrogenase láctica, imunidade celular e
humoral deficientes, são fatores que
objetivamente sinalizam a necessidade de
uma terapia mais agressiva (Terezinha
lorenzi, 2003; Barbara Bain, 2007; Carlos
Chiatone, ABRALE 2006).
Os Exames laboratoriais não
diagnósticos alterados, como a velocidade
de hemossedimentação aumentada, a
ferritina, o ferro sérico e a sua capacidade
de armazenamento diminuído, são dados
laboratoriais importantes para verificação
das condições basais do paciente, no
tocante ao metabolismo do ferro. O
Hemograma completo em pacientes
sintomáticos pode revelar leucocitose,
anemia e trombocitose. A Leucocitose em
geral está associada à neutrofilia, ou
eosinofilia, ambas em derretimento de
uma linfopenia acentuada. A anemia
surge como forma hemolítica, microcítica
e hipocrômica, com característica de
anemia crônica ferropriva. É Comum no
esfregaço da lamina do hemograma o
encontro de amontoados de hemácias,
chamados de “Roleaux”. Em casos de
infiltração de medula óssea é freqüente a
pancitopenia, diminuição de todas as
linhagens celulares. A Análise qualitativa
e quantitativa do hemograma revelando
celularidade
multi-variada,
com
leucocitose acompanhada de linfopenia,
células de Reed-Sternberg e pontilhados
basofílicos em hemácias, sugere pior
prognóstico do LH (Terezinha lorenzi,
2003).
10
A Orientação terapêutica para o
LH está baseada na classificação da
doença. Os princípios terapêuticos,
geralmente aceitos, são relacionados aos
estágios da patogenia e aos achados
histopatológicos. O sucesso da terapia
medicamentosa é dependente, ou está
diretamente relacionado, ao tempo desde
o aparecimento da doença até os
primeiros sintomas e inicio do tratamento.
Também é importante a proporção
relativa entre as células e a fibrose
presente no linfonodo. O estado atual dos
órgãos hematopoéticos em relação a
capacidade destes de regeneração
(medula óssea e tecido linfóide) são
fatores que contribuem positivamente
para a remissão da doença. Até a
introdução da quimioterapia combinada,
os pacientes eram tratados apenas com
ciclofosfamida, administrada até a cura
total da doença. Em seguida uma segunda
droga era empregada quando havia
recidiva (reativação) e, por fim, um
terceiro quimioterápico era utilizado
como forma de reforçar a ação da
segunda droga. Este método, não
combinado, produzia respostas objetivas
em até 60 a 70% dos pacientes, todavia,
apenas 25 dos pacientes tratados
apresentavam a remissão completa e
definitiva da doença (José Kerbauy,
1997). Atualmente o tratamento se faz de
forma
combinada,
ou
seja,
a
administração de diversas drogas
(coquetel), ao mesmo tempo, e tem-se
conseguido remissões completas em até
81% dos pacientes (De vila e Cols, 2007;
Ricardo bigni, INCA 2008).
por um conjunto de patogenias que afeta
o tecido linfóide, tanto local como
disseminado.
A etiologia dessa doença ainda
está indefinida, no entanto, atribuem-se
ao seu aparecimento fatores relacionados
ao
paciente,
como
imunocomprometimento
e
causas
genéticas, assim como os fatores
relacionados ao ambiente que interagem
com o organismo, tais como, doenças
infecciosas e exposição á radiações.
Trata-se de entidade clinica
caracterizada
por
intenso
comprometimento do tecido linfóide, que
passa a ser infiltrado por células
malignas, as quais podem se disseminar
por todo organismo.
O Diagnostico do LH é baseado
em dados clínicos, confirmados por
exames radiográficos e laboratoriais, onde
a presença de células de Reed-Sternberg
estabelece, por fim, a existência da
doença.
Atualmente o tratamento é
baseado nos dados clínicos e nas
condições biológicas do paciente, onde os
vários métodos de tratamento combinados
possibilitam desde o controle até a
remissão total da patogenia.
O pós-tratamento é necessário
para prevenir e evitar possíveis agravos,
em casos de recidiva do LH, visto que o
monitoramento adequado do paciente
tratado é opção simples e segura que o
clinico dispõe para constatação do
sucesso da terapeuta aplicada.
CONCLUSÃO
Nessa revisão literária foi visto
que o Linfoma de Hodgkin é composto
11
REFERÊNCIAS
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