COSTA, MM ; BARBOSA, MS ; MUZZI-CARNEIRO, BG ; ESTEVES, AO ; MOORE, FC ; COUTINHO, LFP 1 1 2 2 2 Residente de Oncologia Clínica , Preceptor da Residência de Oncologia Clínica 1 2 2 Hospital Alberto Cavalcanti, Serviço de Oncologia Clínica – Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG) INTRODUÇÃO O Linfoma de Hodgkin primário de cabeça e pescoço é uma doença rara, com cerca de 39 casos relatados pelo M.D. Anderson Cancer Center, sendo que 10 foram em tonsila palatina, 9 em nasofaringe, 8 em tireóide, 3 em parótida, 2 em adenóide e 1 em antro nasal. Linfoma de Hodgkin de Adenóide é um subtipo incomum e apresenta como sintoma obstrução nasal devido a hipertrofia nasal. RELATO DE CASO Paciente de 41 anos, sexo feminino, apresentava cefaléia e obstrução nasal durante 4 anos, sendo tratada por diversas vezes como processo alérgico. TC de seios da face mostrou lesão expansiva em nasofaringe compatível com linfoepitelioma do cavum. Exames de estadiamento (TC de tórax e abdome) não evidenciaram doença à distância. Foi submetida a exérese de adenóide cujo exame anátomo patológico foi compatível com Linfoma de Hodgkin Clássico Interfolicular. A Imunohistoquímica mostrou expressão de CD15 e CD30, com negatividade para os marcadores T e B, indicando diagnóstico de Linfoma de Hodgkin Clássico com padrão Interfolicular. A Cintilografia com Gálio mostrou assimetria de extração na topografia submandibular (maior extração focal a direita) que deveria ser correlacionada no contexto clínico. Biopsia de crista ilíaca não mostrou infiltração medular. Feito quimioterapia com 4 ciclos de ABVD e radioterapia após com 3600cGy. Após seis meses do término do tratamento a paciente encontra-se sem evidências de doença. Fig 1-Biopsia DISCUSSÃO Revisão bibliográfica já realizada sobre o assunto evidenciou apenas 24 casos de Linfoma de Hodgkin em adenóide na literatura inglesa até o ano de 2000. A média de idade ao diagnóstico foi de 31.5 anos, sendo mais comum no sexo masculino. O tratamento preconizado para essa neoplasia é controverso devido à raridade da mesma, variando de quimioterapia ou radioterapia isolada, assim como a associação destas modalidades terapêuticas. Um estudo retrospectivo realizado pelo M. D. Anderson ( de 1967 a 2007) incluiu radioterapia isolada em 5 casos; quimioterapia isolada em 5 casos; e 24 pacientes foram tratados com radio e quimioterapia combinados. Os esquemas de quimioterapia utilizados foram ABVD e MOPP. Os últimos dados de seguimento em 2010 revelaram que 85% dos pacientes estavam sem evidência de doença. CONCLUSÃO O relato de casos raros como esse é importante visando à divulgação da evolução dessa doença para construirmos um maior número de informações sobre a mesma. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1.Iyengar P, Mazloom A, Shihadeh F, Berjawi G, Dabaha B. Hodgkin lymphoma involving extranodal and nodal head and neck sites: characteristics and outcomes. Cancer. 2010 Aug 15;116(16):3825-9. 2. SidhuJS, Rigotti R, Schotanus P. Primary adenoidal hodgkin´s disease: report of a case with an unusual morphology and review of the literature. Int J Surg Pathol. 2000 Jul;8(3): 241-246. 3. MacNaughton DM, Tewfirk TL, Bernstein ML. Hodkgin´s disease in the nasopharynx. J Otolaryngol. 1990 Aug;19(4):282-4. Fig 2-Painel Imunohistoquímico Anticorpo Anti antígeno Ki67 Anti Ki 1, CD-30 Anti cadeia leve lambda Anti CD 10, CALLA Anti CD 20, células B Anti CD 23 Anti CD3, células T Anti CD 43 Anti CD 15 Anti CD 56 Anti Ciclina D1 Anti Kappa (cadeia leve) Resultado Positivo Positivo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Negativo Positivo Negativo Negativo Comentários Negativo Reatividade em plasmócitos Reatividade em plasmócitos Fraca reatividade em centros germinativos Reatividade em células B Reatividade em células foliculares dendríticas Reatividade células T Reatividade células T Conclusão: Os achados indicam diagnóstico de Linfoma de Hodgkin clássico, com padrão Produzido pela ACS/Fhemig LINFOMA DE HODGKIN PRIMÁRIO DE ADENÓIDE: RELATO DE CASO E REVISÃO DE LITERATURA